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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 374844 vezes)

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #80 em: 2012-12-17 22:27:47 »
Depende. Recursos humanos para a rua jamais. Um professor sabe ser gestor de professores porque entende a profissão por dentro. Um gestor exterior iria olhar para as contas. E nem sempre batem certo porque na escola as pessoas contam mais que o dinheiro.

Um gestor não é um contabilista...

certo. Por isso o melhor gestor seria o professor com experiencia suficinte para saber gerir matéria humana.
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Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #81 em: 2012-12-17 22:30:12 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.
« Última modificação: 2012-12-17 22:32:09 por smog »
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eagle51

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #82 em: 2012-12-17 22:35:20 »
Não queres entender de propósito, certamente.
Nesse caso não vale a pena estar a dar cabo do teclado.
Defendes um modelo público mas suponho que não queres pagar impostos para o suportar... Tudo bem. Cada qual com a sua ilusão...
Acreditas que um professor (e repara que temos de extrapolar a muitos professores porque cada escola tem um director) é sempre a melhor escolha para gerir mesmo quando de gestão nada percebe, sendo sim um especialista em educação. Tudo bem... O que não faltam é escolas públicas mal geridas a comprovar que gestão é muito mais do que aquilo que pensas.
Ora confundes um gestor com um vendedor ora confundes com um contabilista. Parece-me a mim que pecas por falta de conhecimento sobre o que é gestão. Ou talvez tenhas um preconceito de esquerda contra os gestores por os confundires outra vez com capitalistas e os "mauzões" que só sabem despedir.
Achas que despedir jamais... E ao mesmo tempo achas que o modelo público é o melhor para as crianças. Apesar de assim ficarem sujeitas aos incompetentes que não podem ser despedidos (e talvez assim se vejam na necessidade de procurar uma área de actividade em que realmente possam ser competentes).
Mas é a tua opinião e respeito-a enquanto tal. Mas a minha diverge radicalmente...

eagle51

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #83 em: 2012-12-17 22:37:51 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.

Uma empresa são as pessoas que a compõem mais a cultura empresarial desse meio. Nem todas as empresas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma industria para saber como melhor gerir a empresa de determinado sector dentro da cultura empresarial que é própria da empresa onde se esta se insere.

Não é dificil. É o dia a dia de qualquer empresa decente !

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #84 em: 2012-12-17 22:42:34 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.

É irrelevante porque não existe razão para acreditar que o sistema actual seria melhor a conseguir esse tipo de desempenho, pelo contrário, um sistema baseado em escolas mais autónomas estaria mais preparado para se adaptar às especificidades locais.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #85 em: 2012-12-17 22:45:50 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.

É irrelevante porque não existe razão para acreditar que o sistema actual seria melhor a conseguir esse tipo de desempenho, pelo contrário, um sistema baseado em escolas mais autónomas estaria mais preparado para se adaptar às especificidades locais.
Passei ao modo reflexivo. O conceito de cultura de escola é um conceito figidio que carece de reflexão. cada escola é única.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #86 em: 2012-12-17 22:47:17 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.

É irrelevante porque não existe razão para acreditar que o sistema actual seria melhor a conseguir esse tipo de desempenho, pelo contrário, um sistema baseado em escolas mais autónomas estaria mais preparado para se adaptar às especificidades locais.
Passei ao modo reflexivo. O conceito de cultura de escola é um conceito figidio que carece de reflexão. cada escola é única.

Cada escola ser única é algo que tenderia a favorecer um sistema em que cada escola tivesse maior autonomia para ser única.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #87 em: 2012-12-17 22:52:24 »
Uma escola são as pessoas que a compõem mais a cultura escolar desse meio. Nem todas as escolas são iguais e é preciso conhecer a fundo uma comunidade para saber como melhor gerir a escola de determinado local dentro da cultura escolar que é própria do escola onde se está. È dificil.
edit. conceito interessante é tentar definir a cultura de escola.

