Diferenças entre edições de "Derivado"

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(Exemplos de derivados)
 
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<metadesc content="Derivados são instrumentos financeiros cujo valor deriva do valor de outros instrumentos subjacentes. São negociados no mercado a prazo e usados para cobertura de risco (hedging) e especulação. O uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado pelos investidores, porque permite grandes alavancagens cujos prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos." />
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<keywords content="derivados, futuros, swaps, opções, opção, swaption, warrant, hedging, cobertura de risco, subjacente, especulação, arbitragem, mark-to-market, mark-to-model, mark-to-myth, alavancagem" />
  
 
[[Image:Chicago bot.jpg|right|300px|right|thumb|Negociação de derivados no [[Chicago Board of Trade]].]]
 
[[Image:Chicago bot.jpg|right|300px|right|thumb|Negociação de derivados no [[Chicago Board of Trade]].]]
  
'''Derivados''' são instrumentos financeiros cujo valor deriva do valor de outras coisas. Geralmente tomam a forma de [[contrato]]s, que estabelecem pagamentos entre as duas partes com base no valor de um [[activo subjacente]], num determinado ponto do tempo. Quando se negoceia um derivado estamos no [[mercado a prazo]] já que se contrata hoje mas só se entrega amanhã. Os principais tipos de derivados são os [[contrato sobre futuros|futuros]], os [[contrato a prazo|contratos a prazo]] (''forwards''), as [[opção|opções]] e os [[swap]]s. Também são derivados os ''[[warrants]]'' autónomos e os [[certificados]].
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'''Derivados''' ''(derivatives)'' são instrumentos financeiros cujo valor deriva do valor de outras coisas. Geralmente tomam a forma de [[contrato]]s, que estabelecem trocas de dinheiro ''([[cash flow]]s)'' entre duas partes, numa data futura. O montante destas trocas, ou pagamentos, pode variar com base no valor de um [[activo subjacente]] ''(underlying asset)''. A duração dos contratos pode ir desde alguns meses a 20 ou mais anos.
  
O principal uso dos derivados é a cobertura (''[[hedge]]'') de [[risco]] para uma das partes do contrato, em troca de um retorno potencialmente substancial (com correspondente aumento do risco) para a outra. A vasta gama de possíveis activos subjacentes e de alternativas de pagamento deu lugar a que um número imenso de contratos de derivados estejam disponíveis para negociação nos mercados. Os derivados podem ter como activos subjacentes [[commodity|matérias-primas]], [[acção|acções]], [[obrigação|obrigações]], [[taxa de juro|taxas de juro]], [[taxa de câmbio|taxas de câmbio]], ou [[índice]]s (tais como índices de acções, índices de preços no consumidor (inflacção), ou mesmo índices sobre as condições atmosféricas ou sobre outros derivados). O desempenho destes activos pode determinar tanto o montante como o ritmo dos pagamentos.
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Quando se negoceia um derivado estamos no [[mercado a prazo]] ''(forward market)'' já que se contrata hoje mas só se entrega amanhã. O seu principal uso é a [[hedging|cobertura do risco]] ''(hedging)'' de uma das partes do contrato, transferindo esse risco para a [[contraparte]], que o aceita em troca de um retorno potencialmente substancial. Os derivados são também amplamente utilizados para [[especulador|especulação]], nomeadamente quando se trata de derivados padronizados, cotados em [[mercados regulamentados]].
  
O uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado porque os prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos.
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A vasta gama de riscos que se pode pretender transferir, ou seja, de possíveis activos subjacentes e de alternativas de pagamento, deu lugar a que um número imenso de contratos de derivados estejam disponíveis para negociação nos mercados. Os principais tipos de derivados são os [[futuro]]s ''(futures)'', os [[contrato a prazo|contratos a prazo]] ''(forwards)'', as [[opção|opções]] ''(options)'' e os ''[[swap]]s''. Também são derivados os ''[[warrants]]'' autónomos e os [[certificados]].
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Os derivados podem ter como activos subjacentes [[commodity|mercadorias e matérias-primas]], [[acção|acções]], [[obrigação|obrigações]], [[taxa de juro|taxas de juro]], [[taxa de câmbio|taxas de câmbio]], ou [[índice]]s (tais como índices de acções, índices de preços no consumidor ([[inflação]]), índices sobre condições atmosféricas, ou até índices sobre outros derivados). É o desempenho destes activos e índices que determina tanto o montante como o ritmo dos pagamentos que resultam do derivado.
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O uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado pelos investidores, porque permite grandes [[alavancagem|alavancagens]] cujos prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos.
  
 
==Tipos de derivados==
 
==Tipos de derivados==
Há três tipos principais de instrumentos derivados:
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Os principais tipos de instrumentos derivados são os seguintes.
* [[Futuro]]s/[[Contrato a prazo|Contratos a prazo]] (''forwards''), que são contratos de compra ou venda de um activo numa data específica futura.
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* [[Opção|Opções]], que são contratos que dão ao possuidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um activo numa data específica futura.
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===Contratos a prazo===
* ''[[Swaps]]'', contratos em que as duas partes acordam trocar ''cash flows''.
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{{principal|Contrato a prazo}}
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[[Contrato a prazo|Contratos a prazo]] ''(forwards'' ou ''forward contracts)'', são contratos de compra ou venda de um [[activo subjacente]] numa data específica futura. O activo pode ser um bem ou mercadoria ''(physical [[commodity]])'', como por exemplo [[milho]] ou [[trigo]], ou um [[activo]] financeiro ''(financial commodity)'', como uma [[divisa]]. O valor do contrato a prazo deriva do valor do bem ou activo financeiro subjacente.
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===Futuros===
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{{principal|Futuro}}
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[[Futuro]]s, são contratos a prazo garantidos por uma [[câmara de compensação]]. Assim, os negociadores de futuros não têm de preocupar-se com o [[risco de contraparte|risco de crédito da sua contraparte]]. Só precisam preocupar-se com o risco de crédito da câmara de compensação. Porque os futuros são padronizados e porque a câmara de compensação age como comprador para todos os vendedores e vendedor para todos os compradores, um negociante que abre uma [[posição]] comprando um contrato a outro pode fechá-la vendendo o contrato a um terceiro. Não precisa de comprá-lo e vendê-lo à mesma contraparte para fechar a posição.
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===Opções===
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{{principal|Opção}}
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[[Opção|Opções]], são contratos que dão ao possuidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um activo subjacente numa data específica futura a um determinado preço fixo, designado [[preço de exercício]] ou ''strike price''. Uma ''[[call]]'' ''(call option)'' é uma opção de compra a um preço de exercício. Uma ''[[put]]'' ''(put option)'' é uma opção de venda a um preço de exercício. Se o detentor de uma opção a puder exercer em qualquer momento anterior à [[data de exercício]], estamos perante uma [[Opção americana|opção de tipo americano]]. Se só a puder exercer na data de exercício estamos perante uma [[Opção europeia|opção de tipo europeu]]. O valor dos contratos de opções depende do valor dos activos subjacentes.
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===Opções sobre futuros===
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[[Opçao sobre um futuro|Opções sobre futuros]], são contratos de [[Opção|opções]] sobre contratos de [[futuro]]s. O detentor de uma ''[[call]]'' sobre um contrato de futuros tem o direito de comprar o futuro a um determinado [[preço de exercício]]. De igual forma, o detentor de uma ''[[put]]'' sobre um contrato de futuros tem o direito de vender o futuro a um determinado preço de exercício. Os contratos de opções sobre futuros são negociados nas mesmas bolsas onde são negociados os contratos de futuros subjacentes.
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===Swaps===
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{{principal|Swap}}
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''[[Swap]]s'', são contratos de permuta de dois [[fluxos monetários]] ''(cash flows)'' futuros. Um fluxo monetário é uma série de pagamentos. Um [[swap de taxa de juro|''swap'' de taxa de juro]] estabelece a troca de uma série de pagamentos futuros a uma [[taxa fixa|taxa de juro fixa]], por uma série de pagamentos futuros a uma [[taxa variável|taxa de juro variável]]. Ao subscrever o contrato, são negociados os pagamentos a taxa fixa e estabelecida a fórmula de cálculo dos pagamentos a taxa variável. Um [[Swap cambial|''swap'' cambial]], ou ''swap'' de divisas, estabelece a troca de uma série de pagamentos fixos futuros numa divisa por uma série de pagamentos futuros noutra divisa. O valor destes contratos depende do valor dos fluxos monetários que serão trocados.
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===Swaptions===
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''[[Swaption]]s'' são opções sobre ''swaps''. Um negociador que detenha uma ''swaption call'' tem o direito de comprar um ''swap'' ao [[preço de exercício]] (''strike'') estabelecido.
  
====Negociáveis ao balcão (OTC) ou em bolsa====
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==Terminologia e noções de base==
Grosso modo, há dois grandes grupos de contratos de derivados que se distinguem pela forma como são negociados:
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Os contratos de derivados são criados pelos vendedores quando inicialmente os vendem. Têm, portanto, uma [[oferta líquida nula]] ''(zero net supply)''. A soma de todas as posições longas menos a soma de todas as posições curtas é sempre zero.
  
