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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3448554 vezes)

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18160 em: 2019-03-28 14:03:28 »
Isto não é fake. Está aqui.


Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18161 em: 2019-03-28 14:06:16 »
Gostava de conhecer a métrica usada para determinar que contribuiram para a "projeção internacional do país e para a notoriedade desta modalidade desportiva". Alguém me arranja os estudos de notoriedade do antes e depois ?

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18162 em: 2019-03-28 20:24:55 »
Uma vez que o festival de cannes é tão "prestigiado", estive aqui a ver quais os critérios de admissão de um filme:
(bolds meus)

Citar
Only films that meet the following conditions may be chosen for invitation in the Official Selection:

1. Films that have been produced during the twelve months preceding the Festival;

2. Films that have not been released anywhere other than their country of origin;
 
3. Films that have not been presented at any other international motion picture event;
If the film (feature or short) has been selected in an international section (competitive or not) of a festival, it becomes ineligible for the Festival de Cannes. A selection is international if it presents films from different countries;

4. Films that have not been exhibited on the Internet;

5. Films that respect the aims of the Festival as defined in Article 1; ver mais abaixo

6. If participating in the "short film" category, films that do not exceed 15 minutes in length, including credits.

7. Every feature film invited to be in competition must be released theatrically in France in accordance with French legislation pertaining to media chronology rules. Any beneficiary, producer or authorized representative submitting a feature film commits to honoring this clause.
Agora percebo a razão de ter lido uma vez que havia filmes portugueses com sessões únicas noutros países. É um pro-forma. Arranjam uma exibição e cumprem a regra. E ao mesmo tempo tornam o filme "internacional".

Citar
Article 1
The spirit of the Festival de Cannes is one of friendship and universal cooperation. Its aim is to reveal and focus attention on works of quality in order to contribute to the evolution of motion picture arts and encourage the development of the film industry throughout the world.

Procurei pela definição ou critério de "work of quality" mas não encontrei.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18163 em: 2019-03-28 22:51:08 »
dass


nas escolas não tem escolha  tem levar programa em cima são crianças


nos filmes tem

se não veem isto não vão la

pensam são todos crianças ou que nem podem escolher filmes agora


se queres perguntar então faz favor dirigir adultos  e não crianças

tipo que livros que querem obrigar adultos ler pelo bem comun da cultura!

Bem, está difícil.. Quem escolhe os livros que são ensinados nas escolas são adultos, não são as crianças que escolhem! Eu perguntei que livros TU escolherias para as nossas crianças lerem e estudarem na escola, visto que deverão ser os melhores.

A tristeza está em os adultos não escolherem os livros de forma a que esses livros contribuam o máximo para a missão, que é ensinar Português às crianças. Qualquer pessoa sabe que se as crianças tiverem um interesse pelo que lhes é apresentado, elas aprenderão muito mais facilmente. As crianças não se identificam nem têm interesse pelos livros presentemente usados -- e portanto estes mais do que uma ajuda são um obstáculo activo à aprendizagem.

É um pouco como tentar ensinar as crianças a correr, fazendo uso de percursos cheios de pedras e tendo as crianças que aprender descalças, porque os melhores corredores de África foi assim que fizeram.

---------

Se quisessem saber que livros deveriam ser usados, poderiam observar que livros muitas crianças lêem sem serem a isso obrigadas. E depois escolher dentro desses aqueles que estivessem formalmente bem escritos (gramática, algumas figuras de estilo). Só deveriam ser excluidos livros aberrantes nesses pontos, porque senão a mesma tendência para escolher o pior possível (Lusíadas, etc) viria de novo à superfície.

Desde já fiquei surpreendido por não ver nem em ti nem no Automek a crítica ao Saramago e à sua escrita peculiar. :D Acho que há só uma questão que me pareceu um pouco ao lado... Essas obras mais complexas são todas dadas a partir do 10º ano, se me recordo ainda... já não estamos propriamente a falar de "crianças". São adolescentes com 9 anos de língua portuguesa em cima. E é para os preparar para isso que deram antes obras mais fáceis como as de Sophia de Mello Breyner ou os contos de La Fontaine. Mas sim, concordo que a forma como são apresentadas algumas obras não é a melhor. Pelo menos no meu caso não foi.

