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Autor Tópico: Raça, Genética e QI  (Lida 87018 vezes)

purehawk

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #540 em: 2016-01-05 07:25:53 »
O debate sobre o QI de uns ser mais elevado do que outros devido a factores assim & assado vai cair no mesmo contexto de irrelevância do que é hoje o facto de se saber que certas fisiologias e morfologias têm vantagens fisicas perante outras - ex: pretos jamaicanos com vantagem nas provas de velocidade de curta distancia (100m, 200m, 400m), pretos quenianos com vantagem nas provas de meio fundo e fundo (10000m, meia maratona e maratona) - mas que mesmo perante tais vantagens avassaladoras em relação a outros atletas desfavorecidos... nada podem contra as capacidades de uma máquina, como uma mota, um automóvel, um avião, etc... - tal como intelectualmente, com muito QI ou QI excepcional, já não há nenhum Grande Mestre de xadrez que consiga bater uma máquina num mísero jogo de xadrez, porque a máquina já atingiu niveis de invencibilidade que deixa qualquer Grande Mestre somente perante a melhor hipótese de desistência.

A IA (Inteligência Artificial) vai ultrapassar o melhor dos melhores QI's que a espécie humana alguma vez produziu e será ela própria factor de criação de riqueza e elevação do nivel e qualidade de vida (se para isso for orientada) a uma escala sem precedentes.

Espera-se ver a IA sob a forma de pequenos humanoides a ocupar os lugares dos Parlamentos (Parlamento português, Reino Unido, etc), os lugares de Presidentes de Estado (Presidente dos Estados Unidos, França, Rússia, etc... por exemplo), Governos, Conselhos de Estado, Conselhos de Administração das empresas, etc...

Até mesmo os meios de debate humanos (como os fóruns de discussão, por exemplo) os intervenientes serão substiuidos pela IA, desde os Administradores até aos forenses.

O papel do ser humano será viver numa ilusão de que é feliz, num estado vegetativo, como o que foi retratado na trilogia Matrix. E não há escapatória possivel. Escusam até de comentar este "Admiravel Mundo Novo" para que um dia a IA, ao lê-los, não se desmanche a rir perante comentários tão grotescos e anedóticos.

É assim, o futuro já começou!

    :P



Alguns links:
https://www.google.pt/?gfe_rd=cr&ei=bJeEVpS9CYis8wfbhbuYCw&gws_rd=ssl#q=elon+musk+AI
https://en.wikipedia.org/wiki/Open_Letter_on_Artificial_Intelligence
http://www.zdnet.com/article/artificial-intelligence-should-we-be-as-terrified-as-elon-musk-and-bill-gates/
http://www.popsci.com/new-openai-artificial-intelligence-group-formed-by-elon-musk-peter-thiel-and-more
http://www.salon.com/2015/10/15/calm_down_artificial_intelligence_is_not_going_to_take_over_the_world_partner/
http://www.inc.com/tess-townsend/elon-musk-open-ai-safe.html
http://time.com/3973500/elon-musk-stephen-hawking-ai-weapons/
https://openai.com/blog/introducing-openai/





Inteligência artificial: “Precisamos mesmo de esperar por um desastre?”
João Pedro Pereira  04/01/2016 - 07:39

Luciano Floridi, filósofo, defende que é urgente pensar nos limites a estabelecer num mundo de máquinas cada vez mais inteligentes. E que não nos podemos distrair com cenários irrealistas.

Trabalhar menos e ter uma vida mais fácil é um desejo universal. Na sociedade descrita por Thomas More, as pessoas podiam escolher carreiras de acordo com os seus interesses (um conceito relativamente novo para a época), todos tinham de trabalhar (incluindo na agricultura) e as jornadas de trabalho eram reduzidas. É uma tendência histórica atribuir a outros os trabalhos que não queremos fazer: a animais (como cavalos), a escravos (que também existem na Utopia de More) e, mais recentemente, a máquinas, que se estão a tornar cada vez mais inteligentes e são capazes de fazer tarefas que antes eram exclusivamente humanas.