* '''Derivados [[OTC]]''' (''over-the-counter''), são contratos transaccionados (e negociados em privado) directamente entre as duas partes envolvidas, sem passar por uma bolsa ou outro intermediário. Os [[swap]]s, os [[FRA]]s (''forward rate agreements'') e as opções exóticas (''exotic options'') são quase sempre transaccionados desta forma. O mercado de derivados OTC é enorme. De acordo com o [http://www.bis.org/ Bank for International Settlements], no final de 2006 o [[montante nocional]] emitido nos mercados globais foi de 415 biliões (10<sup>12</sup>) de USD, incluindo [[CDS]]s.<ref>{{en}} {{cite web
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Todos os contratos de derivados têm características futuras: o seu valor depende de acontecimentos futuros. Por exemplo, os preços dos futuros, das opções e dos ''forwards'' dependem do valor futuro dos seus subjacentes.
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Praticamente todos os derivados têm uma [[data de expiração]]. Nessa data, os negociantes fazem a liquidação final e o contrato expira. Os contratos que não expiram têm [[vida infinita]] ''(infinitely lived)''.
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A liquidação destes contratos pode ser física, ou financeira. Um contrato com [[liquidação física]] estabelece que o vendedor entrega ao comprador o ''instrumento subjacente'' na altura acordada. Na mesma altura, o comprador paga em dinheiro essa entrega, ao preço acordado. Na [[liquidação financeira]], o vendedor entrega ao comprador o ''valor em dinheiro do activo subjacente'' na altura acordada. Ao mesmo tempo, o comprador paga o preço de compra acordado. Neste caso, na prática, os negociantes transferem apenas a diferença entre o valor e o preço. Se o derivado for um contrato de [[futuro]]s, esta diferença pode ser negativa, pelo que o vendedor paga ao comprador a diferença. Se o derivado for uma opção, a diferença nunca será negativa porque os detentores do contrato nunca exercem a opção, pois, ao fazê-lo, teriam de efectuar pagamentos adicionais.
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Os contratos de derivados têm sempre um [[tamanho nocional]] ou [[valor nocional]], que é o valor total do activo subjacente controlado pelo derivado. Para contratos com liquidação física, o [[tamanho nocional]] é simplesmente a quantidade que o vendedor deve entregar. Para os de liquidação financeira, uma fórmula quantifica o [[valor nocional]] que determina a liquidação financeira final. Os ''[[swap]]s'' têm um [[capital nocional]] (ou montante nocional) sobre o qual são calculados os juros que constituem os fluxos monetários ''(cash flows)'' permutados.
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Muitos contratos de derivados estabelecem que os compradores e vendedores façam regularmente pagamentos de variação de [[margem]]. Os pagamentos de variação de margem transferem regularmente dinheiro dos compradores para os vendedores, ou dos vendedores para os compradores, de forma a ajustar os preços dos contratos de forma a reflectirem as condições de mercado da altura. Este procedimento garante que os valores dos contratos se mantêm inalterados apesar da variação das condições do mercado e reduz a possibilidade de incumprimento dos negociantes na expiração dos contratos.
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As [[opção|opções]] e quaisquer derivados que tenham uma opção embebida são [[derivado não-linear|derivados não-lineares]], porque a opção de exercício, do comprador, não tem uma opção equivalente e oposta do lado do vendedor, gerando uma assimetria. Os [[contrato a prazo|contratos a prazo]] ''(forwards)'', os [[futuro]]s ''(futures)'' e os ''[[swap]]s'' são [[derivado linear|derivados lineares]].
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==Negociáveis ao balcão (OTC) ou em bolsa==
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Grosso modo, os contratos de derivados podem dividir-se em dois grandes grupos pela forma como são negociados:
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* '''Derivados [[OTC]]''' (''over-the-counter''), são contratos negociados fora de bolsa, directamente entre as duas partes envolvidas, sem passar por qualquer intermediário. Os ''[[swap]]s'', os [[FRA]]s (''forward rate agreements'') e as [[opção exótica|opções exóticas]] (''exotic options'') são quase sempre transaccionados desta forma. O mercado de derivados OTC é substancial. De acordo com o [http://www.bis.org/ BIS (Bank for International Settlements)], no final de 2006 o [[valor nocional|montante nocional]] emitido nos mercados globais foi de 415 biliões (10<sup>12</sup>) de USD, incluindo [[CDS]]s.<ref>{{en}} {{cite web
 
|url=http://www.bis.org/publ/otc_hy0705.pdf?noframes=1
 
|url=http://www.bis.org/publ/otc_hy0705.pdf?noframes=1
 
|title=OTC derivatives market activitity in the second half of 2006
 
|title=OTC derivatives market activitity in the second half of 2006
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|date=2007-05
 
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|accessdate=2007-11-12}} Relatório do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no final de 2006, o montante nocional bruto emitido foi de 415 biliões (10<sup>12</sup>) de USD, e o valor de mercado bruto foi de 9,7 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. O montante nocional emitido é o [[valor nominal]] ou [[valor nocional|nocional]] bruto de todas as transacções concluídas, mas não liquidadas até à data de notificação (pg. 5). O valor de mercado bruto é a soma do valor absoluto de todos os contratos em aberto com os valores de substituição quer positivos quer negativos avaliados ao preço de mercado na mesma data. (pg. 5)</ref>
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|accessdate=2007-11-12}} Relatório do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no final de 2006, o [[valor nocional|montante nocional]] bruto emitido foi de 415 biliões (10<sup>12</sup>) de USD, e o valor de mercado bruto foi de 9,7 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. O montante nocional emitido é o [[valor nominal]] ou [[valor nocional|nocional]] bruto de todas as transacções concluídas, mas não liquidadas até à data de notificação (pg. 5). O valor de mercado bruto é a soma do valor absoluto de todos os contratos em aberto com os valores de substituição quer positivos quer negativos avaliados ao preço de mercado na mesma data. (pg. 5)</ref>
 
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* '''Derivados negociáveis em bolsa''', são os instrumentos derivados que são negociados através de [[mercado de derivados|mercados de derivados]] especializados ou de outras bolsas. Um mercado de derivados age como intermediário de todas as transacções relaccionadas, e recebe uma [[margem inicial]] de ambas as partes da transacção que serve de garantia. De acordo com o [http://www.bis.org/ BIS (Bank for International Settlements)], o ''turnover'' combinado dos mercados de derivados de todo o mundo totalizou 1800 biliões (10<sup>15</sup>) de USD no ano de 2006.<ref>{{en}} {{cite web
* '''Derivados negociáveis em bolsa''', são os instrumentos derivados que são negociados através de [[mercado de derivados|mercados de derivados]] especializados ou de outras bolsas. Um mercado de derivados age como intermediário de todas as transacções relaccionadas, e recebe uma [[margem inicial]] de ambas as partes da transacção que serve de garantia. De acordo com o [http://www.bis.org/ Bank for International Settlements], o ''turnover'' combinado dos mercados de derivados de todo o mundo totalizou 1,8 mil biliões (10<sup>15</sup>) de USD no ano de 2006.<ref>{{en}} {{cite web
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|url=http://www.bis.org/publ/qtrpdf/r_qa0709.pdf#page=108
 
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|title=BIS Quarterly Review
 
|title=BIS Quarterly Review
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|date=2007-09
 
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|accessdate=2007-11-12}} Relatório trimestral do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no ano de 2006, o [[volume de negócios]] nos mercados globais de futuros foi de 1.261 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. O volume de negócios nos mercados globais de opções foi de 546 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. </ref> Por número de transacções, os maiores mercados mundiais de derivados<ref>{{en}} '''Futures and Options Week''': De acordo com valores publicados na revista F&O Week, de 10 de Outubro de 2005. Ver também [http://www.fow.com Página da FOW na Internet].</ref> são o [[Korea Exchange]] (onde são listados futuros e opções sobre o Índice KOSPI), o [[Eurex]] (onde é listada uma vasta gama de instrumentos europeus sobre taxas de juro e índices) e o [[CME Group]] que resultou da fusão do [[Chicago Mercantile Exchange]] com o [[Chicago Board of Trade]] em 2007.<br>Alguns tipos de instrumentos derivados podem também ser listados nas bolsas tradicionais. Por exemplo, instrumentos híbridos como obrigações convertíveis e/ou ''preferred convertibles'' podem ser listados em bolsas de valores ou de obrigações. Também os ''warrants'' (ou direitos) podem ser listados em bolsas de acções. As ''performance rights'', ''cash xPRTs(tm)'' e vários outros instrumentos, que basicamente consistem de um conjunto complexo de opções combinadas num único pacote, também são frequentemente listadas nas bolsas de valores.
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|accessdate=2007-11-12}} Relatório trimestral do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no ano de 2006, o [[volume de negócios]] nos mercados globais de futuros foi de 1261 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. O volume de negócios nos mercados globais de opções foi de 546 biliões (10<sup>12</sup>) de USD. </ref> Por número de transacções, os maiores mercados mundiais de derivados são o [[Korea Exchange]] (onde são listados futuros e opções sobre o Índice KOSPI), o [[Eurex]] (onde é listada uma vasta gama de instrumentos europeus sobre taxas de juro e índices) e o [[CME Group]].<br>Alguns tipos de instrumentos derivados podem também ser listados nas bolsas tradicionais. Por exemplo, instrumentos híbridos como [[obrigação convertível|obrigações convertíveis]] e/ou ''[[preferred convertible]]s'' podem ser listados em [[bolsa de valores|bolsas de valores]] ou de obrigações. Também os ''[[warrant]]s'' (ou direitos) podem ser listados em bolsas de valores.
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==Usos==
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===Cobertura de risco===
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Um dos riscos a que os agentes económicos estão sujeitos é o da variação de preço de um determinado activo. De forma a reduzir ou anular esse [[risco]], foi desenvolvido o mercado de derivados. Uma vez que os preços dos activos do [[mercado à vista]] e dos derivados do [[mercado a prazo]] estão [[correlacção|correlaccionados]], para cobrir o risco basta ao investidor tomar no mercado de derivados uma posição igual mas oposta à do activo que detém.
  
