Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1844199 vezes)

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8120 em: 2015-07-11 12:26:56 »
Zenith, a Europa já teve todo o género de economias alternativas à porta, desde o bloco comunista à Albânia. Não faz grande diferença.

E se a Grécia se tornar MUITO alternativa, aí perde mais parte dos 16% do PIB que são turismo. Pelo que nem têm grande hipótese de o fazer a menos que queiram comer raízes.

-------------

Em todo o caso o que deve acontecer é chegarem a acordo este fim de semana.
« Última modificação: 2015-07-11 12:27:34 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8121 em: 2015-07-11 12:34:05 »
Citar
10/07/2015 | 23:00 |  Dinheiro Vivo
Os bancos gregos foram severamente danificados nas últimas semanas e, caso o programa de resgate vá adiante, terá de haver um plano de saneamento só para as reestruturar e recapitalizar as instituições.
Mas, ao contrário do passado, em que foram os contribuintes a pagar o custo das falências bancárias, as novas regras europeias impõem que haja bail-in sempre que há uma linha pública de financiamento.
Assim, os bancos gregos terão de ser "salvos" via resgate interno, isto é, com o dinheiro de acionistas, credores e, possivelmente, depositantes "não garantidos", com poupanças superiores a 100 mil euros. Por esta ordem. Isto é seguro, apurou o Dinheiro Vivo junto de várias fontes que seguem o dossiê.
Não é claro se o envelope dos bancos vai dentro ou fora do resgate principal (se este for aprovado nas reuniões de sábado e domigo, claro). A Reuters fala em 10 a 14 mil milhões de euros de buraco ao nível do capital.
Quem financia
Como vai ser financiado é o que está a ser trabalhado. Quase certo é que os fundos bancários internos não vão chegar para tapar o buraco. O ESM (mecanismo ou fundo europeu) terá ser chamado.
O ESM pode emprestar dinheiro de várias formas: ou indiretamente, como no caso de Espanha e Chipre, ou diretamente através de um instrumento (DRI) ainda por estrear. Klaus Regling , o diretor-geral do mecanismo, já disse que o novo veículo está "pronto a usar".
O alto responsável deixou claro que em "circunstâncias específicas", "o ESM pode recapitalizar bancos diretamente, mas apenas se os investidores privados participarem no resgate interno".
A diretiva europeia da recuperação de bancos (DRRB) diz que privados são titulares de ações, obrigações e até de depósitos acima de 100 mil euros. Além da recapitalização direta, todas as outras formas de injeção de capital nos bancos com fundos públicos pressupõem o envolvimento dos investidores privados.
Problema: da forma como está a Grécia, arrasada e internacionalmente descredibilizada, pode ser difícil encontrar investidores em ações (capital novo), pelo que o barco começa a inclinar para os investidores obrigacionistas (credores do banco, que podem ser sujeitos a haircut ou desconto nos títulos) e, pior ainda, para os clientes aforradores (depositantes clássicos).
Regras europeias protegem depósitos até 100 mil euros
As regras europeias garantem os depósitos até aos 100 mil euros, mas há quem considere "questionável" a garantia dada aos de valor inferior. Quem dá é o soberano, o Estado grego, sendo que esse fundo pode ser insuficiente para responder a uma corrida aos balcões quando os bancos abrirem.
O FT escreveu que o fundo de garantia teria três mil milhões de euros, se tanto. Em maio, as famílias gregas tinham 111 milhões de euros em depósitos. Mesmo com a drenagem recente, o fundo não chegará. Mas cortar depósitos abaixo de 100 mil euros levantaria um problema de confiança grave na zona euro.
Em casos extremos, o fundo europeu pode entrar diretamente na gestão dos bancos, lê-se na página da instituição. Podia ser uma forma de compensar, deixando intactos os depósitos garantidos por lei.
O Dinheiro Vivo questionou as instituições envolvidas na negociação. Comissão Europeia, BCE, e ESM não quiseram comentar este assunto. O FMI também não.
A Autoridade Bancária Europeia (EBA na sigla em inglês) respondeu que a legislação a aplicar é a que está em vigor (DRRB). Deixou uma nota de traquilidade: "Temos estado a acompanhar a situação de forma contínua" e "até agora o impacto dos eventos recentes na exposição aos ativos gregos e através das suas operações tem sido limitada", disse fonte oficial da EBA.


