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Autor Tópico: Produtividade - debate  (Lida 19648 vezes)

Zark

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Produtividade - debate
« em: 2015-06-04 20:50:39 »
é aqui.

Z
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Arabian Proverb
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There'll be time enough for countin'
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Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #1 em: 2015-06-04 20:53:53 »

Sources of productivity growth
The most famous description of the productivity sources is that of Solow’s (1957): ”I am using the phrase ’technical change’ as a shorthand expression for any kind of shift in the production function. Thus slowdowns, speed ups, improvements in the education of the labor force and all sorts of things will appear as ’technical change’ ” Since then more specific descriptions of productivity sources have emerged referring to investment, innovations, skills, enterprise and competition (ONS 3, 20).

Drivers of productivity growth
There is a general understanding of the main determinants – or “drivers” – of productivity growth. Certain factors are critical for determining productivity growth. The Office for National Statistics (UK) identifies five drivers that interact to underlie long-term productivity performance: investment, innovation, skills, enterprise and competition. (ONS 3, 20)

Investment is in physical capital — machinery, equipment and buildings. The more capital workers have at their disposal, generally the better they are able to do their jobs, producing more and better quality output.

Innovation is the successful exploitation of new ideas. New ideas can take the form of new technologies, new products or new corporate structures and ways of working. Such innovations can boost productivity, for example as better equipment works faster and more efficiently, or better organisation increases motivation at work.

Skills are defined as the quantity and quality of labour of different types available in an economy. Skills complement physical capital, and are needed to take advantage of investment in new technologies and organisational structures.

Enterprise is defined as the seizing of new business opportunities by both start-ups and existing firms. New enterprises compete with existing firms by new ideas and technologies increasing competition. Entrepreneurs are able to combine factors of production and new technologies forcing existing firms to adapt or exit the market.

Competition improves productivity by creating incentives to innovate and ensures that resources are allocated to the most efficient firms. It also forces existing firms to organise work more effectively through imitations of organisational structures and technology.

Other drivers of productivity growth include effective supervision and job satisfaction. Having an effective or knowledgeable supervisor (for example a supervisor who uses the Management by Objectives method) has an easier time motivating their employees to produce more in quantity and quality. An employee who has an effective supervisor, motivating them to be more productive is likely to experience a new level of job satisfaction thereby becoming a driver of productivity itself.

wikipedia - productivity

não concordo nem deixo de concordar com isto que está acima. é um ponto de partida.

Z
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Zel

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Re: Grécia -> produtividade
« Responder #2 em: 2015-06-04 20:56:09 »
eu entao acho que o lark tem razao, ninguem trabalha para seu beneficio... isso eh ideologia
eu acordo de manha e penso "vou ganhar umas notas para dar tudo aos pobres, deus tomara conta de mim"

Incognitus

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Re: Produtividade - debate
« Responder #3 em: 2015-06-04 20:58:33 »
Só vou participar uma vez, mas aqui vai:

A observação do que se passou na URSS ou na China antes de capitalista é a suficiente para se saber que todos os factores possíveis e imaginários para uma maior produtividade pouco significam se o sistema não motivar as pessoas para tentarem fazer algo.

E esmagadoramente o que motiva as pessoas para fazerem algo, é verem em fazer esse algo um benefício para si próprias. Existem excepções, claro, como em tudo, mas falo para a esmagadora maioria.

Os sistemas que ignoram esta realidade básica falham economicamente devido a isso, e exibem pouca produtividade mesmo que tenham tudo o resto que seja necessário para terem produtividade elevada.

Isto acontece desde o advento da agricultura, de resto, baseado em produzir e trocar excessos de produção (hoje, toda a produção) com os outros (comércio, moeda, especialização) de forma a obter dos outros a sua produção.
« Última modificação: 2015-06-04 20:58:46 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Kin2010

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Re: Re: Grécia -> produtividade
« Responder #4 em: 2015-06-04 20:59:18 »
Kin, eu tenho que discordar. A produtividade é a única causa do sucesso económico. As outras causas em que estás a pensar só possuem valor na medida em que aumentam a produtividade (inovação, educação, investimento, etc). De notar que existe um magote de definições para "produtividade", mas a ideia geral de produzir mais é o que conta.