====Exemplos de derivados====
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Por exemplo, um agricultor que decide fazer uma cultura de milho sujeita-se ao risco de que o preço do milho entretanto baixe e que meses depois, por altura da colheita, venha a incorrer em perdas. Pode cobrir (''hedge'') este risco vendendo, na altura da sementeira, futuros sobre o milho na quantidade que espera vir a produzir para entrega na altura da colheita, a um preço pré-determinado que lhe garante à partida o lucro antes sequer de ter semeado. Do outro lado da transacção estará, por exemplo, um especulador que acredita que o preço do milho subirá, ou até mesmo uma empresa de moagem de quem o agricultor é fornecedor, que pretende cobrir o seu risco de que o preço do milho venha a subir.
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Em geral, a cobertura de risco usando um instrumento financeiro derivado é eficaz quando gera fluxos monetários ''(cash flows)'' simétricos às alterações no justo valor ou nos fluxos monetários do instrumento coberto, compensando e anulando-as.
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===Especulação e arbitragem===
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Os derivados são transaccionados entre ''hedgers'' que procuram cobrir riscos, entre estes e especuladores e, sobretudo, entre especuladores que, não desejando transaccionar o activo subjacente, pretendem só especular na subida e descida do preço. Na maioria dos mercados de derivados, as transacções de natureza especulativa excedem em muito as de cobertura de risco. Além da especulação pura, o negociador de derivados pode procurar oportunidades de [[arbitragem]] entre diferentes derivados com subjacentes idênticos ou parecidos.
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Em geral, derivados como opções, futuros e ''swaps'', oferecem o melhor retorno possível para uma aposta na subida ou na descida de preço de um activo subjacente. Isto deve-se ao facto de que, para criar, através de um derivado, uma posição semelhante a uma posição no activo subjacente, o investimento de capital é muito menor. No entanto, a variação de preço do derivado acompanha a variação de preço do subjacente. Portanto, para um investimento inicial muito mais reduzido, obtêm-se retornos semelhantes aos do activo, do que resultam rendibilidades muito maiores do que as do investimento directo no subjacente. Adicionalmente, porque o investimento inicial é reduzido, pode-se facilmente criar posições muito [[alavancagem|alavancadas]] bastando para isso aplicar no derivado um montante semelhante ao necessário para criar uma posição não alavancada no activo subjacente.
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Outro uso dos derivados permite criar uma exposição económica a um activo subjacente, quando a exposição directa é demasiado dispendiosa ou proibida por restrições legais ou regulamentares, ou para criar uma [[posição sintética]]. Adicionalmente às [[aposta direccional|posições direccionais]] (isto é, apostas simples na direcção do activo subjacente), os especuladores podem usar derivados para apostar na [[volatilidade]] do activo subjacente. Esta técnica é normalmente usada na especulação com opções.
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==''Cash flows''==
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Os pagamentos entre as [[contraparte]]s podem depender:
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* do preço futuro de um outro activo negociado separadamente (por exemplo, de uma [[acção]]);
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* do nível de um índice determinado separadamente (por exemplo, um índice de acções ou um ''[[heating degree day]]'');
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* da ocorrência de um evento claramente definido (por exemplo, um [[incumprimento]] por parte de uma empresa);
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* de uma [[taxa de juro]];
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* de uma [[taxa de câmbio]];
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* de outro factor.
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==Valorização de derivados==
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Duas formas comuns de valorização de derivados são:
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*[[Preço de mercado]] (''market price''), o preço a que os negociantes estão dispostos a vender e comprar o contrato. A avaliação feita desta forma denomina-se [[mark-to-market]];
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*[[Preço não-arbitrável]] (''arbitrage-free price''), que significa que não existem oportunidades para lucros isentos de risco nestes contratos (ver ''[[rational pricing]]''). A avaliação feita desta forma denomina-se [[mark-to-model]]. Por vezes, resvala para o [[mark-to-myth]].
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===Determinação do preço de mercado===
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Para derivados negociados em bolsa, o [[preço de mercado]] é normalmente transparente (muitas vezes é publicado em tempo real pela bolsa, com base na totalidade de ofertas de compra e de venda para um contrato numa altura do tempo). É mais difícil determinar o preço de mercado dos derivados OTC ou daqueles que são negociados no próprio recinto da bolsa, porque as transacções são manuais e portanto de difícil publicitação automática dos preços. Nos contratos OTC em particular, não existe uma bolsa central para fazer a recolha de transacções e disseminação de preços.
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===Determinação do preço não-arbitrável===
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O [[preço não-arbitrável]] para um contrato de derivados é normalmente complexo e dependente de muitas variáveis. Os preços não-arbitráveis são um dos tópicos centrais da [[matemática financeira]]. O [[processo estocástico]] do preço do activo subjacente é muitas vezes, embora nem sempre, crucial. Uma equação central para a [[valorização de opções]] teórica é a fórmula de [[Black-Scholes]], que é baseada no pressuposto de que os ''cash flows'' de uma [[opção europeia]] podem ser replicados por uma estratégia de compra e venda contínua da acção subjacente. Uma versão simplificada desta técnica de avaliação é o [[modelo binomial de avaliação de opções]] (MBAO).
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==Exemplos de instrumentos derivados==
 
Alguns exemplos comuns de instrumentos derivados são:
 
Alguns exemplos comuns de instrumentos derivados são:
  
 
{| border="1" bordercolor="#ebebeb" cellspacing="0" cellpadding="4"
 
{| border="1" bordercolor="#ebebeb" cellspacing="0" cellpadding="4"
! rowspan="3" bgcolor="#EBEBEB" |SUBJACENTE
+
! rowspan="3" bgcolor="#EBEBEB" |[[Activo subjacente|ACTIVO SUBJACENTE]]
! colspan="5" bgcolor="#EBEBEB" |TIPO DE CONTRATO
+
! colspan="5" bgcolor="#EBEBEB" |[[Contrato|TIPO DE CONTRATO]]
 
|-
 
|-
 
! colspan=2 bgcolor="#EBEBEB" |Instrumentos negociáveis em bolsa
 
! colspan=2 bgcolor="#EBEBEB" |Instrumentos negociáveis em bolsa
 
! colspan=3 bgcolor="#EBEBEB" |Instrumentos negociáveis ao balcão (OTC)
 
! colspan=3 bgcolor="#EBEBEB" |Instrumentos negociáveis ao balcão (OTC)
 
|-
 
|-
! bgcolor="#EBEBEB" |Futuros
+
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Futuro]]s <br/> ''(futures)''
! bgcolor="#EBEBEB" |Opções
+
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Opção|Opções]] <br/> ''(options)''
! bgcolor="#EBEBEB" |''Swaps''
+
! bgcolor="#EBEBEB" |''[[Swap]]s''
! bgcolor="#EBEBEB" |''Forwards''
+
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Contrato a prazo|Contratos a prazo]] <br/> ''(forwards)''
! bgcolor="#EBEBEB" |Opções
+
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Opção OTC|Opções OTC]] <br/> ''(over-the-counter options)''
 
|-
 
|-
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Índice de acções]]
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Índice de acções]]
| Futuro sobre o [[DJIA]] <BR /> Futuro sobre o [[S&P 500]] <BR />Futuro sobre o [[NASDAQ 100]]
+
| Futuro do [[DJIA]] <br/> Futuro do [[S&P 500]] <br/>Futuro do [[NASDAQ 100]]
| Opção sobre o futuro do [[DJIA]] <BR /> Opção sobre o futuro do [[S&P 500]] <BR />Opção sobre o futuro do [[NASDAQ 100]]
+
| Opção sobre o futuro do [[DJIA]] <br/> Opção sobre o futuro do [[S&P 500]] <br/>Opção sobre o futuro do [[NASDAQ 100]]
| [[Swap de acções|''Swap'' de acções]]
+
| [[Swap de acções|''Swap'' de acções]] <br/> ''(equity swap)''
 
| ''Back-to-back''
 
| ''Back-to-back''
 
| n/a
 
| n/a
 
|-
 
|-
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Mercado monetário]]
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Mercado monetário]]
| Futuro sobre o Eurodollar <BR /> Futuro sobre a Euribor
+
| Futuro do [[Eurodollar]] <br/> Futuro da [[Euribor]]
| Opção sobre o futuro do Eurodollar <BR /> Opção sobre o futuro da [[Euribor]]
+
| Opção sobre o futuro do [[Eurodollar]] <br/> Opção sobre o futuro da [[Euribor]]
| [[Swap de taxa de juro|''Swap'' de taxa de juro]]
+
| [[Swap de taxa de juro|''Swap'' de taxa de juro]] <br/> ''(interest rate swap)''
| [[FRA]] ''(Forward rate agreement)''
+
| [[FRA]] <br/> ''(forward rate agreement)''
| ''[[Interest rate cap and floor]]'' <BR /> [[Opção sobre swap|Opção sobre ''swap'']] ''(Swaption)'' <BR /> [[Swap de base|''Swap'' de base]] ''(Basis swap)''
+
| [[Cap de taxa de juro|''Cap'' de taxa de juro]] <br/> ''(interest rate cap)'' <br/> [[Floor de taxa de juro|''Floor'' de taxa de juro]] <br/> ''(interest rate floor)'' <br/> [[Opção sobre swap|Opção sobre ''swap'']] <br/> ''(swaption)'' <br/> [[Swap de base|''Swap'' de base]] <br/> ''(basis swap)''
 
|-
 
|-
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Obrigação]]
 
! bgcolor="#EBEBEB" |[[Obrigação]]
| Futuro sobre uma obrigação
+
| Futuro de uma obrigação <br/> ''(bond future)''
| Opção sobre o futuro da obrigação
+
| Opção sobre o futuro de uma obrigação <br/> ''(option on bond future)''
 
| n/a
 
| n/a
| [[Repo]] ''(Repurchase agreement)''
+
| [[Repo]] <br/> ''(repurchase agreement)''
| [[Opção sobre uma obrigação]]
+
| [[Opção de uma obrigação]] <br/> ''(bond option)''
 
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| [[Single-stock futures|Single-stock future]]
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| [[Futuro de uma acção]] <br/> (''single-stock future'')
| Single-share option
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| [[Opção de uma acção]] <br/> (''single-share option'')
| [[Swap de acções|''Swap'' de acções]]
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| [[Swap de acções|''Swap'' de acções]] <br/> ''(equity swap)''
| [[Repo]] ''(Repurchase agreement)''
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| [[Repo]] <br/> ''(repurchase agreement)''
| [[Stock option]]<br />[[Warrant (finance)|Warrant]]<br />[[Turbo warrant]]
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| [[Opção de uma acção]] <br/> ''(stock option)'' <br/> ''[[Warrant]]'' <br/> ''[[Turbo warrant]]''
 
