Opção

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Uma opção é um contrato que dá ao seu comprador o direito, mas não a obrigação, de vir a comprar ou vender uma dada quantidade de um activo numa (ou até uma) data futura, a um preço fixo. Para ter esse direito, o comprador da opção paga um prémio ao vendedor da mesma, prémio esse que é o preço da opção no momento da compra.

Se o comprador da opção decidir exercer o direito que comprou, apesar de não ser obrigado a fazê-lo, diz-se que "exerce a opção" e, da opção, que é "exercida". Se a opção não for exercida, diz-se que "expira" e não há lugar a qualquer transacção. O comprador da opção só a exerce quando é lucrativo fazê-lo e deixa-a expirar quando exercê-la resultaria num prejuízo. Se a opção é exercida, o seu vendedor é sempre obrigado a cumprir os termos contratuais. Se expirar, o seu vendedor fica com o prémio que lhe foi pago no momento da compra.

As opções fazem parte de um grupo de instrumentos financeiros designados derivados, pois derivam o seu valor do preço de um outro instrumento que não elas próprias. Uma call (call option) é uma opção de compra e uma put (put option) é uma opção de venda. O activo que poderá ser comprado ou vendido no futuro designa-se activo subjacente (underlying asset). A quantidade deste activo que pode ser comprada ou vendida designa-se "unidade de transacção" (?). A data da compra ou venda designa-se data de exercício (exercise date). O preço a que o activo subjacente pode ser comprado ou vendido designa-se preço de exercício (exercise price, strike price, ou só strike).

Exemplo

Figura 1. Opções sobre as acções do Citigroup (NYSE:C). Situação de mercado durante o dia 18 Dezembro 2007, para algumas opções sobre as acções do Citi com expiração em Março de 2008 e outras em Junho de 2008. As últimas cotações (na coluna Last) que estão precedidas por um "C", são as cotações de fecho (close) da sessão anterior, indicando que a opção ainda não tinha sido transaccionada neste dia.

A Figura 1 ilustra a situação de mercado de algumas opções sobre as acções do Citigroup (NYSE:C), em 18 de Dezembro de 2007. Nesta altura, a acção do Citi (na primeira linha) cotava a 30,98 USD. A figura ilustra os preços de algumas opções sobre esta acção, no mesmo momento.

Era possível nesta altura, por exemplo, comprar-se a opção com o símbolo C OF por 2,33 USD (a melhor oferta de venda, na coluna ask), que é uma opção de venda até 20 de Março de 2008, de 100 acções do Citi a 30,00 USD cada acção. Neste caso, a opção é uma put, por ser uma opção de venda. O activo subjacente da opção são as acções do Citi. A unidade de transacção é de 100 acções. A data de expiração da opção é 20 de Março de 2008, sendo que a opção pode ser exercida em qualquer dia de negociação até esta data. O preço de exercício da opção (strike) é 30,00 USD. E o prémio da opção (premium) são os 2,33 USD pagos pelo comprador da opção ao seu vendedor.

Portanto, esta opção dá ao comprador o direito de vender 100 acções do Citi até 20 de Março de 2008 ao preço de 30 USD por cada acção. O valor desta opção variará conforme variar o preço da acção. Se o preço da acção descer abaixo do preço de exercício, por exemplo até 27 USD, o comprador da opção exerce-a, vendendo a 30 USD cada, 100 acções que pode na mesma altura comprar no mercado a 27 USD. A diferença (menos o prémio pago pelo comprador da opção) é o lucro do comprador. Se, pelo contrário, o preço das acções do Citi subir para 32 USD, por exemplo, o comprador da opção não a exerce, porque estaria a vender 100 acções a 30 USD cada acção, quando podia vendê-las no mercado por 32 USD. Assim, deixa a opção expirar e, a 21 de Março de 2008, o vendedor da opção fica com o prémio.

Noções de base

Ao contrário do que sucede nos restantes instrumentos derivados, os direitos e obrigações do comprador e do vendedor de uma opção são assimétricos. Enquanto que o comprador tem o direito de optar se exerce ou não a opção, o vendedor não tem esse direito e fica sujeito ao direito do comprador. No caso de não ser vantajoso para o comprador, este não exerce a opção e portanto o retorno de uma opção nunca é negativo. Daqui resulta que o perfil de retorno de uma opção é não-linear, por não variar linearmente em relação ao preço do activo subjacente: ou é positivo ou zero, nunca sendo negativo. Diz-se, por isso, que as opções são derivados não-lineares.

A data precisa em que uma opção pode ser exercida varia de opção para opção, sendo que algumas só podem ser exercidas na data de exercício e outras em datas anteriores à data de exercício. Estas variantes determinam o estilo da opção.

Existem diversos métodos de avaliação de opções, baseados em modelos, que permitem atribuir-lhes um valor teórico. Estes modelos, produto da análise quantitativa, permitem também antecipar de que forma o valor de uma opção se alterará com a alteração das variáveis envolventes. Desta forma, os riscos associados à negociação e posse de opções podem ser compreendidos e geridos com alguma precisão.

As opções negociadas em bolsa (exchange-traded options) formam um grupo importante dentro das opções, cujos termos contratuais são padronizados e cuja negociação ocorre num mercado, permitindo-lhes ser negociadas entre contrapartes diferentes. As opções OTC (over-the-counter options) são negociadas entre contrapartes particulares, normalmente instituições financeiras, que acordam entre si os mecanismos de transacção e liquidação. Uma terceira categoria de opções são as stock-options emitidas pelas empresas e atribuídas aos seus empregados como forma de prémio de incentivo, muito usadas nos Estados Unidos.

Em muitos contratos financeiros existem outros tipos de opções como, por exemplo, as opções imobiliárias (real estate options) frequentemente usadas nos Estados Unidos para agrupar grandes parcelas de terrenos, ou as opções de reembolso antecipado normalmente incluídas nos créditos à habitação. No entanto, muitos dos princípios de avaliação e gestão de risco estendem-se a todas as opções financeiras.

Termos contratuais

Todas as opções financeiras são um contrato entre duas contrapartes e os termos das opções são específicados num documento contratual. Estes contratos de opções podem ser extremamente complexos e variados. Normalmente, no mínimo, detalham as seguintes características da opção:

  • Se é uma opção de compra (call option) ou de venda (put option ou put),
  • A quantidade e classe do(s) activo(s) subjacentes (por exemplo, 10 acções da Berkshire Hathaway Classe B),
  • O preço de exercício ou strike (strike price), que é o preço fixo ao qual a transacção ocorrerá se a transacção for exercida,
  • A data de expiração (expiry date), que é a última data em que a opção poderá ser exercida,
  • Os termos de liquidação, nomeadamente se terá lugar uma liquidação física ou financeira,
  • Os termos em que a opção é cotada no mercado, normalmente um multiplicador (multiplier) como, por exemplo, 50, para converter a cotação no montante do prémio.