Lá está, se as outras causas (tua expressão) causam aumento do sucesso económico e aumento da produtividade, então são elas as causas, e não necessariamente a produtividade. Sim, elas possuem valor na medida em que aumentam a produtividade, mas então, lá está, a produtividade acrescida emerge como consequência e não causa.

Não porque podes ter tudo e não ter produtividade. A produtividade é consequência mas é a única coisa que importa no fundo. O resto importa só na medida em que aumenta a produtividade.

O termo pode estar algo errado, sim (causas, etc). O que importa porém é a produtividade, e para esta surgir a coisa mais importante é alguém ver algum benefício em produzir mais. Só depois tudo o resto se torna relevante.

O que importa é a produtividade. Sim, concordo, mas como um resultado a alcançar. Mas acho difícil ela ser causa em si. Vou explicar melhor a minha ideia.

Paradigma A. Temos uma fabriqueta com 1000 operários a fabricar pregos artesanalmente. Estão um bocado lentos, o nº de pregos que cada um produz por hora pode ser melhorado. Alguém os consegue incentivar a mexer as mãos mais depressa e a ter mais atenção, e o resultado é que a produção de pregos por hora duplica, graças a melhorias na rapidez de movimentos, eliminação de erros, atenção, etc. O resultado é que a produção duplicou, e duplicou porque a quantidade produzida por hora duplicou graças às melhorias no trabalho de cada operário em cada hora. Aqui sim, eu aceito que se diga que a produtividade duplicada foi a causa da produção e riqueza duplicadas.

Paradigma B. Temos uma fábrica de cerveja moderna com 1000 operários. Um dia um inventor ligado à empresa inventa um novo fermento, que melhora o sabor da cerveja. Criam uma marca nova, mas mantêm a mesma linha de montagem. A nova cerveja 2.0, graças ao melhor sabor, e ao marketing, consegue ser vendida ao dobro do preço. A produção em litros é a mesma de antes e as rotinas de trabalho dos 1000 operários e as máquinas, são as mesmas. Mas agora cria-se o dobro da riqueza. Ora isto trouxe, automaticamente, uma duplicação da riqueza, e também uma duplicação da produtividade de cada um dos 1000 operários, sem que nenhum deles esteja a trabalhar mais rápido ou com mais precisão. O único trabalho que contrubuiu para isto foi o do inventor, e foi uma coisa one-off. Neste caso acho errado dizer que a duplicação da produtividade é causa. A duplicação da produtividade é automaticamente associada à duplicação da produção, e esta foi causada pela invenção.

Parece-me que as economias modernas têm mais de B do que de A. A pode ter sido importante em certas épocas mas hoje não é. Sobretudo nas comparações entre países, que foi como se começou a discutir a produtividade neste tópico. Os países que têm hoje mais produtividade, têm-na mais por efeito do paradigma B do que do A.



Incognitus

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Re: Produtividade - debate
« Responder #5 em: 2015-06-04 21:02:15 »
A produtividade tem que ser vista em sentido lado, é a produção, sim, mas pelo seu valor. Aliás, uma boa parte da produtividade do mundo Ocidental é só isso: a capacidade de vender coisas mais caras, devido a marcas e afins.
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Re: Produtividade - debate
« Responder #6 em: 2015-06-04 21:20:02 »
mais ideologia para a carola  :D


Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #7 em: 2015-06-04 21:28:39 »
Só vou participar uma vez, mas aqui vai:

A observação do que se passou na URSS ou na China antes de capitalista é a suficiente para se saber que todos os factores possíveis e imaginários para uma maior produtividade pouco significam se o sistema não motivar as pessoas para tentarem fazer algo.


eu não neguei que 'a motivação' fosse um factor.

afirmei que para ser levado em conta tem que ser mensurável.
tem que se levar em conta os outros factores igualmente mensuráveis.
adoptar / desenhar um modelo que integre todos esses factores e lhes atribua o devido peso.

a 'motivação para o lucro' não deixa de ser um factor.
estou a ver com dificuldade como possa ser mensurável.

penso até que é um factor neutro. isto é 'toda a gente está motivada para o lucro'. não será bem assim porque há pessoas que não estão, mas genericamente pode ser assumido assim.