----

O estranho neste fórum, em Portugal e grecia é que há quem ache que as coisas não podem ficar muito pior. Já diziam isto em Janeiro, e desde aí foi o que foi. E sim até ao ponto que o inc define 'comer raízes' ainda há muito por onde descer para a grecia.

Impressionante que não compreendam isto.

tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8122 em: 2015-07-11 12:55:46 »
http://www.economist.com/blogs/freeexchange/2015/07/personal-grexits?fsrc=scn/tw_ec/should_i_stay_or_should_i_go_now_
Citar
NICOS, a surgeon in a regional hospital in Greece, is struggling with a painful decision. As Grexit has moved from a hypothetical scenario to an imminent threat, he and his wife have been staying up late into the night to mull over what they should do. “I don’t think we could stay,” says the father of two, who recently moved back to Greece after completing his medical training in Britain. He had hoped that his country was going to recover and wanted his children to grow up there. But recent months have been tough, with basic and medical supplies running low, as well job cuts. He is certain things will only get worse if Greece leaves the euro.

All over the country, similar conversations are going on around the kitchen tables of doctors, lawyers, entrepreneurs, engineers and other professionals. Indeed, over the past five years (see chart) there has been an exodus of young, talented, highly-skilled Greeks to the shores of Britain, Germany, America and other rich countries. Around 180,000 Greek professionals (around 12% of people with graduate degrees) currently work abroad and many more study overseas. Some 130,000 Greeks graduates have left the country since the financial crisis, according to Lois Labrianidis, an academic who specialises in Greece’s braindrain.



The main reason has been a lack of knowledge-based jobs in Greece for the highly skilled. One of Greece’s hidden assets is its scientists: the country punches well above its weight globally. Some 3% of top scientists hail from Greece, which only accounts for 0.2% of the world’s population. But 85% of these research superstars live and work abroad, constituting a brain drain greater than that in any other euro-zone country.

The threat of Greece leaving the single currency, and possibly the European Union, has sparked a crisis of conscience for many of the highly-skilled Greeks who remain, and for those had recently returned, encouraged by signs of recovery. But Greece’s hotels and restaurants are full of overqualified engineers, lawyers and other professionals who have been waiting for things to get better. It is also preoccupying students looking for their first job. In Athens passport applications are said to have shot up in the past week as people prepare for their own Grexits.









John, a bright and energetic entrepreneur who speaks flawless English, came back to Greece in 2013 after finishing his studies in Britain because he wanted to “do something radical”. His start-up, a networking website for blue-collar jobs, is still at an early stage. But he has found the environment discouraging and the red tape burdensome.  Out of his class at school only four pupils remain in the country, and two of them—himself and an architect with no work—are considering leaving.

For teachers, as so many other professionals, the situation is similarly bleak. Maria, a teacher by training, has yet to stand before a class of children. Instead she sells Vodafone sim cards on an Athens square in front of a slogan that reads: “power to you”.
« Última modificação: 2015-07-11 12:56:21 por tommy »

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8123 em: 2015-07-11 13:17:59 »
O estranho neste fórum, em Portugal e grecia é que há quem ache que as coisas não podem ficar muito pior. Já diziam isto em Janeiro, e desde aí foi o que foi. E sim até ao ponto que o inc define 'comer raízes' ainda há muito por onde descer para a grecia.

Impressionante que não compreendam isto.
É óbvio que há muito por onde cair. Desde logo porque se o PIB per capita cair quase 1/3, mesmo assim ainda ficam ao nível da Bulgária, outro país da própria UE (repara-se como nem é preciso ir buscar um país africano, mas apenas um europeu e daqueles que pertence à UE). Só isso já torna os pedidos de ajuda pouco credíveis a não ser, como justificou o Zenith, que alguém remediado sofre muito porque já foi remediado e deixou de o ser, quando comparado com alguém pobre que nunca conheceu a situação de remediado.

