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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1844056 vezes)

Zenith

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8200 em: 2015-07-11 23:07:15 »
Se houver unanimidade a nível europeu e situação económica portuguesa não se tiver degradado provavelmente sim.
Não percebi o que tem os impostos a ver com isso: não se trata de levantar um imposto para uma nova contribuição mas de limpar da folha de créditos um empréstimo de longo prazo (não sei bem qual é mas é longo), e portanto eventual reembolso não é contabilizado como receita nos orçamentos dos próximos anos.
Um perdão implica um impacto orçamental presente ou futuro.
Por exemplo, se for o BCE a arcar com o perdão, o Banco de Portugal deixa de distribuir tantos lucros ou seja, menos receita no OE. Essa falta de receita tem de ser compensada por outra receita (ou por um corte de despesa equivalente).
Idem se tivermos de reforçar a nossa quota no ESM. Temos de pedir emprestado para lá meter dinheiro e/ou menor amortização da dívida pública, com mais juros a pagar.

Responde agora
Se dentro de um ou dois anos houver unanimidade na UE para perdoar 20 ou 30% da dívida junto do EFSM (ou ESM), e essa unanimidade ser suportada por estudos internos que mostram que tal alívio de dívida é benéfico da recuperação grega e que para a Euroza como um todo (menos Grécia) simulações para todos os cenários imaginados indicam que beneficios económicos avaliados sobre um prazo de 10 anos compensam as perdas dos 20 ou 30%, és a favor ou não?
Sim, se esses cenários não forem como as projecções das PPPs, aeroporto de Beja, TGV e outras coisas que nos estudos iam ser bastante bons  :D. Esses estudos existem ?

Além disso só aceitaria um perdão depois de um conjunto mínimo de reformas ser implementada. Nem devia ser difícil fazer uma coisa dessas usando moratória sobre os juros, de forma a que a Grécia pagasse juros como se tivesse apenas 70% da dívida que efectivamente tem (assumindo um perdão de 30%). Caso não cumpram as reformas, voltam a dever a totalidade desses 30% de juros passados (só para o caso de entretanto saírem do euro e/ou da UE essa dívida estar averbada para sanções comerciais ou outras).

A pergunta era sobre dívida bilateral. O BCE é independente e não temos que nos pronunciar. Só sair do Euro se prejuizos se tornarem cronicos.

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8201 em: 2015-07-11 23:13:20 »
A minha pergunta era genérica porque independentemente do tipo de perdão (bilateral / EFSF / BCE) existe sempre impacto orçamental para Portugal, de forma mais ou menos directa.

É um erro pensar num perdão como se fosse uma coisa sem implicações para o contribuinte.

Imagina que todos os PALOPs faziam um fundo que tinha de manter 200b permanentemente. Emprestavam a Cabo Verde 50b e este não pagava.
Não é um empréstimo bilateral mas os 50b teriam de ser reposto no fundo, uma parte deles cabendo a Portugal. Dê-se as voltas que se derem, haja os instrumentos que houver pelo meio, isso cai sempre no bolso do contribuinte.

Castelbranco

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8202 em: 2015-07-11 23:13:56 »
e não estão crónicos?

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8203 em: 2015-07-11 23:15:37 »
Citar
Terminou a reunião do Eurogrupo

O ministro das Finanças da Finlândia anunciou no Twitter que a reunião do Eurogrupo já terminou e vai continuar amanhã às 11h de Bruxelas, 10h de Lisboa.
Observador

Zenith

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8204 em: 2015-07-11 23:21:20 »
A minha pergunta era genérica porque independentemente do tipo de perdão (bilateral / EFSF / BCE) existe sempre impacto orçamental para Portugal, de forma mais ou menos directa.

É um erro pensar num perdão como se fosse uma coisa sem implicações para o contribuinte.

Imagina que todos os PALOPs faziam um fundo que tinha de manter 200b permanentemente. Emprestavam a Cabo Verde 50b e este não pagava.
Não é um empréstimo bilateral mas os 50b teriam de ser reposto no fundo, uma parte deles cabendo a Portugal. Dê-se as voltas que se derem, haja os instrumentos que houver pelo meio, isso cai sempre no bolso do contribuinte.

