Thunder,
Peço 'alguma' desculpa de intervir assim um pouco pela rama
nesta matéria do resgate da Grécia, porque na verdade,
não estou a mergulhar a fundo no processo daquela
falência, antes tudo tacteei superficialmente,
mas guiado por um princípio simples,
de cuja infracção derivo a Europa
ter roubado os gregos, como
a nós também roubou.
Isto: há séculos que não há prisão por dívidas!
Cumpre a quem empresta ser prudente, ter bom senso,
não emprestar sem expectativa de retorno e não emprestar
com juros agiotas. Foi o que a Alemanha e a França não fizeram.
Enfiaram pela goela abaixo dos gregos todas as porcarias comercialmente
excedentárias da sua própria produção, pouco se preocupando se os gregos
pagariam ou não, pois sempre contaram que os seus Estados os resgatariam
de quaisquer crises de incobráveis. E foi o que realmente, a Alemanha e a França
proporcionaram aos seus bancos e às suas empresas exportadoras.
Ora, não há prisão por dívidas. Justamente, se passou a aceitar a actividade económica
com responsabilidade por perdas e prejuízos até ao montante do capital próprio aplicado
a cada actividade. Todas dívidas contraídas são pagáveis até esse limite garantido, Daí para cima,
o risco e o prejuízo, acaba por ser de quem empresta. Viciar isto, é impedir que se abra falência
e manter em prisão de dívida eternamente cada mutuário! Inadmissível! Mas a roubalheira é
mais descarada. Porque o princípio de uma falência é a da igualdade de tratamento dos
credores, ao pro rata dos montantes emprestados, todos pagos no limite solvível
no mesmo momento de calendário e não favorecer uns em prejuízo de outros.
Tudo o que saia deste cristalino procedimento é pura corrupção, roubo, esbulho.
Eu estou só focado neste princípio singelo, de responsabilidade limitada,
- que viabiliza a iniciativa económica -, e os atropelos a tal regime
são nefastos à prudência que deve presidir ao crédito.
Eu sei que se formos ver tudo o que se passou nos mais ínfimos detalhes,
pode ser que o haircut que agora encenam, fingem, estar a conceder
não seja sofístico quanto eu suspeito ou acuso estar a ser…
Posso estar em erro, desculpo-me de estar assim
a tomar uma posição algo ligeira, mas
não tenho disponibilidade para
dedicar-me a aprofundar
o caso, nem mesmo
propriamente
competência…
Mas peço, valorizem, por favor, a lógica e a ética da responsabilidade limitada.
É algo que tem valor pragmático em economia, e não pode ser coutada para ladrões.
Nota: - A táctica de Varoufakis, era a de concederem prazo e perdão parcial de dívida,
por falência, sem ser expulso da zona Euro. Ele recusava novo endividamento
para pagar o antigo sem reestruturação, e admitia que a UE não ousaria
expulsar a Grécia da moeda única, pelo descrédito universal
em que o Euro sucumbiria. Foi isso que nunca consentiram,
enfiaram-nos em dívida no fundo do poço, e estarão
agora a ficcionar um haircut de espantalho,
com prejuízo inigualitário com os credores
e contribuintes.