como noutras artes. Tal como os grandes mestres do Renascimento, de Miguel Ângelo a Leonardo, tinham dominado a pintura e a escultura, Visconti, Fellini, De Sica, Rossellini dominariam a sétima arte – o cinema.
Uma das obras-primas de Fellini, crónica de uma sociedade decadente e sem valores
A ação passa-se em Roma e conta a história de Marcello Rubini (Marcello Mastroianni), um jornalista dedicado à vida mundana dos ricos e famosos, especializado em mexericos e histórias sensacionalistas de estrelas de cinema, visões religiosas e aristocracia decadente. Através dos olhos de Marcelo, Fellini mostra uma Roma moderna, sofisticada, mas decadente,
parece 2023!
Percebida pela Igreja Católica como uma paródia da segunda vinda de Jesus
a esquerda 2023 ficou relegiosa e divide mundo por FES... sao tambem parodia! segunda vinda de cristo versao esquerda
fellini fez filme tanto serviu para direita nos anos 70
como para esquerda 2023!
O filme faz questão de representar toda essa sua trajetória desde a sua abertura, onde Cristo (uma estátua como é óbvio!), içada por um helicóptero e perseguido por outro (este da imprensa), sobrevoa Roma de braços abertos como um gesto de absolvição pelos pecados aqui reunidos. Pouco ou nada lhe vale, os mortais continuam a viver como bem sabem e Marcello foi o escolhido para representar essa descida infernal, enquanto reflete o seu próprio empobrecimento moral.
Após várias experiências, "A Dolce Vida" marcou o rompimento de Fellini com o estado tradicional do neorrealismo italiano (o movimento que estetizava a realidade de um ponto de vista ideológico)
Sobre o chamado Milagre Econômico, ele é intuitivo. Ele veio como resultado da reconstrução da Itália após a Segunda Guerra Mundial (que terminara em 1945), com investimentos em saneamento básico, moradia e tudo mais que tiraria o país do buraco em que estava. Mesmo tendo feito parte do Eixo, os Aliados viam na Itália um importante parceiro para impedir a propagação do Comunismo na Europa, o que os levou a investirem no país especialmente por intermédio do poderoso Plano Marshall. Como a Guerra do Coréia veio simultaneamente, a demanda por aço e instrumentos bélicos acabou retroalimentando a economia italiana, com o aumento de fábricas e metalúrgicas para ajudar os Estados Unidos e a Coréia do Sul na empreitada.
O resultado final foi um boom econômico na Itália e outros países europeus que se sustentou bem até o final da década de 60, com uma grande parte da população rural migrando para as cidades grandes. E, como é comum acontecer em situações como essa, a classe média surgiu e cresceu quase que instantaneamente e as classes mais abastadas ficaram ainda mais ricas. As artes – especialmente a Sétima – ganhou enorme foco nesse período e a Itália tornou-se uma espécie de centro cosmopolita de atores e atrizes do mundo inteiro tentando fazer uma nova Hollywood por ali, literalmente batizada de Hollywood sul Tevere ou, em português, “Hollywood sobre o (rio) Tibre”.
E Federico Fellini beneficiou-se diretamente dessa globalização
mas teve olhos para ver seu fim!
Cada capítulo enfoca, em linhas gerais, os mesmos grandes assuntos, vistos sob diferentes lentes. E, logo na abertura, com uma enorme – e horrível – estátua de Jesus Cristo sendo levada de helicóptero para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e perseguida por Marcello e Paparazzo no helicóptero de trás, vemos a religião também se envolvendo na narrativa, algo que se repetiria no capítulo do “milagre da santa”, transformado em circo da mídia pelos jornalistas e a todo momento em detalhes aqui e ali durante a projeção.
O sucesso gigantesco de La Dolce Vita, seguido de sua enorme repercussão negativa perante a classe artística e políticos de extrema direita (tão cegos como os da outra extremidade), que chamaram o filme de imoral e tentaram bani-lo, levou Fellini à psicanálise. E, mais uma vez, sua carreira mudaria. Mas isso fica para outra história.
2023 e vez da esquerda..
este nao propriamente grande filme
hoje dia perguessem cristo.... hehe
mas uma visao.... de fim ciclo
É como se falassem noutra língua, encriptada, em que apenas os convertidos conseguem dialogar.
e filme intemporal para guardar nos fins de ciclo!
'A Doce Vida' é uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo quando esta muito distante da outra sociadade!