Mas no caso do BCE atendento aos estatutos que lhe foram atribuidos, cidadaos n tem que se pronunciar (se não transforma-se numa instituição politica).
Mesmo no ESM só faria sentido se consulta fosse global.

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8205 em: 2015-07-11 23:21:31 »
Se houver unanimidade a nível europeu e situação económica portuguesa não se tiver degradado provavelmente sim.
Não percebi o que tem os impostos a ver com isso: não se trata de levantar um imposto para uma nova contribuição mas de limpar da folha de créditos um empréstimo de longo prazo (não sei bem qual é mas é longo), e portanto eventual reembolso não é contabilizado como receita nos orçamentos dos próximos anos.

Responde agora
Se dentro de um ou dois anos houver unanimidade na UE para perdoar 20 ou 30% da dívida junto do EFSM (ou ESM), e essa unanimidade ser suportada por estudos internos que mostram que tal alívio de dívida é benéfico da recuperação grega e que para a Euroza como um todo (menos Grécia) simulações para todos os cenários imaginados indicam que beneficios económicos avaliados sobre um prazo de 10 anos compensam as perdas dos 20 ou 30%, és a favor ou não?

Zenith, são 600 milhões a mais que tens em dívida, serão sempre pagos via impostos. Se não for agora é mais tarde.

Sobre o que dizes, os estudos diriam sempre o que quisessem que dissessem, mas naturalmente a única resposta razoável é dizer que sim a isso -- porém nota, qualquer estudo que diga que se deve fazer um haircut também consegue dizer que se pode adiar via taxas, maturidades e principamente moratórias de juros. Isto é importante porque eventualmente os empréstimos bilaterais estão fora do esquema da moratória de juros (mas ter-se-ia que verificar). Além disso, unilateralmente um país pequeno como Portugal podia sempre sabotar a coisa até ver os seus trocos ignorados.

O que eu digo não é a emprestar mais à coisa (fora de empréstimos cujo objectivo são apenas refinanciar dívida para não estoirarem).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8206 em: 2015-07-11 23:28:51 »
A minha pergunta era genérica porque independentemente do tipo de perdão (bilateral / EFSF / BCE) existe sempre impacto orçamental para Portugal, de forma mais ou menos directa.

É um erro pensar num perdão como se fosse uma coisa sem implicações para o contribuinte.

Imagina que todos os PALOPs faziam um fundo que tinha de manter 200b permanentemente. Emprestavam a Cabo Verde 50b e este não pagava.
Não é um empréstimo bilateral mas os 50b teriam de ser reposto no fundo, uma parte deles cabendo a Portugal. Dê-se as voltas que se derem, haja os instrumentos que houver pelo meio, isso cai sempre no bolso do contribuinte.

Mas no caso do BCE atendento aos estatutos que lhe foram atribuidos, cidadaos n tem que se pronunciar (se não transforma-se numa instituição politica).
Mesmo no ESM só faria sentido se consulta fosse global.
Eu sei que não mas a minha dúvida é se tu (pessoalmente) concordas e apoias um default total ou parcial, seja ele acordado com as instituições para todos os empréstimos bilaterais / ESFF ou via calote ao BCE, sabendo que qualquer delas tem impacto para os contribuintes.

Esquece os formalismos se é no BCE, se é no ESFM com unanimidade-não-sei-oquê.

A pergunta é simples: Sabemos que qualquer default tem impacto orçamental no bolso dos portugueses. Concordas ou não ? Apoias ou não ? Não é difícil de responder.

Zenith

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8207 em: 2015-07-11 23:30:13 »
Se houver unanimidade a nível europeu e situação económica portuguesa não se tiver degradado provavelmente sim.
Não percebi o que tem os impostos a ver com isso: não se trata de levantar um imposto para uma nova contribuição mas de limpar da folha de créditos um empréstimo de longo prazo (não sei bem qual é mas é longo), e portanto eventual reembolso não é contabilizado como receita nos orçamentos dos próximos anos.

Responde agora
Se dentro de um ou dois anos houver unanimidade na UE para perdoar 20 ou 30% da dívida junto do EFSM (ou ESM), e essa unanimidade ser suportada por estudos internos que mostram que tal alívio de dívida é benéfico da recuperação grega e que para a Euroza como um todo (menos Grécia) simulações para todos os cenários imaginados indicam que beneficios económicos avaliados sobre um prazo de 10 anos compensam as perdas dos 20 ou 30%, és a favor ou não?