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| ''FX future''
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| [[Futuro cambial]] <br/> ''(FX future)''
| Opção sobre ''FX future''
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| [[Opção sobre futuro cambial]] <br/> ''(option on FX future)''
| [[Swap de divisa|''Swap'' de divisa]]
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| [[Swap cambial|''Swap'' cambial]] <br/> ''(currency swap)''
| ''FX forward''
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| [[Forward cambial|''Forward'' cambial]] <br/> ''(FX forward)''
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| [[Opção cambial]] <br/> ''(FX option)''
 
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| [[Swap de crédito|''Swap'' de crédito]]
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| [[Swap de crédito|''Swap'' de crédito]] <br/> ''(credit default swap)''
 
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| [[Opção de crédito]]
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Other examples of underlyings are:
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Outros exemplos de subjacentes são:
* [[Economic derivative]]s that pay off according to [[economic report]]s ([http://biz.yahoo.com/c/e.html]) as measured and reported by national statistical agencies
+
* [[Derivado económico|Derivados económicos]] (''economic derivatives''), cujos pagamentos dependem de [[Relatório económico|relatórios económicos]] elaborados e emitidos pelos institutos de estatística nacionais;
*[[Energy derivative]]s that pay off according to a wide variety of indexed energy prices. Usually classified as either physical or financial, where physical means the contract includes actual delivery of the underlying energy commodity (oil, gas, power, etc)
+
* [[Derivado energético|Derivados energéticos]] (''energy derivatives''), cujos pagamentos dependem de vários indíces de preços energéticos. Os contratos são normalmente classificados como físicos ou financeiros, sendo que os físicos incluem a entrega física do activo subjacente (petróleo, gás, energia eléctrica, etc.);
*[[Commodities]]
+
* [[Derivado sobre mercadorias ou matérias-primas|Derivados sobre mercadorias ou matérias-primas]] ''(commodity derivatives)'';
*[[Freight derivatives]]
+
* [[Derivado sobre mercadorias|Derivados sobre tarifas de fretes]] ''(freight derivatives)'';
*[[Inflation derivatives]]
+
* [[Derivado sobre a inflação|Derivados sobre a inflação]] ''(inflation derivatives)'';
*Insurance derivatives
+
* [[Derivado sobre seguros|Derivados sobre seguros]] ''(insurance derivatives)'';
*[[Weather derivatives]]
+
* [[Derivado sobre variáveis climáticas|Derivados sobre variáveis climáticas]] ''(weather derivatives)'';
*[[Credit derivatives]]
+
* [[Derivado de crédito|Derivados de crédito]] ''(credit derivatives)'';
*[[Sports derivatives]]
+
* [[Derivado sobre desporto|Derivados sobre desporto]] ''(sports derivatives)'';
*[[Property derivatives]]
+
* [[Derivado imobiliário|Derivados imobiliários]] ''(property derivatives)''.
  
==Usos==
+
==Instrumentos controversos==
====Cobertura de risco====
+
{{principal|Desastres em derivados}}
Um dos riscos a que os agentes económicos estão sujeitos é o da variação de preço de um determinado activo. De forma a reduzir, ou anular, esse risco foi desenvolvido o mercado de derivados. Uma vez que os preços dos activos do [[mercado à vista]] e dos derivados do [[mercado a prazo]] estão [[correlacção|correlaccionados]], para cobrir este risco basta ao investidor tomar no mercado de derivados uma posição igual mas oposta à do activo que detém.
+
Os derivados são instrumentos financeiros complexos. O seu valor deriva, de formas por vezes complicadas, de outros instrumentos e variáveis bastante complexos em si mesmos. Inicialmente concebidos como mecanismos de transferência de risco, são cada vez mais utilizados para outros fins, como instrumentos especulativos que permitem uma fácil e grande [[alavancagem]]. Este factor tem contribuído para algumas das falências mais espectaculares do mundo financeiro. Entre as mais conhecidas contam-se as de Orange County, na Califórnia, do Barings Bank no Reino Unido, do ''[[hedge fund]]'' Long Term Capital Management e do ''hedge-fund'' Amaranth Multi-strategy Funds.
  
Por exemplo, um agricultor que decide fazer uma cultura de milho sujeita-se ao risco de que o preço do milho entretanto baixe e que meses depois, por altura da colheita, venha a incorrer em perdas. Pode cobrir (''hedge'') este risco vendendo, na altura da sementeira, futuros sobre o milho na quantidade que espera vir a produzir para entrega na altura da colheita, a um preço pré-determinado que lhe garante à partida o lucro antes sequer de ter semeado. Do outro lado da transacção estará, por exemplo, um especulador que acredita que o preço do milho subirá, ou até mesmo uma empresa de moagem de quem o agricultor é fornecedor, que pretende cobrir o seu risco de que o preço do milho venha a subir.
+
No contexto dos instrumentos financeiros derivados, é frequentemente citada uma frase de [[Warren Buffett]] na carta aos accionistas da Berkshire Hathaway referente a 2002, em que Buffett os classifica como armas financeiras de destruição massiva. As suas palavras foram as seguintes:
 +
:«Tentamos estar alerta para o risco de uma qualquer mega-catástrofe e essa postura pode tornar-nos injustificadamente apreensivos acerca das crescentes quantidades de contratos de derivados de longo prazo e dos pesados montantes de dívida a receber que crescem com eles. No entanto, do nosso ponto de vista, os derivados são armas financeiras de destruição massiva, acompanhadas por perigos que, embora agora latentes, são potencialmente letais.» (Warren Buffett, 2003)<ref name=buffett>{{en}} {{cite web
 +
|url=http://www.berkshirehathaway.com/letters/2002pdf.pdf
 +
|title=Carta aos accionistas referente ao ano de 2002
 +
|author=Warren Buffett
 +
|date=21 Fev 2003
 +
|pages=pg. 15
 +
|accessdate=2007-11-15}} «Charlie and I believe Berkshire should be a fortress of financial strength – for the sake of our
 +
owners, creditors, policyholders and employees. We try to be alert to any sort of megacatastrophe risk, and
 +
that posture may make us unduly apprehensive about the burgeoning quantities of long-term derivatives
 +
contracts and the massive amount of uncollateralized receivables that are growing alongside. In our view,
 +
however, derivatives are financial weapons of mass destruction, carrying dangers that, while now latent, are
 +
potentially lethal.»</ref>
  
====Especulação e arbitragem====
+
As preocupações de Warren Buffett em relação ao derivados<ref name=buffett/> centram-se essencialmente nos instrumentos derivados OTC de longo prazo, que são usados por empresas e instituições financeiras e, particularmente, nas seguintes facetas destes instrumentos:
Os derivados são transaccionados entre ''hedgers'' que procuram cobrir riscos, entre estes e especuladores e, sobretudo, entre especuladores que não desejam transaccionar o activo físico subjacente mas pretendem só especular na subida e descida do preço. Na maioria dos mercados de derivados, as transacções de natureza especulativa excedem em muito as de cobertura de risco. Além da especulação pura, o negociador de derivados pode procurar oportunidades de [[arbitragem]] entre diferentes derivados com subjacentes idênticos ou parecidos.
+
  
Em geral, derivados como opções, futuros e ''swaps'', oferecem o melhor retorno possível para uma aposta na subida ou na descida de preço de um activo subjacente. Isto deve-se ao facto de que para criar, através de um derivado, uma posição semelhante a uma posição no activo subjacente, o investimento de capital é muito menor. No entanto, a variação de preço do derivado acompanha a variação de preço do subjacente. Isto tem o efeito de que, para um investimento inicial muito mais reduzido, se obtenham retornos semelhantes aos do activo. E, porque o investimento inicial é reduzido, pode-se facilmente criar posições muito alavancadas com um investimento semelhante ao necessário para criar uma posição não alavancada no activo subjacente.
+
* '''Avaliação a valores míticos''': normalmente, não existe um mercado para os derivados OTC, pelo que estes são avaliados para fins contabilísticos pelas empresas e instituições financeiras usando um [[Avaliar ao valor de um modelo|valor modelado]] ''(mark-to-model)'', em vez de um [[Avaliar ao valor de mercado|valor de mercado]] ''(mark-to-market)''. Regra geral, os contratos com diversos subjacentes e datas de exercício distantes criam oportunidades para as [[contraparte]]s usarem pressupostos de avaliação desfasados da realidade. Segundo Buffett, estes desfasamentos de avaliação não são simétricos, tendendo a favorecer o ''trader'' ou CEO que origina a posição em derivados, nomeadamente na atribuição de bónus. Não é infrequente que estes contratos sejam avaliados como lucrativos por ambas as contrapartes do mesmo contrato, do que resulta a nível global demonstrações de resultados largamente inflacionadas. Esta questão está longe de ser um problema académico. Em anos recentes, deu lugar a fraudes gigantescas como o caso [[Enron]], ou as companhias do sector energético dos Estados Unidos que inflacionaram os seus resultados dessa forma, até tentarem converter em dinheiro as suas receitas contabilisticas de produtos derivados. Buffett designa este tipo de avaliação, com ironia, como [[avaliar ao valor mítico]] ''(mark-to-myth)''.
+
* '''Ampliação de problemas''': os derivados podem exacerbar problemas que surgem por razões completamente distintas. Este efeito ampliador surge porque muitos contratos de derivados exigem que uma companhia cuja [[notação de crédito]] seja reduzida, imediatamente forneça colateral adicional à contraparte. Se a redução da notação de crédito é devida a condições de negócio adversas e esta cláusula contratual é imediatamente accionada, daí resulta uma grande e inesperada exigência de capital colateral. Encontrá-lo pode causar enormes problemas de liquidez e, nalguns casos, despoletar uma nova redução da notação de crédito. O ciclo assim iniciado pode ter consequências fatais para a companhia.
Outro uso dos derivados permite criar uma exposição económica a um activo subjacente quando a exposição directa é demasiado dispendiosa ou proibida por restrições legais ou regulamentares, ou para criar uma posição sintética. [Nota: ligar a venda a descoberto]. Adicionalmente às posições direccionais (isto é, apostas simples na direcção do activo subjacente), os especuladores podem usar derivados para apostar na [[volatilidade]] do activo subjacente. Esta técnica é normalmente usada na especulação com opções.
+
* '''Efeito dominó''': porque os derivados permitem a transferência de risco, é importante que essa transferência ocorra entre contrapartes relativamente estanques em termos do risco transferido. Caso contrário, a diversificação pretendida nos riscos de crédito não é atingida. Um efeito semelhante verifica-se na indústria de seguros e resseguros quando trocam entre si muitas das suas responsabilidades. A história mostra que as crises muitas vezes correlacionam problemas de formas impossíveis de antecipar em tempos tranquilos. Buffett acredita que a nível micro-económico a transferência de riscos através de derivados é normalmente efectiva, mas que a nível macro-económico ela é já perigosa e com tendência para aumentar. Considera que grandes valores de risco, particularmente risco de crédito, está concentrado em relativamente poucos ''dealers'' que, ainda por cima, negoceiam muito risco entre si. Este problema esteve na origem do esforço do FED para impedir a [[Desastres em derivados|liquidação forçada do ''hedge fund'' LTCM]].
  
