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Autor Tópico: Livros  (Lida 71176 vezes)

hermes

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Re: Livros
« Responder #340 em: 2018-12-03 20:03:18 »
Não há nada que proíba que se parta a toxa em 4 bocados, pelo que a travessia é possível em 8 minutos.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Zenith

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Re: Livros
« Responder #341 em: 2018-12-03 20:59:37 »
Esse probelema é bastante conhecido e como já sabia não tenho nenhum mérito mas há 2 soluções para os percursos

(1,2)I --> (1)V --> (8,5)I --> (2)V --> (1,2)I (I: ida, V: volta)
ou
(1,2)I --> (2)V --> (8,5)I --> (1)V --> (1,2)I
Tempos 2+1+8+2+2=15 ou 2+2+8+1+2=15
o que tem 5 minutos podia ser 3,4,5,6 ou 7

A ideia que pode ser generalizada a qq nº par é posicionar os dois mais rápidos nos extremos para que o tempo de retorno da tocha seja o mais rápido possível e agrupar os mais lentos 2 a 2 e os mais proximos possiveis para que os tempos na ida fiquem o mais próximo possível da média.

vbm

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Re: Livros
« Responder #342 em: 2018-12-03 21:15:15 »
Bem, posso dizer a solução na literalidade da sua singeleza,
embora não tenha sido  dessa forma que encontrei
o 'como', antes pela somação de tempos
de percurso subtraídos ao plafond
dos 15', Cheguei a tergiversar,
imaginando deixar alguém
às escuras no meio
da ponte, a ver

se poupava tempo!
Nada feito.

A primazia a dar às premissas é óbvia (a posteriori):
- colocar em cada margem os mais rápidos
como estafetas das tochas.

E assim é!

O 1 e o 2 (refiro-os pela sua velocidade)
vão juntos mais a tocha no 1º percurso.
O 1 regressa à base com a tocha.

Resultado tempo gasto, saldo (3;12)

Os lentos, o 8 e o 5 vão juntos para
a outra margem, dão a tocha ao 2,
que regressa.

Resultado acumulado (t;s) = (13;2)

O 2 chega à base e parte com o 1
para a outra margem

Resultado acumulado (t;s) = (15;0)


Tenho tentado menos de 15',
porque o enunciado do problema
parece sugerir ser possível,
mas não descobri.

D. Antunes

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Re: Livros
« Responder #343 em: 2018-12-04 00:51:28 »
Não há nada que proíba que se parta a toxa em 4 bocados, pelo que a travessia é possível em 8 minutos.

Ou menos, se chegares a tocha ao traseiro do mais lento.
Fora isso, o mínimo é mesmo 15.

“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

vbm

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Re: Livros
« Responder #344 em: 2018-12-04 19:12:42 »
Um enunciado sensacional
do livro do Dennett (p.38):



«Purposes and reasons are as real as colours.»

-:)

vbm

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Re: Livros
« Responder #345 em: 2018-12-11 20:04:12 »
Há três ou quatro clássicos que há imensos anos desejo encetar ler;
já os tenho iniciado, mas acabando por os interromper
por não ter condições de prosseguir, outras leituras
se intercalando...

Mas hei-de-os ler e sei que vou gostar:

A Divina Comédia, de Dante.

[…]



Estou em vias de acabar o Canto I, o do Inferno.

É interessante, aqueles tercetos sintéticos,
obrigam uma leitura quase programação
de computador a inteligir nos efeitos
de compreensão que causa!

-:))

Automek

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Re: Livros
« Responder #346 em: 2018-12-12 10:09:40 »
É uma pena quando estes clássicos não podem ser lidos na língua original (por desconhecimento da língua por parte do leitor ou, conhecendo, por não ter um vocabulário suficientemente erudito em língua estrangeira para perceber a obra).
A tradução, por muito boa que seja, mata uma parte da alma da obra. Pensemos, por exemplo, nos Lusíadas. O trabalho indescritível do Camões de ter as rimas cruzadas, conjugadas com o pormenor fantástico da acentuação nas sextas e décimas sílabas perde-se por completo numa tradução.

Claro, melhor conhecer a obra traduzida do que não a conhecer. Mas fica-se a pensar como seria a leitura no original.

vbm

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Re: Livros
« Responder #347 em: 2018-12-12 12:54:13 »
A edição que sigo é bilingue do Vasco Graça-Moura.
No caso do Italiano, dá gosto ler, às vezes, a página à esquerda.
Isso porque nós quase percebemos o Italiano. Quase, pois falta-lhe o «quase».