Zenith, são 600 milhões a mais que tens em dívida, serão sempre pagos via impostos. Se não for agora é mais tarde.

Sobre o que dizes, os estudos diriam sempre o que quisessem que dissessem, mas naturalmente a única resposta razoável é dizer que sim a isso -- porém nota, qualquer estudo que diga que se deve fazer um haircut também consegue dizer que se pode adiar via taxas, maturidades e principamente moratórias de juros. Isto é importante porque eventualmente os empréstimos bilaterais estão fora do esquema da moratória de juros (mas ter-se-ia que verificar). Além disso, unilateralmente um país pequeno como Portugal podia sempre sabotar a coisa até ver os seus trocos ignorados.

O que eu digo não é a emprestar mais à coisa (fora de empréstimos cujo objectivo são apenas refinanciar dívida para não estoirarem).

Não respondeste á pergunta. Dei os elementos que estariam disponéveis. Sim ou não?

Não são 600 milhões a mais em dívida, é um crédito que é apagado. Não sei quando é a data de reembolso (mas li que é muito long prazo) mas se for para 2050 é completamente impossível avaliar qual será o impacto nos impostos que a não receita terá nesse ano.

as

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8208 em: 2015-07-11 23:31:13 »
Vejo demasiados obstáculos para haver acordo:
 1. Negociar com 18 países e não com 1;
 2. Falta de oxigénio (dinheiro) na Grécia;
 3. Grécia em incumprimento perante o FMI (o FMI não só não está disponível para renegociar como já não está disponível para emprestar ou participar num 3º resgate!)
 4. Quem fala em acordo são Eurocratas que não têm de responder perante populações (Junker, Tusk e afins);
 5. Alemanha sem entusiasmo;
 6. França e Itália a dizer que sim?? Cá para mim já perceberam o desfecho final e querem ficar de bem com os Gregos...
 7. Tsipras e Syriza completamente desacreditado perante os pares;
 8. Falta de empatia dos Europeus pela Grécia e com o arrastar da situação pelo projecto Europeu;
 9. A Grecia já teve duas restruturações (um Haircut e uma de alteração de taxa e maturidades).

Cpms,

  AS

A minha assinatura até Domingo: Se houver acordo fico surpreendido e venho aqui retratar-me!

Só para relembrar!  ;D

Quero acrescentar ao ponto 7: pares europeus e na Grécia (devem existir muitos pseudointelectuais a lembrar o Tsipras que o resultado do referendo foi não) o que diminui a margem para baixar ainda mais as calças)
« Última modificação: 2015-07-11 23:36:02 por as »

Castelbranco

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8209 em: 2015-07-11 23:35:10 »
assino de cruz

Pedro.J50

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8210 em: 2015-07-11 23:43:22 »
Conversa de Café :

Uma interrogação que tenho tido .
1- Porque não se criava uma Agencia de Desenvolvimento  da Europa
. A missão seria criar emprego  ou simplesmente distribuir um subsidio.
Como se financiaria ? Comprando divida dos endividados.

Essa agencia também poderia criar  empresas que produzissem bens transacionáveis.

O investimento dessa agência poderia estar ligado à redução do Deficit.

Quanto mais o estado reduzisse o deficit , mais a Agencia investia no país alvo.


2- Outra coisa importante seria limitar a circulação de certo tipo de quadros de uns paises parra outros ( Medicos , enfermeiros, terapeutas).

A verdade é que a Europa assim não está a funcionar.
Criam-se bolsas de pobreza , na Grecia..,em Portugal..;
Não se aproveitam as capacidades produtivas dos paises em crise..;

Algum comentário..?