==Cash flow==
+
Em resultado destes pontos, mesmo os investidores e analistas experientes defrontam-se com grandes problemas para analisar a condição financeira de companhias com grande envolvimento em instrumentos derivados. É frequentemente impossível de determinar o grau de risco que uma instituição incorre. Os governos e bancos centrais não encontraram, até à data, formas efectivas de controlar, ou mesmo monitorizar, os riscos que estes contratos colocam.
The payments between the parties may be determined by:
+
* the price of some other, independently traded asset in the future (e.g., a [[common stock]]);
+
* the level of an independently determined index (e.g., a stock market index or heating-degree-days);
+
* the occurrence of some well-specified event (e.g., a company [[Default (finance)|defaulting]]);
+
* an [[interest rate]];
+
* an [[exchange rate]];
+
* or some other factor.
+
  
Some derivatives are the right to buy or sell the underlying security or commodity at some point in the future for a predetermined price. If the price of the underlying security or commodity moves into the right direction, the owner of the derivative makes money; otherwise, they lose money or the derivative becomes worthless. Depending on the terms of the contract, the potential gain or loss on a derivative can be much higher than if they had traded the underlying security or commodity directly.
+
Estas análises e pontos de vista não parecem ser partilhados por todos os intervenientes nos mercados e entidades reguladoras. O uso de instrumentos derivados é cada vez maior e mesmo [[Alan Greenspan]], ex-presidente do [[Federal Reserve Board]] comentou em 2003 que acreditava que o uso de derivados «suavizou o impacto dos problemas económicos» no início do século XXI.
  
==Valuation==
+
==Ver também==
===Market and arbitrage-free prices===
+
* [[Alavancagem]]
Two common measures of value are:
+
* [[Mercado a prazo]]
*[[Market price]], i.e. the price at which traders are willing to buy or sell the contract
+
* [[Mercado de derivados]]
*[[Arbitrage]]-free price, meaning that no risk-free profits can be made by trading in these contracts; see [[rational pricing]]
+
 
+
===Determining the market price===
+
For exchange-traded derivatives, market price is usually transparent (often published in real time by the exchange, based on all the current bids and offers placed on that particular contract at any one time).
+
Complications can arise with OTC or floor-traded contracts though, as trading is handled manually, making it difficult to automatically broadcast prices. In particular with OTC contracts, there is no central exchange to collate and disseminate prices.
+
 
+
===Determining the arbitrage-free price===
+
The arbitrage-free price for a derivatives contract is often complex, and there are often many different variables to consider. Arbitrage-free pricing is a central topic of [[financial mathematics]]. The [[stochastic process]] of the price of the underlying asset is often, but not always, crucial.
+
A key equation for the theoretical [[valuation of options]] is the [[Black-Scholes formula]], which is based on the assumption that the cash flows from a European stock [[Option (finance)|option]] can be replicated by a continuous buying and selling strategy using only the stock. A simplified version of this valuation technique is the [[binomial options model]].
+
 
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{{weasel|section}}
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==Controversy==
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A negociação especulativa em derivados ganhou grande notoriedade quando, em 1995, [[Nick Leeson]], um ''trader'' do Barings Bank, realizou sem autorização investimentos de fraca qualidade nos futuros sobre os índices. A combinação de uma má decisão de investimento da sua parte, falta de supervisão, um ambiente regulatório ingénuo e acontecimentos externos infelizes como um terramoto em Kobe, causaram que Leeson incorresse num prejuízo de 1,3 mil milhões de USD que levou a instituição financeira secular à falência.
+
 
+
Derivatives are often subject to the following criticisms:
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+
* The use of derivatives can result in '''large losses''' due to the use of leverage. Derivatives allow investors to earn large returns from small movements in the underlying asset's price. However, investors could lose large amounts if the price of the underlying moves against them significantly. There have been several instances of massive losses in derivative markets, including:
+
:* the [[Nick Leeson]] affair in 1994,
+
:* the bankruptcy of [[Orange County, CA]] in 1994, the largest municipal bankruptcy in U.S. history. On December 6, 1994, Orange County declared Chapter 9 bankruptcy, from which it emerged in June 1995. The county lost about $1.6 billion through derivatives trading. Orange County was neither bankrupt nor insolvent at the time; however, because of the strategy the county employed it was unable to generate the cash flows needed to maintain services. Orange County is a good example of what happens when derivatives are used incorrectly and positions liquidated in an unplanned manner; had they not liquidated they would not have lost any money as their positions rebounded.
+
:* the [[bankruptcy]] of [[Long-Term Capital Management]] in 2000, and
+
:* the loss of $6.4 billion in the failed fund [[Amaranth Advisors]], which was long natural gas in 2007.
+
 
+
* Derivatives (especially swaps) expose investors to '''counterparty risk'''. For example, suppose a person wanting a fixed interest rate loan for his business, but finding that banks only offer variable rates, swaps payments with another business who wants a variable rate, synthetically creating a fixed rate for the person. However if the second business goes bankrupt, it can't pay its variable rate and so the first business will lose its fixed rate and will be paying a variable rate again. If interest rates have increased, it is possible that the first business may be adversely affected, because it may not be prepared to pay the higher variable rate. This chain reaction effect worries certain economists{{Fact|date=June 2007}}, who posit that since many derivative contracts are so new, the effect could lead to a large disaster. Different types of derivatives have different levels of risk for this effect. For example, standardized stock options by law require the party at risk to have a certain amount deposited with the exchange, showing that they can pay for any losses; Banks who help businesses swap variable for fixed rates on loans may do credit checks on both parties. However in private agreements between two companies, for example, there may not be benchmarks for performing due diligence and risk analysis. This has been a cause for concern among many economists{{Fact|date=February 2007}}.
+
 
+
* Derivatives pose '''unsuitably high amounts of risk''' for small or inexperienced investors. Because derivatives offer the possibility of large rewards, they offer an attraction even to individual investors. However, speculation in derivatives often assumes a great deal of risk, requiring commensurate experience and market knowledge, especially for the small investor, a reason why some financial planners advise against the use of these instruments. ([http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/.stm]). Derivatives are complex instruments devised as a form of [[insurance]], to transfer risk among parties based on their willingness to assume additional risk, or hedge against it.
+
 
+
* Derivatives typically have a '''large notional value'''. As such, there is the danger that their use could result in losses that the investor would be unable to compensate for. The possibility that this could lead to a chain reaction ensuing in an economic crisis, has been pointed out by legendary investor [[Warren Buffett]] in Berkshire Hathaway's annual report. Buffet stated that he regarded them as 'financial [[weapons of mass destruction]]'. The problem with derivatives is that they control an increasingly larger notional amount of assets and this may lead to distortions in the real capital and equities markets. Investors begin to look at the derivatives markets to make a decision to buy or sell securities and so what was originally meant to be a market to transfer risk now becomes a leading indicator. Many economists{{Fact|date=February 2007}} are worried that derivatives may cause an economic crisis at some point in the future.
+
 
+
Nevertheless, the use of derivatives has its benefits:
+
* Derivatives '''facilitate the buying and selling of risk''', and thus have a positive impact on the [[economic system]]. Although someone loses money while someone else gains money with a derivative, under normal circumstances, trading in derivatives should not adversely affect the economic system because it is not [[zero-sum game|zero sum]] in [[utility]].
+
* Former [[Federal Reserve Board]] chairman [[Alan Greenspan]] commented in 2003 that he believed that the use of derivatives has '''softened the impact of the [[economic downturn]]''' at the beginning of the 21st century.
+
 
+
==Definitions==
+
*[[Bilateral Netting]]: A legally enforceable arrangement between a bank and a counterparty that creates a single legal obligation covering all included individual contracts. This means that a bank’s obligation, in the event of the default or insolvency of one of the parties, would be the net sum of all positive and negative fair values of contracts included in the bilateral netting arrangement.
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+
*[[Credit derivative]]: A contract that transfers [[credit risk]] from a protection buyer to a credit protection seller. Credit derivative products can take many forms, such as credit default options, credit limited notes and total return swaps.
+
 
+
*'''Derivative''': A financial contract whose value is derived from the performance of assets, interest rates, currency exchange rates, or indexes. Derivative transactions include a wide assortment of financial contracts including structured debt obligations and deposits, swaps, futures, options, caps, floors, collars, forwards and various combinations thereof.
+
 
+
*[[Exchange-traded derivative contracts]]: Standardized derivative contracts (e.g. [[futures contract]]s and [[Option (finance)|options]]) that are transacted on an organized futures exchange.
+
 
+
*[[Gross negative fair value]]: The sum of the fair values of contracts where the bank owes money to its counterparties, without taking into account netting. This represents the maximum losses the bank’s counterparties would incur if the bank defaults and there is no netting of contracts, and no bank collateral was held by the counterparties.
+
 
