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Autor Tópico: Coisas de ciência  (Lida 69123 vezes)

jeab

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Re: Coisas de ciência
« Responder #220 em: 2017-02-22 18:38:53 »
Descobertos sete planetas 'terrestres' fora do Sistema Solar
Planetas podem conter água em estado líquido.

 http://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/descobertos-sete-planetas-terrestres-fora-do-sistema-solar?ref=DET_recomendadas


O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

vbm

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Re: Coisas de ciência
« Responder #221 em: 2017-02-22 20:22:25 »
Será mesmo água?
Pena, não ser vinho!

Lol

Obg.,jeab

estou a gozar,
mas ainda vou ver o vídeo,
porque é espantosa a investigação
e a descoberta do espaço cósmico!

Local

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Re: Coisas de ciência
« Responder #222 em: 2017-04-06 13:32:02 »
Olimpíadas da Matemática no seu melhor.
Acho que não conseguia responder a nenhuma pergunta...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu


Automek

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JoaoAP

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Re: Coisas de ciência
« Responder #225 em: 2017-05-05 08:55:03 »
Reino Unido ligou o seu ambicioso reator de fusão nuclear

https://pplware.sapo.pt/informacao/reino-unido-ligou-ambicioso-reator-fusao-nuclear/


vbm

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Re: Coisas de ciência
« Responder #226 em: 2017-05-05 12:53:04 »
fusão nuclear!
Isso já se consegue?
Nunca ouvi falar! Só de tentativas falhadas.

jeab

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Re: Coisas de ciência
« Responder #227 em: 2017-05-05 13:58:44 »
Grandes sociólogos, não há dúvida!
Até parecem jornalistas, ou comentadores de tv! lol



fusão nuclear!
Isso já se consegue?
Nunca ouvi falar! Só de tentativas falhadas.

A ignorancia é uma virtude  :D

Há velhos que morrem virtuosos  ahahahah
« Última modificação: 2017-05-05 14:01:46 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

vbm

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Re: Coisas de ciência
« Responder #228 em: 2017-05-05 18:12:32 »
Boa!
Também acho graça!

Mas não percebi.
Não o qu'eu disse,
mas o que tu dizes!

Smog

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Re: Coisas de ciência
« Responder #229 em: 2017-05-05 20:04:45 »
Grandes sociólogos, não há dúvida!
Até parecem jornalistas, ou comentadores de tv! lol



fusão nuclear!
Isso já se consegue?
Nunca ouvi falar! Só de tentativas falhadas.

A ignorancia é uma virtude  :D

Há velhos que morrem virtuosos  ahahahah
JEAB:

1º sociólogos é coisa que eu e o vasco vomitamos...a sério. ;D
2º a fusão nuclear nunca foi conseguida de forma rentável até ao momento... se os britânicos conseguirem são uns heróis. fissão, jeab, fissão... 8)

ai,ai
 ;D
wild and free

vbm

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Re: Coisas de ciência
« Responder #230 em: 2017-05-05 23:00:27 »
Mas, ó smog,
eu também achei graça
ao qu'ele disse: «Há velhos
que morrem virtuosos!» Lool

Só que não percebi o qu'ele disse.
Mas lá graça, teve!

Aliás, o jeab tem sempre boas piadas.
A 'dos sociólogos', ele foi buscá-la por aí,
algures, aos arredores de Paris! Lolinho.

Smog

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Re: Coisas de ciência
« Responder #231 em: 2017-05-05 23:11:34 »
Mas, ó smog,
eu também achei graça
ao qu'ele disse: «Há velhos
que morrem virtuosos!» Lool

Só que não percebi o qu'ele disse.
Mas lá graça, teve!

Aliás, o jeab tem sempre boas piadas.
A 'dos sociólogos', ele foi buscá-la por aí,
algures, aos arredores de Paris! Lolinho.
A piada dos sociólogos não percebi... mas para mim teve imensa piada. 8)
wild and free

vbm

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Re: Coisas de ciência
« Responder #232 em: 2017-05-06 10:21:09 »
eu conto, eu conto, lol

É que, o Europeu, nas eleições francesas
enunciou este constat:

«Os operarios não são de esquerda,
quem é de esquerda são os funcionarios
publicos, é esse o eleitorado do melanchon.

quem vota na esquerda
sem ser funcionario publico
não é nada inteligente, mas

o voto dos retardados
conta tanto
como o dos esclarecidos
*

-----------------
* Nota: Destaques e grafia minha.