O filósofo italiano Luciano Floridi, professor em Oxford e investigador na área da filosofia da informação, argumenta que é possível levar a tecnologia muito longe e criar máquinas autónomas capazes de executar todo o tipo de trabalhos. A tecnologia permite até que sejam as máquinas a decidir quando disparar sobre alguém ou lançar uma bomba. A questão, diz, é que devemos parar muito antes de chegarmos a esse ponto. Mesmo nos casos das máquinas que fazem apenas tarefas relativamente simples, como registar compras de supermercado, o filósofo antecipa problemas: uma maior polarização da riqueza e pessoas que não conseguem encontrar trabalho.

Floridi faz questão de distinguir entre máquinas eficientes - a jogar xadrez, a pilotar um avião - e a ideia de computadores com uma inteligência semelhante à do cérebro humano. É um crítico feroz da singularidade, um cenário que tem vindo a acumular entusiastas e no qual chegaremos a um momento em que um computador terá uma inteligência superior à humana e será capaz de aperfeiçoar sozinho essa tecnologia, gerando máquinas cada vez mais inteligentes. Para o filósofo, esta ideia é uma distracção face aos verdadeiros problemas que as máquinas inteligentes levantam. Conversou com o PÚBLICO  à margem da conferência The unknown, 100 years from now, no edifício de aspecto futurista da Fundação Champalimaud, em Lisboa.


Dos filmes de ficção científica até à Siri, a assistente pessoal que vem com o iPhone, porque é que temos este fascínio por inteligência artificial semelhante à inteligência humana?

Essa fixação é muito antiga. A primeira descrição que conheço está na Ilíada, quando Homero descreve uns robôs. Os humanos têm alguma paixão por entidades artificiais. É uma mistura de razões. Por um lado, é uma questão de criatividade. Criamos tudo o que nos rodeia: edifícios, a cadeira em que estou sentado, a mesa. Queremos criar mais. E há o medo e a questão da incerteza. Ainda somos animais e temos medo. Estamos preocupados com a possibilidade de a nossa criatividade, que nos leva a criar máquinas cada vez mais inteligentes e poderosas, ter um efeito boomerang que nos prejudique. É o fascínio com algo que é audaz, perigoso e ao mesmo tempo intrigante.

Há também uma motivação fundamental: o factor económico. Queremos delegar em máquinas aquilo que não queremos fazer. A indústria automóvel tem-se vindo a transformar a um ritmo impressionante em termos da robótica que está a ser usada. Há uma transformação do mercado de trabalho. É típico da humanidade. Queremos delegar tarefas noutras entidades. No passado foram escravos, cavalos, depois máquinas. As tarefas foram-se tornando mais difíceis, passou a ser necessário processar informação e chegamos assim à inteligência artificial. Não queremos trabalhar, nem queremos pensar.

É possível delegar responsabilidade máquinas com inteligência artificial? E é desejável?

Se puder delegar a responsabilidade de limpar a casa. Se disser “robô limpa a casa” e quando voltar a casa estiver limpa… Se lermos a descrição de Aristóteles do que é um escravo e retirarmos a palavra escravo, temos um robô.

Quão longe podemos ir nessa delegação? Uma coisa é limpar a casa, outra é decidir bombardear uma cidade.

Temos de distinguir entre quão longe conseguimos ir e quão longe devemos ir. Conseguimos ir mesmo muito longe. Devemos ir por esse caminho? Não, de todo. Hoje é possível ter drones completamente autónomos. Na fronteira das Coreias, há robôs armados a patrulhar. É possível fazer com que disparem sobre qualquer coisa que se mexa? Sim. Mas não queremos isso. Pode ser uma criança a brincar no sítio errado. Queremos ter controlo sobre estas máquinas. Mas às vezes as pessoas confundem: “É possível, então vamos fazê-lo”. Mas o que é aceitável fazer é outra história.

Se temos a possibilidade de fazer estas coisas, quem é que vai estabelecer os limites?

Nós. A sociedade, os políticos que elegemos. Não há mais ninguém em quem possamos delegar essa decisão. Estou mais pessimista quanto a como o vamos fazer. No passado, fizemos mudanças apenas depois de grandes desastres. Só decidimos regular o uso de armas nucleares depois de terem sido largadas duas bombas.

