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Autor Tópico: China - Tópico principal  (Lida 213266 vezes)

mbarrela

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Re: China - Tópico principal
« Responder #420 em: 2015-08-18 14:24:38 »
o problema está aqui na bolha imobiliária que vai explodir, ora vejam a construção ao rubro....parece Portugal nos anos 2006/7

http://www.esquerda.net/artigo/china-e-sua-primeira-crise-capitalista/37988?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook


Esse artigo demonstra bem a capacidade da esquerda em não perceber "puto" de nada, ridiculo.

Incognitus

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Re: China - Tópico principal
« Responder #421 em: 2015-08-18 14:27:55 »
mbarrela, tanto quanto possível os comentários de política devem ficar para o fórum de política, e neste devemos tentar ver as coisas segundo uma perspectiva de mercado e oportunidades.
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Castelbranco

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Re: China - Tópico principal
« Responder #422 em: 2015-08-18 14:50:48 »
que existe uma bolha imobiliária na china disso não tenho a menor duvida, olhem com vossos olhos e se não conseguirem ver de longe vão lá pra ver de perto
« Última modificação: 2015-08-18 14:52:12 por Castelbranco »

Incognitus

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Re: China - Tópico principal
« Responder #423 em: 2015-08-18 15:09:40 »
Penso que ninguém duvida disso, Castelbranco.
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Re: China - Tópico principal
« Responder #424 em: 2015-08-18 17:47:42 »
O aumento dos preços das casas não tem sido sustentado. Os números da bolha eram bem-vindos.


Incognitus

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Re: China - Tópico principal
« Responder #425 em: 2015-08-18 17:50:24 »
O aumento dos preços das casas não tem sido sustentado. Os números da bolha eram bem-vindos.




É preciso olhar mais para trás, nesses anos a bolha já tem estado a falhar. O que mostra a bolha são cidades vazias, etc.

Porém a China tem uma vantagem -- existe um processo migratório gigantesco do mundo rural para as cidades, e esse processo significa que passado algum tempo a oferta em excesso deve ser absorvida. Dito isto, no curto prazo são sempre possíveis correcções violentas.
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Re: China - Tópico principal
« Responder #426 em: 2015-08-18 18:15:14 »
Pode a correcção de dar no tempo e não no preço. Em Portugal foi assim, não chegou a haver rebentamento da bolha, esvaziou-se com o tempo. E pelo gráfico que deixei, desde 2011 que a bolha não cresce. A correcção no tempo já está em curso.

Castelbranco

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Re: China - Tópico principal
« Responder #427 em: 2015-08-19 00:20:32 »
Pode a correcção de dar no tempo e não no preço. Em Portugal foi assim, não chegou a haver rebentamento da bolha, esvaziou-se com o tempo. E pelo gráfico que deixei, desde 2011 que a bolha não cresce. A correcção no tempo já está em curso.


a bolha não rebentou, então que foi feito dos empreiteiros? o que salvou a banca do credito mal parado devido aos empréstimos bancários sobre a habitação (subprime) ??????? porque é que divida subiu? se responderes as estas perguntas talvez entenda tua analise

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Re: China - Tópico principal
« Responder #428 em: 2015-08-19 02:30:41 »
Pode a correcção de dar no tempo e não no preço. Em Portugal foi assim, não chegou a haver rebentamento da bolha, esvaziou-se com o tempo. E pelo gráfico que deixei, desde 2011 que a bolha não cresce. A correcção no tempo já está em curso.



a bolha não rebentou, então que foi feito dos empreiteiros? o que salvou a banca do credito mal parado devido aos empréstimos bancários sobre a habitação (subprime) ??????? porque é que divida subiu? se responderes as estas perguntas talvez entenda tua analise


A bolha está a esvaziar devido em parte às medidas adoptadas pelo governo e que estão implícitas nas tuas perguntas. A bolha já existiu, agora está a esvaziar de forma ordenada como mostra o gráfico da variação dos preços YoY que deixei acima. Apesar de haver alguns danos, e isso nota-se no abrandamento económico, durante a bolha a economia crescia acima dos 10% ao ano, não se pode dizer que houve um rebentamento, porque isso implicaria um crash dos preços das casas, o que não aconteceu. A bolha terminou em 2009.