+
*[[Gross positive fair value]]: The sum total of the fair values of contracts where the bank is owed money by its counterparties, without taking into account netting. This represents the maximum losses a bank could incur if all its counterparties default and there is no netting of contracts, and the bank holds no counterparty collateral.
+
 
+
*[[High-risk mortgage security|High-risk mortgage securities]]: Securities where the price or expected average life is highly sensitive to interest rate changes, as determined by the [[FFIEC]] policy statement on high-risk mortgage securities.
+
 
+
*[[Notional amount]]: The nominal or [[face amount]] that is used to calculate payments made on swaps and other risk management products. This amount generally does not change hands and is thus referred to as notional.
+
 
+
*'''[[over-the-counter (finance)|Over-the-counter]] (OTC) derivative contracts''' : Privately negotiated derivative contracts that are transacted off organized futures exchanges.
+
 
+
*[[Structured notes]]: Non-mortgage-backed [[debt securities]], whose cash flow characteristics depend on one or more indices and/or have embedded forwards or options.
+
 
+
*[[Total risk-based capital]]: The sum of [[Tier 1 capital|tier 1]] plus [[tier 2 capital]]. Tier 1 capital consists of [[common shareholders equity]], [[perpetual preferred shareholders equity]] with [[noncumulative dividends]], [[retained earnings]], and [[minority interest]]s in the equity accounts of [[consolidated subsidiaries]]. Tier 2 capital consists of [[subordinated (debt)|subordinated debt]], intermediate-term [[preferred stock]], cumulative and long-term preferred stock, and a portion of a bank’s [[allowance for loan and lease losses]].
+
 
+
==See also==
+
*[[Commodity markets]]
+
*[[Contract for difference]]
+
*[[Derivatives market]]s
+
*[[Financial engineering]]
+
*[[Financial mathematics]]
+
*[[Herfindahl index]]
+
*[[Leverage (finance)|Financial Leverage]]
+
*[[Equity derivative]]
+
 
+
===Associations===
+
*[[International Swaps and Derivatives Association]]
+
 
+
===Lists===
+
*[[List of finance topics]]
+
  
 
==Referências==
 
==Referências==
 
<references />
 
<references />
  
'''Livros'''
+
===Livros===
:*Miller, Merton ''Merton Miller on Derivatives'' Wiley, 1997 ISBN 0474183407
+
*Miller, Merton ''Merton Miller on Derivatives'' Wiley, 1997 ISBN 0474183407
:*Dick Bryan & Michael Rafferty, ''Capitalism with Derivatives: A Political Economy of Financial Derivatives, Capital and Class'' Palgrave Macmillan, 2005 ISBN-13: 978-1403936455
+
*Dick Bryan & Michael Rafferty, ''Capitalism with Derivatives: A Political Economy of Financial Derivatives, Capital and Class'' Palgrave Macmillan, 2005 ISBN-13: 978-1403936455
  
 
==Links relevantes==
 
==Links relevantes==
'''Associações'''
+
===Associações===
:*[http://www.isda.org/ ISDA: Website of International Swaps and Derivatives Association]
+
*{{en}} [http://www.isda.org/ ISDA - International Swaps and Derivatives Association] Página na Internet
:*[http://www.occ.treas.gov/ OCC — Comptroller of the Currency, Administrator of National Banks]
+
*{{en}} [http://www.occ.treas.gov/ OCC — Comptroller of the Currency, Administrator of National Banks] Página na Internet
:*[http://www.bis.org/ Bank for International Settlements]
+
*{{en}} [http://www.bis.org/ BIS - Bank for International Settlements] Página na Internet
:*[http://www.futuresindustry.org/ FIA: Futures Industry Association]
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*{{en}} [http://www.futuresindustry.org/ FIA - Futures Industry Association] Página na Internet
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 +
===Risco===
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*{{en}} [http://www.quantnotes.com/fundamentals/ Quantnotes.com] Artigos de introdução a derivados
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*{{en}} [http://www.riskglossary.com/ Riskglossary.com] Glossário e enciclopédia de risco
  
'''Risco'''
+
===Artigos===
:*[http://www.quantnotes.com/fundamentals/ Quantnotes.com] — introductory articles covering mathematical finance
+
*{{en}} [http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/2817995.stm BBC NEWS | Business |Buffett warns on investment 'time bomb']
:*[http://www.riskglossary.com/ Riskglossary.com] — an online glossary, encyclopedia, and resource locator
+
*{{en}} [http://www.slate.com/id/2142158/?nav=tap3 Slate Magazine | Moneybox |Stocks Are So 20th Century By Daniel Gross] Introdução sumária aos derivados
 +
*{{en}} [http://nikhilnrohan.5u.com/reports.htm Finance Articles]
 +
*{{en}} [http://ria.thomson.com/estore/detail.aspx?id=tdvn&site=wiki Derivatives Financial Products Report from WG&L]
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*{{en}} [http://www.mayerbrownrowe.com/london/practice/article.asp?pnid=1571&id=3648&nid=1575 Derivatives Uncovered: Swaps, Futures, and all that Jazz, Edmund Parker]
 +
*{{en}} [http://www.moneyweek.com/file/19131/a-beginners-guide-to-derivatives.html A beginner's guide to derivatives], ''MoneyWeek'', 29 Set 2006
  
'''Artigos'''
+
===Programação===
:*[http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/2817995.stm BBC NEWS | Business |Buffett warns on investment 'time bomb']
+
*[http://quantlib.org/index.shtml QuantLib, A free/open-source library for quantitative finance]
:*[http://www.slate.com/id/2142158/?nav=tap3 Slate Magazine | Moneybox |Stocks Are So 20th Century By Daniel Gross] — A short introduction to Derivatives
+
:*[http://nikhilnrohan.5u.com/reports.htm Finance Articles]
+
:*[http://ria.thomson.com/estore/detail.aspx?id=tdvn&site=wiki Derivatives Financial Products Report from WG&L]
+
:*[http://www.mayerbrownrowe.com/london/practice/article.asp?pnid=1571&id=3648&nid=1575 Derivatives Uncovered: Swaps, Futures, and all that Jazz, Edmund Parker]
+
:*[http://www.moneyweek.com/file/19131/a-beginners-guide-to-derivatives.html A beginner's guide to derivatives], ''[[MoneyWeek]]'', September 29, 2006
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[[Category:Produtos financeiros]]
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[[Categoria:Produtos financeiros]]
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[[Categoria:Derivados]]
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[[Categoria:Conceitos]]

Edição atual desde as 19h54min de 11 de abril de 2009

<metadesc content="Derivados são instrumentos financeiros cujo valor deriva do valor de outros instrumentos subjacentes. São negociados no mercado a prazo e usados para cobertura de risco (hedging) e especulação. O uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado pelos investidores, porque permite grandes alavancagens cujos prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos." /> <keywords content="derivados, futuros, swaps, opções, opção, swaption, warrant, hedging, cobertura de risco, subjacente, especulação, arbitragem, mark-to-market, mark-to-model, mark-to-myth, alavancagem" />

Negociação de derivados no Chicago Board of Trade.

Derivados (derivatives) são instrumentos financeiros cujo valor deriva do valor de outras coisas. Geralmente tomam a forma de contratos, que estabelecem trocas de dinheiro (cash flows) entre duas partes, numa data futura. O montante destas trocas, ou pagamentos, pode variar com base no valor de um activo subjacente (underlying asset). A duração dos contratos pode ir desde alguns meses a 20 ou mais anos.

Quando se negoceia um derivado estamos no mercado a prazo (forward market) já que se contrata hoje mas só se entrega amanhã. O seu principal uso é a cobertura do risco (hedging) de uma das partes do contrato, transferindo esse risco para a contraparte, que o aceita em troca de um retorno potencialmente substancial. Os derivados são também amplamente utilizados para especulação, nomeadamente quando se trata de derivados padronizados, cotados em mercados regulamentados.

A vasta gama de riscos que se pode pretender transferir, ou seja, de possíveis activos subjacentes e de alternativas de pagamento, deu lugar a que um número imenso de contratos de derivados estejam disponíveis para negociação nos mercados. Os principais tipos de derivados são os futuros (futures), os contratos a prazo (forwards), as opções (options) e os swaps. Também são derivados os warrants autónomos e os certificados.

Os derivados podem ter como activos subjacentes mercadorias e matérias-primas, acções, obrigações, taxas de juro, taxas de câmbio, ou índices (tais como índices de acções, índices de preços no consumidor (inflação), índices sobre condições atmosféricas, ou até índices sobre outros derivados). É o desempenho destes activos e índices que determina tanto o montante como o ritmo dos pagamentos que resultam do derivado.

O uso de derivados deve ser cuidadosamente considerado pelos investidores, porque permite grandes alavancagens cujos prejuízos podem exceder largamente o capital investido nestes instrumentos.

Tipos de derivados

Os principais tipos de instrumentos derivados são os seguintes.

Contratos a prazo

18px Ver artigo principal: Contrato a prazo.

Contratos a prazo (forwards ou forward contracts), são contratos de compra ou venda de um activo subjacente numa data específica futura. O activo pode ser um bem ou mercadoria (physical commodity), como por exemplo milho ou trigo, ou um activo financeiro (financial commodity), como uma divisa. O valor do contrato a prazo deriva do valor do bem ou activo financeiro subjacente.

Futuros

18px Ver artigo principal: Futuro.

Futuros, são contratos a prazo garantidos por uma câmara de compensação. Assim, os negociadores de futuros não têm de preocupar-se com o risco de crédito da sua contraparte. Só precisam preocupar-se com o risco de crédito da câmara de compensação. Porque os futuros são padronizados e porque a câmara de compensação age como comprador para todos os vendedores e vendedor para todos os compradores, um negociante que abre uma posição comprando um contrato a outro pode fechá-la vendendo o contrato a um terceiro. Não precisa de comprá-lo e vendê-lo à mesma contraparte para fechar a posição.

Opções

18px Ver artigo principal: Opção.