Isto gera dois problemas. Em primeiro lugar: precisamos mesmo de esperar por um desastre? Por exemplo, um país com tecnologia suficientemente avançada decide pôr drones no ar 24 horas por dia, armados e completamente autónomos. Queremos fazer isso até que dispare sobre um avião comercial? Infelizmente, esse é um cenário muito plausível. Não é ficção científica. Conversas como esta vão ajudar. Precisamos de fazer com que as pessoas tenham a noção de que não devemos esperar até que um desastre aconteça.

O segundo problema é que às vezes já é tarde de mais. Se pensarmos na História, há situações em que pensamos nas coisas, percebemos que algo de errado pode acontecer, algo errado acontece e depois mudamos de acção. Essa dialéctica não é algo a que nos possamos dar ao luxo hoje, quando os desastres vão ser tão grandes.

Este tipo de inteligência artificial está muito longe do cenário de máquinas mais inteligentes que humanos, que vemos nos filmes e descrito pelos adeptos da singularidade. Acha esse cenário impossível, apenas improvável, ou …

Totalmente improvável. É tão improvável como ganhar a lotaria dez vezes seguidas. Impossível é uma palavra forte para os filósofos. Impossível é um triângulo com quatro lados. Eu pensava que [a singularidade] era apenas uma piada, parte da cultura de ficção científica. Hoje, acho que é altamente irresponsável.

Sei que defende que se gasta demasiado tempo a discutir isto...

Tempo, dinheiro, atenção social. Os jornais preferem falar de uma história relacionada com a singularidade enquanto desastres acontecem, enquanto alguém está a desenvolver um drone autónomo. Os problemas a sério estão a acontecer, isto é uma distracção.

E é plausível esperar que evitemos essa distracção? Há os filmes, há pessoas conhecidas por trás dessas discussões, há os assistentes pessoais nos telemóveis que alimentam o nosso imaginário.

Gosto de pensar que sim, porque estamos a crescer. A nossa sociedade da informação é muito jovem. Era plausível achar que íamos desenvolver alguma sensibilidade ambiental a sério? Demorou um bocado. Para os meus pais era normal fumar no cinema. A questão de delegar em máquinas vai ser fundamental e levar a uma abordagem mais madura. É a diferença entre algo da moda e um assunto de longo prazo que tem de ser compreendido de forma apropriada.

Argumenta que o mundo de informação e de dispositivos inteligentes que nos rodeia nos faz repensar a nós próprios enquanto humanos. Mas também que a nossa inteligência continua a ser única e diferente da inteligência das máquinas. Assim sendo, em que sentido é que nos estamos a repensar?

Se nos considerarmos o único agente inteligente que é capaz de fazer algo, e depois vem uma máquina que o faz melhor, então quem somos nós? Acontece no xadrez, ou a decidir o melhor caminho do ponto A para o ponto B. O computador faz isso melhor. Precisamos de entender melhor em que sentido somos únicos. Não é no sentido de que somos os únicos capazes de conduzir um carro, aterrar um avião, jogar xadrez, resolver um problema matemático. Temos dispositivos que já conseguem fazer isso como nós… Desculpe, não é “como nós”, mas tão bem como nós, ou ainda melhor. Não é “como nós”, porque nós fazemo-lo de uma forma completamente diferente. A questão é: de que forma a humanidade é única se tudo o que fazemos pode, em princípio, ser feito por uma máquina?

Acha que tudo vai poder ser feito por máquinas?

Não há um limite claro. Há quem diga que os computadores nunca vão compor música ou pintar. Não é verdade. Pensamos em nós como únicos por aquilo que fazemos, mas somos únicos pela forma como o fazemos. A forma como corremos os 100 metros é só nossa. Não é a do leopardo, a do robô ou a de uma mota.

Qual vai ser o grande desafio para nós em estarmos rodeados por todos estes dispositivos inteligentes? Vai ser integrá-los e conviver com eles no nosso quotidiano? Ou vai ser mais difícil estabelecer os limites e impedirmo-nos de ir demasiado longe?

