As médias para os cursos de professores são as mais baixas dentro das várias áreas. Isso indicia duas coisas:
1. Maior interesse dos alunos por áreas práticas, orientadas para empresas e/ou investigação
2. Os alunos vão para professores, não por vocação, mas porque não conseguem ir para outros cursos
O resultado é gente sem vocação, que foi para professor porque não conseguiu melhor. São inúmeros os professores que nunca deviam ter posto um pé na escola, quanto mais ficarem lá 40 anos a espalhar a sua falta de jeito para ensinar. Isto com a agravante de não terem alternativas porque não sabem fazer mais nada na vida e o único grande empregador é o estado (ao menos numa empresa um tipo pode procurar outro sítio para trabalhar).
Não surpreendem, por isso, as baixas. Não é apenas doença. É também muita falta de capacidade e vocação para serem professores, o que acaba em problemas psicológicos, depressões, etc. Erros de casting, em linguagem moderna.
A juntar a isso têm uma mentalidade reinvindicativa, formatada pelo Mário Nogueira e outros iguais, o que lhes têm acabado com o respeito que a sociedade antigamente tinha pelos professores e que hoje já não existe.
No meio disso tudo tenho pena dos excelente professores que ainda existem mas que entram no saco dos outros todos, sem que sejam distinguidos como mereciam.
Penso que iss tem a ver com o facto de neste momento o ensino estar lotado e não ser facil para um recem licenciado arranjar uma vaga e muito menos efectivar-se.
Quando eu tirei o curso tive no primeiro e segundo anos aulas de matemática e algumas disciplinas de física em conjunto com alunos de outras engenharias e também da Lic. em física. Na altura a profissão de professor estava associada a um estatuto social muito baixo e as notas de entrada para cursos de física eram baixas. Nas disciplinas em conjunto as notas dos melhores alunos de física ficavam na média dos de engenharia. Na altura eu pensava , "espero que flhos meus não apanhem estes fulanos".
Com o passar dos anos a profissão de professor (pelo menos na física e matemática) passou a ser razoavelmente atractiva porque embora pudessem andar 2 ou 3 anos deslocados, ao fim desse tempo acabavam por se efectiver e ficavam com um emprego seguro. As notas de entrada para os cursos de ensino em física e matemática subiram bastante. Não sei continuaram a ter aulas com as eng., mas se continuaram a diferença de notas já deveria ser irrelevante.
Agora é dificil efectivar-se, a profissão é axincalhada, a mensagem que os professores no activo passam aos futuros alunos do superior é que dado o desinteresse generalizado pela educação a realização profissional é uma frustração, além de que os próprios alunos testemunhas do que se passa numa sala de aula sabem que não gostariam de estar no lugar de professor. Por isso não admira que a procura seja baixa.