Zenith

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8211 em: 2015-07-11 23:46:27 »
Se houver unanimidade a nível europeu e situação económica portuguesa não se tiver degradado provavelmente sim.
Não percebi o que tem os impostos a ver com isso: não se trata de levantar um imposto para uma nova contribuição mas de limpar da folha de créditos um empréstimo de longo prazo (não sei bem qual é mas é longo), e portanto eventual reembolso não é contabilizado como receita nos orçamentos dos próximos anos.
Um perdão implica um impacto orçamental presente ou futuro.
Por exemplo, se for o BCE a arcar com o perdão, o Banco de Portugal deixa de distribuir tantos lucros ou seja, menos receita no OE. Essa falta de receita tem de ser compensada por outra receita (ou por um corte de despesa equivalente).
Idem se tivermos de reforçar a nossa quota no ESM. Temos de pedir emprestado para lá meter dinheiro e/ou menor amortização da dívida pública, com mais juros a pagar.

Responde agora
Se dentro de um ou dois anos houver unanimidade na UE para perdoar 20 ou 30% da dívida junto do EFSM (ou ESM), e essa unanimidade ser suportada por estudos internos que mostram que tal alívio de dívida é benéfico da recuperação grega e que para a Euroza como um todo (menos Grécia) simulações para todos os cenários imaginados indicam que beneficios económicos avaliados sobre um prazo de 10 anos compensam as perdas dos 20 ou 30%, és a favor ou não?
Sim, se esses cenários não forem como as projecções das PPPs, aeroporto de Beja, TGV e outras coisas que nos estudos iam ser bastante bons  :D. Esses estudos existem ?

Além disso só aceitaria um perdão depois de um conjunto mínimo de reformas ser implementada. Nem devia ser difícil fazer uma coisa dessas usando moratória sobre os juros, de forma a que a Grécia pagasse juros como se tivesse apenas 70% da dívida que efectivamente tem (assumindo um perdão de 30%). Caso não cumpram as reformas, voltam a dever a totalidade desses 30% de juros passados (só para o caso de entretanto saírem do euro e/ou da UE essa dívida estar averbada para sanções comerciais ou outras).

Fiico com ideia que UE está deficientemente assessorada. Acredito que paises mais poderosos (Alemanha, França, Italia) tem gabinetes com muito mais recursos que fazem esses estudos mas apenas para os respectivos ministros das finanças terem elementos para as negociações.
Mas a asunção era que se não existirem essas condições eram criadas na UE e que principais conclusoes das analises eram tornadas publicas como caso do FMI.

vbm

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8212 em: 2015-07-11 23:54:07 »
Vejo demasiados obstáculos para haver acordo:
 1. Negociar com 18 países e não com 1;
 2. Falta de oxigénio (dinheiro) na Grécia;
 3. Grécia em incumprimento perante o FMI (o FMI não só não está disponível para renegociar como já não está disponível para emprestar ou participar num 3º resgate!)
 4. Quem fala em acordo são Eurocratas que não têm de responder perante populações (Junker, Tusk e afins);
 5. Alemanha sem entusiasmo;
 6. França e Itália a dizer que sim?? Cá para mim já perceberam o desfecho final e querem ficar de bem com os Gregos...
 7. Tsipras e Syriza completamente desacreditado perante os pares;
 8. Falta de empatia dos Europeus pela Grécia e com o arrastar da situação pelo projecto Europeu;
 9. A Grecia já teve duas restruturações (um Haircut e uma de alteração de taxa e maturidades).

Cpms,

  AS

A minha assinatura até Domingo: Se houver acordo fico surpreendido e venho aqui retratar-me!

[ ]

Até Domingo!
« Última modificação: 2015-07-11 23:54:55 por vbm »

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8213 em: 2015-07-12 00:18:43 »
Ouch. Parece que não é só a Finlândia. Resta saber se ao lado da Finlândia são pesos pesados ou pesos pluma.
Citar
Stubb diz que Finlândia não vai apoiar resgate

Ministro das Finanças finlandês diz que o seu país não vai apoiar resgate à Grécia e que metade do Eurogrupo estava ao seu lado nesta reunião.
Observador

Moppie85

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8214 em: 2015-07-12 00:51:40 »
Conversa de Café :

Uma interrogação que tenho tido .
1- Porque não se criava uma Agencia de Desenvolvimento  da Europa
. A missão seria criar emprego  ou simplesmente distribuir um subsidio.
Como se financiaria ? Comprando divida dos endividados.

Essa agencia também poderia criar  empresas que produzissem bens transacionáveis.

O investimento dessa agência poderia estar ligado à redução do Deficit.

Quanto mais o estado reduzisse o deficit , mais a Agencia investia no país alvo.