Creio que alguns dos grandes desafios, mas isto é porque sou um filósofo, vêm da ética. No topo da lista punha a questão de delegar responsabilidade. Mas também no topo está o facto de toda esta tecnologia estar a trazer cada vez mais vantagens: riqueza, lucro, uma vida mais fácil. Quem é que vai tirar vantagem disso? Como é que se espalha este valor pela sociedade? Essencialmente, falamos de igualdade. Se daqui a 100 anos pudermos viver num mundo em que temos robôs inteligentes fantásticos, que fazem coisas por nós, vai ser porque a população está polarizada entre os que vivem como príncipes e aristocratas e outros que são escravos das máquinas? Ou toda a sociedade vai beneficiar? Alguns trabalhos vão ser feitos pelas máquinas, mas as pessoas que deixarem de fazer esse trabalho vão ter outras coisas para fazer? Ou serão pagas simplesmente por estarem vivas? Afinal, já temos actualmente dinheiro que chegue.

Estes problemas da omnipresença da tecnologia só se vão colocar nos países ricos?

É um problema que os países ricos têm de resolver, mas que vai afectar o resto do mundo. É aí que a tecnologia está a acontecer, que a regulação vai ser feita, que a riqueza está a ser acumulada. Acho que vai haver mais polarização: os ricos ficarão mais ricos e os pobres mais pobres. Mas, já que estamos a antecipar isso, vamos fazer alguma coisa. A tecnologia digital não está a substituir os humanos. Está a substituir um tipo de humanos. Nos supermercados havia pessoas nas caixas, às vezes havia um pouco de conversa. O que a tecnologia fez é que agora sou eu a registar a lata de feijões. A máquina é estúpida e eu carrego o fardo dessa estupidez. Se a pessoa que fazia esse trabalho já não o faz, então temos o pior cenário: eu estou a fazer mais, ela não tem um emprego e quem quer que tenha a máquina ganha mais dinheiro.

Há o argumento de que a máquina permite criar outros empregos.

Isso não é verdade e é problemático. Porque a curva da inteligência humana é a mesma: há X pessoas estúpidas, X pessoas mais ou menos, X génios. Na revolução industrial, as pessoas passaram dos campos para as cidades porque os trabalhos continuavam a ser simples. A tecnologia está a elevar a fasquia. Está a exigir cada vez mais competências.

http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/inteligencia-artificial-precisamos-mesmo-de-esperar-por-um-desastre-1718730



    ???

Incognitus

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #541 em: 2016-05-11 19:13:11 »
Este estudo é engraçado, podia ser etiquetado como "cientistas esforçam-se por não encontrar efeito genético e têm sucesso ao não o encontrarem". (o artigo não mostra o esforço, mas mais detalhes sobre o estudo mostram)

http://www.independent.co.uk/news/science/there-is-no-single-clever-gene-there-are-thousands-scientists-discover-a7024961.html
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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #542 em: 2016-05-11 21:29:15 »
Nunca li uma linha neste tópico mas tenho uma pergunta. Existe algum estudo que comprove que o QI dos adeptos do Sporting é mais elevado que o dos adeptos do Benfica? Muito obrigado.
Em memória do grande DeMelo: "PQP... gajo chato fdx."

Incognitus

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #543 em: 2016-05-11 22:44:52 »
Nunca li uma linha neste tópico mas tenho uma pergunta. Existe algum estudo que comprove que o QI dos adeptos do Sporting é mais elevado que o dos adeptos do Benfica? Muito obrigado.

Não creio.

Porém como existem correlações cruzadas, se conseguires algum estudo sócio-económico, de escolaridade, etc, de ambos, podes eventualmente dar isso (ou o contrário) como provável.
« Última modificação: 2016-05-11 22:46:34 por Incognitus »
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Zel

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #544 em: 2016-05-12 00:05:51 »
Nunca li uma linha neste tópico mas tenho uma pergunta. Existe algum estudo que comprove que o QI dos adeptos do Sporting é mais elevado que o dos adeptos do Benfica? Muito obrigado.

Não creio.