A vosso ver então seria dispensável apresentar às nossas crianças as variadas formas de escrita existentes na literatura, como sonetos, poemas, epopeias ou outros? Acho normal que o sistema educativo, lá está, promova a diversidade e leve as crianças a conhecer algo mais abrangente que apenas romances ou contos.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18164 em: 2019-03-28 22:57:07 »
lusiadas penso são antes 10 ano...  ou eram tempo atras

e tal coisa do juri iluminado


https://www.portoeditora.pt/produtos/ficha/os-lusiadas-edicao-didatica-ensinos-basico-e-secundario/127214
Livro recomendado para o 9.º ano de escolaridade destinado a Leitura Orientada na Sala de Aula.
Uma obra para alunos dos Ensinos Básico e Secundário, realizada com metódica disposição didática, desde o modo gráfico como o texto está exposto até à ordem como as notas, numerosas e pertinentes, estão ordenadas.

http://ensina.rtp.pt/artigo/auto-da-barca-do-inferno-de-gil-vicente/

Temas: Literatura, Português
Ensino: 3º Ciclo, Ensino Secundário

3 ciclo?

"Seja como for, é sempre desejável que haja surpresa. Um adolescente de 14 anos só muito parcialmente pode gostar e compreender Gil Vicente (e Camões)
A esse propósito, atrevo-me a dizer que é muito importante que as aulas de Português não procurem ser exaustivas. Quando se lida com Arte a busca da exaustividade não é um bem. É sempre preferível deixar nos alunos margem para descobertas posteriores."

o saramago antes morrer liderou tabela vendas  penso como viveu espanha nao recebia subsidios dos tugas  nem andam ensinar no 3 ciclo saramago  !
« Última modificação: 2019-03-28 23:56:41 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18165 em: 2019-03-28 23:52:41 »
lusiadas penso são antes 10 ano...  ou eram tempo atras

e tal coisa do juri iluminado


https://www.portoeditora.pt/produtos/ficha/os-lusiadas-edicao-didatica-ensinos-basico-e-secundario/127214
Livro recomendado para o 9.º ano de escolaridade destinado a Leitura Orientada na Sala de Aula.
Uma obra para alunos dos Ensinos Básico e Secundário, realizada com metódica disposição didática, desde o modo gráfico como o texto está exposto até à ordem como as notas, numerosas e pertinentes, estão ordenadas.

http://ensina.rtp.pt/artigo/auto-da-barca-do-inferno-de-gil-vicente/

Temas: Literatura, Português
Ensino: 3º Ciclo, Ensino Secundário

3 ciclo?

"Seja como for, é sempre desejável que haja surpresa. Um adolescente de 14 anos só muito parcialmente pode gostar e compreender Gil Vicente (e Camões)
A esse propósito, atrevo-me a dizer que é muito importante que as aulas de Português não procurem ser exaustivas. Quando se lida com Arte a busca da exaustividade não é um bem. É sempre preferível deixar nos alunos margem para descobertas posteriores."

o saramago antes morrer liderou tabela vendas  penso como viveu espanha nao recebia subsidios dos tugas !


Acho que não há escritores relevantes a meu ver que recebam subsídios...

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18166 em: 2019-03-28 23:57:38 »
mas ha subsidios para aqueles giram volta obra  :-[

todos anos ha choradeira para estado financiar gil vicente no teatro por exemplo

não tem e  os contactos do oliveira  com tanto prestigio tinha jurii iluminado a seu favor  mesmo assim recebeu subsidios durante decadas

« Última modificação: 2019-03-29 00:49:17 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #18167 em: 2019-03-29 01:10:52 »
dass


nas escolas não tem escolha  tem levar programa em cima são crianças


nos filmes tem

se não veem isto não vão la

pensam são todos crianças ou que nem podem escolher filmes agora


se queres perguntar então faz favor dirigir adultos  e não crianças

tipo que livros que querem obrigar adultos ler pelo bem comun da cultura!