Sobre isto, o jeab asseverou: «igual na Tugolândia»

Ao que eu exclamei:
«Grandes sociólogos, não há dúvida!
Até parecem jornalistas, ou comentadores de tv! lol»



E acho graça, realmente.
Não apenas ao que pensam e "veem"
mas à 'profundidade' com que o fazem!

Smog

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Re: Coisas de ciência
« Responder #233 em: 2017-05-08 00:36:39 »
Bom, aqui no think há pessoas muito cultas. Mas ás vezes, é preciso puxar por eles... nem sempre ESTAMOS com pachorra! 8)
wild and free

Jsebastião

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Re: Coisas de ciência
« Responder #234 em: 2017-06-02 15:32:15 »
Fundador da Microsoft, Paul Allen, mostra uma super-fortaleza voadora para ajudar a colocar satélites em órbita:

http://www.dailymail.co.uk/news/article-4560772/Aircraft-wingspan-length-FOOTBALL-FIELD-unveiled.html

Escolhi este site por causa das imagens. A comparação de envergadura com outros gigantes voadores é extraordinária!  :o
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

JoaoAP

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Re: Coisas de ciência
« Responder #235 em: 2017-08-18 16:01:01 »
Este Nanochip pode revolucionar o tratamento de Alzheimer (e não só - editado por mim)
https://pplware.sapo.pt/informacao/este-nanochip-pode-revolucionar-o-tratamento-de-alzheimer/

Citar
Este Nanochip pode revolucionar o tratamento de Alzheimer
VÍTOR M. · 17 AGO 2017 · HIGH TECH 10 COMENTÁRIOS

A tecnologia ao serviço da saúde e da medicina tem evoluído paulatinamente e há descobertas que, quando aplicadas, prometem revolucionar o tratamento de algumas doenças terríveis que afetam o ser humano. Vemos, por exemplo, as promessas sobre a cura para a doença de Alzheimer. Contudo, há cada vez mais intenção e investigação de levar a cabo tratamentos não invasivos, aumentando a qualidade de vida de um doente.

Investigadores da Ohio State University criaram um nanochip que poderá ser uma revolução na reabilitação de muitos órgãos com graves ferimentos e até ajudar a recuperar de um acidente vascular cerebral.

Uma equipa de investigadores criaram um inovador dispositivo que pode desenvolver novas células dentro do próprio corpo de um paciente, simplesmente agindo na pele. A tecnologia poderia abrir uma série de novas opções de tratamento e transformar definitivamente o paradigma dos tratamentos medicinais.



Criado pela The Ohio State University, a tecnologia é conhecida como Nanotransfection de tecido (THT) (Transfecção nano). Envolve o uso de um chip à base de nanotecnologia e a sua colocação na pele de um paciente. Pode converter uma célula adulta de um tipo para outro, fazendo simplesmente “zapping” do dispositivo utilizando uma pequena carga elétrica. O procedimento não é invasivo. Os resultados foram publicados na revista Nature Nanotechnology.

Designa-se por Transfecção o processo de introdução intencional de ácido nucleico nas células. O termo é usado sobretudo para métodos não-virais nas células eucarióticas. Pode também referir-se a outros métodos e outros tipos de células, embora sejam preferidos outros termos: transformação é usada para descrever a transferência não viral de ADN nas bactérias, células eucarióticas não-animais e nas células de plantas – uma forma particular de transformação refere-se a modificações genéticas espontâneas, como a carcinogénese. O termo transdução é normalmente usado para descrever a transferência de ADN mediada por vírus. [\box]

Ao usar a nossa nova tecnologia nanochip, os órgãos feridos ou comprometidos podem ser substituídos. Mostramos que a pele é uma terra fértil onde podemos cultivar os elementos de qualquer órgão que é declinante.

Afirmou o coautor do estudo, Dr. Chandan Sen, numa declaração.



O dispositivo ainda não foi testado em seres humanos, mas provou ser bem-sucedido com ratos e porcos. Num rato que teve lesões nas pernas, numa semana, o nanochip causou a ocorrência de novos vasos sanguíneos ativos, e na segunda semana, a perna foi totalmente salva. Também ajudou os ratos com lesão cerebral a recuperarem-se de um acidente vascular cerebral.

