A grande maioria das teorias de desinformação e conspiração sobre a Covid-19 originou-se em apenas 12 pessoas, revelou um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), divulgado pela Casa Branca e citado pelo ‘The Guardian’.
O CCDH, uma organização sem fins lucrativos e não governamental do Reino Unido/EUA, descobriu em março que essas 12 personalidades online, que causaram a maioria da desinformação sobre as vacinas, têm um conjunto de 59 milhões de seguidores, em várias redes sociais.
O organismo analisou 812 mil publicações no Facebook e Twitter e descobriu que 65% vieram de 12 personalidades. Só no Facebook, essas mesmas pessoas são responsáveis por 73% de todo o conteúdo de desinformação. Para além disso, 95% das informações falsas nessas plataformas não foram eliminadas.
Entre as 12 pessoas estão médicos, fisioterapeutas, influenciadores na área do bem-estar e Robert F. Kennedy Jr, sobrinho de John F. Kennedy, que também associou as vacinas ao autismo e a pandemia às redes móveis 5G.
“O Facebook, o Google e o Twitter implementaram políticas para evitar a disseminação de informações falsas sobre vacinas; até agora, nem todos conseguiram aplicar essas políticas de forma satisfatória”, escreveu o CEO do CCDH, Imran Ahmed, no relatório.
Segundo o responsável, “todos foram particularmente ineficazes na eliminação de informações falsas e perigosas sobre as vacinas contra o coronavírus.”
Embora as plataformas tenham tomado medidas para eliminar muitas publicações, o CCDH convocou o Facebook e Instagram, Twitter e YouTube para eliminar permanentemente estes 12 conteúdos de desinformação que acreditam ser perigosa e instrumental para criar hesitação na vacina, num momento crucial da pandemia.
“Políticas e declarações atualizadas têm pouco valor, a menos que sejam aplicadas forte e consistentemente”, pode ler-se no relatório. “Com a grande maioria do conteúdo prejudicial a espalhar-se por um número seleto de contas, eliminar aqueles poucos indivíduos e grupos mais perigosos pode reduzir significativamente a quantidade de desinformação que está a difundir-se pelas plataformas”, acrescentou.