Bem, está difícil.. Quem escolhe os livros que são ensinados nas escolas são adultos, não são as crianças que escolhem! Eu perguntei que livros TU escolherias para as nossas crianças lerem e estudarem na escola, visto que deverão ser os melhores.

A tristeza está em os adultos não escolherem os livros de forma a que esses livros contribuam o máximo para a missão, que é ensinar Português às crianças. Qualquer pessoa sabe que se as crianças tiverem um interesse pelo que lhes é apresentado, elas aprenderão muito mais facilmente. As crianças não se identificam nem têm interesse pelos livros presentemente usados -- e portanto estes mais do que uma ajuda são um obstáculo activo à aprendizagem.

É um pouco como tentar ensinar as crianças a correr, fazendo uso de percursos cheios de pedras e tendo as crianças que aprender descalças, porque os melhores corredores de África foi assim que fizeram.

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Se quisessem saber que livros deveriam ser usados, poderiam observar que livros muitas crianças lêem sem serem a isso obrigadas. E depois escolher dentro desses aqueles que estivessem formalmente bem escritos (gramática, algumas figuras de estilo). Só deveriam ser excluidos livros aberrantes nesses pontos, porque senão a mesma tendência para escolher o pior possível (Lusíadas, etc) viria de novo à superfície.

Desde já fiquei surpreendido por não ver nem em ti nem no Automek a crítica ao Saramago e à sua escrita peculiar. :D Acho que há só uma questão que me pareceu um pouco ao lado... Essas obras mais complexas são todas dadas a partir do 10º ano, se me recordo ainda... já não estamos propriamente a falar de "crianças". São adolescentes com 9 anos de língua portuguesa em cima. E é para os preparar para isso que deram antes obras mais fáceis como as de Sophia de Mello Breyner ou os contos de La Fontaine. Mas sim, concordo que a forma como são apresentadas algumas obras não é a melhor. Pelo menos no meu caso não foi.

A vosso ver então seria dispensável apresentar às nossas crianças as variadas formas de escrita existentes na literatura, como sonetos, poemas, epopeias ou outros? Acho normal que o sistema educativo, lá está, promova a diversidade e leve as crianças a conhecer algo mais abrangente que apenas romances ou contos.

Sonetos, poemas, epopeias poderiam ser todos opcionais, tal como pintura, escultura e afins.

Eu também acho bem que o ensino promova a diversidade, mas de uma forma diferente: quem mostre uma aptidão muito elevada para algo, deveria ver essa aptidão desenvolvida (se o quisesse). Mas não se deveria enfiar pela goela, e muito menos avaliar o conhecimento sobre, coisas opcionais.

---------

Ninguém critica Saramago, ou o Manoel de Oliveira, pelo que se acha das obras do mesmo. Critica-se sim pela forma como foram financiadas (basicamente roubando aos restantes cidadãos. coercivamente, para algo altamente opcional e subjectivo).
« Última modificação: 2019-03-29 01:13:35 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18168 em: 2019-03-29 04:40:18 »
É incorrecto acusar o Robaz, o Zenith, e o vbm de quererem "impor aos outros" que paguem os "seus" gostos. O que eles defendem é que os apoios do Estado vão, não para os "seus" gostos, mas sim para as obras culturais que tenham à partida mais hipóteses de ter valor, com base em critérios definidos pelos especialistas que sabem de cada área cultural, e que avaliam com base em coisas como a História do País, a Ciência, as tendências culturais no estrangeiro, etc, que classificam, com um conhecimento disso que escapa à maioria.

Deve haver critérios de avaliação da cultura que necessariamente não passem só pela sua vendabilidade no mercado e que sejam definidos por especialistas nas várias áreas da cultura. Esses especialistas, temos todos de admitir, estarão mais autorizados do que os restantes cidadãos para atribuir um valor às obras culturais, tendo em conta a história do país, a ciência, a sobrevivência dos monumentos nacionais e da história nacional, os imperativos de educar o povo de forma a ele ter espírito crítico, e outros critérios cruciais. Desses especialistas emerge um range alargado de tipos de cultura e de obras de cultura que a sociedade aceita que deve apoiar o suficiente apenas para que não desapareçam de todo. Depois os governos eleitos, que têm legitimidade para tomar decisões em nome da sociedade inteira, precisamente porque foram eleitos, tomam mais algumas decisões sobre os apoios a dar, mas tendo em conta esse range alargado (para não ficar uma cultura monolítica como na URSS ou Coreia do Norte), mas sempre dentro do range definido pelos especialistas (para não se ir apoiar em medida igual as coisas que só dependem de gostos vulgares e momentâneos e as coisas de valor intemporal e que seria trágico perder, como os símbolos da história e da cultura do país).

