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Autor Tópico: Produtividade - debate  (Lida 19853 vezes)

Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #20 em: 2015-06-05 01:53:32 »
Se alguns Estados deficitários sairem da União Europeia e passarem a transaccionar o comércio externo com a sua própria moeda, sendo a moeda o 'melhor' regulador da saúde de uma nação e das suas trocas externas, a moeda desvalorizará muito, dificultando as importações provenientes dos paises excedentários (exportações dos paises excedentários) e contribuindo de uma forma rápida para o equilibrio dos défices/excedentes.

No fundo... é deixar a moeda fazer o seu trabalho.
É também uma opção, a opção (3).


     :)

exacto. a floating exchange rate a fazer o seu trabalho de reequilíbrio.
digamos que é uma desvalorização passiva.

uma desvalorização activa implica aumentar a massa monetária e vendar a moeda ao kilo.

diria que na grécia a desvalorização passiva já não chega.
para lá da passagem para o dracma provavelmente ainda teriam que fazer alguma desvalorização activa + medidas fiscais de estímulo económico.

no momento em que estamos que por mais que se aumente a masssa monetária, não se consegue aumentar a inflação, seria a altura ideal para os gregos fazerem isso.
e acho que vão fazê-lo.

default + passagem para o dracma + desvalorização activa  + estímulo fiscal

o problema vai ser quando nós ainda andarmos a penar daqui a um par de anos e os gregos já andarem em pleno emprego e a crescerem acima dos 3% ao ano e sem inflação.

que fazer? que fazer?

Z
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Re: Produtividade - debate
« Responder #21 em: 2015-06-05 02:08:30 »
A Grécia já não anda longe do equilíbrio, aparte de não querer cobrar os seus cidadãos o custo do Estado que tem.
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Re: Produtividade - debate
« Responder #22 em: 2015-06-05 05:26:36 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!

A produtividade não se cinge ao ritmo a que algo é feito. Nem ao número de horas trabalhadas para fazer algo. A produtividade é mais lata, e inclui o valor criado, dividido pelos recursos usados para o criar. E o valor criado cada vez tem uma componente intangível maior.

Claro. Mas isso é amplamente reconhecido no meu post acima. Como eu escrevo, a produtividade dos trabalhadores cervejeiros belgas é o dobro da portuguesa.

Acho, no entanto, o meu post útil, pois o que eu estou a tentar perceber são as causas das coisas. Do alto sucesso empresarial, da quantidade de produção, da produtividade.

No meu post acima é interessante verificar que os ritmos de trabalho dos trabalhadores, as idas à casa de banho, e até os skills, a atenção, o evitar de erros, etc, pode ser praticamente idêntico nos dois países e uns terem o dobro da produtividade de outros. Logo esses factores não são os que determinam a diferença. Isto é importante.

Um outro exemplo. A produtividade média dos cidadãos angolanos caiu imenso entre Agosto de 2014 e Dezembro de 2014, só porque o preço do petróleo se afundou uns 50%. E os ritmos de trabalho e as máquinas utilizadas não mudaram nada.

Isto não é pouco importante. É importante, nomeadamente para contrariar o discurso de certas entidades patronais, de que se temos um problema de produtividade é porque os trabalhadores ou são preguiçosos ou estão a usar mal o seu tempo de trabalho. Em vez disso, as causas, se forem internas às empresas, devem ser quase sempre responsabilidade dos patrões.





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Re: Produtividade - debate
« Responder #23 em: 2015-06-05 18:19:11 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!

A produtividade não se cinge ao ritmo a que algo é feito. Nem ao número de horas trabalhadas para fazer algo. A produtividade é mais lata, e inclui o valor criado, dividido pelos recursos usados para o criar. E o valor criado cada vez tem uma componente intangível maior.

Claro. Mas isso é amplamente reconhecido no meu post acima. Como eu escrevo, a produtividade dos trabalhadores cervejeiros belgas é o dobro da portuguesa.

Acho, no entanto, o meu post útil, pois o que eu estou a tentar perceber são as causas das coisas. Do alto sucesso empresarial, da quantidade de produção, da produtividade.

No meu post acima é interessante verificar que os ritmos de trabalho dos trabalhadores, as idas à casa de banho, e até os skills, a atenção, o evitar de erros, etc, pode ser praticamente idêntico nos dois países e uns terem o dobro da produtividade de outros. Logo esses factores não são os que determinam a diferença. Isto é importante.