House price change (Beijing), % change over a year earlier (http://www.globalpropertyguide.com/real-estate-house-prices/C#china)
« Última modificação: 2015-08-19 03:00:21 por Visitante »

Castelbranco

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Re: China - Tópico principal
« Responder #429 em: 2015-08-19 09:28:11 »
Bom...a china voltou a tocar o tal suporte hoje, mas recuperou....

jeab

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Re: China - Tópico principal
« Responder #430 em: 2015-08-19 14:31:38 »


http://auma.economico.sapo.pt/noticias/o-que-nos-diz-o-crash-de-verao-na-bolsa-chinesa_226635?_swa_cname=newsletter&_swa_csource=afiliado&_swa_cmedium=email&cpid=economicot3

O que nos diz o ‘crash’ de Verão na bolsa chinesa

Bruno Faria Lopes

Das primeiras impressões que tive quando vivia em Pequim foi a quantidade de pessoas empregadas numa mesma loja ou em pequenas obras. Nas geladarias Häagen-Dasz havia sempre mais funcionários do que clientes.No supermercado do bairro, o Carrefour, trabalhava muito mais gente do que no equivalente em Portugal.

Para abrir uma vala na rua, a gestão municipal usava só força humana. Era assim em 2003 - e continua a ser assim. O Partido Comunista Chinês tem um acordo tácito com a população: dá emprego e prosperidade em troca de poder autocrático. Oreceio do contágio entre instabilidade económica e política é grande. Ter a máquina a carburar é crucial.

Até 2008 a máquina chinesa carburou com a força das exportações e do investimento. Mas a crise do ‘subprime', e toda a onda de recessão e de austeridade que veio a seguir, levou os clientes ocidentais a comprarem menos. Num país já com muita capacidade instalada e muito crédito malparado, seria ideal tirar o pé do investimento e ter no consumo a alternativa. No entanto, e apesar da ascensão de uma nova classe média, o consumo não tem força para ser esse motor. É assim porque a classe média ainda é minoritária. E é assim porque, à falta de um Estado Social protector, essa classe média só pode confiar nas suas poupanças para estar segura na doença ou na velhice.

Sem poder contar com o consumo para suster o ritmo de crescimento desejado - que a elite política chinesa fixa em 7% -, as autoridades responderam carregando no investimento. Outra coisa que vi na China, quando voltei em 2005 e em 2010, foram ruas com prédios novos não ocupados. O investimento privado incentivado pela política monetária susteve o crescimento, mas à custa de mais construção em excesso e mais crédito malparado. Analistas da consultora asiática CLSA estimam que cerca de um quinto das casas construídas estarão vazias em 2016, um problema maior em cidades secundárias.

A má dívida foi parte da motivação política para atrair os chineses para a bolsa: as vastas poupanças da classe média ajudariam a financiar os balanços doentes de várias cotadas. Entre Novembro de 2014 e Junho deste ano, o índice de Xangai saltou de 1.699 para 4.128 pontos, uma bolha em contramão com a saúde das empresas e da economia. Este Verão dramático na bolsa chinesa significa a correcção deste excesso. Até aqui a queda foi "só" de 27% - há ainda muito por corrigir.
O ‘crash' da bolsa acordou o receio de nova recessão global. Oimpacto é negativo, mas desconfio que a China, apesar de ser a segunda maior economia do mundo, não tem tal nível de influência, sobretudo quando os EUA crescem a bom ritmo.
Mais interessante é o que ‘ crash' diz sobre os desafios estruturais que o poder chinês enfrenta: a necessidade de mudar um modelo económico esgotado; de criar um modelo social que não force tanta poupança dos particulares; de melhorar a governação opaca de bancos e de empresas; de deixar correr os ciclos económicos em vez de combatê-los com má política económica, alimentada pelo medo da instabilidade .

A forma como Pequim lidar com estes problemas complexos será importante para os 1,3 mil milhões de chineses, para a economia mundial - e para os alavancados grupos chineses que assumem, cada vez mais, uma posição proeminente na economia portuguesa. Tempos interessantes - e arriscados.
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Castelbranco

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Re: China - Tópico principal
« Responder #431 em: 2015-08-20 09:31:14 »
hoje ficou poisada em cima do suporte :)

Castelbranco

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Re: China - Tópico principal
« Responder #432 em: 2015-08-21 08:58:00 »
Ai está a china não brinca mais 4% para baixo, e furou o suporte

Mr. Medium Term Investor

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Re: China - Tópico principal
« Responder #433 em: 2015-08-21 10:56:34 »
Pior semana do ano para os mercados chineses.

'End of the World' na imprensa durante o fim-de-semana, e respectivo sell off na segunda-feira.

Mario Balotelli

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Re: China - Tópico principal
« Responder #434 em: 2015-08-23 16:23:33 »
Temos isto, não sei se é relevante ou não, mas pode mexer o sentimento.

http://www.reuters.com/article/2015/08/23/china-stocks-pensions-idUSL4N10Y09620150823
" A ANA é que sabe disto e o resto é conversa"
BALOTELLI

itg00022289

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Re: China - Tópico principal
« Responder #435 em: 2015-08-24 09:53:45 »
em queda livre
-8.5%


um bom gráfico, embora já um pouco desatualizado face à vertigem das descidas

« Última modificação: 2015-08-24 10:03:25 por itg00022289 »

tommy

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Re: China - Tópico principal
« Responder #436 em: 2015-08-24 11:33:56 »
https://www.ishares.com/uk/individual/en/products/264659/ishares-msci-emerging-markets-imi-ucits-etf

Nos últimos 4 meses este etf: -20%
Começa a ficar interessante para quem quer comprar mercados emergentes...

