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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3453620 vezes)

Smog

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Re: Portugal falido
« Responder #18600 em: 2019-04-11 20:04:32 »
Tixa:

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"E a Universidade, tiveram de alugar um quarto e só de mês a mês é que dava para ir a casa."
Atendendo ao que disseste, parece haver algo que não bate certo.

É estranho não teres bolsa na Universidade - eu tive. E eu ia a casa somente nas férias..

Naquela altura, havia mesmo controlo por causa da Bolsa, os do Serviços Sociais foram à minha aldeia verificar tudo!! É pena que passados 3 anos, já não iam a casa/aldeia confirmar e tanta batota que os colegas faziam, tinha bolsa e estava numa Residência Universitária...


O que tu fizeste comparado com o que fiz... ficas a milhas. Somente uma pequena informação: 3 anos a sair de casa às 5 da manhã, por "quelhos"(assim se chama na minha terra) e "passeios" de terra estreitos e quando chovia e nevava, levava uma muda de calçado e às vezes calças... porque andava a pé entre ida e volta cerca de 16Km. Nada de terrenos planos, bem pelo contrário... ao para baixo até se ia, mas quando voltava... sempre a subir- Mesmo que tivesse uma bicicleta ainda me cansaria mais. Somente no 12.º ano é que só andava no total cerca de 6 Km para a apanhar a "camioneta" - assim se chama na minha terra.
etc...
Somente uma última info, a primária era perto.

Isso é mesmo vontade de baralhar as pessoas. Misturar no mesmo post dois sistemas de medir distâncias  ;D
grelos? >:( 8) quanta classe!
"medir pilas" não deve ser entendido no sentido literal. significa, como metáfora, comparar-se com.
obviamente um gozo para quem era mesmo pobre e teve dificuldades. 8)

(não resisti) ;D
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Smog

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Re: Portugal falido
« Responder #18601 em: 2019-04-11 20:14:49 »
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Classe média portuguesa vive acima das suas possibilidades, diz OCDE

Só na Grécia e no Chile famílias da classe média vivem situação mais complicada do que Portugal. 69% delas dizem mesmo ter dificuldades em chegar ao final do mês com dinheiro.

https://observador.pt/2019/04/11/classe-media-portuguesa-vive-acima-das-suas-possibilidades-diz-ocde/

....tá "bonito"....eh.eh.... :(

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Jovens cada vez mais longe de atingir a classe média

Os jovens entre os 17 e os 35 anos, conhecidos como ‘millennials’, têm mais dificuldade em pertencer à classe média e ter um emprego estável do que as gerações precedentes, segundo um estudo da OCDE, publicado na quarta-feira.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/jovens-cada-vez-mais-longe-de-atingir-a-classe-media

quem vive acima das minhas possibilidades é a AT - tenho de pagar-lhes e está tudo uma trapalhada. caguei.

Bibliotecas: quando era criança corri todas as da aldeia: da escola, do centro paroquial, da associação desportiva e da Gulbenkian ... chegava ao fds e devorava tudo. entrava em carência à segunda-feira.
 mas ler é uma coisa diferente de escrever. escrevo em fóruns diariamente há cerca de 20 anos e acabei por desenvolver um tom coloquial próximo da oralidade. coisa que não faço num documento de trabalho  mais sério. mas escrevo e passo mensagens ( que é o objetivo da escrita) cada vez com mais facilidade. escrever acabou por ser tão natural como falar. nem sempre foi assim apesar dos muitos livros que li.
a minha capacidade de pensar manifesta-se na capacidade de síntese. sempre fui muito lógica-dedutiva. outros terão outras valências... floreados é que custa mais. tive quem me dissesse que era um homem a escrever 8) mas fui salva por alguém mais sábio "ela é uma mulher de ciências!!! " assunto arrumado. ;D
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Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18602 em: 2019-04-11 22:10:42 »
Estás a fugir à questão que eu coloquei em vários posts. Os Lusíadas não são conhecidos muito lá fora (embora até o sejam nos círculos estudiosos, por ex, até o Júlio Verne os cita). Mas nós estamos em Portugal. Faz todo o sentido preservarmos os nossos símbolos contra o desaparecimento. Vai lá perguntar aos ingleses se não gostam de preservar o Shakespeare, os franceses o Molière, os israelitas o Talmud e Bíblia. Se todos esses o fazem, por que não nós? Não me respondeste cabalmente a esta questão.
Penso que já ficou explicado nos posts que fiz posteriormente mas a melhor forma de preservar os Lusíadas não é, de todo, fazendo com que os jovens odeiem os Lusíadas. Concordas, certo ?

