Este estudo indica um efeito positivo estatisticamente significante para as reformas na Suécia, com o efeito positivo em grande medida ligado à quota atingida pelas escolas privadas:
The Impact of School Choice on Pupil Achievement,Segregation and Costs: Swedish Evidence
http://ftp.iza.org/dp2786.pdf
De uma forma mais digestível:
http://www.forbes.com/sites/modeledbehavior/2012/12/03/lessons-on-school-choice-from-sweden/
A vontade que os dados se adaptem aos desejos é tal que a filtragem ideológica usa as mais pequenas frases com alguma palavra favorável como sinal de evidência irrefutável e isso tem um tal efeito de revelação que inibe a faculdade de pensar e ler o artigo para fazer uma análise mais aprofundada. É o que se chama a cegueira ideológica.
Não li tudo e não andei a ver os dados que se referem a efeitos de estratificação, mas posso explicar um pouco do artigo.
Divide em 4 grupos em que a penetração de escolas privadas é High, Medium, Low e Zero e calcula a posição no ranking de percentis.
O grupo Hi antes da reforma estava no percentil 51 (eles vao as centesimas) e o grupo zero no percentil 49. Em 2002-03 o grupo Hi subiu para o percentil 52 e o grupo zero manteve-se no percentil 49 (uma subida de 51 para 52 dificilmente se pode considerar espectacular).
Juntando depois os dados dos outros grupos fazem um interpolação que indica que por cada 10 pontos percentuais há uma subida de um ponto no ranking dos percentis. Os dados são os dados mas francamente não me parece absolutamente nada espectacular. Não é feito nenhum teste de significância estatistica e quase que apostava que se tivessem calculado intervalos de confiança para 90% todos os intervalos se iriam intersectar, e nada poderiam concluir.
Uma coisas que reparei é que os alunos das escolas privadas tem de facto GPAs melhores (e já é significatvo), mas nota-se uma selecção elitista, não tanto ao nível dos rendimentos (a Suecia é bastante igualitária) mas ao nível da formação dos pais. 46% dos alunos das privadas tinham pais com curso universitário, enquanto que nas escolas públicas apenas 25% verificavam isso. Possivelmente se dentro das escolas publicas ou antes da reforma se dividisse em 2 subgrupos com as mesmas percentagens, os resultados dos GPAs seriam parecidos.
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O impacto que o sectarismo ou cegueira ídeológicas podem ter na inibição das faculdades analíticas racionais é uma coisa que por mais que a observe sempre me surpreende