E Euro não vai a lado nenhum...
o euro vai a algum lado sim. para o caixote de lixo da história e mais rápido que se pensa
se a grécia, portugal, espanha e itália sairem, fica apenas o núcleo duro da UE e mais uns países pequenos que acharam por bem entrar no EURO.
ora o o EURO, só com o núcleo duro - benelux, frança e alemanha, tenderá a valorizar-se brutalmente. inaceitável para todos e especialmente a alemanha, que verá a suas exportações deixarem de ser competititivas.
só restará à alemanha sair do euro, voltar ao marco e desvalorizar, para manter a competitividade da sua economia.
irónico não é?
L
Não sei se o euro sobreviverá. Mas o sucesso exportador alemão tem muito mais a ver com a qualidade dos produtos e não com o euro. Esse sucesso era muito com o marco. O tipo de economia da Alemanha não ganha muito com moeda fraca, pois também lhes custaria mais a comprar as matérias primas. É o tipo de economia exportadora que se dá bem com moeda forte.
Adicionalmente, Alemanha entrou a contragosto no euro. A maioria dos alemães não queria. Quem fez pressão para ele foi a França. A Alemanha aceitou, em troca de apoio francês à reunificação alemã. A Grã-Bretanha tentou bloquear a reunificação alemã e não aderiu ao euro.
No plano do comércio e no da moeda, este debate acima concentra toda a temática do problema.
É verdade que os produtos industriais alemães têm qualidade e podem vender-se em moeda forte porque têm vida útil engenhada para serem os mais competitivos em custo unitário de uso. Isto não sucede por acaso porque os alemães, ao contrário dos anglo-saxónicos, ingleses ou americanos, não buscam o lucro de curto prazo, - decidindo o fecho ou a continuação de estabelecimentos na base de resultados de balancetes trimestrais! -, mas sim a maximização de lucros de longo prazo, a obter em resultado de estratégias deste tipo: «Dentro de cinco anos, queremos ser os melhores do mundo na indústria química, e queremos manter esse estatuto nos restantes quarenta e cinco anos.» É um negócio completamente diferente dos negócios dos caixeiros ingleses!
No entanto, desta diferença de método e de situação, que o Kin releva, não se segue que o argumento do Lark perca pertinência. Porque, de facto, o euro foi ouro sobre azul na estratégia da Alemanha! Pois, pela bandeira de um euro forte e credível, do interesse geral da Europa face ao dólar e ao yen, os alemães conseguiram continuar a vender bem por o câmbio do euro poder ser menos exigente no equilíbrio de trocas comerciais, do que se a Alemanha só vendesse em marcos, com a sua balança de transacções correntes perfeitamente ilustrada de fortíssimos superavits de comércio.
Assim, esses superavits existiram sempre, mas a percepção externa dos credores internacionais era atenuada pelos défices dos demais países do euro, sempre tendo sido implicitamente suposto, que os equilíbrios externos se garantiriam no seio da moeda comum, como o pensou o vice-presidente do BCE, mesmo antes de o ser, i.e., quando simples governador do banco central do segundo país mais fraco do euro, tranquilizava o governo a prosseguir como os seus défices de balança de pagamentos, de orçamento público, e de endividamento arriscado.
O ponto de esta estratégia era implicitamente aceite na eurozona revela-se bem no modo como a Alemanha e a França entenderam resolver a primeira dificuldade de pagamento dos gregos, e que consistiu em pagar com dinheiro público os empréstimos dos bancos privados aos credores gregos, que depois, fora da iniciativa privada, a 'coisa' haveria de resolver-se por si, i.e., os contribuintes pagariam o que fosse preciso. O plano foi infeliz, porque a Alemanha exagerou a querer 'castigar' os gregos, uns mandriões que passam a vida de férias ao sol, compram
m.'s e não pagam!
Falácia. Vigarice. Roubalheira hipócrita. Nunca deveriam os credores privados emprestar a quem não tinha condições de pagar o que compra! Os primeiros a falir deveriam ter sido essa ladroagem irresponsável que grassa entre os que labutam na iniciativa privada da actividade económica, incluindo demitir responsáveis governamentais de exportações de empresas nacionalizadas para países falidos.
De modo que, o que penso é que o sistema político-económico da União Europeia está mal engenhado, tem de mudar, os países de soberania partilhada menos desenvolvidos têm de receber condições sérias para se desenvolverem e praticarem um comércio equilibrado com os mais desenvolvidos, a desigualdade entre os povos e as nações não pode agravar-se ao ponto de as pessoas ficarem todas votadas ao desemprego em massa, e isso tem de evitar-se, mesmo que hajam de reerguer-se barreiras de preço e regras ao livre comércio intereuropeu e extraeuropeu.