A melhor forma de preservar os Lusíadas (e outros) é:
a) Criar o maior número possível de leitores, deixando-os ler as obras que gostem e não obras que odeiem
b) Dar-lhes a conhecer toda a panóplia de autores que existem na nossa literatura, realçando os temas que cada um aborda, o estilo, etc.
c) Deixar que disfrutem consoante os gostos (quando o meu filho teve de escolher obras livres para apresentar eu sugeri-lhe a Queda de um Anjo e o Conde de Abranhos; ele gostou das duas e, pelo caminho, percebeu que isto dos maus políticos não é de hoje - eu conheço o meu filho e sabia que eram obras clássicas com elevada probabilidade dele vir a gostar; era esse o papel que os professores de Português deviam ter)

Os Lusíadas nunca irão desaparecer se tivermos uma grande base de leitores. Não precisam de ser obrigatórios.

A minha preocupação é essa a bold. De qualquer forma, mesmo não sendo essa obra boa para cultivar gosto pela leitura, acho que, numa certa fase do programa escolar, ela e mais 2 ou 3 de referência devem ser leccionadas, para os jovens portugueses ficarem com uma noção da cultura e história do país. Concordo que se usem outras opções para cultivar gosto pela leitura.


Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18603 em: 2019-04-11 22:14:48 »
Mas podemos ter a preservação das coisas descritas no teu último parágrafo, e ao mesmo tempo termos grande contacto com a cultura e história universais também. Estás a implicar que uma coisa destronaria a outra, mas não é nada assim. Subsistiriam muitas possíveis tendências. O que defendo é que as primeiras sejam ajudadas apenas o necessário para não desaparecerem.
Porque é que assumes que têm de ser ajudadas ? Se forem realmente importantes vão subsistir.
Repara no fado, porventura um dos maiores símbolos da cultura portuguesa.
Não se obriga os putos na escola a cantarem fado e, contudo, ele cá está de pedra e cal porque sempre houve apreciadores de fado e as pessoas estão expostas e ele. Tudo sem qualquer obrigação nem decisão de um burocrata qualquer.

Temer que os Lusíadas desapareçam é um temor que não se deve ter. O que devemos temer é que desapareçam leitores, que mais tarde serão os apreciadores dos Lusíadas. Aí é que devia estar o foco: criar hábitos de leitura (e, lá está, mais uma vez voltamos à utilidade de Harry Potter vs Lusíadas nesse objectivo).