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8124 em: 2015-07-11 13:29:28 »
Só para situarmos a necessidade de ajuda da Grécia, apanhei na Wikipédia o GDP per capita em dólares (são dados de 2014) e listei os países abaixo dos gregos (não todos mas mais ou menos 50 países abaixo - a lista tem 187 linhas).
Repare-se como há ali vários países pertencentes à UE.

Citar
44   25,859   Greece
45   25,607   Seychelles
46   25,105   Poland
47   25,049   Bahamas, The
48   24,942   Hungary
49   24,805   Russia
50   24,654   Malaysia
51   24,020   Kazakhstan
52   23,707   Latvia
53   22,971   Chile
54   22,924   Gabon
55   22,582   Argentina
56   22,573   Antigua and Barbuda
57   21,091   Saint Kitts and Nevis
58   20,889   Croatia
59   20,556   Uruguay
60   19,712   Romania
61   19,610   Turkey
62   19,455   Panama
63   18,553   Mauritius
64   18,161   Belarus
65   17,986   Lebanon
66   17,881   Mexico
67   17,860   Bulgaria
68   17,695   Venezuela
69   17,618   Azerbaijan
70   17,114   Iran
71   16,623   Suriname
72   16,272   Palau
73   16,183   Barbados
74   16,096   Brazil
75   16,036   Botswana
76   15,706   Libya
—   15,147   World[6][7]
77   14,996   Montenegro
78   14,864   Costa Rica
79   14,571   Iraq
80   14,383   Maldives
81   14,354   Thailand
82   14,259   Algeria
83   14,165   Turkmenistan
84   13,430   Colombia
85   13,349   Macedonia
86   13,329   Serbia
87   13,046   South Africa
88   13,012   Dominican Republic
89   12,880   China
90   11,979   Grenada

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8125 em: 2015-07-11 13:31:05 »
Num registo mais descontraído de fim de semana (via Blasfémias)


Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8126 em: 2015-07-11 13:48:22 »
.


----

O estranho neste fórum, em Portugal e grecia é que há quem ache que as coisas não podem ficar muito pior. Já diziam isto em Janeiro, e desde aí foi o que foi. E sim até ao ponto que o inc define 'comer raízes' ainda há muito por onde descer para a grecia.

Impressionante que não compreendam isto.
[/quote]

Ora exactamente, daqui até comer raízes vai uma longa distancia, minha pergunta vai para aqueles que apregoam aos sete ventos em como estamos a morrer de fome etc. etc. Meus olhos veem cada vez mais viaturas novas nas estradas, restaurantes cheios, bares a abarrotar, toda a gente bem vestida, mulheres com as unhas pintadas de varias cores, e por ai fora,

Então? estamos no fundo de um poço? ou estamos sobre as aguas de um poço cheio?

Zenith

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5259
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8127 em: 2015-07-11 13:58:21 »
O estranho neste fórum, em Portugal e grecia é que há quem ache que as coisas não podem ficar muito pior. Já diziam isto em Janeiro, e desde aí foi o que foi. E sim até ao ponto que o inc define 'comer raízes' ainda há muito por onde descer para a grecia.

Impressionante que não compreendam isto.
É óbvio que há muito por onde cair. Desde logo porque se o PIB per capita cair quase 1/3, mesmo assim ainda ficam ao nível da Bulgária, outro país da própria UE (repara-se como nem é preciso ir buscar um país africano, mas apenas um europeu e daqueles que pertence à UE). Só isso já torna os pedidos de ajuda pouco credíveis a não ser, como justificou o Zenith, que alguém remediado sofre muito porque já foi remediado e deixou de o ser, quando comparado com alguém pobre que nunca conheceu a situação de remediado.