temos que fazer algumas assumpções iniciais: uma delas é que estamos a falar de economias modernas e avançadas em regime de mercado livre. basicamente o ocidente.
nem a URSS é termo de comparação, por questões cronológicas, nem a china porque vem de um processo de industrialização recente. daqui a 10 ou 20 anos já poderemos tirar conclusões do exemplo chinês. neste momento não. nos anos 80 quem tirasse (e tiraram) conclusões sobre o japão tinha-se enganado redondamente. era suposto o japão vir a ser o dono disto tudo. não aconteceu.

devemos manter as comparações dentro de parâmetros comparáveis: para isso basta a UE. temos economias pegged ao euro, temos economias não pegged.
temos muitos dados para trabalhar. públicos e fiáveis.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #8 em: 2015-06-04 21:35:38 »
O Japão é um sucesso gigante. Para se ser um sucesso gigante não é necessário conquistar tudo. A China também já é um sucesso. A URSS era um falhanço, mas depois de uma transição já é um sucesso razoável.

E não se trata de as pessoas estarem motivadas para o lucro. O lucro é uma motivação para quem planeia usar capital para organizar uma actividade, sendo o lucro a sua remuneração. Mas há muitas outras remunerações, a maior das quais a do trabalho, que estão sujeitas a uma motivação igual -- achar algo pelo qual alguém pague (o máximo, presumivelmente, ainda que também isto sujeito a uma série de condicionalismos), ou seja, achar necessidades de terceiros para satisfazer, de forma a obter produção dos outros em troca (mediada monetariamente na forma de um salário).

A nossa sociedade está toda estruturada em volta disto, funciona devido a isto. Desde a agricultura.
« Última modificação: 2015-06-04 21:36:49 por Incognitus »
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Kin2010

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Re: Produtividade - debate
« Responder #9 em: 2015-06-04 22:14:11 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!



Zenith

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Re: Produtividade - debate
« Responder #10 em: 2015-06-04 22:25:24 »
Eu até diria que as cervejeiras belgas tem uma produtividade inferior ás portuguesas. O que acontece é que na Bélgica ( e mais ou menos mesmo na Alemanha, cada aldeia tem a sua cervejaria com consumidores fieis dispostos a pagar o dobro para ter a sua marca de cerveja predilecta. Na Alemanha nenhum natural de Colónia vai trocar a cerveja local por uma cerveja da baviera (e vice-versa) mesmo que fique uma dezena de centimos mais barata.

Zark

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Re: Produtividade - debate
« Responder #11 em: 2015-06-04 22:34:50 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!

esse é um dos factores de produtividade.
produzir bens premium (percebidos como premium)

muita da produtividade da alemanha bem daí. não são as fábricas de carros que são mais produtivas em si.
são as marcas que têm uma margem de lucro muito superior pelo factior premium. mercedes, bmw, porsche etc

isso é um factor muito importante na produtividade. acho que tem um nome mas não se me ocorre agora.

quando esticas o teu limite da produtividade 'clássica' só a podes aumentar com grandes inovações ou então scaling up do produto.
vendê-lo mais caro para consumidores com mais poder de compra.

passas o mesmo tempo a fazê-lo e o custo é o mesmo ou ligeiramente superior. mas o preço de venda cobre isso tudo e muito mais.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #12 em: 2015-06-04 22:39:36 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!

A produtividade não se cinge ao ritmo a que algo é feito. Nem ao número de horas trabalhadas para fazer algo. A produtividade é mais lata, e inclui o valor criado, dividido pelos recursos usados para o criar. E o valor criado cada vez tem uma componente intangível maior.

Mas como existem muitos conceitos diferentes de produtividade, não espanta que por vezes de confundam as coisas. E pareça que um Picasso era tão produtivo quanto alguém que demorasse o mesmo tempo a pintar um quadro.
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Re: Produtividade - debate
« Responder #13 em: 2015-06-04 22:40:31 »
As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama mundial, são marcas conhecidas (Leffe, Divel, Chimay, Stella, Westmalle, Tongerloo, you name it). Os trabalhadores das indústrias cervejeiras belgas têm assim uma produtividade que, provavelmente, não anda longe do dobro da dos seus congéneres portugueses. E eu apostaria que o seu ritmo de trabalho por hora nas linhas de montagem é semelhante nos dois países. Mais, até aposto que não há grandes diferenças nos níveis de mecanização nas fábricas. Não estou a demonstrar isto, mas acho que é o mais natural, pois todas as cervejeiras do mundo já tiveram oportunidade de se modernizarem quanto a máquinas, e as nossas provavelmente também usam máquinas das mais modernas. E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!