Porém como existem correlações cruzadas, se conseguires algum estudo sócio-económico, de escolaridade, etc, de ambos, podes eventualmente dar isso (ou o contrário) como provável.

os do sporting sao mais inteligentes porque vem das classes mais altas, eheh

Incognitus

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #545 em: 2016-05-12 02:39:12 »
Nunca li uma linha neste tópico mas tenho uma pergunta. Existe algum estudo que comprove que o QI dos adeptos do Sporting é mais elevado que o dos adeptos do Benfica? Muito obrigado.

Não creio.

Porém como existem correlações cruzadas, se conseguires algum estudo sócio-económico, de escolaridade, etc, de ambos, podes eventualmente dar isso (ou o contrário) como provável.

os do sporting sao mais inteligentes porque vem das classes mais altas, eheh

Se as médias forem muito diferentes, é provável que a afirmação (para o grupo) possa ser verdade. Mas grupos grandes dentro de uma população têm dificuldade em ter médias muito diferentes -- só tendo um estudo.
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Zenith

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #546 em: 2017-02-22 00:32:58 »
Eu já num post tinha posto um exemplo de duas crianças uma que assimila muito rapidamente 1+1=2, 2+2=4 etc, e outra mais lenta para a qual quando é pedido para calcular 2+2, pensa 2=1+1 logo 2+2 =2+1+1=3+1=4. Disse que na minha opinião a segunda era mais inteligente que a primeira apesar de ser mais lenta.
Encontrei um texto do E. Wigner que foi prémio Nobel da física onde comparava Einstein a von Neuman. Von Neumann foi um matemático da primeira metade de sec XX que teve contribuições em multiplas áreas. Na matemática teve vários resultados, mas também teve contribuições ligadas à  física (fez a formulação matemática da mecânica quântica), economia (criou com Morgenstern a teoria dos jogos) e até nos computadores onde formulou os princípios da arquitectura designada por arquitectura de von Neumann. Foi uma criança prodigio e parece que tinha capacidades de cálculo mental e memorização completamente fora do comum.
Wigner diz então
Citar
"I have known a great many intelligent people in my life. I knew Planck, von Laue and Heisenberg. Paul Dirac was my brother in law; Leo Szilard and Edward Teller have been among my closest friends; and Albert Einstein was a good friend, too. But none of them had a mind as quick and acute as Jansci [John] von Neumann. I have often remarked this in the presence of those men and no one ever disputed.

But Einstein's understanding was deeper even than von Neumann's. His mind was both more penetrating and more original than von Neumann's. And that is a very remarkable statement. Einstein took an extraordinary pleasure in invention. Two of his greatest inventions are the Special and General Theories of Relativity; and for all of Jansci's brilliance, he never produced anything as original."
Num teste de QI, pelo menos na componente matemático-cientifica o von Neumann teria decerto 200 e Einstein uns 30 ou 40 pontos a menos. No entanto o entendimento de Einstein era mais profundo e original. O que Wigner verficou para estas duas pessoas ambas com QI de certeza elevadissimo de certeza também ocorre quando se comparam pessoas com QI de 100 vvs 120 ou 130. Não interessa apenas a rapidez com que se entende as coisas mas o grau de profundidade do entendimento.
« Última modificação: 2017-02-22 00:34:20 por Zenith »

D. Antunes

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #547 em: 2017-02-22 01:12:07 »
O QI não determina 100% do desempenho. Tem uma correlação alta, mas não de 100%.
E claro que alguém com um QI muito alto pode não querer saber ser cientista. Este até stripper foi: Richard G. Rosner (o que se calhar até confirma que era mesmo muito esperto).
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

Kin2010

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #548 em: 2017-09-20 22:56:50 »
Ora aqui está um ponto técnico, bastante importante, sobre estas questões. Isto aplica-se a QI ou a qualquer outro trait (característica).

* O QI é herdável, isso não é surpreendente, tudo ou quase tudo o é

* Numa característica (trait) herdável, parte da variação intra-grupo é explicada pelos genes e parte é por outros factores

* Considerando 2 grupos com a mesma distribuição de genes que afectam um trait, com ambientes iguais, as médias do trait são iguais

* Mas se os mesmos 2 grupos tiverem uma diferença ambiental apreciável, nem que seja só uma, as médias do trait poderão ficar afastadas, mesmo que os contributos genéticos sejam, como antes, iguais; nesse caso a diferença entre os 2 grupos é 100% ambiental e o trait mantém-se herdável

Espero que tenha ficado claro. Este ponto acima foi desenvolvido por Richard Lewontin (um dos maiores geneticistas de populações). Foi também popularizado por Stephen Jay Gould.