É irrelevante porque não existe razão para acreditar que o sistema actual seria melhor a conseguir esse tipo de desempenho, pelo contrário, um sistema baseado em escolas mais autónomas estaria mais preparado para se adaptar às especificidades locais.
Passei ao modo reflexivo. O conceito de cultura de escola é um conceito figidio que carece de reflexão. cada escola é única.

Cada escola ser única é algo que tenderia a favorecer um sistema em que cada escola tivesse maior autonomia para ser única.

Estou-te a perceber mas não. A liberdade de entrar e sair faz parte da cultura de cada escola. mas há um núcleo duro que tem de permanecer para dar o mote da escola. Em termos humanos, disciplinares, legais, contra a adversidade, em tudo.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #88 em: 2012-12-17 23:39:13 »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #89 em: 2012-12-18 00:08:07 »
Essa frase do Mia Couto surge da incompreensão do que a riqueza é. É difícil de uma nação produzir muitos ricos sem que existam muitas pessoas a gozar de bens e serviços físicos ... isto porque a riqueza monetária, excepto se for expurgada via Estado, só se obtém servindo terceiros com bens e serviços físicos.
 
(é claro que existir uma grande quantidade de pessoas a gozar uma grande quantidade de bens e serviços físicos pode causar numa população ainda mais alargada parte da qual não está inserida nessa economia de mercado, desconforto, por não aceder a esses bens e serviços - isto mesmo que não esteja a produzir algo para por eles trocar)
« Última modificação: 2012-12-18 00:09:59 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #90 em: 2012-12-18 00:39:07 »
Humm......

Acho que o Mia Couto, se referia aos ricos (pobres de espirito), que exploram o povo, e derretem o dinheiro em ouros e carros comprados no estrangeiro.
Apenas meia duzia de migalhas são apanhadas pelo povinho pé descalço..
“I hate reality but it's still the best place to get a good steak.”
― Woody Allen

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #91 em: 2012-12-18 01:16:59 »
Humm......

Acho que o Mia Couto, se referia aos ricos (pobres de espirito), que exploram o povo, e derretem o dinheiro em ouros e carros comprados no estrangeiro.
Apenas meia duzia de migalhas são apanhadas pelo povinho pé descalço..

Como é que se faz isso de "explorar o povo"? Essas pessoas escravizavam alguém? Ou retiravam-lhes o direito de competir fazendo exactamente o mesmo e pagando mais? Se sim, aí existiria um problema.
 
O conceito de "explorar" num mercado livre é um bocado dúbio. Se ninguém é forçado a nada, se as pessoas são livres de se organizarem ao lado e produzirem ficando com uma fatia muito maior da produção, existe algo de errado em dizer-se que alguém está a ser "explorado" porque escolhe trabalhar para um terceiro ficando esse terceiro com uma fatia "maior que o necessário". Basicamente é algo que não faz sentido.
« Última modificação: 2012-12-18 01:17:25 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #92 em: 2012-12-18 01:43:41 »
Basicamente, como bem disseste expurgam a riqueza de uma nação, através do estado, para benificio proprio. Não conhecendo o pormenor o que se passa em Moçambique, é o que dá a entender das suas palavras.
Algo semelhante se passa em Angola, e de um modo geral por toda a Africa.

Citar
Servem-se do erário público como se fosse a sua panela pessoal. Envergonha-nos a sua arrogância, a sua falta de cultura, o seu desprezo pelo povo, a sua atitude elitista para com a pobreza. Como eu sonhava que Moçambique tivesse ricos de riqueza verdadeira e de proveniência limpa!
Ricos que gostassem do seu povo e defendessem o seu país. Ricos que criassem riqueza. Que criassem emprego e desenvolvessem a economia. Que respeitassem as regras do jogo. Numa palavra, ricos que nos enriquecessem."
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #93 em: 2012-12-18 02:17:07 »
Basicamente, como bem disseste expurgam a riqueza de uma nação, através do estado, para benificio proprio. Não conhecendo o pormenor o que se passa em Moçambique, é o que dá a entender das suas palavras.
Algo semelhante se passa em Angola, e de um modo geral por toda a Africa.

