Eu não sou rico nem pobre nem remediado.
Mas tinha uma frase com a qual gostava
de confundir quer os meus amigos
quer os menos amigos:
- «Não é só o Champalimaud que tem direito a ser rico!»
Como ninguém a conseguia interpretar moralmente
sem equívoco, eu ficava feliz com o estado de espírito
que causava, - e ainda causo -, nos que me ouvem.
Os que já me conhecem vão conseguindo perceber
que aprecio mais o ócio do que o negócio,
mas nunca desprezei quem trabalha
e produz.
De modo que, como disse o Incognitus,
não condeno moralmente quem de modo
legalmente objectivo, ganha sem prejudicar
ou enganar, especifica e individualmente, outrem.
Como digo: «Não é só o Champalimaud que tem direito a ser rico!»
O mais censurável no político P. Coelho é não ter aproveitado
o apoio da tutela dos credores, para realmente fazer o possível
e o impossível para reformar e viabilizar a estrutura do estado,
e intervir com aprumo e acerto na modificação da política
macroeconómica de molde a revigorar o desenvolvimento
adequado do país, forçando aliás a Europa a aliar-se
connosco para tal desideratum necessário
para pagarmos o que devemos.