A sociedade precisa desse elitismo, dessa classe de especialistas que decidem (em parte) por todos nós. E nós temos que pagar impostos para eles decidirem, custe o que custar.


vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #18169 em: 2019-03-29 06:42:09 »
O povo é o soberano. Mesmo nas monarquias, particularmente na nossa, desde sempre, os monarcas, ainda que não eleitos, não eram uma pura emanação da Nobreza nem do Clero. E dependiam justamente do povo para se oporem, se necessário às outras duas classes. Platão era aristocrata. Para ele, era claro que o governo tinha de pertencer aos melhores, precisamente os que sabiam, não os ignorantes. É facto, que o exercício do mando requer mais aptidões do que apenas o <saber-saber>. Mas um bom governo nunca deve distanciar-se dos que sabem e compreendem, dos sábios e dos amigos dos sábios. Isto não é 'nepotismo' nenhum! Pode ser elitismo. Mas é-o distanciado do mero interesse corporativo de monopolistas e sindicatos, e assenta na dignidade central da pessoa humana, assistida pela sua maior aptidão, a razão, a razoabilidade, a justiça, ordem cultural que civilizacionalmente sabemos opor, impor, sobrepor, mas fundamentalmente aliar, conjugar à natureza, à qual nada se subtrai pois tudo lhe obedece, sem prejuízo de, conhecendo-a, melhor nos capacitarmos a dela beneficiarmos. (Tudo o mais são tretas, televisão, locutores, 'felicidade' irradiada por multimédia, futebol, telemóveis e filmes com pipocas, lol)

jeab

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Re: Portugal falido
« Responder #18170 em: 2019-03-29 07:23:46 »
Uma quinta-feira destas, o Costa chega ao Conselho de Ministros e diz-lhe a assessora:

- Senhor Primeiro Ministro, hoje temos muita gente a faltar...
- Então?
- Houve muita gente a ligar de manhã, a avisar que hoje não podia vir...
- Quem?
- Olhe... O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não pode vir porque lhe morreu o Pai.
- Ok...
- A Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa não pode vir porque lhe morreu o Avô.
- Ok...
- O Ministro dos Negócios Estrangeiros não pode vir porque lhe morreu um cunhado.
- Ok...
- O Ministro da Defesa Nacional não pode vir porque lhe morreu um primo.
- Ok...
- O Ministro da Administração Interna não pode vir porque lhe morreu um irmão.
- Ok...
- A Ministra da Justiça não pode vir porque lhe morreu um tio.
- Ok...
- O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não pode vir porque lhe morreu o sogro.
- Ok...
- A Ministra da Saúde não pode vir porque lhe morreu um sobrinho.
- Desculpe lá, mas como é que morreu tanta gente no mesmo dia?!?
- Senhor Primeiro Ministro, só morreu uma pessoa... Mas como eles são todos família...
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18171 em: 2019-03-29 08:44:38 »
É incorrecto acusar o Robaz, o Zenith, e o vbm de quererem "impor aos outros" que paguem os "seus" gostos. O que eles defendem é que os apoios do Estado vão, não para os "seus" gostos, mas sim para as obras culturais que tenham à partida mais hipóteses de ter valor, com base em critérios definidos pelos especialistas que sabem de cada área cultural, e que avaliam com base em coisas como a História do País, a Ciência, as tendências culturais no estrangeiro, etc, que classificam, com um conhecimento disso que escapa à maioria.