Opções, são contratos que dão ao possuidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um activo subjacente numa data específica futura a um determinado preço fixo, designado preço de exercício ou strike price. Uma call (call option) é uma opção de compra a um preço de exercício. Uma put (put option) é uma opção de venda a um preço de exercício. Se o detentor de uma opção a puder exercer em qualquer momento anterior à data de exercício, estamos perante uma opção de tipo americano. Se só a puder exercer na data de exercício estamos perante uma opção de tipo europeu. O valor dos contratos de opções depende do valor dos activos subjacentes.

Opções sobre futuros

Opções sobre futuros, são contratos de opções sobre contratos de futuros. O detentor de uma call sobre um contrato de futuros tem o direito de comprar o futuro a um determinado preço de exercício. De igual forma, o detentor de uma put sobre um contrato de futuros tem o direito de vender o futuro a um determinado preço de exercício. Os contratos de opções sobre futuros são negociados nas mesmas bolsas onde são negociados os contratos de futuros subjacentes.

Swaps

18px Ver artigo principal: Swap.

Swaps, são contratos de permuta de dois fluxos monetários (cash flows) futuros. Um fluxo monetário é uma série de pagamentos. Um swap de taxa de juro estabelece a troca de uma série de pagamentos futuros a uma taxa de juro fixa, por uma série de pagamentos futuros a uma taxa de juro variável. Ao subscrever o contrato, são negociados os pagamentos a taxa fixa e estabelecida a fórmula de cálculo dos pagamentos a taxa variável. Um swap cambial, ou swap de divisas, estabelece a troca de uma série de pagamentos fixos futuros numa divisa por uma série de pagamentos futuros noutra divisa. O valor destes contratos depende do valor dos fluxos monetários que serão trocados.

Swaptions

Swaptions são opções sobre swaps. Um negociador que detenha uma swaption call tem o direito de comprar um swap ao preço de exercício (strike) estabelecido.

Terminologia e noções de base

Os contratos de derivados são criados pelos vendedores quando inicialmente os vendem. Têm, portanto, uma oferta líquida nula (zero net supply). A soma de todas as posições longas menos a soma de todas as posições curtas é sempre zero.

Todos os contratos de derivados têm características futuras: o seu valor depende de acontecimentos futuros. Por exemplo, os preços dos futuros, das opções e dos forwards dependem do valor futuro dos seus subjacentes.

Praticamente todos os derivados têm uma data de expiração. Nessa data, os negociantes fazem a liquidação final e o contrato expira. Os contratos que não expiram têm vida infinita (infinitely lived).

A liquidação destes contratos pode ser física, ou financeira. Um contrato com liquidação física estabelece que o vendedor entrega ao comprador o instrumento subjacente na altura acordada. Na mesma altura, o comprador paga em dinheiro essa entrega, ao preço acordado. Na liquidação financeira, o vendedor entrega ao comprador o valor em dinheiro do activo subjacente na altura acordada. Ao mesmo tempo, o comprador paga o preço de compra acordado. Neste caso, na prática, os negociantes transferem apenas a diferença entre o valor e o preço. Se o derivado for um contrato de futuros, esta diferença pode ser negativa, pelo que o vendedor paga ao comprador a diferença. Se o derivado for uma opção, a diferença nunca será negativa porque os detentores do contrato nunca exercem a opção, pois, ao fazê-lo, teriam de efectuar pagamentos adicionais.

Os contratos de derivados têm sempre um tamanho nocional ou valor nocional, que é o valor total do activo subjacente controlado pelo derivado. Para contratos com liquidação física, o tamanho nocional é simplesmente a quantidade que o vendedor deve entregar. Para os de liquidação financeira, uma fórmula quantifica o valor nocional que determina a liquidação financeira final. Os swaps têm um capital nocional (ou montante nocional) sobre o qual são calculados os juros que constituem os fluxos monetários (cash flows) permutados.

Muitos contratos de derivados estabelecem que os compradores e vendedores façam regularmente pagamentos de variação de margem. Os pagamentos de variação de margem transferem regularmente dinheiro dos compradores para os vendedores, ou dos vendedores para os compradores, de forma a ajustar os preços dos contratos de forma a reflectirem as condições de mercado da altura. Este procedimento garante que os valores dos contratos se mantêm inalterados apesar da variação das condições do mercado e reduz a possibilidade de incumprimento dos negociantes na expiração dos contratos.

As opções e quaisquer derivados que tenham uma opção embebida são derivados não-lineares, porque a opção de exercício, do comprador, não tem uma opção equivalente e oposta do lado do vendedor, gerando uma assimetria. Os contratos a prazo (forwards), os futuros (futures) e os swaps são derivados lineares.

Negociáveis ao balcão (OTC) ou em bolsa

Grosso modo, os contratos de derivados podem dividir-se em dois grandes grupos pela forma como são negociados:

  • Derivados OTC (over-the-counter), são contratos negociados fora de bolsa, directamente entre as duas partes envolvidas, sem passar por qualquer intermediário. Os swaps, os FRAs (forward rate agreements) e as opções exóticas (exotic options) são quase sempre transaccionados desta forma. O mercado de derivados OTC é substancial. De acordo com o BIS (Bank for International Settlements), no final de 2006 o montante nocional emitido nos mercados globais foi de 415 biliões (1012) de USD, incluindo CDSs.<ref>((en)) BIS (2007-05). OTC derivatives market activitity in the second half of 2006 pg. 7. Consultado a 2007-11-12. Relatório do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no final de 2006, o montante nocional bruto emitido foi de 415 biliões (1012) de USD, e o valor de mercado bruto foi de 9,7 biliões (1012) de USD. O montante nocional emitido é o valor nominal ou nocional bruto de todas as transacções concluídas, mas não liquidadas até à data de notificação (pg. 5). O valor de mercado bruto é a soma do valor absoluto de todos os contratos em aberto com os valores de substituição quer positivos quer negativos avaliados ao preço de mercado na mesma data. (pg. 5)</ref>
  • Derivados negociáveis em bolsa, são os instrumentos derivados que são negociados através de mercados de derivados especializados ou de outras bolsas. Um mercado de derivados age como intermediário de todas as transacções relaccionadas, e recebe uma margem inicial de ambas as partes da transacção que serve de garantia. De acordo com o BIS (Bank for International Settlements), o turnover combinado dos mercados de derivados de todo o mundo totalizou 1800 biliões (1015) de USD no ano de 2006.<ref>((en)) BIS (2007-09). BIS Quarterly Review pg. 108. Consultado a 2007-11-12. Relatório trimestral do Bank for International Settlements. Segundo este relatório, no ano de 2006, o volume de negócios nos mercados globais de futuros foi de 1261 biliões (1012) de USD. O volume de negócios nos mercados globais de opções foi de 546 biliões (1012) de USD. </ref> Por número de transacções, os maiores mercados mundiais de derivados são o Korea Exchange (onde são listados futuros e opções sobre o Índice KOSPI), o Eurex (onde é listada uma vasta gama de instrumentos europeus sobre taxas de juro e índices) e o CME Group.
    Alguns tipos de instrumentos derivados podem também ser listados nas bolsas tradicionais. Por exemplo, instrumentos híbridos como obrigações convertíveis e/ou preferred convertibles podem ser listados em bolsas de valores ou de obrigações. Também os warrants (ou direitos) podem ser listados em bolsas de valores.

Usos

Cobertura de risco

Um dos riscos a que os agentes económicos estão sujeitos é o da variação de preço de um determinado activo. De forma a reduzir ou anular esse risco, foi desenvolvido o mercado de derivados. Uma vez que os preços dos activos do mercado à vista e dos derivados do mercado a prazo estão correlaccionados, para cobrir o risco basta ao investidor tomar no mercado de derivados uma posição igual mas oposta à do activo que detém.

Por exemplo, um agricultor que decide fazer uma cultura de milho sujeita-se ao risco de que o preço do milho entretanto baixe e que meses depois, por altura da colheita, venha a incorrer em perdas. Pode cobrir (hedge) este risco vendendo, na altura da sementeira, futuros sobre o milho na quantidade que espera vir a produzir para entrega na altura da colheita, a um preço pré-determinado que lhe garante à partida o lucro antes sequer de ter semeado. Do outro lado da transacção estará, por exemplo, um especulador que acredita que o preço do milho subirá, ou até mesmo uma empresa de moagem de quem o agricultor é fornecedor, que pretende cobrir o seu risco de que o preço do milho venha a subir.

Em geral, a cobertura de risco usando um instrumento financeiro derivado é eficaz quando gera fluxos monetários (cash flows) simétricos às alterações no justo valor ou nos fluxos monetários do instrumento coberto, compensando e anulando-as.

Especulação e arbitragem

Os derivados são transaccionados entre hedgers que procuram cobrir riscos, entre estes e especuladores e, sobretudo, entre especuladores que, não desejando transaccionar o activo subjacente, pretendem só especular na subida e descida do preço. Na maioria dos mercados de derivados, as transacções de natureza especulativa excedem em muito as de cobertura de risco. Além da especulação pura, o negociador de derivados pode procurar oportunidades de arbitragem entre diferentes derivados com subjacentes idênticos ou parecidos.

Em geral, derivados como opções, futuros e swaps, oferecem o melhor retorno possível para uma aposta na subida ou na descida de preço de um activo subjacente. Isto deve-se ao facto de que, para criar, através de um derivado, uma posição semelhante a uma posição no activo subjacente, o investimento de capital é muito menor. No entanto, a variação de preço do derivado acompanha a variação de preço do subjacente. Portanto, para um investimento inicial muito mais reduzido, obtêm-se retornos semelhantes aos do activo, do que resultam rendibilidades muito maiores do que as do investimento directo no subjacente. Adicionalmente, porque o investimento inicial é reduzido, pode-se facilmente criar posições muito alavancadas bastando para isso aplicar no derivado um montante semelhante ao necessário para criar uma posição não alavancada no activo subjacente.