esse é um dos factores de produtividade.
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isso é um factor muito importante na produtividade. acho que tem um nome mas não se me ocorre agora.

quando esticas o teu limite da produtividade 'clássica' só a podes aumentar com grandes inovações ou então scaling up do produto.
vendê-lo mais caro para consumidores com mais poder de compra.

passas o mesmo tempo a fazê-lo e o custo é o mesmo ou ligeiramente superior. mas o preço de venda cobre isso tudo e muito mais.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #14 em: 2015-06-04 22:41:37 »
Eu até diria que as cervejeiras belgas tem uma produtividade inferior ás portuguesas. O que acontece é que na Bélgica ( e mais ou menos mesmo na Alemanha, cada aldeia tem a sua cervejaria com consumidores fieis dispostos a pagar o dobro para ter a sua marca de cerveja predilecta. Na Alemanha nenhum natural de Colónia vai trocar a cerveja local por uma cerveja da baviera (e vice-versa) mesmo que fique uma dezena de centimos mais barata.

Sim, o conceito também está ligado ao facto de que o valor de algo só existe na cabeça de cada um.
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Re: Produtividade - debate
« Responder #15 em: 2015-06-04 22:50:39 »

A produtividade não se cinge ao ritmo a que algo é feito. Nem ao número de horas trabalhadas para fazer algo. A produtividade é mais lata, e inclui o valor criado, dividido pelos recursos usados para o criar. E o valor criado cada vez tem uma componente intangível maior.

Mas como existem muitos conceitos diferentes de produtividade, não espanta que por vezes de confundam as coisas. E pareça que um Picasso era tão produtivo quanto alguém que demorasse o mesmo tempo a pintar um quadro.

não. concordaste comigo abaixo mas discordaste antes.

se vendes uma coisa por um preço superior gastando os mesmo recursos - trabalho e capital - aumentas a produtividade.

por isso é que o picasso era biliões de vezes mais produtivo que outros pintores.
produzia o mesmo mas vendia por preços astronómicos.

e por acaso até parece que produzia muito mesmo. tinha um ritmo de trabalho muito forte, um método muito eficaz. tabalhava a sério mesmo.
não pintava um quadro e descansava seis meses. pintava a sério todos os dias e a um ritmo diabólico - tenho que arranjar a fonte disto, já não me lembro onde vi.

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Re: Produtividade - debate
« Responder #16 em: 2015-06-04 22:59:53 »
Productivity (and not efficiency)
Posted on April 17, 2013 by Mark R. Hamel
The seminal book on lean, The Machine that Changed the World, spent many words, tables, and figures on the subject of productivity (as well as, of course, quality).

Why?

Productivity is one of the critical few measures that reflect the “leanness” of a process, value stream or enterprise. It captures how effectively an organization uses its resources, and it’s usually a meaningful way to compare performance over time and between entities.

Productivity is the ratio between the outputs of goods or services and the inputs applied for the purpose of that output. There are two typical applications of this ratio – single-factor productivity and multi-factor productivity. Labor is often the single factor and is referred to as labor productivity. Another popular single factor is machine productivity.

Labor productivity captures the output per labor input. Outputs are often units, but can also be reflected in the dollar value of the labor. Multi-factor productivity, as the name implies, takes into account multiple inputs; typically labor and resources such as capital equipment, energy and material. The common unit of measurement for multi-factors is almost exclusively dollars.

Example productivity ratios include:

units per labor hour
units per person per hour
units per labor dollar
sales per person
units per machine hour
units per square foot
sales per square foot
total processing cost per unit

The number of different productivity measurement is limited only by the imagination. But, like anything, the measurement must be pragmatic and help drive the proper lean behavior with a focus on period over period improvement within the process, value stream and enterprise.

The formula and ABC Company example(s) follow:


productivity 1a

 

 

 

productivity 1bproductivity 1c

Some other things to think about:

Understanding productivity is important. However, lean practitioners also distinguish between local and total (think “system”) productivity. So, while a cell or department’s productivity level is important, the total value stream is even more critical.