Deve haver critérios de avaliação da cultura que necessariamente não passem só pela sua vendabilidade no mercado e que sejam definidos por especialistas nas várias áreas da cultura. Esses especialistas, temos todos de admitir, estarão mais autorizados do que os restantes cidadãos para atribuir um valor às obras culturais, tendo em conta a história do país, a ciência, a sobrevivência dos monumentos nacionais e da história nacional, os imperativos de educar o povo de forma a ele ter espírito crítico, e outros critérios cruciais. Desses especialistas emerge um range alargado de tipos de cultura e de obras de cultura que a sociedade aceita que deve apoiar o suficiente apenas para que não desapareçam de todo. Depois os governos eleitos, que têm legitimidade para tomar decisões em nome da sociedade inteira, precisamente porque foram eleitos, tomam mais algumas decisões sobre os apoios a dar, mas tendo em conta esse range alargado (para não ficar uma cultura monolítica como na URSS ou Coreia do Norte), mas sempre dentro do range definido pelos especialistas (para não se ir apoiar em medida igual as coisas que só dependem de gostos vulgares e momentâneos e as coisas de valor intemporal e que seria trágico perder, como os símbolos da história e da cultura do país).

A sociedade precisa desse elitismo, dessa classe de especialistas que decidem (em parte) por todos nós. E nós temos que pagar impostos para eles decidirem, custe o que custar.

Ora.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18172 em: 2019-03-29 08:47:05 »
dass


nas escolas não tem escolha  tem levar programa em cima são crianças


nos filmes tem

se não veem isto não vão la

pensam são todos crianças ou que nem podem escolher filmes agora


se queres perguntar então faz favor dirigir adultos  e não crianças

tipo que livros que querem obrigar adultos ler pelo bem comun da cultura!

Bem, está difícil.. Quem escolhe os livros que são ensinados nas escolas são adultos, não são as crianças que escolhem! Eu perguntei que livros TU escolherias para as nossas crianças lerem e estudarem na escola, visto que deverão ser os melhores.

A tristeza está em os adultos não escolherem os livros de forma a que esses livros contribuam o máximo para a missão, que é ensinar Português às crianças. Qualquer pessoa sabe que se as crianças tiverem um interesse pelo que lhes é apresentado, elas aprenderão muito mais facilmente. As crianças não se identificam nem têm interesse pelos livros presentemente usados -- e portanto estes mais do que uma ajuda são um obstáculo activo à aprendizagem.

É um pouco como tentar ensinar as crianças a correr, fazendo uso de percursos cheios de pedras e tendo as crianças que aprender descalças, porque os melhores corredores de África foi assim que fizeram.

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Se quisessem saber que livros deveriam ser usados, poderiam observar que livros muitas crianças lêem sem serem a isso obrigadas. E depois escolher dentro desses aqueles que estivessem formalmente bem escritos (gramática, algumas figuras de estilo). Só deveriam ser excluidos livros aberrantes nesses pontos, porque senão a mesma tendência para escolher o pior possível (Lusíadas, etc) viria de novo à superfície.

Desde já fiquei surpreendido por não ver nem em ti nem no Automek a crítica ao Saramago e à sua escrita peculiar. :D Acho que há só uma questão que me pareceu um pouco ao lado... Essas obras mais complexas são todas dadas a partir do 10º ano, se me recordo ainda... já não estamos propriamente a falar de "crianças". São adolescentes com 9 anos de língua portuguesa em cima. E é para os preparar para isso que deram antes obras mais fáceis como as de Sophia de Mello Breyner ou os contos de La Fontaine. Mas sim, concordo que a forma como são apresentadas algumas obras não é a melhor. Pelo menos no meu caso não foi.

A vosso ver então seria dispensável apresentar às nossas crianças as variadas formas de escrita existentes na literatura, como sonetos, poemas, epopeias ou outros? Acho normal que o sistema educativo, lá está, promova a diversidade e leve as crianças a conhecer algo mais abrangente que apenas romances ou contos.

Sonetos, poemas, epopeias poderiam ser todos opcionais, tal como pintura, escultura e afins.

Eu também acho bem que o ensino promova a diversidade, mas de uma forma diferente: quem mostre uma aptidão muito elevada para algo, deveria ver essa aptidão desenvolvida (se o quisesse). Mas não se deveria enfiar pela goela, e muito menos avaliar o conhecimento sobre, coisas opcionais.

