Siemens está a desenvolver o primeiro projeto europeu de "cidade inteligente"
A Siemens está a lançar um grande projeto de uma cidade inteligente, em Viena, Áustria, juntamente com parceiros de diferentes áreas.
Nos próximos cinco anos, vai ser criado um laboratório vivo no distrito de Aspern, um dos maiores projetos de desenvolvimento urbano da Europa. Aqui, tecnologias de fornecimento de energia, sistemas para edifícios, redes elétricas inteligentes e tecnologias de informação e comunicação vão interagir de forma otimizada. O resultado vai ser uma gestão de recursos o mais eficiente possível, com o máximo conforto para residentes e utilizadores.
Os parceiros envolvidos neste projeto assinaram, no início de Julho, o contrato que constituiu a empresa Aspern Smart City Research, e que tem um budget de quase 40 milhões de euros. Esta vai começar a operar a partir de dia 1 de Outubro. Vai ser criado um distrito urbano multifuncional em Aspern, localizado na zona nordeste de Viena, que vai incluir apartamentos e escritórios, bem como um quarteirão dedicado às áreas financeira, científica, de investigação e educacional.
No total vai ocupar uma área de cerca de 240 hectares, dos quais 50% vão ser ocupados por zonas públicas - praças, parques e zonas recreativas. Passo a passo, até 2030, o distrito vai evoluir até se transformar numa cidade inteligente do futuro, com 20 mil residentes e com a criação de 20 mil postos de trabalho.
Este projeto permitirá desenvolver um conceito integrado, de longa duração, de um distrito urbano otimizado do ponto de vista energético, utilizando as tecnologias, produtos e soluções mais apropriados numa infraestrutura real.
O objetivo é tornar todo o sistema "mais inteligente". Um dos passos envolve ligar edifícios com diferentes funções, por exemplo escritórios e apartamentos, à rede de distribuição de energia de baixa voltagem. No futuro, os sistemas de controlo dos edifícios vão gerir a partilha de energia entre edifícios e otimizar localmente o consumo energético. Isto oferece aos gestores das infraestruturas a possibilidade de participar ativamente nos mercados de energia.
As tecnologias de informação e comunicação, bem como a possibilidade de avaliar a informação, também vão desempenhar um importante papel neste processo. Novas soluções de TI vão detetar falhas no sistema, reconhecendo padrões de consumo ineficiente, e identificar potenciais oportunidades de poupança. A geração descentralizada de energia a partir de fontes renováveis vai satisfazer as necessidades energéticas de Aspern.
Em Portugal foi criado o "Índice de Cidades Inteligentes 2020", o qual foi desenvolvido pela INTELI tendo a sua aplicação piloto abarcado 20 das 25 cidades do Living Lab RENER - Rede para Inovação Urbana e identifica um conjunto de recomendações estratégicas e operacionais para os governos locais e outros atores económicos e sociais, com o objetivo de melhorar o desempenho dos territórios. De acordo com os resultados do "Índice de Cidades Inteligentes 2020", as cidades que se destacam em matéria de inteligência urbana são Lisboa, Almada, Cascais, Aveiro e Vila Nova de Gaia.
No entanto, este posicionamento varia de acordo com as dimensões de análise, o que demonstra que algumas cidades apresentam melhor pontuação numas áreas e outras cidades noutras, face às características dos territórios e à pro-atividade das políticas públicas locais. Por este motivo, é possível encontrar boas práticas municipais em todas as cidades da rede RENER, independentemente da sua posição no ranking global.
O modelo integrado de cidade inteligente, de acordo com o Índice 2020, traduz-se numa cidade atrativa para talentos, visitantes e investidores pela aliança entre a inovação, a qualidade do ambiente e a inclusão social e cultural, num contexto de governação aberta e de conectividade com a economia global, visando a qualidade de vida dos cidadãos.
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