Um outro exemplo. A produtividade média dos cidadãos angolanos caiu imenso entre Agosto de 2014 e Dezembro de 2014, só porque o preço do petróleo se afundou uns 50%. E os ritmos de trabalho e as máquinas utilizadas não mudaram nada.

Isto não é pouco importante. É importante, nomeadamente para contrariar o discurso de certas entidades patronais, de que se temos um problema de produtividade é porque os trabalhadores ou são preguiçosos ou estão a usar mal o seu tempo de trabalho. Em vez disso, as causas, se forem internas às empresas, devem ser quase sempre responsabilidade dos patrões.

o exemplo de angola e do petróleo é o melgor exemplo que se pode dar. o petróleo cai 50% a produtividade cai na mesma proporção.
os cervejeiros belgas são mais produtivos por que vendem cerveja com um prémio. vendem-na mais cara pronto. e as pessoa estão dispostas a pagar a diferença porque percepcionam uma maior qualidade na cerveja belga. tal como os alemães são em parte mais produtivos por que vendem produtos premium.

iso já está discutido lá para cima.

tu próprio já sintetizaste um dos factores maiores da produtividade com o exemplo do petróleo de angola.

não estou a perceber a tua dúvida.

como é que um produto alcança o estatuto de produto premium? como um mercedes ou um Iphone?

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Re: Produtividade - debate
« Responder #24 em: 2015-06-05 19:23:44 »
A minha dúvida? Qual? Não exprimi uma dúvida nos meus posts acima.

Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #25 em: 2015-06-05 19:35:07 »
A minha dúvida? Qual? Não exprimi uma dúvida nos meus posts acima.

Citar
Acho, no entanto, o meu post útil, pois o que eu estou a tentar perceber são as causas das coisas. Do alto sucesso empresarial, da quantidade de produção, da produtividade.

pareceu-me que estavas ainda a exprimir uma dúvida, tipo, falta qualquer coisa.
mas já vi que não. sorry.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #26 em: 2015-06-05 19:46:29 »
Ah sim, nisso claro que tenho dúvidas. Como é que o vários factores de sucesso actuam, como é que se tornam causas do sucesso, isso é uma matéria difícil. Mas o meu ponto principal é que esses factores é que são os causais, seja lá como for que produzem os seus efeitos. Não é a produtividade. O meu ponto principal que é o de que a culpa da baixa produtividade não deve ser quase nunca dos trabalhadores, parece-me que é importante. Ele pode também parecer surpreendente para muitos. Por isso achei que valia a pena eu escrever sobre isso.

Incognitus

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Re: Produtividade - debate
« Responder #27 em: 2015-06-05 19:55:13 »
Ah sim, nisso claro que tenho dúvidas. Como é que o vários factores de sucesso actuam, como é que se tornam causas do sucesso, isso é uma matéria difícil. Mas o meu ponto principal é que esses factores é que são os causais, seja lá como for que produzem os seus efeitos. Não é a produtividade. O meu ponto principal que é o de que a culpa da baixa produtividade não deve ser quase nunca dos trabalhadores, parece-me que é importante. Ele pode também parecer surpreendente para muitos. Por isso achei que valia a pena eu escrever sobre isso.

Os trabalhadores são pessoas e não intrinsecamente trabalhadores. A culpa até pode ser dos trabalhadores por serem trabalhadores e não outra coisa qualquer -- por exemplo se existirem empreendedores/empresários a menos. Por outro lado a culpa não é dos trabalhadores, porque se isso acontecer é porque existem incentivos para que ser trabalhador seja mais atraente, em média, do que tentar ser outra coisa qualquer.

Em todo o caso o que dá vida a todos os outros factores na geração de produtividade é a motivação para aproveitar os outros factores. E essa motivação vem geralmente de se vislumbrar uma forma de beneficiar pessoalmente. Isso acontece tanto em mercados livres, como em mercados distorcidos (se crias um incentivo marado qualquer que é muito atraente se as pessoas se aproveitarem dele, as pessoas aproveitam-se em massa -- seja esse incentivo a instalação de energia solar, seja o tirar de mestrados para avançar na carreira pública, seja o que for).
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vbm

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Re: Produtividade - debate
« Responder #28 em: 2015-06-05 20:02:27 »
Obrigado, Incognitus. Sempre que queiramos propor um qualquer sistema social de  produção não devemos violar a verdade desse enunciado de economia. Adam Smith firmou a respectiva ciência social nessa verdade do interesse próprio. Dá mau resultado esquecer essa premissa.

Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #29 em: 2015-06-05 20:06:44 »
Ah sim, nisso claro que tenho dúvidas. Como é que o vários factores de sucesso actuam, como é que se tornam causas do sucesso, isso é uma matéria difícil. Mas o meu ponto principal é que esses factores é que são os causais, seja lá como for que produzem os seus efeitos. Não é a produtividade. O meu ponto principal que é o de que a culpa da baixa produtividade não deve ser quase nunca dos trabalhadores, parece-me que é importante. Ele pode também parecer surpreendente para muitos. Por isso achei que valia a pena eu escrever sobre isso.

concordo plenamente. a baixa produtividade tem sempre e só a ver com a gestão. do país e das empresas.
se se quiser procurar os culpados da baixa produtividade portuguesa, não é necessário ir mais longe do que os partidos do arco governativo e das lideranças das empresas privadas, tendo como majestoso exemplo esse principe da alta finança, esse prodígio que é o ricardo salgado. ou a banca em geral dando como otro exemplo, outro prodígio de destruição de valor, o jardim gonçalves.
ou espectaculares rebentador de empresas de grandes empresas  como zainal bava / granadeiro etc etc.

atenção, nem  todas as empresas privadas têm má gestão.
há bom gestores em portugal mas são poucos e cedo se piram para ir gerir para outro sítio.

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« Última modificação: 2015-06-05 20:07:59 por Zark »
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Re: Produtividade - debate
« Responder #30 em: 2015-06-05 20:12:24 »
Os trabalhadores são pessoas e não intrinsecamente trabalhadores. A culpa até pode ser dos trabalhadores por serem trabalhadores e não outra coisa qualquer -- por exemplo se existirem empreendedores/empresários a menos. Por outro lado a culpa não é dos trabalhadores, porque se isso acontecer é porque existem incentivos para que ser trabalhador seja mais atraente, em média, do que tentar ser outra coisa qualquer.

Em todo o caso o que dá vida a todos os outros factores na geração de produtividade é a motivação para aproveitar os outros factores. E essa motivação vem geralmente de se vislumbrar uma forma de beneficiar pessoalmente. Isso acontece tanto em mercados livres, como em mercados distorcidos (se crias um incentivo marado qualquer que é muito atraente se as pessoas se aproveitarem dele, as pessoas aproveitam-se em massa -- seja esse incentivo a instalação de energia solar, seja o tirar de mestrados para avançar na carreira pública, seja o que for).

penso que já discutimos a questão da 'vontade de enriquecer'.
toda a gente tem vontade de enriquecer, logo torna-se um factor neutro em relação à produtividade.

penso que estás a introduzir é uma outra questão que é a da intervenção do estado na economia.
através dos impostos e dos incentivos.

mas a procura da prosperidade é potenciamente igual em todas as pessoas: logo como factor, é neutro em relação à dita.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #31 em: 2015-06-05 20:29:31 »
A procura da prosperidade é sujeita a barreiras e incentivos muito diferentes de local para local. E nem precisam de ser incentivos à procura da prosperidade -- até podem ser incentivos ao contrário.

Por exemplo, se ser funcionário público for muito atraente, se for a forma mais segura ou com melhor rácio entre retorno/risco num dado local, isso pode desviar muitos dos melhores para essa carreira. O que por sua vez pode ser prejudicial à sociedade, pois muitas das carreiras públicas são intrinsecamente "pouco produtivas" na medida em que estão limitadas no número de pessoas que um funcionário consegue servir/afectar (professores, médicos, etc) (não quer isto dizer que não possam ter uma performance excelente, é apenas uma questão de o impacto em número de pessoas servidas ser necessariamente limitado). Ao passo que algumas carreiras empreendedoras não possuem esse limite (lançar um Google, Facebook, Microsoft, Nokia, etc), e podem levar a que poucas pessoas gerem uma imensa actividade económica a servir milhões de clientes e a gerar dezenas ou centenas de milhar de postos de trabalho.