Lê o que eu escrevi: ajudadas apenas o necessário para não desaparecerem. Se isso estiver garantido sem ajudas especiais, óptimo. Mas também, não é só o não desaparecimento ; também acho importante que uma grande parte da população os tenha lido e os conheça minimamente, e que saiba quais eram os grandes temas que o livro apresentava.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18604 em: 2019-04-11 22:34:10 »
Agora fora de discussões filosóficas, por experiência própria Os Lusíadas nem me pareceram na altura que tenha sido o livro mais difícil e chato dos 12 anos de escolaridade obrigatória, nem para mim nem para o pessoal da minha turma. Sentimos bem mais repúdio pelos Maias, pelo que me lembro. Penso que foram mal introduzidos, levámos logo com a descrição da casa e todos desistimos pensando que se resumia aquilo. Lembro-me que eu também não achei piada nenhuma ao Memorial. Os Lusíadas eram bem interessantes, era mais aventura e fantástico. Isto para dizer que não sei se Os Lusíadas, caso houvesse uma sondagem para retirar uma obra das que são leccionadas, eram os escolhidos. E como os interesses das crianças mudam de geração em geração, para não falar de turma para turma, há que decidir quais obras se leccionam para ensinar a interpretar, e acho bem que se escolham as obras portuguesas mais unanimemente consideradas importantes. Senão, qual o critério? Os livros infantis mais vendidos na Fnac no ano anterior? Na minha altura tínhamos apresentações orais de livros que tivéssemos lido e cada um podia escolher o livro que quisesse. Portanto, mesmo na escola incentivaram-me a ler o que eu quisesse, era avaliado também com base nisso, e não era porque tinha que saber interpretar um troço d'Os Lusíadas ou da Mensagem que iria revoltar-me contra a leitura. Não me parece que seja por dar Os Lusíadas ou o Memorial na escola que deixam de querer ler o Harry Potter ou o Asterix. Uma coisa não interfere com a outra.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18605 em: 2019-04-11 22:47:36 »
isso e descutir gostos

aqui batem mais e por ser lusiadas no 1 ciclo 

e onde estão mais acordo

no resto  nem por isso  :D
« Última modificação: 2019-04-11 22:53:53 por Reg »
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Smog

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Re: Portugal falido
« Responder #18606 em: 2019-04-11 22:52:48 »
isso e descutir gostos

aqui batem mais e por ser lusiadas no 1 ciclo 

e onde estão mais acordo
pá, é no ultimo ano do 3º ciclo - miúdos de 14- 15 anos.
wild and free

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18607 em: 2019-04-11 22:54:48 »
isso e descutir gostos

aqui batem mais e por ser lusiadas no 1 ciclo 

e onde estão mais acordo
pá, é no ultimo ano do 3º ciclo - miúdos de 14- 15 anos.

o pa antes tinham gil vicente  depois lusiadas  e mesmo masoquista 

agora tem linguas mediavais.... alem lusiadas

isto e porrada  sempre abrir para os gostos  leitura

nem todos tem sorte ter pais comprar outros livros aos filhos
« Última modificação: 2019-04-11 22:59:01 por Reg »
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #18608 em: 2019-04-11 23:31:47 »
Há uma coisa que é preciso, urgente, meditar:

Nem em Portugal nem no planeta há recursos
para habitarem dez mil milhões de pessoas
com um nível de gastos na base de viajar
de um lado para o outro e comprar todas
as porcarias plásticas e outras que os
ditos 'mercados' enxameiam o espaço!

De modo que, ecológico, lógico,  sábio
mesmo, é todos passarem a entreter-se
sem gastar muitas matérias-primas, fósseis
ou outras, passarem o tempo a ler ou a olhar
pró ontem, ou prá lua, marte, vénus ou para
o tal buraco negro a 50 milhões de anos-luz!

Desejavelmente, tudo isso em livros bilingues,
sem chatear ninguém, nem o Camões,  nem
o Manoel d'Oliveira, nem o Einstein!
« Última modificação: 2019-04-12 01:17:13 por vbm »

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18609 em: 2019-04-11 23:43:55 »
A minha preocupação é essa a bold. De qualquer forma, mesmo não sendo essa obra boa para cultivar gosto pela leitura, acho que, numa certa fase do programa escolar, ela e mais 2 ou 3 de referência devem ser leccionadas, para os jovens portugueses ficarem com uma noção da cultura e história do país. Concordo que se usem outras opções para cultivar gosto pela leitura.

Eu acho que tomar contacto com os Lusíadas, do que trata e perceber a genialidade da sua estrutura é uma coisa. Ter de saber e estudar a obra em detalhe, como actualmente, é bastante diferente.