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Ninguém critica Saramago, ou o Manoel de Oliveira, pelo que se acha das obras do mesmo. Critica-se sim pela forma como foram financiadas (basicamente roubando aos restantes cidadãos. coercivamente, para algo altamente opcional e subjectivo).

Também achas que as diversas matérias da disciplina de matemática deviam ser opcionais? Ou de Ciências da Natureza? Ou de História? Mesmo educação física, lembro-me bem que por nós apenas jogávamos futebol e as miúdas ginástica. Devia ser assim? Não deve ser imposta a aprendizagem de outros desportos? Não deve ser fomentada a diversidade? É isso que é aprender, ver, ouvir e praticar algo novo, diferente.

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #18173 em: 2019-03-29 09:22:56 »
Boa malha!

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18174 em: 2019-03-29 10:21:59 »
Sobre a vossa fé nos especialistas (em educação, cultura e todo o tipo de ciências sociais), eu há tempos escrevi isto no tópico da educação:

É dificil. O sistema está todo avariado logo na origem, no ministério.

Por exemplo, vejamos o curso profissional de Técnico de equipamentos informáticos.
Entre outras coisas tem a disciplina de Português.
O que é que lá se encontra ?
Textos épicos e épico-líricos (Camões), Pessoa, Cesário Verde,  semântica frásica, etc.

Alguém acredita que um tipo que vai para um curso profissional ligado a computadores vai estar motivado para aprender isto ?
Eu não estou a dizer que quem vai para um curso profissional de computadores tenha de ser um ignorante literário mas, caramba, muito provavelmente já foi para a vertente profissional porque quer é ir trabalhar, o mais rápido possível, e não tem interesse no resto. No entanto, chega lá e enfiam-lhe o memorial do convento pela goela abaixo. Isto é normal ?

E como este curso profissional há muitos outros. Eu acho que aqueles tipos que fazem os programas nunca foram a uma aula de cursos profissionais de electricidade ou culinária ver quem são e qual a motivação das pessoas lá andam. Facilmente percebiam que a última coisa que lhes interessa é o predicativo do sujeito.



vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #18175 em: 2019-03-29 10:26:33 »
«a última coisa que lhes interessa é o predicativo do sujeito»
________________________________________________________

Lol

Se bem que sem o 'predicativo do sujeito'
nem sequer lá estariam à procura de emprego!

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18176 em: 2019-03-29 10:31:16 »
Sobre especialistas, vocês olham para a cultura como se fosse uma ciência exacta. Como se fosse o mesmo que construir uma ponte de forma a não cair ou como se fosse a demonstração de um teorema matemático. Como é que podem ter essa fé ?

Se até na economia, que é a ciência social que tem mais impacto nas pessoas, ninguém se entende sobre o caminho a seguir, com opiniões para todos os gostos (e até atagónicas), porque raio é que no cinema, na pintura e na escultura devemos acreditar cegamente no especialista que escolhe por nós e nos obriga a pagar as suas escolhas ? Nem na medicina temos essa fé quando recorremos a uma segunda opinião!

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18177 em: 2019-03-29 11:24:19 »
Acho que não há escritores relevantes a meu ver que recebam subsídios...
Entrar no PNL já é uma ajudinha nas vendas. Tornar obrigatório é atribuir uma renda.

Por exemplo, as As Naus de Verde Pinho do Manuel Alegre passou a ser obrigatório no 6º ano. O universo potencial de "clientes" devem ser uns 90K alunos por ano, give or take. Uma % deles comprarão o livro.

O livro custa 8,80€ (e só tem umas 12 páginas). Os livros não se medem ao quilo, claro, mas eu já o li e achei inadequado a crianças do 6º ano. Porquê ? Porque é suposto ser ele a contar a viagem do Bartolomeu Dias à filha (quando era miúda), em poesia. Só que a filha de um poeta e de um homem "das letras", não representa o universo de crianças da mesma idade. É o tal problema dos especialistas estarem afastados do mundo real.
(a minha opinião pessoal do livro também não é boa, mas isso já é subjectivo)

E, claro, não obstante o MA ser um poeta "reconhecido" fica a suspeita se é pelo mérito do livro. Por "azar" também é um político profissional desde que o conhecemos. Com tantos poetas portugueses era mesmo preciso ser o MA ?