Continuas a distorcer tudo.
Não fazes o mínimo esforço para entender e filtras as coisas á luz dos teus preconceitos.
O que eu disse é que a sensibilidade a uma perda é maior que a sensibilidade a um ganho. Até o Inc concordou.
O que eu não disse mas também se pode encontrar em vários livros (Kanheman) é que vamos criando vários pontos âncora ao longo do tempo em relação aos quais se aferem perdas e ganhos. Em nenhum caso disse aquilo que escreveste acerca remediados e pobres, mas desconfio que podia escrever 10 posts explicando a diferença entre pontos de referência absolutos e relativos, sensibilidade a perdas e ganhos etc etc e no fim lá vinha a Bulgária.
Já agora na demosntração de perdas que vais apresentar consoante os cenários, seria também util se apresentasses o impacto na Bulgária.

bTW O cartoon tem piada  ;D

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8128 em: 2015-07-11 13:59:36 »
O estranho neste fórum, em Portugal e grecia é que há quem ache que as coisas não podem ficar muito pior. Já diziam isto em Janeiro, e desde aí foi o que foi. E sim até ao ponto que o inc define 'comer raízes' ainda há muito por onde descer para a grecia.

Impressionante que não compreendam isto.
É óbvio que há muito por onde cair. Desde logo porque se o PIB per capita cair quase 1/3, mesmo assim ainda ficam ao nível da Bulgária, outro país da própria UE (repara-se como nem é preciso ir buscar um país africano, mas apenas um europeu e daqueles que pertence à UE). Só isso já torna os pedidos de ajuda pouco credíveis a não ser, como justificou o Zenith, que alguém remediado sofre muito porque já foi remediado e deixou de o ser, quando comparado com alguém pobre que nunca conheceu a situação de remediado.

Continuas a distorcer tudo.
Não fazes o mínimo esforço para entender e filtras as coisas á luz dos teus preconceitos.
O que eu disse é que a sensibilidade a uma perda é maior que a sensibilidade a um ganho. Até o Inc concordou.
O que eu não disse mas também se pode encontrar em vários livros (Kanheman) é que vamos criando vários pontos âncora ao longo do tempo em relação aos quais se aferem perdas e ganhos. Em nenhum caso disse aquilo que escreveste acerca remediados e pobres, mas desconfio que podia escrever 10 posts explicando a diferença entre pontos de referência absolutos e relativos, sensibilidade a perdas e ganhos etc etc e no fim lá vinha a Bulgária.
Já agora na demosntração de perdas que vais apresentar consoante os cenários, seria também util se apresentasses o impacto na Bulgária.

bTW O cartoon tem piada  ;D

Zenith, mas a sensibilidade a uma perda ser maior não é de forma nenhuma razão para beneficiar quem sofre a perda de um nível elevado, versus quem nunca chegou a atingir o nível elevado. Isso se quisermos beneficiar alguém, claro, o que também é discutível excepto por motivos extremos.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8129 em: 2015-07-11 14:08:24 »
Zenith, eu não discuto que o sofrimento de perda é maior. O que não aceito é que se use esse argumento para forçar outros a contribuírem.

Repara que Portugal está mais ou menos ao mesmo nível da Grécia em PIB per capita mas, como a Grécia já teve um PIB per capita superior, essencialmente por via do crédito, agora estás a legitimar que Portugal tenha de apoiar a Grécia.

Argumento: nós sempre estivemos mais ou menos neste nível por isso não sofremos assim tanto. Mas a Grécia já esteve um bocado acima por isso, agora que está ao nosso nível, está a sofrer muito. Temos de ajudar.

Convenhamos que, no mínimo, tem de levar a alguma indignação, não ?

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8130 em: 2015-07-11 14:13:05 »
Entretanto há que dizer uma coisa. O Tsipras revelou-se mais responsável do que o esperado no meio disto tudo, conseguiu vencer a ideologia e tentar um acordo viável. O Varoufakis pelos vistos é mais rígido.

Ou isso ou é ainda mais malandro do que o esperado, claro ... (na hipótese de fazer um acordo para incumprir depois de sacar mais umas dezenas de biliões)
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8131 em: 2015-07-11 14:21:57 »
Entretanto há que dizer uma coisa. O Tsipras revelou-se mais responsável do que o esperado no meio disto tudo, conseguiu vencer a ideologia e tentar um acordo viável. O Varoufakis pelos vistos é mais rígido.

