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E de resto, a solução que preconizas levaria a um valor brutalmente inferior para a dita dívida.
Imagino que sim.
Mas vejamos.
Suponhamos que a dívida excessiva dos estados do euro
monta a 100 biliões (€ 100*10^12).
Concedamos um juro de 1.5% ao ano
aos detentores de tal imobilização de capital-aforro.
Teremos um rendimento anual distribuído de 1.5 biliões
aos respectivos credores.
Se a taxa de juro do vigente no mercado de capitais de longo prazo
se elevar e posicionar em 3%, os estados credores sofrem uma perda
de € 750*10^9 de juros e uma menos-valia do portfólio de € 50*10^12.
Se venderem parte, digamos metade desta dívida em carteira,
registam de imediato metade do prejuízo em menos-valias,
mas animam o mercado bolsista com a hipótese
de bons lucros (mais-valias) desde que a
taxa de juro se perspective baixar...
Daí prá frente, é todo um jogo de soma nula,
em que o que uns ganhem outros perdem
e o pessoal anda assim entretido,
pese embora aos casinos
com tal concorrência
tão desleal...
Como o portfólio da dívida consolidada pública
ainda assim será muito considerável,
os estados ficam ainda com duas
hipóteses: i) manipular
o mercado com compras
e vendas adicionais;
ii) transferir títulos
entre si - tesouros públicos -
para saldar novos empréstimos
vencidos que hajam contraído...
O mais complicado ainda será que
a má moeda expulsa a boa, a que se forma
por créditos frescos solventes, que tenderão
a não circular pelo mercado, mas sim a aferrolhar-se
a 'preço de ouro' para as transacções com lucros mais chorudos.
(Bom. Sou eu a fazer um filme na minha cabeça.
Mas sem fumar nada de estranho. E aliás, hoje,
a beber chá e água, lol)