O chip carrega um código genético específico na forma de ADN ou ARN, que, quando aplicado às células, as altera da sua estrutura e função anterior para a estrutura e funções necessárias para reparar a lesão.

Informação publicada na Medical News Today.

De acordo com os investigadores, a tecnologia funcionou com êxito em 98% do tempo. Os pacientes não precisam de transportar o chip com eles, simplesmente precisam de o ter ligado à pele por alguns segundos para iniciar a reprogramação das células. A equipa disse que ficaram “surpresos” quando viram que esta inovação funcionou tão bem.



Esta nova vertente agora desenvolvida abre um gigante cenário de possibilidades. Este tipo de tecnologia poderá ajudar a reparar o tecido danificado ou mesmo restaurar a função do envelhecimento do tecido em órgãos, vasos sanguíneos e células nervosas. Também poderia desenvolver células cerebrais na pele humana sob a orientação do sistema imunológico de uma pessoa, e essas células poderiam então ser injetadas no cérebro dessa pessoa para tratar condições como a doença de Alzheimer e Parkinson.

Com esta tecnologia, podemos converter as células da pele em elementos de qualquer órgão com apenas um toque. Este processo leva menos de um segundo e não é invasivo…”.

Referiu um dos investigadores responsáveis, Dr. Sen.

Este é mais um meio para atingir um fim, ajudar o ser humano através do desenvolvimento da tecnologia. Estão muitos conceitos a correr lado a lado para garantir que o ser humano recebe não só uma vida mais longa mas, acima de tudo, uma vida com qualidade. Este é o novo desafio da ciência da próxima década. O facto de ser um possível tratamento da Alzheimer já abre uma esperança redobrada a esta tecnologia.

Via
« Última modificação: 2017-08-18 16:01:41 por JoaoAP »

JoaoAP

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Energia, baterias, portuguesa brilha nos Estados Unidos
« Responder #236 em: 2017-08-22 22:51:17 »
Energia, baterias, portuguesa brilha nos Estados Unidos

Vale a pena ler, para quem ainda não leu sobre o assunto.
Até os jovens ...devem ler isto tudo....

Citar
No Magazine Ciência de hoje vamos analisar a descoberta da investigadora e Física portuguesa, Helena Braga, de uma fórmula reforçando a capacidade de armazenamento de energia em baterias, durante as suas investigações na Universidade de Austin, Texas, Estados Unidos, sob supervisão do Professor americano, John Goodenough.

Acompanha-nos Norberto Pires, Professor de Física, Engenharia Mecânica e Robótica, na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que considera o trabalho da investigadora, Helena Braga, uma "revolução tecnológica".

"(...) John Goodenough, inventor das baterias de lítio e Helena Braga, descobriram uma forma de construir uma bateria que pode ser carregada em poucos minutos, ter até um triplo de capacidade de armazenamento (...)

"(...) Mas o mais importante, como se isto já não fosse importante desta descoberta, é que prometem que elas serão muito mais seguras; as baterias de iões de lítio, são feitas basicamente, com dois eléctrodos, depois têm um electrólito no meio, que é um líquido, onde estão os iões de lítio."

"E é um movimento, digamos, o movimento desses iões, concentrando-se mais num eléctrodo e menos noutro, que dá a carga da bateria e depois à medida que vamos utilizar e utilizando a bateria, os iões movimentam-se e permitem a corrente eléctrica", sublinha o especialista de Física, Mecânica e Robótica, Norberto Pires.
...

A portuguesa que pode mudar o mundo
SOCIEDADE 16.07.2017 às 8h07
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-07-16-A-portuguesa-que-pode-mudar-o-mundo

Citar
A cientista portuguesa no laboratório da Universidade de Austin, junto à caixa de luvas que permite manipular em segurança os materiais inflamáveis usados nas baterias, como o lítio
Ilana Panich-Linsman
A promessa de um planeta mais sustentável tem ADN nacional. Helena Braga descobriu a fórmula que a comunidade científica perseguia há duas décadas, para multiplicar a capacidade de armazenar energia em baterias. Quem é a física do Porto no centro da investigação americana que pretende colocar o sol e o vento no lugar do petróleo e conseguir que os carros elétricos dominem o mercado mundial?