Ou isso ou é ainda mais malandro do que o esperado, claro ... (na hipótese de fazer um acordo para incumprir depois de sacar mais umas dezenas de biliões)


o ministro Varoufakis tomou uma atitude de homem o tsipras é um garotolas, é claro que vai imcumprir, aquilo é impagável e a solução mais honesta seria assumir a saída
« Última modificação: 2015-07-11 14:24:23 por Castelbranco »

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8132 em: 2015-07-11 14:24:43 »
Entretanto há que dizer uma coisa. O Tsipras revelou-se mais responsável do que o esperado no meio disto tudo, conseguiu vencer a ideologia e tentar um acordo viável. O Varoufakis pelos vistos é mais rígido.

Ou isso ou é ainda mais malandro do que o esperado, claro ... (na hipótese de fazer um acordo para incumprir depois de sacar mais umas dezenas de biliões)


o ministro Varoufakis tomou uma atitude de homem o tsipras é um garotolas

Eu vejo a coisa exactamente ao contrário. O Tsipras deixou-se de tangas e está a fazer algo responsável, não obstante ir contra as suas crenças ideológicas. O Varoufakis tem a sua boa vida e está um bocado a borrifar-se para a vida e dificuldades do resto do povo.

Agora resta ao Tsipras desmontar os muitos esquemas que existem para favorecer classes e empresas específicas na Grécia, e a Grécia passa a ter uma hipótese.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8133 em: 2015-07-11 14:29:08 »
Entretanto há que dizer uma coisa. O Tsipras revelou-se mais responsável do que o esperado no meio disto tudo, conseguiu vencer a ideologia e tentar um acordo viável. O Varoufakis pelos vistos é mais rígido.

Ou isso ou é ainda mais malandro do que o esperado, claro ... (na hipótese de fazer um acordo para incumprir depois de sacar mais umas dezenas de biliões)


o ministro Varoufakis tomou uma atitude de homem o tsipras é um garotolas

Eu vejo a coisa exactamente ao contrário. O Tsipras deixou-se de tangas e está a fazer algo responsável, não obstante ir contra as suas crenças ideológicas. O Varoufakis tem a sua boa vida e está um bocado a borrifar-se para a vida e dificuldades do resto do povo.

Agora resta ao Tsipras desmontar os muitos esquemas que existem para favorecer classes e empresas específicas na Grécia, e a Grécia passa a ter uma hipótese.


Eu não acredito nisso, grecia não tem salvação possível assim como Portugal entre outros, estas dividas são impagáveis, como tal deveria-se assumir de vez essa posição e deixar o mercado seguir seu caminho pelo seu próprio pé.

Com todos estes truques a humanidade vai pagar tudo isto de forma bem mais violenta.

Pedro.J50

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 362
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8134 em: 2015-07-11 14:50:15 »
O moinistro austriaco das finanças resumiu a posição Grega.

" Durante 5 anos estas listas com reformas são entregues  pale Grecia.  Mas a sua implementação não tem lugar "
fim citação.

Enquanto alguns se congratulam com a mudança de posição da Grecia outros estão mais cepticos .



http://in.reuters.com/article/2015/07/11/eurozone-greece-highlights-idINL8N0ZR0C320150711



We have seen for five years now that such lists are sent, but the implementing measures never happen."

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13839
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8135 em: 2015-07-11 15:14:12 »
O zigue-zague grego é perfeito. O governo do povo não podia aceitar uma proposta da Europa sem alívio de austeridade nenhum, sem o povo o autorizar a  isso. Para tanto, perguntou aos eleitores se entendiam que dissesse 'sim' ou 'não' à proposta. E declarou sem equívocos que por ele, governo, entendia e recomendava que o povo optasse pelo 'não'.

Isto feito, toda a  imprensa europeia incluindo governos, par(a)lamentos, opiniões públicas, sondagens, começaram a propagandear que só o 'sim' permitiria à Grécia não enterrar-se no caos, e incluso, o  BCE deixou de alimentar os bancos gregos de notas que a população acorria a levantar nas ATM's. O pânico induzido era tal, que a vitória do'sim' era considerada inevitável.

O governo grego, então, habilmente e com mestria, declarou que a consulta era exclusivamente sobre aceitar ou não a proposta apresentada pelos europeus, e não era sobre a saída do euro, que não estava em causa, nem o governo se propôs a isso. Mais disse: - a utilidade de dizer 'não' era reforçar o poder negocial dos gregos.