Don’t be fooled! Understand the difference between real and apparent productivity:


productivity - apparent vs real

When comparing productivity rates between lines, cells, value stream, locations, etc. it is important to understand relative work content. If work content varies substantially between areas, the productivity comparison may be misleading and require the use of common units.

“Underutilized” inputs can distort productivity calculation results. For example, abnormally low demand can cause productivity to plummet. In such a situation, it may make sense to also calculate labor productivity only using the hours which the operators were working (other hours may have been heavily invested in cross-training and improvement activities).

fonte
If begging should unfortunately be your destiny, knock only at the large gates.

Arabian Proverb
--------------------------------------------------
You've got to know when to hold 'em
Know when to fold 'em
Know when to walk away
And know when to run
You never count your money
When you're sittin' at the table
There'll be time enough for countin'
When the dealin's done

Kenny Rogers – The Gambler
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It is not enough to be busy; so are the ants. The question is: What are we busy about?
Henry David Thoreau

vbm

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Re: Produtividade - debate
« Responder #17 em: 2015-06-04 23:31:14 »

[ ] As cervejas belgas, que eu tão bem conheço, vendem pelo dobro das portuguesas. Têm fama  E aí temos. Produtividade dupla na Bélgica. E nada disso tem a ver com ritmo de trabalho dos trabalhadores nem sequer com skills. Simplesmente, no caso das cervejas belgas, a indústria foi capaz de criar no consumidor mundia a ideia de que as suas cervejas são muito boas; associou as marcas a imagens tradicionais de conventos, onde as cervejas eram fabricadas no passado; vende as garrafas com belas imagens de conventos; cria assim uma impressão de tradição. E conseguiu passar essa imagem agradável para a mente de milhões vi marketing. A isto soma-se alguma superioridade das cervejas no sabor. E aí está. Temos umas dezenas de milhar de trabalhadores belgas que têm o dobro da produtividade do que umas dezenas de milhares de portugueses, sem se esforçarem mais por hora, e sem sequer terem mais skills.

Notar que isto ATÉ se aplica aos empregados que servem as cervejas nas esplanadas. Como elas se vendem mais caro na Bélgica, os empregados, para o mesmo esforço a entregar cervejas, ganham muito mais que os empregados portugueses, e não desenvolvem mais trabalho ou esforço por hora. Mas ainda há mais. Como a actividade económica é taxada, via impostos a produtividade extra do sector cervejeira belga deve comunicar-se ainda a mais setores, incluindo de funcionários públicos, que ganham mais graças a essa cobrança de impostos maior.

Ou seja, a vantagem belga nas marcas de cervejas comunica-se a uma série de sectores de actividade, não apenas fabris, e determina uma muito maior produtividade. E tudo isto foi em parte graças aos monges dos conventos!


Parece a história do marketing judeu dos diamantes no mercado mundial!
Mas, claro, um dia descobre-se que o «rei vai nu» e as coisas não são tão valiosas assim.

E, por exemplo, quanto à cerveja, mesmo a belga, o vinho branco, mesmo como aperitivo
é muito melhor qua cerveja, e as turistas que nos visitam, cá pelos países do Sul, que o digam!

É um pouco o artificialismo altamente cobrador, no e pelo mais elementar segmento de prazer, que se instaura nos países desenvolvidos que contrasta com a quase gratuidade de doses incontidas de prazer e gosto nos países atrasados, que fazem destes um paraíso natural, não fosse a imprevisibilidade dos factores naturais não domesticáveis!
« Última modificação: 2015-06-05 12:04:06 por vbm »

purehawk

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Re: Produtividade - debate
« Responder #18 em: 2015-06-05 01:16:05 »
Vocês no inicio falaram sobre produtividade sem se preocuparem em definir produtividade.
Parece que não há uma definição mas várias, o que é compreensivel.
Retrata a evolução do pensamento sobre o conceito.


Wikipédia: Produtividade

Produtividade total dos factores:
A produtividade total dos factores (PTF) é a quantidade de produto que se obtêm com uma unidade ponderada de todos os factores de produção. (1)

 PTF = Y / (aK + bL)

sendo:

    Y o produto;
    K o fator capital;
    L o fator trabalho;
    a e b são os ponderadores dos respectivos fatores.

