Isso dos 23% não me preocupa muito. Temos sempre que definir quando entramos/reforçamos. Se estamos sempre à espera que desça mais, alguma altura vai entrar em Bull market. Nessa altura, ou se fica à espera de Godot ou se compra tardiamente, mais acima.
O problema está na definição do nível a que se faz o reforço. Se é demasiado alto, perde-se oportunidade de comprar barato, se é muito baixo, perde-se o comboio.
O ideal parece-me ser ter vários níveis de reforço,aumentando a % de exposição à medida que a queda continua (e eventualmente, para os que arriscam mais, chegar a ter alguma alavancagem se a queda for muito grande). Atenção que isto é um pouco diferente do que rebanlancear para manter a % de exposição acionista.
Mas agora fiquei com uma dúvida: o que é melhor, definir % de exposição de acordo com a % de queda em relação ao pico ou definir de acordo com níveis de indicadores de valorização do mercado?
Não sei se há respostas certas (via papers) mas eu gosto de olhar para o DD vs o DD histórico do portfolio. Ou seja, se o TLT/SPY 50/50 deu 20% de DD máximo, um possível esquema de reforço poderia ser aos -5, -10 ou -15, consoante se seja mais ou menos agressivo.
O problema é que os bancos centrais lixaram as obrigações com um brutal bull market ao mesmo tempo do bull market das acções.
Para a questão da alavancagem em níveis extremos há algumas estratégias relativamente baratas (barato é um termo errado porque supostamente o preço das opções está adequado à probabilidade dos eventos; mas adiante, barato no sentido ser ser uma % baixa).
Exemplo:
SPY fechou a 266.5
Put 180 Dez 2019 custa 2.8
Put 150 Dez 2019 custa 1.3
Se se comprar hoje um put spread 180/150 ele custa 2.8-1.3=1.5 (ou seja, 0.5% do valor actual do SPY)
Se isto chegar a 180 (uma desvalorização de 32%, podia-se entrar com alavancagem, sabendo que a queda entre 180 (-32%) e 150 (-43%) já está coberta com este put spread e não se perde nada nesse intervalo entre 180 e 150 (só se perde abaixo de 150).
Ou, por exemplo, pode ser para entrar a 200, sabendo que se perde de 200 a 180 mas depois não se perde nada de 180 a 150.
Mas, pronto, isso significa sacrificar 0.5% à espera de um preço catástrofe para entrar com alavancagem.
São milhentas as possibilidades. A imaginação é mesmo o limite.