Citar
Servem-se do erário público como se fosse a sua panela pessoal. Envergonha-nos a sua arrogância, a sua falta de cultura, o seu desprezo pelo povo, a sua atitude elitista para com a pobreza. Como eu sonhava que Moçambique tivesse ricos de riqueza verdadeira e de proveniência limpa!
Ricos que gostassem do seu povo e defendessem o seu país. Ricos que criassem riqueza. Que criassem emprego e desenvolvessem a economia. Que respeitassem as regras do jogo. Numa palavra, ricos que nos enriquecessem."

Ok, regra geral este género de queixa dirige-se ao mercado livre e advoga "mais Estado", quando na realidade num mercado livre é bastante difícil de existir razão para tal queixa.
 
Facilmente alguém pode queixar-se que um negócio fica com uma fatia injusta da riqueza criada, mas normalmente seria possível a quem se queixa competir contra esse negócio para lhe retirar o lucro indevido - é essa a forma de funcionamento do capitalismo, e daí a maior fatia do rendimento tender a ir para o factor trabalho. Só quando o Estado entra em cena com licenças, regras, barreiras, monopólios legais, etc, é que o sistema tem difículdade em cumprir a sua função.
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Vanilla-Swap

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #97 em: 2012-12-19 16:21:01 »
Os que têm voz são os que gravitam á volta da direcção, os que berram mais alto, os mais velhos. Um bom director é um gestor de almas e as pessoas tendem a sentir-se felizes. A cultura da escola faz-se de pessoas que tentam pensar a escola para lá as questões pessoais.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #98 em: 2012-12-30 21:13:06 »
Citar
Em raro momento de activo colaboracionismo com o Governo no seu esforço por reduzir os encargos insuportáveis com o nosso pletórico Estado Social, propus ontem a opção pelo ensino doméstico como a regra para os nossos alunos, pois isso significaria a quase completa desnecessidade de professores (que poderiam emigrar ou transformar-se e às suas famílias em sem-abrigo desde que não requeressem subsídio de desemprego ou adoecessem e aparecessem pelas urgência hospitalares) e quiçá mesmo de instalações escolares (que poderiam ser alugadas, vendidas ou concessionadas a um qualquer empreendedor latino-americano ou luso-africano em nome da Lusofonia e tropicalidade, agora que os eslavos parecem desinteressados).

Mas esse pensamento poderia parecer isolado ou mesmo algo carente de um contexto que lhe acrescentasse significado maior. O que não é o caso pois faz parte de um Plano Maior que se me desceu sobre a testa em dia de natal na forma da estrela da árvore natalícia que se desprendeu e, como se fosse tomada por uma alma própria e velocidade desafiadora das suas teóricas capacidades cinéticas, me veio atingir aqui plenamente entre os meus míopes e atrofiados globos oculares, raspando com justiça as cangalhas que me servem para minorar a curteza de vistas.

E então VI!

VI que o ensino doméstico faz todo o sentido num modelo de sociedade humilde e tradicional, empobrecida por vocação e volição, em que o trabalho árduo do pai de família e cabeça de casal ganha-pão (regressado aos campos e aos mares que sempre tanto pão, vinho, bacalhau e sardinha deram ao povo português)se traduz em comida esticada a uma mesa de alegria e suave burburinho infantil, com uma mãe doméstica e liberta de afazeres laborais que perturbem o exercício (preferencialmente repetido) da maternidade (preferencialmente com par to assistido por vizinha conhecedora das artes e sem recurso aos luxos dos hospitais que tanto despersonalizaram o quadro íntimo do acto de dar à luz) e da gestão doméstica de um orçamento que se pretende ajustado aos interesses maiores de um Estado Magro e de uma sociedade esquelética q.b, o suficiente para diminuir o risco de doenças da riqueza como a diabetes, o colesterol ou mesmo aqueles achaques e estados depressivos, apenas nascidos da ambição do Ter e não do Ser.