(1) ÁLVARO ALMEIDA, Economia Aplicada para Gestores, Cadernos IESF (ISBN 972-9051-69-0)



Um economista na televisão definiu produtividade assim:

A produtividade é um conceito financeiro:
É o preço a que se vende o produto ou serviço menos os custos necessários para o produzir (pessoal, matérias primas, energia, etc).


Por esta definição, compreende-se a maior produtividade das cervejas belgas e dos automóveis alemães de marca "premium" (Mercedes, Audi, BMW, Porsche e VW). Reside na maior diferença entre o preço monetário da venda e o custo monetário necessário para os produzir. Pode-se comparar as diferentes produtividades (por geografia, por exemplo) também pelo quociente dos custos.


Agora um exemplo:
(A) Um trabalhador que trabalha 7 horas por dia e produz 1 camisa por dia (de qualidade considerada muito boa) que é vendida ao comércio a 250€ a unidade.
(B) Um trabalhador que trabalha 8 horas por dia e produz 10 camisas por dia (de qualidade considerada média) que são vendidas ao comércio a 20€ a unidade.

O trabalhador (ou empresa) do caso (A) é mais produtivo(a) do que o trabalhador (ou empresa) do caso (B),
mesmo que da linha de produção só apareça 1 camisa por comparação às 10 camisas da outra.
A produtividade está poís (também) relacionada com o valor acrescentado que se adiciona ao produto ou serviço.


Ora isto é importante no quadro da actual crise na Europa e também no Mundo.
Há duas correntes de pensamento em "conflito" no que toca à solução da(s) crise(s) actuais.
No caso da Europa:

(1)
- Visão exclusivamente austeritária.

(2)
- Visão austeritária.
- Alguma deslocalização de indústrias (muito) 'produtivas' dos países excedentários para os países déficitários.
- Medidas remuneratórias e fiscais nos paises excedentários.

A corrente de pensamento (2) defende que os níveis de austeridade nos paises deficitários podem ser mais baixos se forem acompanhados de deslocalização de indústrias dos paises excedentários para os deficitários (solidariedade industrial) e por medidas remuneratórias de aumento salariais (na ordem dos 10%) e fiscais de redução de impostos nos paises excedentários para efeitos de aumento do consumo interno e também para aumento do consumo externo, do que é produzido e exportado dos paises déficitários para os excedentários.

Estas medidas aumentavam a velocidade do equilibrio e também mais rapidamente acabavam com o sofrimento nos paises deficitários.
Por agora, as medidas politicas da corrente de pensamento (2) têm estado OFF.


Ora numa Europa que muitos gostariam de ver como um bloco único, coerente e solidário em vez de ser cada um por sí e que cuide bem da sua casa, admito que é frustante para os adeptos da corrente de pensamento (2) que nenhumas outras medidas (nivel politico e industrial) tenham sido tomadas no sentido de se corrigirem os desiquilibrios.

Uma consequência é o descontetamento civil generalizado dos paises com fortes medidas austeritárias e a necessidade de alguns Estados repensarem ou mesmo referendarem a saida da União Europeia.

Se alguns Estados deficitários sairem da União Europeia e passarem a transaccionar o comércio externo com a sua própria moeda, sendo a moeda o 'melhor' regulador da saúde de uma nação e das suas trocas externas, a moeda desvalorizará muito, dificultando as importações provenientes dos paises excedentários (exportações dos paises excedentários) e contribuindo de uma forma rápida para o equilibrio dos défices/excedentes.

No fundo... é deixar a moeda fazer o seu trabalho.
É também uma opção, a opção (3).


     :)

Incognitus

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Re: Produtividade - debate
« Responder #19 em: 2015-06-05 01:29:46 »
Purehawk, embora essas medidas favorecessem os países deficitários, não ditariam necessariamente toda a correcção necessária, simplesmente porque a procura acrescida dos países superávitarios não se dirigiria necessariamente a coisas produzidas nos deficitários. Ou seja, algum impacto positivo aconteceria, mas não seria provavelmente o suficiente para eliminar a necessidade de ajustamento (poder-se-ia especular de diversas formas sobre a magnitude do impacto, mas rapidamente se chega a números muito baixos).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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