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #18178 em: 2019-03-29 11:39:42 »
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se não veem isto não vão la

pensam são todos crianças ou que nem podem escolher filmes agora


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tipo que livros que querem obrigar adultos ler pelo bem comun da cultura!

Bem, está difícil.. Quem escolhe os livros que são ensinados nas escolas são adultos, não são as crianças que escolhem! Eu perguntei que livros TU escolherias para as nossas crianças lerem e estudarem na escola, visto que deverão ser os melhores.

A tristeza está em os adultos não escolherem os livros de forma a que esses livros contribuam o máximo para a missão, que é ensinar Português às crianças. Qualquer pessoa sabe que se as crianças tiverem um interesse pelo que lhes é apresentado, elas aprenderão muito mais facilmente. As crianças não se identificam nem têm interesse pelos livros presentemente usados -- e portanto estes mais do que uma ajuda são um obstáculo activo à aprendizagem.

É um pouco como tentar ensinar as crianças a correr, fazendo uso de percursos cheios de pedras e tendo as crianças que aprender descalças, porque os melhores corredores de África foi assim que fizeram.

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Se quisessem saber que livros deveriam ser usados, poderiam observar que livros muitas crianças lêem sem serem a isso obrigadas. E depois escolher dentro desses aqueles que estivessem formalmente bem escritos (gramática, algumas figuras de estilo). Só deveriam ser excluidos livros aberrantes nesses pontos, porque senão a mesma tendência para escolher o pior possível (Lusíadas, etc) viria de novo à superfície.

Desde já fiquei surpreendido por não ver nem em ti nem no Automek a crítica ao Saramago e à sua escrita peculiar. :D Acho que há só uma questão que me pareceu um pouco ao lado... Essas obras mais complexas são todas dadas a partir do 10º ano, se me recordo ainda... já não estamos propriamente a falar de "crianças". São adolescentes com 9 anos de língua portuguesa em cima. E é para os preparar para isso que deram antes obras mais fáceis como as de Sophia de Mello Breyner ou os contos de La Fontaine. Mas sim, concordo que a forma como são apresentadas algumas obras não é a melhor. Pelo menos no meu caso não foi.

A vosso ver então seria dispensável apresentar às nossas crianças as variadas formas de escrita existentes na literatura, como sonetos, poemas, epopeias ou outros? Acho normal que o sistema educativo, lá está, promova a diversidade e leve as crianças a conhecer algo mais abrangente que apenas romances ou contos.

Sonetos, poemas, epopeias poderiam ser todos opcionais, tal como pintura, escultura e afins.

Eu também acho bem que o ensino promova a diversidade, mas de uma forma diferente: quem mostre uma aptidão muito elevada para algo, deveria ver essa aptidão desenvolvida (se o quisesse). Mas não se deveria enfiar pela goela, e muito menos avaliar o conhecimento sobre, coisas opcionais.

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Ninguém critica Saramago, ou o Manoel de Oliveira, pelo que se acha das obras do mesmo. Critica-se sim pela forma como foram financiadas (basicamente roubando aos restantes cidadãos. coercivamente, para algo altamente opcional e subjectivo).

Também achas que as diversas matérias da disciplina de matemática deviam ser opcionais? Ou de Ciências da Natureza? Ou de História? Mesmo educação física, lembro-me bem que por nós apenas jogávamos futebol e as miúdas ginástica. Devia ser assim? Não deve ser imposta a aprendizagem de outros desportos? Não deve ser fomentada a diversidade? É isso que é aprender, ver, ouvir e praticar algo novo, diferente.

Não. Se quiseres ver o que pode ser opcional só tens que fazer assim. Pega em 4-5 países bastante desenvolvidos. Suiça, Singapura, EUA, Finlândia, sei lá. Verifica aquilo que todos esses países ensinam (as matérias). Aquilo que todos têm em comum é potencialmente essencial. Aquilo que varia de uns para os outros (por exemplo, os autores, em literatura), é opcional.