Eu já contactei o Gould pessoalmente, numa conferência em Lisboa, que teve o patrocínio da Clara Pinto Correia.

vbm

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #549 em: 2017-09-20 23:18:39 »
Sempre ouvi dizer que as aptidões adquiridas
não são transmissíveis por hereditariedade!

Smog

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #550 em: 2017-09-20 23:45:51 »
Não confundam Lamark com Darwin.
Não confundam genótipo com fenótipo.
Não confundam gene com ambiente.
Não confundam raça com população.
 ;D

Bom, Gould é sobretudo um evolucionista. Já morreu mas ficaram os livros.
A Clara Pinto Correia foi condenada por plágio. >:( Não gosto dela.

mas gosto do clã Lackey...conhecem? ;)
wild and free

Kin2010

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #551 em: 2017-09-21 03:08:17 »
Ora aqui está um ponto técnico, bastante importante, sobre estas questões. Isto aplica-se a QI ou a qualquer outro trait (característica).

* O QI é herdável, isso não é surpreendente, tudo ou quase tudo o é

* Numa característica (trait) herdável, parte da variação intra-grupo é explicada pelos genes e parte é por outros factores

* Considerando 2 grupos com a mesma distribuição de genes que afectam um trait, com ambientes iguais, as médias do trait são iguais

* Mas se os mesmos 2 grupos tiverem uma diferença ambiental apreciável, nem que seja só uma, as médias do trait poderão ficar afastadas, mesmo que os contributos genéticos sejam, como antes, iguais; nesse caso a diferença entre os 2 grupos é 100% ambiental e o trait mantém-se herdável

Espero que tenha ficado claro. Este ponto acima foi desenvolvido por Richard Lewontin (um dos maiores geneticistas de populações). Foi também popularizado por Stephen Jay Gould.

Eu já contactei o Gould pessoalmente, numa conferência em Lisboa, que teve o patrocínio da Clara Pinto Correia.

Explicando melhor:

Eu não retirei as diferenças genéticas, elas mantém--se no exemplo acima. Tens dois grupos A e B e em cada um há variabilidade genética, e em cada um há heritabilidade do trait. Se as distribuições de alelos entre os 2 grupos forem iguais, a média to trait é igual.

Quando de repente alteras uma variável ambiental de forma que ela fique muito diferente entre os 2 grupos: as médias dos 2 grupos passam a ser radicalmente diferentes. Mas, em cada um, persiste heritabilidade do trait. Assim, no intra-grupo no A, parte das diferenças do trait continua a ser explicada pelos genes. No intra-grupo no B idem. Mas a diferença de médias entre A e B fica 100% ambiental. Os genes e a heritabilidade não desapareceram.


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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #552 em: 2017-09-21 03:18:18 »
Tentando explicar ainda melhor.

Imaginem uma espécie de planta que está plantada em 2 planícies iguais, A e B, com mesmo Sol, etc, mas em cada planície há diferentes sub-áreas com diferentes inclinações para o Sol, logo há variedade ambiental intragrupo (aqui 1 grupo = 1 planície).

E ainda que há variabilidade genética na espécie, mas essa variação é a mesma em A e B. As plantas individuais de A diferem entre si quanto aos genes e também quanto a exposição solar. Vão aparecer diferenças no rendimento (nº de sementes per capita, por ex) intragrupo em A. Essas diferenças são parcialmente genéticas e parcialmente devido à exposição solar, e há uma heritabilidade, por ex, 0.6. Em B sucede o mesmo.

Se a média dos factores ambientais (Sol) for a mesma em A e B, como a variação genética também é semelhante, temos média de A = média de B.

