Os PDMs em vigor são de facto injustos, porque traça-se uma linha e de um lado da rua temos milionários e do outro lado pessoas que nem uma casota do cão conseguem fazer.
Os primeiros PDMs foram elaborados sobre cartas militares e à mão, no final dos anos 80 e início dos 90, o que aliado chico-espertice tuga deu azo a muito erros. Muitos gabinetes de projecto faziam os PDM chapa 5 sem quase irem ao local, havendo casos em que a parte escrita do PDM de um Concelho tem o nome de outro
A tecnologia evoluí muito, por isso erros ao nível ambiental em termos de zonamento (se é urbano ou reserva ecológica/agrícola) tendem a diminuir muito.
A chico-espertice tuga continua lá. Mas muitas vezes é só aparecer em todas as reuniões públicas e pressionar para que os seus terrenos passem a urbanos, justificando por isto ou por aquilo. Quem tem muito dinheiro limita-se a comprar os terrenos nas franjas urbanas/industriais à espera que uma expansão aconteça, mas isto pode demorar décadas. Na Inglaterra, as green belts (zonas verdes) à volta das cidades são pertença de grandes grupos económicos (Shell, Barclays) que podem esperar séculos para que desafectem uma zona para construção.
Curiosamente a nossa lei do ordenamento mudou e vai deixar de se ordenar com base em zonamentos regulamentares, o que permitia construir em Portugal para uma população de 40 milhões de habitantes (salvo erro), para uma como a inglesa, mais discricionária, em que as zonas de expansão são analisadas caso a caso.
Para quem tem terrenos em zona de expansão urbana deve ter isso em consideração, porque quando os PDMs forem revistos pode-se dar o caso de não deixarem construir por que já capacidade instalada, por exemplos lotes aprovados que ainda não foram construídos.