Diferenças entre edições de "Bolha das tulipas"

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*{{((pt))}} [http://www2.uol.com.br/JC/_1998/1406/in1406c.htm Agência Reuters, 14 de junho de 1998. ''Paixão holandesa pela tulipa vai a leilão''. Autor: LIEN VAN DER LEIJ]
 
*{{((pt))}} [http://www2.uol.com.br/JC/_1998/1406/in1406c.htm Agência Reuters, 14 de junho de 1998. ''Paixão holandesa pela tulipa vai a leilão''. Autor: LIEN VAN DER LEIJ]
 
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Revisão das 16h03min de 27 de novembro de 2007

Panfleto de uma tulipamania alemã, impresso em 1637 O termo mania das tulipas ou tulipomania é aplicado metaforicamente a qualquer onda especulativa de grande escala, que passa da euforia ao pânico, até culminar em uma crise econômica.

A expressão está ligada a um episódio da história da Holanda: a crise gerada na República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos durante o século XVII, quando um bulbo de tulipa passou a ser vendido pelo preço equivalente a 24 toneladas de trigo<ref name="historia">Predefinição:((pt)) Véronique Dumas. As rosas não falam (mas contam a história). Consultado a 17 de Maio, 2007.</ref>. O ápice dessa crise ocorreu entre 1636 e 1637.

Os fatos foram relembrados, mais de dois séculos depois, no livro Extraordinary popular delusions and the madness of crowds<ref name="charlesmackay">Predefinição:((en)) Charles Mackay. The Tulipomania. Memoirs of Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds. Consultado a 18 de Maio, 2007.</ref>, escrito pelo popular jornalista inglês Charles Mackay, em 1843. Mackay, no entanto, omitiu-se de mencionar que no mesmo período, os Países Baixos foram também atingidos por uma epidemia de peste bubônica, entre outros contratempos, durante a Guerra dos Trinta Anos. Possuir tulipas no lar era um meio de impressionar e quando a riqueza rolava escada-social abaixo então, todos clamavam por tulipas.


História

A tulipa foi introduzida na Europa durante a metade do século XVI à época do Império Otomano. Imagina-se que seu cultivo nas Sete Províncias tenha começado em 1593, quando Charles de L'Ecluse criou mudas de tulipa capazes de tolerar as ásperas condições climáticas nos Países Baixos , a partir de bulbos que lhe haviam sido enviados da Turquia por Ogier de Busbecq. No começo do século XVII, a flor já era muito usada na decoração de jardins e também na medicina.

Aquarela anônima do século XVII da Semper Augustus, o bulbo mais famoso de tulipa, que foi vendido por preço recorde.

Apesar de não terem perfume e florecerem apenas por uma ou duas semanas ao ano, os jardineiros holandeses apreciavam as tulipas por sua beleza. Muitos mercadores, artesãos e colecionadores preferiam colecionar e pintar tulipas a quadros<ref name="petalpower">Predefinição:((en)) Simon Kuper. Petal power. The Financial Times. Consultado a 18 de Maio, 2007.</ref>.

Rapidamente a popularidade das flores aumentou. Mudas especiais recebiam denominações exóticas ou nomes de almirantes da marinha holandesa. As mais espetaculares e altamente desejadas tinham cores vívidas, linhas e pétalas flamejantes. A tulipa se tornara um cobiçado artigo de luxo e símbolo de status social e estabelece-se a competição entre membros das altas classes pela posse das variedades mais raras. Os preços disparam.

Em 1623, um simples bulbo de uma variedade famosa de tulipa poderia custar muitos milhares de florins neerlandeses . Tulipas foram trocadas por terras, animais valiosos. Algumas variedades podiam custar mais que uma casa em Amsterdão. Dizia-se que um bom negociador de tulipas conseguia ganhar seis mil florins por mês, quando a renda média anual, à época, era de 150 florins.

Por volta de 1635, a venda de 40 bulbos por 100.000 florins foi um recorde. Para efeito de comparação, uma tonelada de manteiga custava algo em torno de 100 florins e oito porcos graúdos custavam 240 florins<ref name="8fatswine">Predefinição:((en)) Aline Sullivan. 8 Fat Swine for a Tulip: A Brief History of Bursts. International Herald Tribune. Consultado a 18 de Maio, 2007.</ref>. O recorde foi a venda de um dos mais famosos bulbos, o Semper Augustus, por 6.000 florins, em Haarlem.

Em 1636, tulipas eram vendidas nas bolsas de valores de numerosas cidades holandesas. O comércio das flores era encorajado por todos os membros da sociedade; muitas pessoas vendiam ou negociavam suas posses no intuito de especular no mercado de tulipas. Alguns especuladores tiveram muito lucro, enquanto outros perderam tudo ou quase tudo o que tinham.

Negociantes passaram a vender bulbos das tulipas que tinham acabado de plantar ou ainda que intencionavam plantar (os chamados contratos futuros de tulipa) - apesar de um édito de 1610 ter proibido esse tipo de negócio. O fenômeno foi chamado windhandel ("negócio de vento") e ganhou espaço sobretudo em tavernas de cidades pequenas, onde se usava uma espécie de lousa para indicar as ofertas de preço. Tulipa, pintura de Pierre-Joseph Redouté.

Em fevereiro de 1637, os comerciantes de tulipas não conseguiam mais inflacionar os preços de seus bulbos e então começaram a vendê-los. A bolsa de valores estourou. Começou-se a suspeitar que a demanda por tulipas não duraria e isso propagou o pânico no mercado. Alguns deixaram de segurar contratos para compra de tulipas, estabelecidos a preços que agora eram dez vezes maiores que os preços de mercado; outros acharam-se na posse de bulbos cujo preço era muito inferior ao que haviam pago. Conseqüentemente, milhares de holandeses, incluindo executivos e membros da alta sociedade, ruíram financeiramente.

Tentativas de resolver a situação fracassaram. Os juízes consideraram os débitos como contratados através de especulação e portanto, sem corroboração legal. Assim, as pessoas permaneceram abarrotadas de bulbos comprados antes da quebra, já que nenhuma Corte determinaria a execução do pagamento desses contratos.

Versões menores da tulipamania também ocorreram em outras partes da Europa, entretanto nunca chegaram ao nível da que ocorreu nos Países Baixos. Na Inglaterra de 1800, era comum pagar cinquenta guinéus por um único bulbo de tulipa. Esta soma poderia manter um trabalhador e sua família com comida, roupa e aluguel por seis meses.

Charles Mackay conta uma história da época:

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No século XX descobriu-se que as pétalas repletas de babados e cores vicejantes,que davam a essa flor um ar apoteótico, eram, de fato, resultado de uma infecção causada por um vírus que só atingia tulipas, conhecido como Tulip Breaking potyvirus<ref name="potyvirus">Predefinição:((en)) S. Phillips, 1986. Tulip breaking potyvirus. Plant Viruses Online. Consultado a 18 de Maio, 2007.</ref>. A flor saudável era considerada sólida, macia e monótona.

Referências

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