Agora de repente alteramos tudo. Vamos espalhar fertilizantes só em A. O rendimento aumenta massivamente. Agora a média de A é >> que a de B. Mas mesmo assim, o rendimento intragrupo ainda é variável e parcialmente dependente dos genes. O rendimento continua a ser herdável, tanto em A como em B.

Mas a diferença de média entre A e B ficou potencialmente massiva e é toda devida ao fertilizante.

Lewontin deu este exemplo.

D. Antunes

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #553 em: 2017-09-21 10:51:54 »
Kin: ninguém contesta que o meio tem influência. Mas entre 2 grupos tens diferenças de meio e de genes. Ambos têm influência.
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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #554 em: 2017-10-07 02:40:32 »
IQ 200..
! No longer available

Zel

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #555 em: 2017-10-07 11:53:59 »
Tentando explicar ainda melhor.

Imaginem uma espécie de planta que está plantada em 2 planícies iguais, A e B, com mesmo Sol, etc, mas em cada planície há diferentes sub-áreas com diferentes inclinações para o Sol, logo há variedade ambiental intragrupo (aqui 1 grupo = 1 planície).

E ainda que há variabilidade genética na espécie, mas essa variação é a mesma em A e B. As plantas individuais de A diferem entre si quanto aos genes e também quanto a exposição solar. Vão aparecer diferenças no rendimento (nº de sementes per capita, por ex) intragrupo em A. Essas diferenças são parcialmente genéticas e parcialmente devido à exposição solar, e há uma heritabilidade, por ex, 0.6. Em B sucede o mesmo.

Se a média dos factores ambientais (Sol) for a mesma em A e B, como a variação genética também é semelhante, temos média de A = média de B.

Agora de repente alteramos tudo. Vamos espalhar fertilizantes só em A. O rendimento aumenta massivamente. Agora a média de A é >> que a de B. Mas mesmo assim, o rendimento intragrupo ainda é variável e parcialmente dependente dos genes. O rendimento continua a ser herdável, tanto em A como em B.

Mas a diferença de média entre A e B ficou potencialmente massiva e é toda devida ao fertilizante.

Lewontin deu este exemplo.

as diferencas de factores ambientais entre populacoes do mesmo pais sao muito pequenas

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #556 em: 2017-10-07 14:05:50 »
Estão a esquecer-se de considerar o factor sorte que é puramente livre arbítrio da natureza. Pensem na variabilidade de qualidade das maçãs de uma mesma macieira: em que é que se pode atribuir à maçã o facto de ter melhor ou pior qualidade que não seja ao livre arbítrio?

Este factor do livre arbítrio é dominante em todas as espécies, há no entanto algumas, como os humanos, em que têm um poder limitado de condicionar esse livre arbítrio, o que leva à ilusão de que cada humano é o resultado das suas próprias escolhas. Nada mais errado do que isso, as escolhas individuais têm uma importância limitada.

vbm

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #557 em: 2017-10-21 22:17:07 »
Não livre arbítrio.
Apenas, acaso.

O cruzar de séries causais independentes
que provocam efeitos imprevisíveis.

Logo, se retomando
o curso determinístico da física.


Zel

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #558 em: 2017-10-22 00:34:05 »
Estão a esquecer-se de considerar o factor sorte que é puramente livre arbítrio da natureza. Pensem na variabilidade de qualidade das maçãs de uma mesma macieira: em que é que se pode atribuir à maçã o facto de ter melhor ou pior qualidade que não seja ao livre arbítrio?

Este factor do livre arbítrio é dominante em todas as espécies, há no entanto algumas, como os humanos, em que têm um poder limitado de condicionar esse livre arbítrio, o que leva à ilusão de que cada humano é o resultado das suas próprias escolhas. Nada mais errado do que isso, as escolhas individuais têm uma importância limitada.

as escolhas nao deixam de ser escolhas verdadeiras so por serem determinadas pelos genes + contexto

vbm

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Re: Raça, Genética e QI
« Responder #559 em: 2023-01-09 21:37:49 »
Inventario três gritos de aflição
nos arredores da 'nha terra
:

  – «Ó da Guarda!» (no campo)

  – «Aqui d'El-Rei!» (em V. Nova de Gaia)
 
  – «Ó Mãei, Olha el le!» (no Porto)