Vou dar outro exemplo real. Numa univ publica, cujo mestrado é mais de 70% rapazes, os alunos organizam-se em grupos de diferentes interesses. Esses grupos promovem diversas actividades e têm um pequeno budget atribuido pela faculdade para essas actividades.
Assisti de perto, num desses grupos, ao recrutamento (que é feito por uma espécie de direcção do grupo).
Aquilo é engraçado de ver porque é bastante profissional, com vários níveis de entrevistas, testes de conhecimento, etc. Os putos levam a coisa bastante a sério e têm mesmo um código de conduta, não escrito, em que declinam entrevistar quando o candidato é alguém com quem se dão muito bem. Além disso, os candidatos finais são entrevistados por vários elementos, isto tudo para evitar favorecimentos. E cunhas nem vale a pena tentar. Eu assisti à coisa e posso dizer que tomaramos nós que o país fosse assim.
Problema: além da composição do mestrado ser 70/30, este grupo, apesar de ser muito procurado, devido ao tema atrai ainda menos raparigas do que os 30%. Contudo, a faculdade exige quotas 50/50 para dar o financiamento aos grupos.
Solução: têm de recusar rapazes bastante motivados e potencialmente bons para o grupo, enquanto que as raparigas que se candidatam entram todas, algumas (para não dizer muitas) bem piores do que os rapazes recusados.
No final, como não têm mulheres suficientes, pedem a outras colegas (que não têm o mínimo interesse no grupo) para dar apenas o nome e, assim, completar as quotas. As miúdas lá fazem o favor e pronto, problema resolvido. Há miúdas inscritas num magote de grupos, nos quais não têm puto de interesse, só por causa disto. E assim se fica bem na foto da paridade: cometendo uma tremenda injustiça.