Mas nada obriga os outros a serem menos competitivos que os Alemães para sempre. E essa lógica também se podia aplicar aos diversos Estados dos EUA.
E então, o que propões para que consigam elevar a sua competitividade?
Não vale responder: baixar salários, aumentar lucros.
Isso pode realmente ocorrer - por se trabalhar
mais e ganhar o mesmo, por se trabalhar
melhor e ter mais lucros.
Mas não vale propor o efeito
como se ele fosse a causa.
O que farias? O que deve a política
incentivar no plano económico,
que induza a população
a trabalhar mais
e melhor?
Eu, que não sou visionário,
mas retrovisionário, vejo
como obstáculo ao desenvolvimento
de nações, regiões e territórios,
o desenvolvimento dos
países mais ricos,
e considero as economias mais atrasadas,
deverem impor restrições ao livre comércio,
pelo menos do
quantum de importações
que exceda a sua capacidade de exportar e pagar.
Se há moeda de emissão própria, a taxa de câmbio
pode ajudar a tais equilíbrios, mas provadamente
não é instrumento suficiente: a restrição quantitativa
de importações, racionamento de consumo,
requerem-se. Nem isso chega, porém.
O investimento directo de uns
países noutros da mesma
zona monetária,
tem de fluir
com mais
naturalidade legal e tributária.
É o que penso.
Se a eurolândia punir a Grécia
com a expulsão da zona do euro,
põe a nu todo o embuste antidemocrático
que a envolve. Se permitir que fique,
e não mudar as regras para pôr termo
à espoliação em curso das economias
subdesenvolvidas da moeda comum,
persistirá diabolicamente no reino
da absurdidade, onde só cativa
governos ineptos como
o que em Lisboa,
tem à vista
o termo
do seu
mandato.