E a sensação de epifania que se abateu sobre mim, a par de uma cólica renal causada pela água do poço das traseiras do quintal e de uma urticária nascida de um acidente com as órtigas do cantinho recatado que nos serve de retrete arejada a céu aberto, ali junto do raquítico carvalho centenário, transformou-se em imagens de uma intensidade tal que se me vieram as lágrimas aos olhos e fui obrigado a abandonar a escrita no meu novo caderno pautado onde aponto estes pensamentos que se me ocorrem no ano da graça e glória de 2014, o segundo do reinado iluminado de D. Pedro VI, o dos Passos, e do governo de seu secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos y Pombal.

Via a educacao do meu Umbigo by Paulo Guinote
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #99 em: 2012-12-30 23:49:50 »
Citar
Em raro momento de activo colaboracionismo com o Governo no seu esforço por reduzir os encargos insuportáveis com o nosso pletórico Estado Social, propus ontem a opção pelo ensino doméstico como a regra para os nossos alunos, pois isso significaria a quase completa desnecessidade de professores (que poderiam emigrar ou transformar-se e às suas famílias em sem-abrigo desde que não requeressem subsídio de desemprego ou adoecessem e aparecessem pelas urgência hospitalares) e quiçá mesmo de instalações escolares (que poderiam ser alugadas, vendidas ou concessionadas a um qualquer empreendedor latino-americano ou luso-africano em nome da Lusofonia e tropicalidade, agora que os eslavos parecem desinteressados).

Mas esse pensamento poderia parecer isolado ou mesmo algo carente de um contexto que lhe acrescentasse significado maior. O que não é o caso pois faz parte de um Plano Maior que se me desceu sobre a testa em dia de natal na forma da estrela da árvore natalícia que se desprendeu e, como se fosse tomada por uma alma própria e velocidade desafiadora das suas teóricas capacidades cinéticas, me veio atingir aqui plenamente entre os meus míopes e atrofiados globos oculares, raspando com justiça as cangalhas que me servem para minorar a curteza de vistas.

E então VI!

VI que o ensino doméstico faz todo o sentido num modelo de sociedade humilde e tradicional, empobrecida por vocação e volição, em que o trabalho árduo do pai de família e cabeça de casal ganha-pão (regressado aos campos e aos mares que sempre tanto pão, vinho, bacalhau e sardinha deram ao povo português)se traduz em comida esticada a uma mesa de alegria e suave burburinho infantil, com uma mãe doméstica e liberta de afazeres laborais que perturbem o exercício (preferencialmente repetido) da maternidade (preferencialmente com par to assistido por vizinha conhecedora das artes e sem recurso aos luxos dos hospitais que tanto despersonalizaram o quadro íntimo do acto de dar à luz) e da gestão doméstica de um orçamento que se pretende ajustado aos interesses maiores de um Estado Magro e de uma sociedade esquelética q.b, o suficiente para diminuir o risco de doenças da riqueza como a diabetes, o colesterol ou mesmo aqueles achaques e estados depressivos, apenas nascidos da ambição do Ter e não do Ser.

E a sensação de epifania que se abateu sobre mim, a par de uma cólica renal causada pela água do poço das traseiras do quintal e de uma urticária nascida de um acidente com as órtigas do cantinho recatado que nos serve de retrete arejada a céu aberto, ali junto do raquítico carvalho centenário, transformou-se em imagens de uma intensidade tal que se me vieram as lágrimas aos olhos e fui obrigado a abandonar a escrita no meu novo caderno pautado onde aponto estes pensamentos que se me ocorrem no ano da graça e glória de 2014, o segundo do reinado iluminado de D. Pedro VI, o dos Passos, e do governo de seu secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos y Pombal.

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O irónico é que existem estudos que mostram que o ensino doméstico bate o ensino tradicional ...  :D
 
http://www.edweek.org/ew/issues/home-schooling/
 
« Última modificação: 2012-12-30 23:52:22 por Incognitus »
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