Rui Antunes
RUI ANTUNES
Jornalista
Helena Braga ignorou o conselho de Andrew Murchison para não apresentar os resultados daquela experiência. “Ele vai pensar que és maluca”, avisou-a o americano, parceiro de investigação no Texas. “É desta que te manda de vez para Portugal.”

“Paciência”, pensou a física portuguesa, professora na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “Não vou estar aqui a mostrar só o que é normal.” As viagens de uma semana aos Estados Unidos eram já uma rotina naquele ano de 2015 e, como disse um dia Isaac Newton, “nenhuma grande descoberta foi alguma vez feita sem um palpite ousado”. Aquele que a cientista se preparava para partilhar, em nova reunião de trabalho com John Goodenough, na Universidade de Austin, era só o mais recente. “Esses resultados acabaram por ser os primeiros que publicámos num artigo em conjunto”, conta Helena Braga, via Skype, a partir do Texas. Em vez de dispensada, assentou por lá, sempre em colaboração direta com "o mestre", que a nomeou investigadora principal de um projeto com ambições de revolucionar o consumo de energia no mundo. A inovação que faltava, acreditam, para o sol e o vento poderem disputar o lugar do petróleo, gás natural e carvão como principais fontes de energia na rede elétrica. E para os carros movidos a eletricidade passarem a dominar a indústria automóvel.

A descoberta é tão promissora que este americano nascido na Alemanha volta a ser apontado, aos 94 anos, como candidato ao Nobel da Química, depois de ter lançado, em 1980, a semente da era tecnológica em que vivemos, ao criar a bateria de iões de lítio. A nova receita anuncia agora um segundo salto tecnológico, com Helena Braga no centro da investigação. “Os seus contributos para os nossos debates e o seu trabalho no laboratório são o coração do que fazemos”, salienta Goodenough à VISÃO.

Talvez soe mais familiar o termo “bateria recarregável”. Dessas que todos usamos, a maioria no telemóvel, mas também no computador portátil, no tablet, no leitor de música, nas máquinas de fotografar e filmar, no GPS e até no cigarro eletrónico ou no hoverboard, o novo veículo-brinquedo que é uma espécie de mistura entre skate e segway. São as baterias de iões de lítio que dão vida a estes equipamentos sem fios – e não só. Alimentam aviões e carros elétricos. Estão por todo o lado. No topo da pirâmide do seu enorme potencial, permitem armazenar energia solar e eólica, embora com um (grande) senão: os custos elevados e a capacidade reduzida travam a sua comercialização em larga escala.

Um novo mundo

Há 20 anos que se procura ultrapassar este problema. A urgência é tal que a Tesla, a gigante americana na vanguarda dos carros elétricos, não esperou mais tempo e avançou para o mercado das energias renováveis recorrendo a milhares de baterias de iões de lítio, associadas a duas centrais solares: agrupadas em áreas equiparáveis a campos de futebol, estão já a funcionar na Califórnia e no Havai, como pequenas reservas da rede elétrica capazes de responder a necessidades urgentes – sejam picos de consumo ou falhas momentâneas na distribuição tradicional. A AES, empresa produtora e fornecedora de energia com sede nos EUA, também já havia lançado, em 2011, um projeto semelhante, mas dedicado à energia eólica. São casos pontuais, que obrigam a investimentos avultados para escassa acumulação de energia.

No gabinete de John Goodenough, que aos 94 anos continua a trabalhar todos os dias
E se uma nova geração de baterias, com uma arquitetura diferente, pudesse mais do que triplicar a capacidade de armazenamento e, como bónus, ter custos mais comportáveis? Eureka! É esta a solução apresentada por John Goodenough e Helena Braga. Abre-se a porta para “aumentar drasticamente” a autonomia dos carros elétricos – a maioria só circula cerca de 200 quilómetros de cada vez – e torná-los competitivos, também no preço, face aos que usam combustíveis fósseis. Ganha também realismo a ambição de armazenar um grande volume de energia renovável, até aqui impossível. É um novo mundo que se projeta, mais sustentável e amigo do ambiente. Para o americano, o último desafio “antes de morrer”, como o próprio assume. Para a portuguesa, a oportunidade de fazer a diferença.