Idem para ser trabalhador/empreendedor. Se ser trabalhador devido ao enquadramento legal for muito menos arriscado do que ser empreendedor, que por medidas que favorecem trabalhadores (dificuldade em despedir, impossibilidade de baixar salários, etc) que por medidas que penalizam empreendedores (regras, custos, burocracias, riscos -- por exemplo de ter que responder por dívidas da empresa, etc) então isso vai fazer com que mais pessoas queiram ser trabalhadores por contra de outrém e menos queiram ser empreendedores. Isso baixará o investimento, a qualidade dos empreendedores, o nível educacional dos empreendedores, o emprego, a concorrência, a produtividade, etc.

É uma coisa muito complexa.
« Última modificação: 2015-06-05 20:33:01 por Incognitus »
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Re: Produtividade - debate
« Responder #32 em: 2015-06-05 20:40:45 »
A procura da prosperidade é sujeita a barreiras e incentivos muito diferentes de local para local. E nem precisam de ser incentivos à procura da prosperidade -- até podem ser incentivos ao contrário.

Por exemplo, se ser funcionário público for muito atraente, se for a forma mais segura ou com melhor rácio entre retorno/risco num dado local, isso pode desviar muitos dos melhores para essa carreira. O que por sua vez pode ser prejudicial à sociedade, pois muitas das carreiras públicas são intrinsecamente "pouco produtivas" na medida em que estão limitadas no número de pessoas que um funcionário consegue servir/afectar (professores, médicos, etc) (não quer isto dizer que não possam ter uma performance excelente, é apenas uma questão de o impacto em número de pessoas servidas ser necessariamente limitado). Ao passo que algumas carreiras empreendedoras não possuem esse limite (lançar um Google, Facebook, Microsoft, Nokia, etc), e podem levar a que poucas pessoas gerem uma imensa actividade económica a servir milhões de clientes e a gerar dezenas ou centenas de milhar de postos de trabalho.

Idem para ser trabalhador/empreendedor. Se ser trabalhador devido ao enquadramento legal for muito menos arriscado do que ser empreendedor, que por medidas que favorecem trabalhadores (dificuldade em despedir, impossibilidade de baixar salários, etc) que por medidas que penalizam empreendedores (regras, custos, burocracias, riscos -- por exemplo de ter que responder por dívidas da empresa, etc) então isso vai fazer com que mais pessoas queiram ser trabalhadores por contra de outrém e menos queiram ser empreendedores. Isso baixará o investimento, a qualidade dos empreendedores, o nível educacional dos empreendedores, o emprego, a concorrência, a produtividade, etc.

É uma coisa muito complexa.

pode ser complexa mas é mensurável. mais ou menos.
mas ao menos o mito de que os governos ditos socialistas prejudicam a produtividade, faliu. a frança, está aí para o demonstrar.

portanto temos que procurar noutros sítios para lá da influência governativa.
que às vezes funciona e muito bem como tem sido o caso dos incentivos às energias alternativas nos US.

talvez procurar saber o que é que silicon valley, por exemplo, tem de especial para ser um ninho tão poderoso de produtividade.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #33 em: 2015-06-05 20:43:48 »
O mito não faliu necessariamente -- terias que ver com MUITO cuidado como é que aquela produtividade é calculada, antes de poderes concluir seja o que for.

Se o Estado te entra ali todo para o numerador a preços de custo, um país com uma componente capitalista minimamente decente e um governo a comer 55% ou 60% do PIB pode aparecer como bastante produtivo. Logo tens que ver em detalhe como se chega àquilo.

E por outro lado, tens uma medida de mercado a dizer-te que aquele indicador não está a encontrar correspondência na realidade. isto porque outros países têm maior sucesso comercial com produtividades "aparentemente" inferiores e uma moeda igual. Logo algo não bate certo. Já para não dizer que existem estatísticas de horas e níveis de emprego que não parecem realistas versus a outros países próximos.
« Última modificação: 2015-06-05 20:45:46 por Incognitus »
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Re: Produtividade - debate
« Responder #34 em: 2015-06-05 20:46:17 »
é claro que se fizermos uma lista de 10 países socialistas e depois comparar com 10 países liberais, o mito volta a ganhar vida, e torna-se novamente num axioma. É uma questão de lógica, quanto mais à esquerda menos meritocracia, recompensa pelo trabalho, incentivo à poupança.

Logo menos produtividade.

É claro que comparar um ou outro exemplo avulso como por exemplo "o melhor socialista que tem imenso capitalismo" com um "liberal menos bom" pode dar para alguém tirar daí conclusões. Para uma pessoa normal é óbvio que não.