Ganhou em toda a linha.

A contraproposta que apresentou aos europeus é melhor do que o que estes tinham aprovado conceder-lhes; em vez de uma extensão por cinco meses do 2º resgate, aprovaram um terceiro resgate, a vigorar durante cinco anos - não cinco meses! - com o dinheiro suficiente para o roll'over da dívida vincenda - mais austeridade mas acompanhada de mais investimento e expectável retoma económica do produto grego.

Tudo, dentro do euro. Sem sanções comerciais nenhumas. Pelo contrário, é de crer que a Europa haja aprendido com os gregos que a moeda única em pluri-espaços económicos, requer equilíbrios comerciais, se os povos mais vulneráveis se dispuserem a revoltar-se se condenados ao subdesenvolvimento e subserviência.

Pedro.J50

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 362
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8136 em: 2015-07-11 15:14:30 »
Tsipras perdeu a confiança de ministros da  zona euro.

16m agoFinance ministers point to progress, but trust is a problem
39m agoNot ready to accept calculations that are not believable -Schäuble
1h agoIt will be difficult, can Greeks be trusted, says Dijsselbloem

Ministros das finanças apontam para progressos  , mas a confiança  na Grecia é um problema.

Schlaube afirma não estar preparado para aceitar  numeros que não são crediveis.

Será dificil, diz Dijsselbloem
. " Poder-se-á confiar nos Gregos ? ".

http://in.reuters.com/article/2015/07/11/eurozone-greece-highlights-idINL8N0ZR0C320150711


Tsipras esticou tanto a corda  nas negociações que parece que a confiança se perdeu.


Zenith

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5259
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8137 em: 2015-07-11 15:17:19 »
Eu estou interessado em saber as perdas ou ganhos que UE pode ter consoante os cenários do desfecho das negociações com Grécia. Como o Automek disse não consigo demonstrar inequivocamente que UE perde com atitude intransigente. A minha percepção é que com o EFSF o Euro não será muito abalado no curto prazo mas consequencias  a longo prazo podem ser muito negativas quer politicamente quer economicamente.
Agora vcs parece que não tem nenhuma preocupação com perdas ou ganhos da UE mas estão apenas interessados em que Grécia que comeu a carne agora chupe os ossos.
Não quero insultar ninguém mas tem uma atitude muito parecida com a dos comunistas em relação aos patrões  ;D
Não pode haver subsidios ou facilidades de créditos para empresas privadas porque os sacanas já enriqueceram explorando os trabalhadores beneficiaram com governos anteriores aliados do grande capital e por isso nem um tostão será retirado do povo para  esses exploradores. Comeram a carne agora chupem os ossos.
« Última modificação: 2015-07-11 15:19:21 por Zenith »

tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8138 em: 2015-07-11 15:22:42 »
Citar
European hardliners led by Germany damped expectations that a deal with Greece was at hand, questioning whether the government in Athens can be trusted to keep its word in exchange for a 74 billion-euro ($83 billion) bailout.
Greece’s proposal “is not good enough yet,” Dutch Finance Minister Jeroen Dijsselbloem told reporters Saturday as he arrived for emergency consultations with his euro-area colleagues in Brussels. What’s more, the failure to implement earlier agreements “is still a big concern,” he said.
The wall of skepticism came hours after Greek Prime Minister Alexis Tsipras won overwhelming support in Parliament for a package of spending cuts, pension savings and tax increases that would clinch the country’s third bailout since 2010. The finance ministers’ talks will be followed by a summit scheduled for Sunday, the deadline for a new agreement.
Officials from the creditor institutions gave the proposals a cautious welcome, with International Monetary Fund chief Christine Lagarde foreseeing “a lot more progress.” German skepticism may yet overshadow that prospect.
“We’re going to have extraordinarily difficult negotiations,” German Finance Minister Wolfgang Schaeuble said upon his arrival. “Hope built over years on Greece until the end of last year was destroyed at an unimaginable level up until the last days and hours.”
Showdown Prelude
In a prelude to the Brussels showdown, Tsipras won a majority of 251 votes in the 300-seat parliament for his bailout proposals, but at a cost. More than a dozen members of his Syriza party refused to back the plan with some of them denouncing the harsh austerity measures it prescribes less than a week after Tsipras won an anti-austerity referendum. The prime minister said after the vote that his priority would be to complete negotiations with the creditors on a bailout deal.
“While the vote provides Tsipras with a strong mandate to reach a deal, it also raises significant questions about his grip on his party and potentially complicates the implementation of a possible new bailout program,” Wolfango Piccoli, managing director of Teneo Intelligence, wrote in a note to clients.
The country’s three creditor institutions -- the IMF, the European Commission and the European Central Bank -- earlier assessed the program positively as a basis for the bailout, according to a euro-area official who spoke on condition of anonymity.
Accord ‘Possible’
An agreement is possible but not certain, Tsipras told lawmakers as the debate began in the early hours of Saturday.
“The institutions have analyzed the Greek proposals and we have jointly decided that they constitute a basis for negotiating a new financial assistance program,” European Union Economic and Monetary Affairs Commissioner Pierre Moscovici told reporters in Brussels.
Greece’s international creditors still view the country’s reform proposals as insufficient to meet budget surplus targets, Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung said, citing an assessment paper provided to euro-area finance ministers.
“Can the Greek government be trusted to act do what they are promising, to actually implement in the coming months and years?” Dijsselbloem said. “I think those are the key issues.”

Ninguém confia nos ciganos  :D

Pedro.J50

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 362
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8139 em: 2015-07-11 15:26:17 »
O zigue-zague grego é perfeito. O governo do povo não podia aceitar uma proposta da Europa sem alívio de austeridade nenhum, sem o povo o autorizar a  isso. Para tanto, perguntou aos eleitores se entendiam que dissesse 'sim' ou 'não' à proposta. E declarou sem equívocos que por ele, governo, entendia e recomendava que o povo optasse pelo 'não'.

Isto feito, toda a  imprensa europeia incluindo governos, par(a)lamentos, opiniões públicas, sondagens, começaram a propagandear que só o 'sim' permitiria à Grécia não enterrar-se no caos, e incluso, o  BCE deixou de alimentar os bancos gregos de notas que a população acorria a levantar nas ATM's. O pânico induzido era tal, que a vitória do'sim' era considerada inevitável.

O governo grego, então, habilmente e com mestria, declarou que a consulta era exclusivamente sobre aceitar ou não a proposta apresentada pelos europeus, e não era sobre a saída do euro, que não estava em causa, nem o governo se propôs a isso. Mais disse: - a utilidade de dizer 'não' era reforçar o poder negocial dos gregos.

Ganhou em toda a linha.

A contraproposta que apresentou aos europeus é melhor do que o que estes tinham aprovado conceder-lhes; em vez de uma extensão por cinco meses do 2º resgate, aprovaram um terceiro resgate, a vigorar durante cinco anos - não cinco meses! - com o dinheiro suficiente para o roll'over da dívida vincenda - mais austeridade mas acompanhada de mais investimento e expectável retoma económica do produto grego.

Tudo, dentro do euro. Sem sanções comerciais nenhumas. Pelo contrário, é de crer que a Europa haja aprendido com os gregos que a moeda única em pluri-espaços económicos, requer equilíbrios comerciais, se os povos mais vulneráveis se dispuserem a revoltar-se se condenados ao subdesenvolvimento e subserviência.



Nãoi estou assim tão optimista.
As noticias referem que Tsipras perdeu a credibilidade junto dos credores.

A opinião publica finlandesa  está  firmemente contra acordo...;

http://yle.fi/uutiset/yougov_finnish_public_opinion_hostile_to_greek_debt_relief/8147711

A maior parte dos partidos no parlamento não querem emprestar mais à Grecia....

E se a Finlândia não aprovar o Emprestimo..?

Enquanto nos paises do sul se vê isto como um  jogo de poker entre o país pequeno e Angela..., eu  suspeito que a coisa seja mais complexa.

Paises do norte e alemanha estão a atingoir ponto de saturação com tantos emprestimos.