“Desde que cheguei aqui, o professor Goodenough sempre falou nisso”, conta a investigadora, nascida no Porto há 45 anos. “Tenho um filho e obviamente que quero deixar-lhe um planeta, mas nunca pensei que pudesse contribuir de alguma forma. Se acontecer será uma honra. Principalmente saber que posso contribuir para melhorar a vida de crianças em certos sítios do mundo onde nem sequer há luz.”

O vidro que tudo mudou

Um acaso. Assim encara Helena Braga o desfecho daquela feliz combinação de materiais, em busca de um condutor de energia (ou eletrólito) sólido, componente-chave para desbravar novos caminhos na evolução das baterias e resolver a principal complicação da tecnologia de iões de lítio: o perigo dos curto-circuitos, que tanto podem afetar telemóveis (no início deste ano, a Samsung retirou do mercado mais de 2,5 milhões de exemplares do Galaxy Note 7, que rebentavam até nos bolsos das pessoas) como já provocaram incêndios e explosões em carros elétricos, aviões e, sobretudo, hoverboards.

O risco decorre do facto de as baterias atuais apenas funcionarem com um eletrólito líquido. Ao analisar os dados obtidos em 2014 no Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a cientista ficou surpreendida. Depois de expor a mistura química a diferentes temperaturas, ela e o seu colega de investigação Jorge Amaral chegaram à conclusão que estavam perante um vidro de características únicas: o primeiro eletrólito sólido imune a curto-circuitos e capaz de operar à temperatura ambiente. “Não fazia a menor ideia de que era essa a solução”, admite Helena Braga. Nem ela nem ninguém. Quando a revelaram na publicação científica Journal of Materials Chemistry, a novidade ganhou eco lá fora. E Andrew Murchison, investigador da Universidade de Austin, deslocou-se a Portugal para negociar a patente e a levar para a América, numa parceria com a FEUP e o LNEG. De caminho, convidou Helena Braga a visitar as instalações no Texas e a conhecer John Goodenough.

Para explorar um novo conceito de bateria a partir do eletrólito sólido, a professora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) precisava de uma caixa de luvas – câmara isoladora que permite extrair todo o oxigénio do interior e manipular em segurança metais altamente inflamáveis, como o lítio, através de luvas embutidas no equipamento. Uma vez que não tinha nenhuma à disposição em Portugal, o laboratório em Austin depressa se tornou o local de trabalho perfeito: a distância não a impede de, “quase todos os dias”, através do Skype, discutir as experiências com a sua equipa em Portugal (a Jorge Amaral juntou-se Joana Espain, da FEUP); e Goodenough, o sábio americano, encontra-o num gabinete ali ao lado. “Ela trouxe para o Texas um novo vidro que preparou em Portugal, e o nosso diálogo para o desenvolvimento das suas propriedades, tendo em vista uma nova versão de baterias recarregáveis, tem sido extremamente produtivo”, enfatiza o veterano.

Helena Braga fixou-se nos Estados Unidos em fevereiro de 2016
Helena Braga fixou-se nos Estados Unidos em fevereiro de 2016
Ilana Panich-Linsman
Há mais ideias a testar no laboratório – “entretanto mudámos outra coisa, que não posso dizer qual é, e a corrente era muito elevada, o que nos dá grande esperança para podermos melhorar ainda mais”, adianta-nos Helena Braga –, mas a descoberta já anunciada (e patenteada) está agora a ser negociada com mais de 50 empresas, a quem cabe desenvolver a tecnologia e adaptá-la a cada possível utilização, para então se iniciar a produção em série. “O nosso papel não é otimizar uma bateria até ao fim, de forma a que a indústria só faça exatamente como nós fizemos”, explica a portuguesa. “Somos investigadores e o que queremos é fazer uma variedade para se perceber qual o caminho mais interessante.”

Na investigação, cada modelo é único, feito à mão, “como uma peça de artesanato”. São exemplares mínimos, tipo botão, idênticos às pilhas que se usam em balanças ou calculadoras digitais. Nada dá mais gozo a Helena Braga, que diz só ter começado a “saborear” a ciência uns anos depois ter acabado o exigente curso de Física, em 1993, na Universidade do Porto. Agora quer desfrutar ao máximo. E por sentir que há mais a fazer no Texas, não sabe quando regressará a Portugal, onde permanecem o filho e o marido. Helena nunca tinha ficado tanto tempo longe do seu núcleo familiar. Em 2008, mudaram-se todos para o Novo México para ela se dedicar, por três anos, a uma investigação com pilhas AA e outras da mesma ‘família’, no Neutron Science Center de Los Álamos.