Para não se falar em abstracto, quem tiver pachorra pode ver aqui um apanhado das perguntas que já saíram em exames de Português sobre os Lusíadas (9º ano). Não é com um conhecimento pela rama que se faz isto. É preciso ter estudado a obra com algum detalhe:
http://profteresa.net/aprenderportugues/wp-content/uploads/2016/05/Os-Lus%C3%ADadas-nos-Exames-Nacionais-blog9-15-16.pdf
« Última modificação: 2019-04-11 23:45:53 por Automek »

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18610 em: 2019-04-11 23:55:22 »
eu não vos porcebo


por exemplo a cruz  e simbolo tuga  teve nas  caravelas teve nas bandeira antigamente

acabam com cruz se islão pedir rapido hoje em dia


e depois dão desculpa  estão dar cabo gosto leitura das crianças com  preservar  cultura da lingua mediaval

porque ja não gostam da cruz?


« Última modificação: 2019-04-12 00:02:07 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18611 em: 2019-04-12 00:04:07 »
Outra coisa que encontrei no mesmo site: os modificadores (restritivos e apositivos) do nome. Podem ver os slides:
http://profteresa.net/aprenderportugues/

Citar
Funções sintácticas: MODIFICADOR APOSITIVO do NOME
. Não limita / restringe a realidade referida pelo nome que modifica.

. É obrigatoriamente separado por vírgulas do nome a que se refere.

. Ocorre, normalmente, à direita do nome que modifica.

. Pode ser realizado por:

» um grupo nominal:
. Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças.
. D. Afonso III, o bolonhês, depôs o seu irmão.
. Messi, o imperador de Barcelona, é um regalo a jogar futebol.
. Eusébio, uma lenda do Benfica, faleceu.
. A Vera, toda contente, faltou à aula.

» um grupo adjetival:
. Os futebolistas, ricos e mimados, não se aplicaram no treino.

» um grupo preposicional:
. O primeiro golo, de importância indiscutível, abriu o caminho à vitória.

» uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa:
. Os coelhos, que são mamíferos, reproduzem-se rapidamente.
. A Sara, que faz anos na próxima semana, está ansiosa pelo aniversário.
. Viseu, que é a capital da Beira Alta, tem vindo a crescer sustentadamente.
. A minha prima, que emigrou para Inglaterra, esteve cá neste Natal.
. A Irene, que estuda imenso, teve boa nota a Português.
http://portugues-fcr.blogspot.com/2010/12/funcoes-sintacticas-modificador_12.html


Uma "oração subordinada adjetiva relativa".
Epá, tenho 13 anos, estou no 8º ano, cheio de tentações por todos os lados, vou mesmo adorar Português. Vai ser a minha disciplina favorita. Então quando passar desta adjectiva relativa para a oração subordinada substantiva completiva vai ser do outro mundo. Mal posso esperar.

Se isto não é assassinar alunos não sei o que mais possa ser.

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18612 em: 2019-04-12 00:10:03 »

Inc, eu exprimi muito claramente que não é uma questão de snobismo, o meu problema é que se deve evitar o *desaparecimento* de um site arqueológico, não porque isso é snob, e não porque isso são os meus gostos, mas sim porque é uma peça de *dados que alimentam a ciência*. O desaparecimento de 1 site que seja tem como consequência que a ciência fica com menos dados, e logo tira menos conclusões. A minha preocupação com o site arqueológico é só essa, não é snobismo.

Eu não disse que era snobismo. É apenas um enviezamento do falso consenso.

https://en.wikipedia.org/wiki/False_consensus_effect

A ideia de que existe mais consenso do que realmente existe, quanto às nossas ideias e à importância que atribuímos a algo.

Não percebo o que é que a minha opinião acima tem a ver com o False Consensus Effect. Eu não estou a presumir que o meu gosto pessoal é consensual ou sequer muito espalhado. Como disse, salvar um site arqueológico, é salvar um item de dados, e isso é importante para a ciência progredir. Por que é que isso tem a ver com eu extrapolar os meus gostos para os outros, escapa-me. Eu posso ter a opinião expressa acima sem gostar nada de arqueologia.