"imposta a aprendizagem?". A actividade física não deve ser opcional, mas qualquer desporto poderia ser opcional. Ler náo deve ser opcional, mas qualquer leitura específica pode ser. História provavelmente idem. Embora dês grande valor à história, não é de forma nenhuma garantido que aproveite ao nível de vida das pessoas saber seja o que for de história, nacional ou internacional. Eu também dou valor à história, gosto bastante de conhecer pormenores por exemplo da 1GG e da 2GG, ou história económica em geral, mas isso é no fundo curiosidade.

Por fim, para as pessoas provarem coisas novas não necessitam da escola, mas a escola pode ser um bom lugar para o fazerem. Porém, em vez de a escola ditar o que há de novo para experimentar via um programa, deveria talvez ser um espaço onde as pessoas pudessem experimentar qualquer coisa. Teria que estar estruturada para tentar providenciar isso, e não para seguir um programa rígido (falo dos "opcionais"). Depois, se fossem identificados talentos em qualquer coisa, deveria ter forma de guiar essas pessoas para desenvolver os talentos.
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Re: Portugal falido
« Responder #18179 em: 2019-03-29 11:48:55 »
É incorrecto acusar o Robaz, o Zenith, e o vbm de quererem "impor aos outros" que paguem os "seus" gostos. O que eles defendem é que os apoios do Estado vão, não para os "seus" gostos, mas sim para as obras culturais que tenham à partida mais hipóteses de ter valor, com base em critérios definidos pelos especialistas que sabem de cada área cultural, e que avaliam com base em coisas como a História do País, a Ciência, as tendências culturais no estrangeiro, etc, que classificam, com um conhecimento disso que escapa à maioria.

Deve haver critérios de avaliação da cultura que necessariamente não passem só pela sua vendabilidade no mercado e que sejam definidos por especialistas nas várias áreas da cultura. Esses especialistas, temos todos de admitir, estarão mais autorizados do que os restantes cidadãos para atribuir um valor às obras culturais, tendo em conta a história do país, a ciência, a sobrevivência dos monumentos nacionais e da história nacional, os imperativos de educar o povo de forma a ele ter espírito crítico, e outros critérios cruciais. Desses especialistas emerge um range alargado de tipos de cultura e de obras de cultura que a sociedade aceita que deve apoiar o suficiente apenas para que não desapareçam de todo. Depois os governos eleitos, que têm legitimidade para tomar decisões em nome da sociedade inteira, precisamente porque foram eleitos, tomam mais algumas decisões sobre os apoios a dar, mas tendo em conta esse range alargado (para não ficar uma cultura monolítica como na URSS ou Coreia do Norte), mas sempre dentro do range definido pelos especialistas (para não se ir apoiar em medida igual as coisas que só dependem de gostos vulgares e momentâneos e as coisas de valor intemporal e que seria trágico perder, como os símbolos da história e da cultura do país).

A sociedade precisa desse elitismo, dessa classe de especialistas que decidem (em parte) por todos nós. E nós temos que pagar impostos para eles decidirem, custe o que custar.

Pelo contrário. Esses especialistas estão altamente motivados para escolherem coisas nas quais os outros não vejam o valor. Porquê? Porque se numa coisa altamente subjectiva o valor fosse fácil de ver, deixaria de existir razão para esses especialistas existirem.

Sobre essa suposta necessidade, isso é a tua opinião. O triste mesmo é que essa opinião possa ser imposta coercivamente a outros, em vez de, se vêm tal grande valor, se organizarem de forma a prescindirem de algo por esse valor. É isso que define o valor, e não a opinião "isto é muito importante -- os outros que o paguem". Que não exista vontade para prescindir de algo por essas coisas "tão importantes" só mostra que a sua real importância é mínima. Nota o que as pessoas fazem pela saúde (sua e de próximos), pela alimentação, etc, na ausência de apoios para as obterem. Fazem sacrificios, prescindem. É isso que define o valor, e não conversa e obrigação para os outros.
« Última modificação: 2019-03-29 11:50:15 por Incognitus »
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