2- Outra coisa importante seria limitar a circulação de certo tipo de quadros de uns paises parra outros ( Medicos , enfermeiros, terapeutas).

A verdade é que a Europa assim não está a funcionar.
Criam-se bolsas de pobreza , na Grecia..,em Portugal..;
Não se aproveitam as capacidades produtivas dos paises em crise..;

Algum comentário..?

honestamente - sem pés nem cabeça...

1 -

a) para criar uma "agencia" para comprar divida de países, tens de lá meter dinheiro. De onde vinha esse dinheiro mesmo?
b) criar emprego ou distribuir subsidios? Portanto, como os próprios estados não conseguem (tentam até fazer algo que não lhes compete como "criar empregos" ou "distribuir subsidios" sem fim), cria-se uma agencia financiada pelos próprios Estados para fazer isso?
c) uma agencia supra-nacional que criava empresas?! Com que fim?!
d) À redução do déficite - ou seja, países como Portugal que andaram a cortar para descer dos 10 para os 3% e agora para manterem nos 3% tÊm de manter o apertar do cinto, levavam pouco e países como a grécia q não o fizeram eram beneficiados. Não faz qq sentido...


2 -

Desde quando um engenheiro um economista ou um enfermeiro ou quem quer que seja é menos do que um apanhador de lixo ou uma assistente operacional para ser proíbida de emigrar? Era o que faltava! Uma absurdidade... Se não querem que as pessoas emigrem, deem-lhes condições para não o fazerem. Ou pensas que emigram pq é engraçado deixar a familia, os amigos, a cidade onde vivem e a lingua? Emigram porque o país não lhes oferece condições.

EDIT: sem contar que os países que recebem emigrantes estão 10000x mais interessados em receber pessoas com qualificações do que pessoas sem as mesmas - é que as primeiras criam mais riqueza no país e vão ocupar lugares que são necessários ocupar nesses países.
A tua ideia, é ao nível de "no Alentejo precisam de médicos, portanto os que forem do Alentejo, têm de ficar lá, mesmo que em Lisboa lhe ofereçam um ordenado e condições de trabalho melhor - "nasceste em mértola?! vai para mértola trabalhar!"
« Última modificação: 2015-07-12 00:56:06 por Moppie85 »

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8215 em: 2015-07-12 00:52:02 »
Se houver unanimidade a nível europeu e situação económica portuguesa não se tiver degradado provavelmente sim.
Não percebi o que tem os impostos a ver com isso: não se trata de levantar um imposto para uma nova contribuição mas de limpar da folha de créditos um empréstimo de longo prazo (não sei bem qual é mas é longo), e portanto eventual reembolso não é contabilizado como receita nos orçamentos dos próximos anos.

Responde agora
Se dentro de um ou dois anos houver unanimidade na UE para perdoar 20 ou 30% da dívida junto do EFSM (ou ESM), e essa unanimidade ser suportada por estudos internos que mostram que tal alívio de dívida é benéfico da recuperação grega e que para a Euroza como um todo (menos Grécia) simulações para todos os cenários imaginados indicam que beneficios económicos avaliados sobre um prazo de 10 anos compensam as perdas dos 20 ou 30%, és a favor ou não?

Zenith, são 600 milhões a mais que tens em dívida, serão sempre pagos via impostos. Se não for agora é mais tarde.

Sobre o que dizes, os estudos diriam sempre o que quisessem que dissessem, mas naturalmente a única resposta razoável é dizer que sim a isso -- porém nota, qualquer estudo que diga que se deve fazer um haircut também consegue dizer que se pode adiar via taxas, maturidades e principamente moratórias de juros. Isto é importante porque eventualmente os empréstimos bilaterais estão fora do esquema da moratória de juros (mas ter-se-ia que verificar). Além disso, unilateralmente um país pequeno como Portugal podia sempre sabotar a coisa até ver os seus trocos ignorados.

O que eu digo não é a emprestar mais à coisa (fora de empréstimos cujo objectivo são apenas refinanciar dívida para não estoirarem).

Não respondeste á pergunta. Dei os elementos que estariam disponéveis. Sim ou não?