Por outro lado, estou de facto a ser algo *elitista*, estou a assumir que há classes de conhecimentos e dados que importa mais preservar do que outros (ciência, arte, literatura clássicas), e que essa diferença *não pode ser determinada* só pela relativa popularidade de cada classe de conhecimentos. Ou seja, mesmo que muito mais gente goste de um jogo de video do que de um site arqueológico, e que o valor de mercado do 1º seja muito maior que o do 2º, eu admito que importa mais preservar do desaparecimento o 1º. Isso sim, eu assumo. Não podemos ter tudo só baseado na democracia, ela tem limites. Não vejo é a relação com o Efeito que tu citas.


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Re: Portugal falido
« Responder #18613 em: 2019-04-12 00:28:42 »
Até ver as pessoas só vivem uma vez. O que dizes é igual a escravatura a tempo parcial, para determinados objectivos. É que nem se trata de tentar providenciar algo tipo seguro (saúde, ensino). Trata-se mesmo de escravizar os outros para objectivos que julgas mais importantes e que nem julgas serem necessariamente partilhados.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #18614 em: 2019-04-12 00:29:02 »
Outra coisa que encontrei no mesmo site: os modificadores (restritivos e apositivos) do nome. Podem ver os slides:
http://profteresa.net/aprenderportugues/

Citar
Funções sintácticas: MODIFICADOR APOSITIVO do NOME
. Não limita / restringe a realidade referida pelo nome que modifica.

. É obrigatoriamente separado por vírgulas do nome a que se refere.

. Ocorre, normalmente, à direita do nome que modifica.

. Pode ser realizado por:

» um grupo nominal:
. Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças.
. D. Afonso III, o bolonhês, depôs o seu irmão.
. Messi, o imperador de Barcelona, é um regalo a jogar futebol.
. Eusébio, uma lenda do Benfica, faleceu.
. A Vera, toda contente, faltou à aula.

» um grupo adjetival:
. Os futebolistas, ricos e mimados, não se aplicaram no treino.

» um grupo preposicional:
. O primeiro golo, de importância indiscutível, abriu o caminho à vitória.

» uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa:
. Os coelhos, que são mamíferos, reproduzem-se rapidamente.
. A Sara, que faz anos na próxima semana, está ansiosa pelo aniversário.
. Viseu, que é a capital da Beira Alta, tem vindo a crescer sustentadamente.
. A minha prima, que emigrou para Inglaterra, esteve cá neste Natal.
. A Irene, que estuda imenso, teve boa nota a Português.
http://portugues-fcr.blogspot.com/2010/12/funcoes-sintacticas-modificador_12.html


Uma "oração subordinada adjetiva relativa".
Epá, tenho 13 anos, estou no 8º ano, cheio de tentações por todos os lados, vou mesmo adorar Português. Vai ser a minha disciplina favorita. Então quando passar desta adjectiva relativa para a oração subordinada substantiva completiva vai ser do outro mundo. Mal posso esperar.

Se isto não é assassinar alunos não sei o que mais possa ser.


Sem dúvida, é uma chatice decorar isso tudo, e presumo que 95% das pessoas esqueceu isso 2 anos depois de deixar a escola secundária (no máximo). Mas a lógica da língua portuguesa tem que estar estruturada conforme existe e essa estruturação tem que ser catalogada de alguma forma. Já o simples facto de ter uma lógica não me parece mau de todo. Senão, como saber e justificar com uma base lógica se algo está bem ou mal escrito? Ou também é uma questão de gosto?

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Re: Portugal falido
« Responder #18615 em: 2019-04-12 00:33:02 »
gil vicente lusiadas e portugues galiza

vão  ser especialistas numa lingua morta


como padres dizer missas em latin ;D

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Re: Portugal falido
« Responder #18616 em: 2019-04-12 00:39:16 »
Outra coisa que encontrei no mesmo site: os modificadores (restritivos e apositivos) do nome. Podem ver os slides:
http://profteresa.net/aprenderportugues/

Citar
Funções sintácticas: MODIFICADOR APOSITIVO do NOME
. Não limita / restringe a realidade referida pelo nome que modifica.

. É obrigatoriamente separado por vírgulas do nome a que se refere.

