“Lisboa é Portugal. Fora de Lisboa não há nada.”
(Os Maias, Eça de Queirós)
Portugal teve já cinco capitais. Nos primeiros séculos, os reis nem capital política/administrativa tinham. Foi no séc. XVI que, com as reformas de D. Manuel I, grande parte do país começou a ser… paisagem. Mais tarde, após o terramoto, pela mão do Marquês de Pombal, foram concentradas no Terreiro do Paço todos os ministérios e secretarias, centralizando todo o poder político, judicial e económico em Lisboa. Após a revolução liberal, passámos por várias reorganizações administrativas e cartas constitucionais, mas nada se inverteu até à presente constituição, de texto menos centralista.
De um lado temos uma metrópole moderna, com padrão de vida europeu (infografia anexa do Eurostat), que concentra um terço da população do país e três quartos das compras públicas, e que além de vários hospitais, várias Universidades, etc., tem Metro, aeroporto, autocarros, comboios, autoestradas, barcos, elétricos, ciclovias…
Do outro, uma paisagem que, censos após censos, se mostra encaminhada para um imenso deserto humano, com níveis de vida bem abaixo da média europeia, a dezenas de kms de hospitais ou escolas e escassos serviços públicos, transportes incluídos.
portugal tambem e so cidade facilmente conquistada!
o portugal foi mau a conquistar foi portugal sem capital.... durou seculos!
assim sao arabes... nao tem capital.. nao sao conquistados...
sera portugueses ja se derram conta foram conquistados..quando andam imitar londres com estrangeiros
Então e o tal equilíbrio geográfico, pilar do desenvolvimento sustentável? Esse, nem a bazuca lhe vale. Com efeito, novamente Lisboa protesta por mais – mais transportes, mais ecológicos, mais habitação, mais isto e mais aquilo… – e o governo faz o jeitinho, porque é daí que vêm os votos…
O drama disto tudo é que a manta é curta, se tapamos a cabeça, destapamos os pés. Competimos cada vez mais no fundo da tabela europeia. Fomos ultrapassados até pela Roménia. E a descida à segunda divisão – já não no lote dos europeus, mas sim a concorrer com os países em desenvolvimento – está aí como destino próximo. Com efeito, a Turquia (sim esse país desértico que há duas décadas estava a 50% de distância e hoje apenas a 10%) já nos morde os calcanhares.
Nada que incomode a nossa elite dirigente estar competir com turcos... e so ter lisboa e setubal como reino
Por cúmulo, sabemos agora que os buracos têm… ratos. E os ratos roem os sacos de dinheiro. Paciência, se há derrapagem no Metro de 500 milhões – e se anuncia isto com a ligeireza de quem fala em 5 ou 10 euros –, logo temos a garantia que a perda está coberta. Está coberta? Pois claro que está: pagam os mesmos de sempre, incluindo o resineiro transmontano ou o pastor alentejano!