Lembro-me sempre (dos jornais, claro) dos acordos de Paz da Frelimo em Roma,
em que assinaram e só depois é que perceberam que as traduções 'espontâneas'
estavam mal feitas e não era nada daquilo que se tinha entendido! lol

Por acaso, dá-se que tenho uma edição mesmo italiana, em pequeno formato
de três volumes, em, parece, italiano antigo, mesmo do tempo de Dante.

Dessa só me atrevo a ver as gravuras, algumas, que tem,
designadamente, uma em que os condenados
numa das fossas do 8º círculo do Inferno,
andam com a cabeça toda revirada
pró rabo, que nem percebo
se caminham pra frente
ou pra trás!

Mas o que me está a impressionar
é mesmo o que disse: a escrita
é escorreita, severa, precisa.

Como que nos encaminha
ao entendimento visual
daquilo que diz estar
a passar-se!

É quase como uma instrução
de entrada nas cenas.

De resto, é uma invectiva
contra a Igreja de Roma
e os políticos de
Florença.

Uma coisa interessantíssima a ler autores 'antigos'
é, justamente, os livros que eles não leram
pois que lhes são posteriores.
Surpreende, por vezes,
a actualidade viva
do que dizem.

Quando assim não é,
não deixa de haver gosto
a seguir o raciocínio do autor -:)


Olha um caso de actualidade numa estrofe de Camões
que apareceu recente, no Facebook:

Canto IX, estrofe 28.

 Vê que aqueles que devem à pobreza
 Amor divino, e ao povo, caridade,
 Amam somente mandos e riqueza,
 Simulando justiça e integridade.
 Da feita tirania e de aspereza
 Fazem direito e vã severidade.
 Leis em favor do Rei se estabelecem;
 As em favor do povo só perecem.
« Última modificação: 2018-12-12 18:21:08 por vbm »

vbm

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Re: Livros
« Responder #348 em: 2018-12-17 20:19:43 »
Um outro problema do Daniel C. Dennett,
no seu From Bacteria to Bach and Back
está na pág. 108 : «Peça a um amigo
que pense num número de 0 a 8.»

Descubra-o, pelas respostas
dadas a três perguntas suas.

Um caso de lógica binária de programação simples,
«A?: sim / não; B?: sim / não; é C? sim: é X; não: é Y»

É giro.

Como havia um erro na grafia do exemplo
foi interessante ter de 'programar' no papel
as bifurcações implicadas! -:)

« Última modificação: 2018-12-17 22:47:24 por vbm »

vbm

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Re: Livros
« Responder #349 em: 2018-12-18 11:24:32 »
E lá acabei o Canto I - O Inferno

Repito que impressiona
ver a complexidade
expressa
na brevidade de tercetos!

Mas, o efeito requer
que já haja o conhecimento
histórico, filosófico e político
do que se passou e está em causa.

Em parte, é o meu caso.
Uma segunda leitura poderá
contudo ser ainda mais interessante
com mais 'miradas' ao texto italiano -:)

Gostei do conselho ou do expediente
usado pelo vianDante em certo momento
da visita, de resto sempre guiado por Vergílio:

«Seguíamos cos dez demos vilões:
ah, feroz companhia! mas na igreja
cos santos, na taverna cos glutões.»


(O Inferno, XXII, 13-15)


Até que me lembra um 'episódio', hum…
Aqui há uns anos tive de ir a Chelas.
Diziam-me na empresa, é perigoso…

Claro que sou do Porto, e responder-lhes-ia,
lá, «É perigoso, o Caraças!» - aliás, como é uso chamar
ao, "dono disto tudo", pois é o que se ouve na minha
terra, sobre o que quer que seja: «Isso, é do Caraças!»


Como estava e estou em Lisboa, traduzi
somente: «Vou amanhã!» Digo: não
tracei plano nenhum de como fazer!

Guiei-me pela imanência do meio
e das circunstâncias. Abeirei-me
de carro a um peão, preto, claro!
e perguntei-lhe se sabia onde era
fulano ou beltrano a rua tal!

Sim, sabia: fi-lo entrar no carro;
foi meu guia no inóspito dédalo
de Chelas. Tudo perfeito!
Un point c'est tout.

vbm

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Re: Livros
« Responder #350 em: 2019-01-03 19:58:28 »


Uma graça de um discípulo de Dennett,
a propósito da filosofia do Uno de Parménides,
que assim ironizava sobre tal minimalismo ontológico:

«Parménides is the philosopher who said:
"There is just one thing, and I'm not it"»
(«Há só uma coisa, e não sou eu.») (p.122)

-:))

vbm

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Re: Livros
« Responder #351 em: 2019-01-04 16:25:40 »
Citar
Há três ou quatro clássicos que [ ]
hei-de ler, [entre eles]:

A Divina Comédia, de Dante.