. Ocorre, normalmente, à direita do nome que modifica.

. Pode ser realizado por:

» um grupo nominal:
. Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças.
. D. Afonso III, o bolonhês, depôs o seu irmão.
. Messi, o imperador de Barcelona, é um regalo a jogar futebol.
. Eusébio, uma lenda do Benfica, faleceu.
. A Vera, toda contente, faltou à aula.

» um grupo adjetival:
. Os futebolistas, ricos e mimados, não se aplicaram no treino.

» um grupo preposicional:
. O primeiro golo, de importância indiscutível, abriu o caminho à vitória.

» uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa:
. Os coelhos, que são mamíferos, reproduzem-se rapidamente.
. A Sara, que faz anos na próxima semana, está ansiosa pelo aniversário.
. Viseu, que é a capital da Beira Alta, tem vindo a crescer sustentadamente.
. A minha prima, que emigrou para Inglaterra, esteve cá neste Natal.
. A Irene, que estuda imenso, teve boa nota a Português.
http://portugues-fcr.blogspot.com/2010/12/funcoes-sintacticas-modificador_12.html


Uma "oração subordinada adjetiva relativa".
Epá, tenho 13 anos, estou no 8º ano, cheio de tentações por todos os lados, vou mesmo adorar Português. Vai ser a minha disciplina favorita. Então quando passar desta adjectiva relativa para a oração subordinada substantiva completiva vai ser do outro mundo. Mal posso esperar.

Se isto não é assassinar alunos não sei o que mais possa ser.


Sem dúvida, é uma chatice decorar isso tudo, e presumo que 95% das pessoas esqueceu isso 2 anos depois de deixar a escola secundária (no máximo). Mas a lógica da língua portuguesa tem que estar estruturada conforme existe e essa estruturação tem que ser catalogada de alguma forma. Já o simples facto de ter uma lógica não me parece mau de todo. Senão, como saber e justificar com uma base lógica se algo está bem ou mal escrito? Ou também é uma questão de gosto?


A gramática é uma explicação à posteriori para a estrutura da língua. Ou seja, a língua emergiu e foi usada antes de existir gramática. Tanto para o Português como para a esmagadora maioria das linguas. Talvez por isso:
* Os melhores sistemas de tradução automática NÃO usam conceitos de gramática.
* As pessoas regra geral aprendem primeiro a língua e depois a gramática.

Vindo daí, a gramática é largamente opcional. Não acrescenta muito. Podia-se usar o tempo a ela dedicado mais produtivamente.
« Última modificação: 2019-04-12 00:39:49 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18617 em: 2019-04-12 01:06:57 »
Sem dúvida, é uma chatice decorar isso tudo, e presumo que 95% das pessoas esqueceu isso 2 anos depois de deixar a escola secundária (no máximo). Mas a lógica da língua portuguesa tem que estar estruturada conforme existe e essa estruturação tem que ser catalogada de alguma forma. Já o simples facto de ter uma lógica não me parece mau de todo. Senão, como saber e justificar com uma base lógica se algo está bem ou mal escrito? Ou também é uma questão de gosto?
Tu acabaste de escrever um parágrafo inteiro no qual só consigo identificar os nomes, os verbos e os adjectivos. O resto já me esqueci. Não estou a brincar, já me esqueci mesmo. Não faço a mínima ideia se há aqui ilocutórios assertivos, se alguma parte é o predicativo do complemento directo, se meteste modificadores do nome, etc.

E, contudo, vamo-nos entendendo.

Regras e mais regras, excepções e mais exceções, nomes de sintaxes que até metem medo, tudo isso é para rebentar com a cabeça dos alunos. Ninguém vai aprender a escrever com base nessa teoria. Só serve para matar o interesse pelo Português.

Eu diria que na escrita é necessário muito pouco para conseguir comunicar decentemente: pontos finais, paragrafos, vírgulas, dois pontos, ponto e vírgula e pouco mais. E dar meia dúzia de exemplos práticos, mas sem chatear com os nomes de cada "pedaço" da frase. O resto vem com a leitura assídua.

