A dívida do estado português formou-se por inépcia dos governos, particularmente dos respectivos primeiro-ministros - Guterres, Barroso, Sócrates - que nunca perceberam nada de finanças nem respeitaram as medidas que os seus ministros das finanças prefeririam ter sido adoptadas. Tudo induzido pela miragem do juro baixo, a moeda emitida por um banco central estrangeiro, suposto garante da fiabilidade de todas as dívidas. Sócrates, o mais acusado, tem a desculpa de todos os estados, aterrorizados com o espectro de uma crise capitalista como a de 1933, terem sido pressionados para gastarem ilimitadamente a fim de evitar uma depressão profunda. Mas, o que também tem de considerar-se é a inépcia (des)governativa de ter acolhido todas as pressões corporativas para realizar investimentos sem nenhuma utilidade relevante, sem critérios de selecção das maiores prioridades, com opções consumptivas desastrosas, às quais os credores internacionais anuíram despreocupados de serem ou não reembolsados dos seus créditos, confiantes que estiveram que os estados seriam socorridos pelos garantes do sistema da moeda única, o euro.
De modo que, obrigar um país como o nosso a ir pagar tudo quanto deve, é simplesmente absurdo por duas razões: primeira, porque não consegue; segunda, porque é iníquo.
O Manifesto dos 70 tem de ser o trato de resolução da dívida pública portuguesa.