Socialismo = aversão a produtividade.
« Última modificação: 2015-06-05 20:57:07 por Incognitus »

Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #35 em: 2015-06-05 20:57:48 »
O mito não faliu necessariamente -- terias que ver com MUITO cuidado como é que aquela produtividade é calculada, antes de poderes concluir seja o que for.

Se o Estado te entra ali todo para o numerador a preços de custo, um país com uma componente capitalista minimamente decente e um governo a comer 55% ou 60% do PIB pode aparecer como bastante produtivo. Logo tens que ver em detalhe como se chega àquilo.

E por outro lado, tens uma medida de mercado a dizer-te que aquele indicador não está a encontrar correspondência na realidade. isto porque outros países têm maior sucesso comercial com produtividades "aparentemente" inferiores e uma moeda igual. Logo algo não bate certo. Já para não dizer que existem estatísticas de horas e níveis de emprego que não parecem realistas versus a outros países próximos.

mas as três fontes diferentes coincidem todas.
acho difícil que haja ali algum erro.

e os dados são mais que públicos.

GDP
o cálculo do PPP - purchasing parity power
hours worked

são dados distribuidos internacionalmente e por organizações muito fiáveis. BLS e OCDE no caso.

os franceses aparacem com aqula produtividade pelo seguinte.

se formos ver o GDP per capita (ainda não fui ver) a alemanha deve ter um resultado melhor.
se formos ver o GDP per capita em PPP (ainda não fui ver) a alemanha ainda deve ter um resultado melhor.

quando chegamos às hours worked é que a FRança passa para a frente.
não só os franceses trabalham menos horas e tem mais férias como se retiram (se aposentam) mais cedo.

portanto alcançam um GDP - PPP talvez menor (há que ver) mas com muito menos horas trabalhadas - são mais produtivos. é tudo.
não vejo aqui grande lugar para dúvidas.
aprofundar a análise é proveitoso concerteza, mas não acredito que vá desmentir dados do BLS e da OCDE.

interessante também, seria saber como se chegou ao mito dos franceses socialistas e preguiçosos.
o que não faltam é mitos e percepções erradas por aí. e esta é u,a para emoldurar e pendurar na parede.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #36 em: 2015-06-05 21:06:14 »
Eu não estou a dizer que os dados estão errados. Estou sim a dizer que têm um problema qualquer intrínseco ao modo de cálculo, e também que não são relevantes para a competitividade comercial.

A realidade está em desacordo com esses dados de produtividade. É óbvio que para uma mesma moeda e custos salariais iguais ou superiores, a Alemanha é mais competitiva. Os dados comerciais confirmam-no para lá de qualquer dúvida.

Por isso convinha saber porquê.

Nota que o GDP tem lá imensa tralha para dentro que depois te entra para o numerador da produtividade -- tens que ver o que é que está ou não a entrar, e se faz ou não sentido. Porque se esse número está em desacordo com a realidade, o problema não é certamente da realidade. De resto isso dá a França como sendo uma maravilha melhor do que n países circundantes que sabes que são bem mais ricos, como a Suiça (para lá da Alemanha). Não faz sentido. Não faz particular sentido quando a França é uma das economias mais fracas em termos de competitividade no centro da Europa. Se alguma coisa, em vez de se ver uma França produtivamente triunfante, o que os números parecem indicar é uma França com problemas pela frente.

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Quais percepções erradas? A França com a mesma moeda da Alemanha está a correr um déficit comercial! A Alemanha está a correr um dos maiores superávits comerciais do planeta ... com a mesma moeda.

Parece-te que isso é possível sendo a Franço o país mais produtivo? A longo prazo existem 2 drivers para o valor de uma moeda: a inflação e a produtividade. E um resultado (se a moeda se afastar do seu valor de equilíbrio): a balança comercial. O que a realidade indica é que a França necessita de um Euro mais fraco e a Alemanha de um Euro mais forte. A inflação não difere muito, pelo que a única outra desculpa é a produtividade:

Ou seja, tudo indica que a produtividade Alemã não só é superior à da França, como o é por uma margem considerável.
« Última modificação: 2015-06-05 21:10:54 por Incognitus »
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Re: Produtividade - debate
« Responder #37 em: 2015-06-05 21:12:05 »
Eu não estou a dizer que os dados estão errados. Estou sim a dizer que têm um problema qualquer intrínseco ao modo de cálculo, e também que não são relevantes para a competitividade comercial.