Para quê terem de saber que a vírgula não-sei-quê depois do grupo preposicional ? Só as regras da vírgula e prever todas as situações, mais as possíveis excepções da vírgula, são uma coisa interminável. Obrigar a ver tudo isto em pormenor é dantesco. É um camião de detalhes que pode ficar para quem enveredar por "letras" ou para os curiosos.

A escola devia-se guiar sempre pelo lema "O bom é o pior inimigo do ótimo".

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18618 em: 2019-04-12 01:08:55 »
Até ver as pessoas só vivem uma vez. O que dizes é igual a escravatura a tempo parcial, para determinados objectivos. É que nem se trata de tentar providenciar algo tipo seguro (saúde, ensino). Trata-se mesmo de escravizar os outros para objectivos que julgas mais importantes e que nem julgas serem necessariamente partilhados.

Pois. Isso é como chamar escravatura ao sistema de impostos. Mas eles são necessários, e o termo escravatura não deve ser usado para eles.

"objectivos que julgas mais importantes" -- mais exacto é dizer que eu *tenho a certeza* de que o objectivo de preservar a ciência é mais importante do que o de preservar um jogo de divertimento, e que essa certeza não vem dos meus gostos. Mesmo que a maioria prefira o 2º, o 1º é mais importante. Isso é uma certeza, mesmo que a maioria ache o contrário. A maioria está frequentemente errada.

Se a maioria dos passageiros de um navio tiver uma opinião sobre a manobra que o navio deve fazer, e o capitão tiver outra, eu confio no capitão!

Claro que eu sei que tu adoras e admiras a ciência tanto como eu. Caramba, sem ela isto ia tudo abaixo, nem civilização sobrevivia, nem videojogos nem nada.
« Última modificação: 2019-04-12 01:10:20 por Kin2010 »

hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #18619 em: 2019-04-12 08:04:31 »
Outra coisa que encontrei no mesmo site: os modificadores (restritivos e apositivos) do nome. Podem ver os slides:
http://profteresa.net/aprenderportugues/

Citar
Funções sintácticas: MODIFICADOR APOSITIVO do NOME
. Não limita / restringe a realidade referida pelo nome que modifica.

. É obrigatoriamente separado por vírgulas do nome a que se refere.

. Ocorre, normalmente, à direita do nome que modifica.

. Pode ser realizado por:

» um grupo nominal:
. Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças.
. D. Afonso III, o bolonhês, depôs o seu irmão.
. Messi, o imperador de Barcelona, é um regalo a jogar futebol.
. Eusébio, uma lenda do Benfica, faleceu.
. A Vera, toda contente, faltou à aula.

» um grupo adjetival:
. Os futebolistas, ricos e mimados, não se aplicaram no treino.

» um grupo preposicional:
. O primeiro golo, de importância indiscutível, abriu o caminho à vitória.

» uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa:
. Os coelhos, que são mamíferos, reproduzem-se rapidamente.
. A Sara, que faz anos na próxima semana, está ansiosa pelo aniversário.
. Viseu, que é a capital da Beira Alta, tem vindo a crescer sustentadamente.
. A minha prima, que emigrou para Inglaterra, esteve cá neste Natal.
. A Irene, que estuda imenso, teve boa nota a Português.
http://portugues-fcr.blogspot.com/2010/12/funcoes-sintacticas-modificador_12.html


Uma "oração subordinada adjetiva relativa".
Epá, tenho 13 anos, estou no 8º ano, cheio de tentações por todos os lados, vou mesmo adorar Português. Vai ser a minha disciplina favorita. Então quando passar desta adjectiva relativa para a oração subordinada substantiva completiva vai ser do outro mundo. Mal posso esperar.

Se isto não é assassinar alunos não sei o que mais possa ser.

O que estás a criticar é das poucas coisas que estão bem. Há que ensinar a síntaxe para que os alunos saibam arrumar o pensamento na escrita e entender o que está escrito.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another