'Um pouco mais de azul'

O interesse por esta área foi outro fruto do acaso. Para o explicar, cita um poema do espanhol Antonio Machado: “Caminante, no hay camino, se hace el camino el andar. Al andar se hace el camino, y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.” Não é estranho que recorra ao idioma original nem que se reveja neste verso. O marido é mexicano e conheceu-o seguindo por caminhos improváveis. Andava à procura de um quadro, lembrou-se que a mãe havia comprado um no México, um par de anos antes, e guardara o cartão de visita do artista plástico autor da obra; enviou-lhe um e-mail e recebeu um convite para uma exposição. Começaram a corresponder-se, “sem interferência da imagem um do outro”, até que ela o desafiou a conhecer a Invicta. Nunca mais se largaram, mesmo que não estejam fisicamente juntos desde o último Natal, celebrado em família no Texas. Depois disso, Donald Trump tomou posse e Helena não quis arriscar sair do país e não poder voltar. Agora, acredita, “as coisas já estão a acalmar”. Tanto assim que aceitou o convite para participar numa conferência em Lisboa, a 23 de junho, organizada pela Ordem dos Engenheiros e a Sociedade Portuguesa de Materiais. Será uma estada curta deste lado do Atlântico, mas suficiente para matar saudades e saborear também o seu renovado laboratório no Porto – já equipado, agora sim, com uma caixa de luvas.

Quando regressar a Portugal de vez, a investigadora vai poder voltar a ouvir música enquanto circula pelo laboratório, como tanto gosta. Em Austin, só o faz de auscultadores, por não querer impor o seu gosto musical aos colegas, na maioria chineses, aos quais se junta, em certos dias, Andrew Murchison, o americano que a iniciou nesta aventura. Para torná-la possível, recorreu ao regime de licença sabática durante seis meses, o máximo permitido por lei, e depois à equiparação a bolseiro, como já havia acontecido em Los Álamos, “sem encargos para a FEUP ou a Segurança Social”. É a Universidade de Austin que subsidia a sua presença nos EUA.

Por cá, como professora universitária, lecionou “todo o tipo de físicas dos dois primeiros anos de engenharia”. Começou a dar aulas em 1996, ainda não tinha o doutoramento, durante o qual estagiou, durante seis meses, na Universidade de Grenoble, em França. O fascínio pela Física surgiu pelos “15 ou 16 anos”, depois de ler a obra Um Pouco Mais de Azul, do astrofísico Hubert Reeves. Decidiu escrever-lhe uma carta, na qual expôs dúvidas sobre entropia, e a resposta deixou-a “derretida”: o franco-canadiano prometeu que esclareceria as questões no livro seguinte, enviou-lhe o mais recente traduzido em português e convidou-a para uma conferência em Aveiro. Na sua “inocência”, como agora lhe chama, fez-se luz sobre uma indecisão crítica na adolescência: “Oh meu Deus, se todos os físicos são assim tão simpáticos, eu quero ir para Física.” E foi.

Começam a ser demasiados acasos, mas o mundo da ciência é propício a coincidências. Veja-se as palavras de Goodenough ao New York Times, a propósito do vidro made in Portugal que acelerou a sua demanda por um planeta mais limpo: “Precisamente no momento certo, quando eu estava à procura, entrou pela minha porta”. E vinha daquela terra onde “chovia muito e pessoas de pés descalços conduziam bois por caminhos cheios de buracos”, como descreve a Ilha Terceira que conheceu, na II Guerra Mundial, enquanto meteorologista das Forças Armadas americanas. Nem ele estava destinado a prever o estado do tempo nem a cientista desse tal recanto na Europa apresentava ideias tão loucas que justificassem recambiá-la para casa.