A realidade está em desacordo com esses dados de produtividade. É óbvio que para uma mesma moeda e custos salariais iguais ou superiores, a Alemanha é mais competitiva. Os dados comerciais confirmam-no para lá de qualquer dúvida.

Por isso convinha saber porquê.

Nota que o GDP tem lá imensa tralha para dentro que depois te entra para o numerador da produtividade -- tens que ver o que é que está ou não a entrar, e se faz ou não sentido. Porque se esse número está em desacordo com a realidade, o problema não é certamente da realidade. De resto isso dá a França como sendo uma maravilha melhor do que n países circundantes que sabes que são bem mais ricos, como a Suiça (para lá da Alemanha). Não faz sentido. Não faz particular sentido quando a França é uma das economias mais fracas em termos de competitividade no centro da Europa. Se alguma coisa, em vez de se ver uma França produtivamente triunfante, o que os números parecem indicar é uma França com problemas pela frente.

Inc, temos que nos entender...

GDP PPP per hours worked é a métrica internacional para a produtividade entre países.
ninguém cozinhou os dados para favorecer a bélgica a frança ou a holanda.

o importante é saber porque é que afinal o  que parecia não é.

costumasd dizer que só se pode apresntar uma refutação se se tiver algo melhor.
tu não tens algo melhor que o GDP - PPP per hours worked.
se isso te parece contra-intuitivo, paciência.
no trading o que não faltam é coisas contra-intuitivas e quem as domina melhor é quem se safa.

portanto temos que partir de um ponto de partida.
os dados são fiáveis e não há ali bias nenhum.

vamos então aprofundá-los para percebermos porque é que a tua intuição estava errada.
e não é por ser a tua.
é por ser a da maior parte das pessoas.
até eu fiquei surpreendido.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #38 em: 2015-06-05 21:14:25 »
Lark, novamente, acredita no que quiseres.

Eu quando a realidade está em confronto com uma teoria, vou pela realidade. A realidade aqui -- inquestionável -- é que a Alemanha é um monstro comercial e a França não o é. Ambas partilham a mesma moeda e inflações não muito diferentes, por isso qualquer medida de produtividade que dê uma vantagem à França tem que de alguma forma estar errada. Nem preciso de saber como -- sei simplesmente que está errada. È como uma Afinsa ou outra coisa do género: não precisamos de saber como, sabemos simplesmente que há algo que está errado.

--------

Nota também que estatísticas comerciais são mais fiáveis do que estatísticas do GDP, já para não dizer estatísticas de hours worked, e de PPP, à mistura.

Portanto num confronto entre esse tipo de estatísticas em que umas dizem uma coisa e outras outra, as estatísticas comerciais vencem.
« Última modificação: 2015-06-05 21:16:39 por Incognitus »
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Re: Produtividade - debate
« Responder #39 em: 2015-06-05 21:17:22 »

Quais percepções erradas? A França com a mesma moeda da Alemanha está a correr um déficit comercial! A Alemanha está a correr um dos maiores superávits comerciais do planeta ... com a mesma moeda.

Parece-te que isso é possível sendo a Franço o país mais produtivo? A longo prazo existem 2 drivers para o valor de uma moeda: a inflação e a produtividade. E um resultado (se a moeda se afastar do seu valor de equilíbrio): a balança comercial. O que a realidade indica é que a França necessita de um Euro mais fraco e a Alemanha de um Euro mais forte. A inflação não difere muito, pelo que a única outra desculpa é a produtividade:

Ou seja, tudo indica que a produtividade Alemã não só é superior à da França, como o é por uma margem considerável.


já discutimos isso. deficit comercial e produtividade são coisas difrentes.
se os alemães são poupados e exportam muito e importam pouco e não investem no mercado interno. é evidente que vão ter uma melhor balança comercial que os franceses que gostam da boa vida, têm um consumo interno superior, importam mais e exportam menos.

mas isso não que dizer nada em relação à produtividade.

se um operário produzir 100 tijolos no mesmo tempo que outro produz 80 é mais profutivo.
se depois vai esbanjar o salário com artigos importados e é mais bon vivant e gastador do que o outro vai ter uma 'balança comercial' pior do que o outro.
mas é na mesma mais produtivo.

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