Livros

[vbm]

Ouvi, na rádio. Também, depois de darem um Nobel de literatura a um cançonetista,
o melhor é mesmo atravessarem um período regenerador de silêncio.

[vbm]

Ainda se tivessem atribuído o prémio a Leonard Cohen antes de morrer...

Vejam só este depuramento:

Leonard Cohen, "How to Speak Poetry"

Take the word butterfly. To use this word it is not necessary to make the voice weigh less than an ounce or equip it with small dusty wings.
It is not necessary to invent a sunny day or a field of daffodils. It is not necessary to be in love, or to be in love with butterflies.

The word butterfly is not a real butterfly. There is the word and there is the butterfly. If you confuse these two items people have the right to laugh at you. Do not make so much of the word. Are you trying to suggest that you love butterflies more perfectly than anyone else, or really understand their nature? The word butterfly is merely data.

It is not an opportunity for you to hover, soar, befriend flowers, symbolize beauty and frailty, or in any way impersonate a butterfly. Do not act out words. Never act out words. Never try to leave the floor when you talk about flying. Never close your eyes and jerk your head to one side when you talk about death.

Do not fix your burning eyes on me when you speak about love. If you want to impress me when you speak about love put your hand in your pocket or under your dress and play with yourself. If ambition and the hunger for applause have driven you to speak about love you should learn how to do it without disgracing yourself or the material.

[vbm]

Outro, que reouve do sótão,
meio-século depois, e leio
pela primeira vez!




Londres, em 2145.
Promete! -:)

[vbm]

Não percebo porquê nem como, mas vejo cotado o livrito acima
da colecção Argonauta da «Livros do Brasil» em £ 26.00!

De qualquer modo, uma coisa entendo:  99% do que se edita
e coloca nos escaparates das pseudo-livrarias de Lisboa,
são artefactos da indústria tipográfica que parecem livros
mas não são livros, são papel para reciclagem,
não valem nada, valem, sim, que os não compremos
nem os leiamos, tanto mais, que estão redigidos
no abominável abortográfico imperdoável.

[vbm]

Polemizando, aconselharia ao contrário:
se a capa for atractiva, não compre, não presta!

[Smog]

é relativo!
mas sim,
os clássicos terão sempre valor monetário!

[vbm]

Há três ou quatro clássicos que há imensos anos desejo encetar ler;
já os tenho iniciado, mas acabando por os interromper
por não ter condições de prosseguir, outras leituras
se intercalando...

Mas hei-de-os ler e sei que vou gostar:

A Divina Comédia, de Dante.
Orlando Furioso, de Ariosto
Decâmeron, de Boccacio
Os Mystérios do Povo, de Eugene Sue (já li do séc III a.C. ao séc. XVII d.C.)

[Smog]

os meus são de outra  área. ainda não li o Latour. Estou sempre a prometer e nuca faço...um dia!

[vbm]

Bruno Latour parece-me bem interessante. Vou ler o artigo da Wikipédia e o da revista brasileira "Polis e Psique" sobre a Teoria Actor-Rede, de Latour. Parece-me que as ideias de Latour cruzam-se com as de Agamben e Husserl, dois autores que estou a ler presentemente. Deve ser muito interessante. Muito possível: Damásio continuará a ficar menos percuciente do que a fama que lhe atribuem.

[Smog]

sim, interessante.

[Automek]

Uma entrevista de duas partes, muito interessante, do Carlos Bobone, alfarrabista (Livraria Bizantina)

https://sol.sapo.pt/artigo/615496/carlos-bobone-alfarrabista-muitos-dos-que-andam-nas-livrarias-sao-pessoas-que-nao-leem

https://sol.sapo.pt/artigo/616531/carlos-bobone-nao-me-orgulho-muito-da-profissao-de-alfarrabista

[vbm]

Comprei num alfarrábio.
A ver se fico mais inteligente!

[vbm]

Mais um dos meus livros guardados num sótão
durante meio século! Estou a lê-lo.

O Livre Premier, o primeiro capítulo das lições de Alain,
– De la connaissance par les  sens, é simplesmente magistral!

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Individualista, racional e magistral encerramento das lições:


«On n'a jamais vu encore de pouvoir sans flatteurs et sans acclamations
si ce n'est peut-être le pouvoir militaire ; et, autant qu'il est ainsi, le pouvoir
militaire commande bien; il se sent jugé. Tant que les hommes se croiront
admirés, ils feront des sottises. Ainsi, le plus grand péché de l'esprit, qui est
de juger selon la force, est une faute politique aussi. La sagesse consiste à
retirer l'esprit du corps, et la sagesse politique à retirer toute approbation
de l'obéissance. Il n'y a point de plus bel apologue que celui du denier
marqué pour César, et qu'il faut donc lui rendre ; mais je dirais avec d'autres
mots : « l'obéissance aux pouvoirs, et l'approbation à l'esprit seulement ». (p.370-71)
 

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Este releio-o, sempre que quero mudar de planeta!

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«Se erros fiz
         erros paguei»

op.cit., p. 37

[vbm]

«Onde uma só parte fala
sempr'a outra há de gemer»

id,,id., p.54

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Assim que conseguir uma estanquidade maior
da envolvência exterior,


hei-de deliciar-me com
o Orlando Furioso,
a 'internet' do Renascimento! -:):

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Mais um opúsculo desencantado ao cabo
de meio-século de sótão, pelo qual
perpasso os olhos com gosto!

Sou do tempo, na Faculdade do Norte,
em que José António Sarmento, catedrático,
nos iniciou na compreensão teórica da Contabilidade,
pelos três grandes tratadistas recomendados,
o francês Jean Dumarchey,
o alemão Schmallenback e
o italiano Gino Zappa.


A fina flor descendente do amigo
de Leonardo da Vinci, Luca Pacciolli! -:)


Um gosto, a exposição de Dumarchey
inspirada em Descartes e guiada por Leibniz.


Maravilha!

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Um romance de fim dos tempos,
no mundo intelectual dos arqueólogos,
musicólogos e linguistas saudosos
do destruído mosaico cultural
do médio oriente...

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Um clássico imperdível!

Este não veio do 'baú de meio-século',
embora lá estivessem alguns do autor,
editados pela Inquérito e pela Guimarães & C.ª


-:)