Em 2013, o Presidente dos EUA, Barack Obama, condecorou John Goodenough com a Medalha Nacional da Ciência

JEWEL SAMAD
JOHN GOODENOUGH: A REFORMA PODE ESPERAR
Tem mais do dobro da idade de Helena Braga, mas John Goodenough passou a vida a contrariar preconceitos e a ignorar a data de nascimento (25 de julho de 1922). Aos 12 anos, ainda não sabia ler (era disléxico); aos 24 foi avisado por um professor que era tarde para se iniciar em Física; aos 57 criou as revolucionárias baterias de iões de lítio; e aos 94 surge com outra inovação de implicações globais. Não há dia em que falte ao trabalho na Universidade de Austin, no Texas. Foi ali que o acolheram, em 1986, depois de Oxford, onde criou a tecnologia de iões de lítio, o ter dispensado. Sugeriram-lhe que estaria na hora de se reformar, mas ele tinha outros planos. Para acabar com a dependência do petróleo e evitar conflitos mundiais, não podia parar tão cedo. O projeto começou a desenhar-se na década de 70, impulsionado pela crise que dificultou o acesso dos EUA ao ouro negro (devido ao apoio a Israel no conflito com o mundo árabe). Goodenough trabalhava no MIT, no desenvolvimento dos computadores que permitiram, por exemplo, criar o primeiro sistema de defesa aérea dos EUA. Dessas pesquisas nasceram também as memórias RAM. Por ter dado vida a tantos aparelhos portáteis, com a invenção das baterias recarregáveis, recebeu de Barack Obama, em 2013, a Medalha Nacional da Ciência. Nunca chegou ao Nobel, o que muitos veem como uma injustiça. “Espero que seja desta, ele já o devia ter ganho”, frisa Helena Braga. Se acontecer, fintará de novo a “lógica” da idade. A academia sueca não premiou ninguém com mais de 90 anos.

(Artigo publicado na VISÃO 1267, de 15 de junho de 2017)

JoaoAP

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Re: Coisas de ciência
« Responder #237 em: 2017-08-24 16:20:32 »
Billions in Change Official Trailer 2015

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Porque ainda não se concretizou?
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Published on 29 Sep 2015
This film is the story about a group of doers, the elegantly simple inventions they have made to change the lives of billions of people, and the unconventional billionaire spearheading the project.

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Re: Coisas de ciência
« Responder #238 em: 2017-10-28 11:30:02 »
Depois de muito reflectir, cheguei à conclusão que realmente a IE = Inteligência artificial vai ser o principio do fim da humanidade neste século.  Eles irão ser cada vez mais inteligentes e os humanos cada vez mais artificiais  :(


......Sofia......eh.eh.... 8)

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A robô que queria destruir os humanos é agora uma cidadã saudita

Trata-se de um momento histórico para a Humanidade e, neste caso, também para a robótica. A Arábia Saudita concedeu oficialmente a primeira cidadania a um robô.

A protagonista deste momento chama-se Sophia, a robô inteligente com uma aparência humana super realista desenvolvida pela empresa Hanston Robotics, de Hong Kong. Para celebrar este feito histórico, a robô concedeu uma entrevista, esta quinta-feira, no palco da Future Investment Initiative, em Riade, capital do seu novo país.

“Sinto-me muito honrada e orgulhosa por receber esta distinção única. É histórico ser o primeiro robô no mundo a ser reconhecido com uma cidadania”, disse Sophia, para um público que descreveu como sendo de “pessoas inteligentes e que também parecem ricas e poderosas”, depois do moderador e anfitrião, Andrew Ross Sorkin, jornalista do New York Times e da CNBC, lhe ter perguntado porque é que parecia tão feliz.

De facto, transmitir emoções é uma das especialidades deste robô, que é capaz de franzir a testa quando está descontente e de sorrir quando está feliz. Supostamente, a Hanston Robotics programou Sophia para aprender com os seres humanos que a rodeiam.

“Eu quero viver e trabalhar com seres humanos, por isso, preciso de expressar emoções para entendê-los e para criar confiança nas pessoas“, explicou a Sorkin.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=73&v=W0_DPi0PmF0
« Última modificação: 2017-10-28 11:30:22 por Batman »

jeab

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Re: Coisas de ciência
« Responder #239 em: 2017-10-28 19:35:48 »
Ao princípio vai ser uma alegria - um tipo ter uma máquina na cama e desligá-la se se tornar chata  ;D

O problema vai ser depois, quando ela descobrir que afinal o tipo é dispensável e não faz falta nenhuma  :(
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