A procura da prosperidade é sujeita a barreiras e incentivos muito diferentes de local para local. E nem precisam de ser incentivos à procura da prosperidade -- até podem ser incentivos ao contrário.
Por exemplo, se ser funcionário público for muito atraente, se for a forma mais segura ou com melhor rácio entre retorno/risco num dado local, isso pode desviar muitos dos melhores para essa carreira. O que por sua vez pode ser prejudicial à sociedade, pois muitas das carreiras públicas são intrinsecamente "pouco produtivas" na medida em que estão limitadas no número de pessoas que um funcionário consegue servir/afectar (professores, médicos, etc) (não quer isto dizer que não possam ter uma performance excelente, é apenas uma questão de o impacto em número de pessoas servidas ser necessariamente limitado). Ao passo que algumas carreiras empreendedoras não possuem esse limite (lançar um Google, Facebook, Microsoft, Nokia, etc), e podem levar a que poucas pessoas gerem uma imensa actividade económica a servir milhões de clientes e a gerar dezenas ou centenas de milhar de postos de trabalho.
Idem para ser trabalhador/empreendedor. Se ser trabalhador devido ao enquadramento legal for muito menos arriscado do que ser empreendedor, que por medidas que favorecem trabalhadores (dificuldade em despedir, impossibilidade de baixar salários, etc) que por medidas que penalizam empreendedores (regras, custos, burocracias, riscos -- por exemplo de ter que responder por dívidas da empresa, etc) então isso vai fazer com que mais pessoas queiram ser trabalhadores por contra de outrém e menos queiram ser empreendedores. Isso baixará o investimento, a qualidade dos empreendedores, o nível educacional dos empreendedores, o emprego, a concorrência, a produtividade, etc.
É uma coisa muito complexa.