Outro uso dos derivados permite criar uma exposição económica a um activo subjacente, quando a exposição directa é demasiado dispendiosa ou proibida por restrições legais ou regulamentares, ou para criar uma posição sintética. Adicionalmente às posições direccionais (isto é, apostas simples na direcção do activo subjacente), os especuladores podem usar derivados para apostar na volatilidade do activo subjacente. Esta técnica é normalmente usada na especulação com opções.

Cash flows

Os pagamentos entre as contrapartes podem depender:

  • do preço futuro de um outro activo negociado separadamente (por exemplo, de uma acção);
  • do nível de um índice determinado separadamente (por exemplo, um índice de acções ou um heating degree day);
  • da ocorrência de um evento claramente definido (por exemplo, um incumprimento por parte de uma empresa);
  • de uma taxa de juro;
  • de uma taxa de câmbio;
  • de outro factor.

Valorização de derivados

Duas formas comuns de valorização de derivados são:

Determinação do preço de mercado

Para derivados negociados em bolsa, o preço de mercado é normalmente transparente (muitas vezes é publicado em tempo real pela bolsa, com base na totalidade de ofertas de compra e de venda para um contrato numa altura do tempo). É mais difícil determinar o preço de mercado dos derivados OTC ou daqueles que são negociados no próprio recinto da bolsa, porque as transacções são manuais e portanto de difícil publicitação automática dos preços. Nos contratos OTC em particular, não existe uma bolsa central para fazer a recolha de transacções e disseminação de preços.

Determinação do preço não-arbitrável

O preço não-arbitrável para um contrato de derivados é normalmente complexo e dependente de muitas variáveis. Os preços não-arbitráveis são um dos tópicos centrais da matemática financeira. O processo estocástico do preço do activo subjacente é muitas vezes, embora nem sempre, crucial. Uma equação central para a valorização de opções teórica é a fórmula de Black-Scholes, que é baseada no pressuposto de que os cash flows de uma opção europeia podem ser replicados por uma estratégia de compra e venda contínua da acção subjacente. Uma versão simplificada desta técnica de avaliação é o modelo binomial de avaliação de opções (MBAO).

Exemplos de instrumentos derivados

Alguns exemplos comuns de instrumentos derivados são:

ACTIVO SUBJACENTE TIPO DE CONTRATO
Instrumentos negociáveis em bolsa Instrumentos negociáveis ao balcão (OTC)
Futuros
(futures)
Opções
(options)
Swaps Contratos a prazo
(forwards)
Opções OTC
(over-the-counter options)
Índice de acções Futuro do DJIA
Futuro do S&P 500
Futuro do NASDAQ 100
Opção sobre o futuro do DJIA
Opção sobre o futuro do S&P 500
Opção sobre o futuro do NASDAQ 100
Swap de acções
(equity swap)
Back-to-back n/a
Mercado monetário Futuro do Eurodollar
Futuro da Euribor
Opção sobre o futuro do Eurodollar
Opção sobre o futuro da Euribor
Swap de taxa de juro
(interest rate swap)
FRA
(forward rate agreement)
Cap de taxa de juro
(interest rate cap)
Floor de taxa de juro
(interest rate floor)
Opção sobre swap
(swaption)
Swap de base
(basis swap)
Obrigação Futuro de uma obrigação
(bond future)
Opção sobre o futuro de uma obrigação
(option on bond future)
n/a Repo
(repurchase agreement)
Opção de uma obrigação
(bond option)
Acção Futuro de uma acção
(single-stock future)
Opção de uma acção
(single-share option)
Swap de acções
(equity swap)
Repo
(repurchase agreement)
Opção de uma acção
(stock option)
Warrant
Turbo warrant
Mercado cambial Futuro cambial
(FX future)
Opção sobre futuro cambial
(option on FX future)
Swap cambial
(currency swap)
Forward cambial
(FX forward)
Opção cambial
(FX option)
Crédito n/a n/a Swap de crédito
(credit default swap)
n/a Opção de crédito
(credit default option)

Outros exemplos de subjacentes são:

Instrumentos controversos

18px Ver artigo principal: Desastres em derivados.

Os derivados são instrumentos financeiros complexos. O seu valor deriva, de formas por vezes complicadas, de outros instrumentos e variáveis bastante complexos em si mesmos. Inicialmente concebidos como mecanismos de transferência de risco, são cada vez mais utilizados para outros fins, como instrumentos especulativos que permitem uma fácil e grande alavancagem. Este factor tem contribuído para algumas das falências mais espectaculares do mundo financeiro. Entre as mais conhecidas contam-se as de Orange County, na Califórnia, do Barings Bank no Reino Unido, do hedge fund Long Term Capital Management e do hedge-fund Amaranth Multi-strategy Funds.

No contexto dos instrumentos financeiros derivados, é frequentemente citada uma frase de Warren Buffett na carta aos accionistas da Berkshire Hathaway referente a 2002, em que Buffett os classifica como armas financeiras de destruição massiva. As suas palavras foram as seguintes:

«Tentamos estar alerta para o risco de uma qualquer mega-catástrofe e essa postura pode tornar-nos injustificadamente apreensivos acerca das crescentes quantidades de contratos de derivados de longo prazo e dos pesados montantes de dívida a receber que crescem com eles. No entanto, do nosso ponto de vista, os derivados são armas financeiras de destruição massiva, acompanhadas por perigos que, embora agora latentes, são potencialmente letais.» (Warren Buffett, 2003)<ref name=buffett>((en)) Warren Buffett (21 Fev 2003). Carta aos accionistas referente ao ano de 2002 pg. 15. Consultado a 2007-11-15. «Charlie and I believe Berkshire should be a fortress of financial strength – for the sake of our

owners, creditors, policyholders and employees. We try to be alert to any sort of megacatastrophe risk, and that posture may make us unduly apprehensive about the burgeoning quantities of long-term derivatives contracts and the massive amount of uncollateralized receivables that are growing alongside. In our view, however, derivatives are financial weapons of mass destruction, carrying dangers that, while now latent, are potentially lethal.»</ref>

As preocupações de Warren Buffett em relação ao derivados<ref name=buffett/> centram-se essencialmente nos instrumentos derivados OTC de longo prazo, que são usados por empresas e instituições financeiras e, particularmente, nas seguintes facetas destes instrumentos:

  • Avaliação a valores míticos: normalmente, não existe um mercado para os derivados OTC, pelo que estes são avaliados para fins contabilísticos pelas empresas e instituições financeiras usando um valor modelado (mark-to-model), em vez de um valor de mercado (mark-to-market). Regra geral, os contratos com diversos subjacentes e datas de exercício distantes criam oportunidades para as contrapartes usarem pressupostos de avaliação desfasados da realidade. Segundo Buffett, estes desfasamentos de avaliação não são simétricos, tendendo a favorecer o trader ou CEO que origina a posição em derivados, nomeadamente na atribuição de bónus. Não é infrequente que estes contratos sejam avaliados como lucrativos por ambas as contrapartes do mesmo contrato, do que resulta a nível global demonstrações de resultados largamente inflacionadas. Esta questão está longe de ser um problema académico. Em anos recentes, deu lugar a fraudes gigantescas como o caso Enron, ou as companhias do sector energético dos Estados Unidos que inflacionaram os seus resultados dessa forma, até tentarem converter em dinheiro as suas receitas contabilisticas de produtos derivados. Buffett designa este tipo de avaliação, com ironia, como avaliar ao valor mítico (mark-to-myth).
  • Ampliação de problemas: os derivados podem exacerbar problemas que surgem por razões completamente distintas. Este efeito ampliador surge porque muitos contratos de derivados exigem que uma companhia cuja notação de crédito seja reduzida, imediatamente forneça colateral adicional à contraparte. Se a redução da notação de crédito é devida a condições de negócio adversas e esta cláusula contratual é imediatamente accionada, daí resulta uma grande e inesperada exigência de capital colateral. Encontrá-lo pode causar enormes problemas de liquidez e, nalguns casos, despoletar uma nova redução da notação de crédito. O ciclo assim iniciado pode ter consequências fatais para a companhia.
  • Efeito dominó: porque os derivados permitem a transferência de risco, é importante que essa transferência ocorra entre contrapartes relativamente estanques em termos do risco transferido. Caso contrário, a diversificação pretendida nos riscos de crédito não é atingida. Um efeito semelhante verifica-se na indústria de seguros e resseguros quando trocam entre si muitas das suas responsabilidades. A história mostra que as crises muitas vezes correlacionam problemas de formas impossíveis de antecipar em tempos tranquilos. Buffett acredita que a nível micro-económico a transferência de riscos através de derivados é normalmente efectiva, mas que a nível macro-económico ela é já perigosa e com tendência para aumentar. Considera que grandes valores de risco, particularmente risco de crédito, está concentrado em relativamente poucos dealers que, ainda por cima, negoceiam muito risco entre si. Este problema esteve na origem do esforço do FED para impedir a liquidação forçada do hedge fund LTCM.

Em resultado destes pontos, mesmo os investidores e analistas experientes defrontam-se com grandes problemas para analisar a condição financeira de companhias com grande envolvimento em instrumentos derivados. É frequentemente impossível de determinar o grau de risco que uma instituição incorre. Os governos e bancos centrais não encontraram, até à data, formas efectivas de controlar, ou mesmo monitorizar, os riscos que estes contratos colocam.

Estas análises e pontos de vista não parecem ser partilhados por todos os intervenientes nos mercados e entidades reguladoras. O uso de instrumentos derivados é cada vez maior e mesmo Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve Board comentou em 2003 que acreditava que o uso de derivados «suavizou o impacto dos problemas económicos» no início do século XXI.

Ver também

Referências

<references />

Livros

  • Miller, Merton Merton Miller on Derivatives Wiley, 1997 ISBN 0474183407
  • Dick Bryan & Michael Rafferty, Capitalism with Derivatives: A Political Economy of Financial Derivatives, Capital and Class Palgrave Macmillan, 2005 ISBN-13: 978-1403936455

Links relevantes

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Risco

Artigos

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