O Canto II, o Purgatório, é-o.
Mas concluído está!

{o 'mec' tem razão! É um mergulho
num reino, numa cultura, visão do mundo,
que só conhecemos por dela ter ouvido falar…
Seria interessante ler uma divina comédia
deste nosso século 'vinte+um' -:)}




vbm

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Re: Livros
« Responder #352 em: 2019-01-05 07:31:46 »
Ontem ouvi na televisão o Fiolhais sobre os computadores quânticos.

Antes, no mesmo programa, - mas não sei em que canal -, tinha ouvido
a entrevista de um engenheiro português sobre a inteligência artificial.

Ambos confirmam que a capacidade de cálculo nos novos computadores
quânticos irá superar em várias ordens de grandeza os actuais processadores
digitais.

Li o artigo da Wikipédia sobre o qubit
e percebe-se pelas coordenadas complexas a+ib, os estados informacionais 0 e 1.

Porém, o que não vislumbro é como é que se fixa a sucessão sobreposta de 0's e 1's,
de uma mesma partícula subatómica, sucessiva no tempo (suponho)
a uma velocidade estonteante, sem que  tal sequência se repita
sem erro ou alteração!

Fiolhais alertou que a dificuldade é o aquecimento
pois os computadores quânticos que já existem
e funcionam, conseguem-no a temperaturas
vizinhas do zero absoluto!

Na verdade, miniaturizar os circuitos electrónicos
nos processadores tem por limite o átomo;
ora, ingressar nas partículas do átomo,
além da velocidade de cálculo
(em que tudo pode experimentar-se,
probabilizando eventos quase ao infinito!)
vai ser uma híper revolução na investigação!

Mas conseguir-se-á?
« Última modificação: 2019-01-05 17:03:46 por vbm »

vbm

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Re: Livros
« Responder #353 em: 2019-01-05 08:00:19 »
Interessante no artigo do qubit,
a sequência fixa do que chama
«registador quântico» que
permite aplicar multiusos
sequências regulares
de cálculo lógico,

aquilo que Dennett chama «memes»,
equiparáveis a genes das espécies vivas.

vbm

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Re: Livros
« Responder #354 em: 2019-01-05 08:03:24 »
De qualquer modo especular a origem
seja do mundo inanimado seja do vivente
requer acertar na 'sopa' de ingredientes
de um e de outro,e acho que nunca
escaparemos de resultados
ceteris paribus de tudo
quanto se inclua
na dita 'sopa'... -:)
« Última modificação: 2019-01-05 16:59:58 por vbm »

vbm

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Re: Livros
« Responder #355 em: 2019-01-05 08:08:09 »
E embora o tal engenheiro informático entrevistado
haja confirmado que a IA já toma iniciativa
de cálculos por intuição emergente,
- tal como nós, IB, - Inteligência
Biológica -, isso não equipa
o calculador quântico
com desígnio
autónomo,

como nós humanos,
o temos, seja para
o bem seja para
o mal.
« Última modificação: 2019-01-05 16:57:07 por vbm »

jeab

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Re: Livros
« Responder #356 em: 2019-01-05 09:35:43 »
Aconselho vivamente a todos os Tugas a lerem  :D
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

vbm

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Re: Livros
« Responder #357 em: 2019-01-05 12:23:44 »
-:)

vbm

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Re: Livros
« Responder #358 em: 2019-01-16 11:22:08 »


Outra leitura a intercalar entre o Purgatório e o Paraíso.

Logo, na abertura do Tratado Primeiro: «( ) todos os homens
aspiram naturalmente a conhecer. A razão do que pode estar
e está em que cada coisa, pela providência movida da sua
própria natureza, tende para a sua própria perfeição;
de onde, uma vez que a ciência é a última
perfeição da nossa alma, na qual
reside a nossa última
felicidade,

todos de natureza nos achamos sujeitos a desejá-la.»

vbm

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Re: Livros
« Responder #359 em: 2019-01-19 16:33:26 »
Quando era estudante tive a possibilidade de compulsar e ler
livros de economia, dos quais três manuais mostravam-me
a diferença flagrante de mentalidade
entre alemães, franceses e
anglo-saxões! -:)

Foram estes os três manuais:



Erich Schneider, Teoria Económica
Raymond Barre, Manual de Economia Política
Kenneth Boulding, Análise Económica

E não há dúvida:

Os alemães são profundos na explicação da razão de ser das coisas.
Os franceses, descrevem-nas bem com boa articulação lógica.
Os ingleses, leves, exactos, mostram os resultados delas.

-:)