Não são 600 milhões a mais em dívida, é um crédito que é apagado. Não sei quando é a data de reembolso (mas li que é muito long prazo) mas se for para 2050 é completamente impossível avaliar qual será o impacto nos impostos que a não receita terá nesse ano.

Respondi, sim:

Citar
mas naturalmente a resposta razoável é dizer que sim a isso

(Acrescento, SE tivermos confiança nos estudos E nos Gregos -- como podes ver hoje, o futuro não é passível de ser conhecido e os Gregos não têm a confiança de toda a gente)

Os 600 milhões que não são pagos são 600 milhões a mais que Portugal tem que ter em dívida, Zenith. Têm uma remuneração anual (baixa, naturalmente) e maturidade de 2020 a 2041:

Citar
Já nos empréstimos bilaterais, é cobrada uma taxa de 50 pontos base (ou seja, meio ponto percentual) acima da taxa Euribor, que está em mínimos históricos na casa dos 0,5%. Estes empréstimos têm reembolso agendado para começar em 2020 e durar até 2041.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8216 em: 2015-07-12 00:53:35 »
Conversa de Café :

Uma interrogação que tenho tido .
1- Porque não se criava uma Agencia de Desenvolvimento  da Europa
. A missão seria criar emprego  ou simplesmente distribuir um subsidio.
Como se financiaria ? Comprando divida dos endividados.

Essa agencia também poderia criar  empresas que produzissem bens transacionáveis.

O investimento dessa agência poderia estar ligado à redução do Deficit.

Quanto mais o estado reduzisse o deficit , mais a Agencia investia no país alvo.


2- Outra coisa importante seria limitar a circulação de certo tipo de quadros de uns paises parra outros ( Medicos , enfermeiros, terapeutas).

A verdade é que a Europa assim não está a funcionar.
Criam-se bolsas de pobreza , na Grecia..,em Portugal..;
Não se aproveitam as capacidades produtivas dos paises em crise..;

Algum comentário..?

Não fazem sentido. O estado é um mau adivinho de saber onde investir (o mercado tb n é grande coisa, mas fazem-se tantas tentativas baratas que alguém acerta). Aqui mais valia atribuirem subsídios alteatoriamente a empresas exportadoras e lucrativas que quisessem investir.

A segunda então pareceria uma coisa saida da URSS ...
« Última modificação: 2015-07-12 00:54:49 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Pedro.J50

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8217 em: 2015-07-12 01:35:09 »
Conversa de Café :

Uma interrogação que tenho tido .
1- Porque não se criava uma Agencia de Desenvolvimento  da Europa
. A missão seria criar emprego  ou simplesmente distribuir um subsidio.
Como se financiaria ? Comprando divida dos endividados.

Essa agencia também poderia criar  empresas que produzissem bens transacionáveis.

O investimento dessa agência poderia estar ligado à redução do Deficit.

Quanto mais o estado reduzisse o deficit , mais a Agencia investia no país alvo.


2- Outra coisa importante seria limitar a circulação de certo tipo de quadros de uns paises parra outros ( Medicos , enfermeiros, terapeutas).

A verdade é que a Europa assim não está a funcionar.
Criam-se bolsas de pobreza , na Grecia..,em Portugal..;
Não se aproveitam as capacidades produtivas dos paises em crise..;

Algum comentário..?

Não fazem sentido. O estado é um mau adivinho de saber onde investir (o mercado tb n é grande coisa, mas fazem-se tantas tentativas baratas que alguém acerta). Aqui mais valia atribuirem subsídios alteatoriamente a empresas exportadoras e lucrativas que quisessem investir.

A segunda então pareceria uma coisa saida da URSS ...

Muito Obrigado pela  resposta.
É verdade que o estado não é muito bom a fazer decisões de investimento.
Mas a verdade é que os  bancos privados americanos também não foram muito bons a tomar decisões de investimento , e se não tivessem sido ajudados pelo estado , teriam falido.

( O modelo de economia privada existente afinal não é assim tão privado quanto isso ,  porque os bancos só sobreviveram  (na américa ) com ajuda do estado.


Deng Xiang Ping que abriu a china aos mercados, dizia :

" Não interessa se o gato é branco ou preto.  Interessa é se caça ratos ".

O mesmo se pode dizer nesta situação.

Pouco interessa se o investimento é privado ou publico.
Interessa é que crie emprego, distribua rendimento.



Realmente a restrição do movimento das pessoas parece algo da Ex urss e vai contra as ideias correntes.
Porém li  algures que 14 000 medicos deixaram a Grécia.
Um país de onde os quadros saiem não avança.
Tenho consciência de que essa restrição ao movimento das pessoas vai contra a ideia de um mercado ùnico onde o comércio e as pessoas se movimentam livremente..., mas a verdade é que esse  modelo , não está a funcionar. (pelo menos na zona da moeda ùnica).



« Última modificação: 2015-07-12 02:39:49 por Pedro.J50 »

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8218 em: 2015-07-12 03:17:10 »
Os bancos que faliram deviam ter sido resolvidos com esquemas parecidos ao do BES. E muitos, pequenos e médios, foram. Só para os TBTF (Too Big To Fail) é que não se fez isso.

O investimento interessa é que seja reprodutivo e lucrativo. Investir sem que o seja é uma desgraça porque vão ser retirados recursos a actividades produtivas e lucrativas para o enfiar nesse investimento sem futuro, tornando a economia ainda menos competitiva em troco de um benefício de curto prazo.

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O modelo está a funcionar, a saída das pessoas é a válvula de escape para o modelo que NÃO funciona (o Grego), essas pessoas vão para onde o modelo funciona. O seja o modelo que tem que ser reequacionado não é o para onde essas pessoas vão. É aquele de onde elas saem (o Grego).
« Última modificação: 2015-07-12 03:17:48 por Incognitus »
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Pedro.J50

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8219 em: 2015-07-12 08:03:18 »
Os bancos que faliram deviam ter sido resolvidos com esquemas parecidos ao do BES. E muitos, pequenos e médios, foram. Só para os TBTF (Too Big To Fail) é que não se fez isso.

O investimento interessa é que seja reprodutivo e lucrativo. Investir sem que o seja é uma desgraça porque vão ser retirados recursos a actividades produtivas e lucrativas para o enfiar nesse investimento sem futuro, tornando a economia ainda menos competitiva em troco de um benefício de curto prazo.

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O modelo está a funcionar, a saída das pessoas é a válvula de escape para o modelo que NÃO funciona (o Grego), essas pessoas vão para onde o modelo funciona. O seja o modelo que tem que ser reequacionado não é o para onde essas pessoas vão. É aquele de onde elas saem (o Grego).

Obrigado pela resposta.
Nestas trocas de ideias as pessoas raramente mudam de posição inicial.

Nem toda a gente se pode mudar da Grecia para alemanha.

Diz  um Economista que a introdução do euro tornou a economia alemã mais competitiva e as economias dos paises periféricos menos competitivas.......

Ele afirma que o Euro não ìa funcionar.

E não está a funcionar.

Por outro lado ,após aceder ao euro, um pais deixa de poder desvalorizar a sua moeda  Essa é uma arma importante que os bancos centrais  têm para manter algum equilibrio na balança comercial  ; e para fomentar as exportações que podem reavivar a economia num periodo de depressão   .

Seja como fôr a UE está a dar muitos problemas .
Eu não sou do clube culpar a alemanha.
Acho porém  que esta UE não está a caçar ratos.
Esta união pode desfazer-se.
Economias com metade   dos jovens desempregados, são economias doentes.
As razões disso  não sei quais são. (falta de investimento , dir-se-á )
Não  sei a cura.
Obrigado pela leitura.


Diz Richard Werner :

https://professorwerner.wordpress.com/2015/07/10/hallo-welt/comment-page-1/#comment-1


Like many economists, at the time I pointed out that the plans by the eurocrats to introduce a single currency were thoroughly misguided: monetary policy is the most powerful policy arm, and there is no reason why any government should amputate it. As I argued then, historically the German D-Mark had been strengthening since its introduction in 1948 against the currencies of its neighbours, and this reflected – and compensated for – increased German competitiveness. Their weakening currencies allowed German trade partners to keep their export industries in business and their workers employed. By introducing a single currency, future revaluations of the German currency were disallowed. This amounted to a de facto future devaluation of German purchasing power, revaluation of the currencies of the other European countries, and hence would render non-German economies less and less able to compete against German exports over time.

fim citação.