Thunder

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Re: China - Tópico principal
« Responder #437 em: 2015-08-24 12:40:23 »
Não sei a vossa opinião, mas para mim é uma economia que está a fazer uma má alocação de recursos em grande escala.
Se temos uma quantidade enorme de habitações desocupadas, cidades fantasmas, sobrecapacidade a nível industrial ... imho a médio prazo isso irá ser pago. Acaba por ser um lastro na economia do país.
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

pedferre

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Re: China - Tópico principal
« Responder #438 em: 2015-08-24 15:29:17 »
Este artigo da mises brasil sobre a china está interessante.

A China foi a grande salvadora da economia mundial em 2008.  A implantação de um pacote de estímulos sem precedentes como resposta à crise financeira daquele ano gerou uma explosão de investimentos em infra-estrutura. 
Houve maciços e esbanjadores projetos de construção na China, os quais envolveram a construção de basicamente qualquer coisa que você seja capaz de imaginar.  Como explicado neste artigo:

Durante um período de apenas dois anos, 2011 e 2012, o qual representou o ápice da tão aclamada "agressiva política de estímulos" do governo chinês em resposta à recessão do mundo desenvolvido, a China consumiu mais cimento do que os EUA consumiram durante todo o século XX!

A voraz demanda por commodities a serem utilizadas nesse boom da construção civil fez com que os países emergentes produtores dessas commodities — como minério de ferro e petróleo — se beneficiassem desse crescimento chinês e fossem também impulsionados por esse crescimento.

Agora, no entanto, a economia chinesa atingiu o muro.  O crescimento econômico está abaixo dos 7% ao ano pela primeira vez em 25 anos, e isso segundo as próprias estatísticas oficiais do país — o que significa que os números reais provavelmente estão muito piores do que isso.

O Banco Central chinês vem adotando várias medidas para estimular a cambaleante economia.  Nos últimos 12 meses, a taxa básica de juros foi reduzida de 6% para 4,85%, sendo este o menor valor da história.

A fuga de capitais do país vem aumentando.  No segundo trimestre de 2015, US$ 766 bilhões saíram do país.  No primeiro trimestre, foram US$ 945 bilhões.  Só nas últimas sete semanas, mais de US$ 190 bilhões saíram do país.  Nas primeiras três semanas de agosto, US$ 100 bilhões já foram embora, não obstante todas as draconianas leis criadas pelo governo para impedir "saídas ilícitas de capital".

Como consequência dessa maciça fuga de capitais, o Banco Central chinês optou por desvalorizar a moeda chinesa (o renminbi).  Essa recente desvalorização da moeda foi uma medida desesperada e de última instância, a qual serviu apenas para sinalizar que a grande era do crescimento chinês está rapidamente chegando ao fim.

Em julho, as exportações tiveram uma queda de 8,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.  Os analistas esperavam uma queda de apenas 1%, o que mostra que a situação chinesa é pior do que muitos estimam.

O mercado imobiliário chinês também se encontra em uma situação claudicante.  Os preços dos imóveis caíram acentuadamente após décadas de contínuo aumento.  Para os milhões de chineses que alocaram sua poupança no setor imobiliário, a situação é perturbadora. 

Adicionalmente, a desaceleração econômica chinesa está enviando ondas de choque para todo o mercado de commodities.  O índice global de commodities, da Bloomberg, que acompanha os preços de 22 commodities, caiu para níveis que vigoravam apenas no início deste século.

O minério de ferro é uma matéria-prima essencial para alimentar as siderúrgicas da China; e, como tal, é um bom mensurador para o atual estado da construção civil chinesa.  O preço do minério de ferro no porto de Qingdao caiu para US$ 53 a tonelada, menos da metade em relação aos US$ 140 que vigoravam em janeiro de 2014.

Já os dados do setor industrial chinês são desanimadores.  O Índice de Gerentes de Compras (Purchasing Managers Index — PMI), o qual é um amplamente reconhecido e respeitado mensurador da produção industrial, caiu para 47.  Para ser considerado positivo, ele tem de estar acima de 50.  Sempre que o PMI cai abaixo de 50, o setor industrial está em contração.  Em julho, o valor havia sido de 48.  O atual valor é o menor da série histórica. [N. do E.: para o Brasil, este índice está em 47,2].

O bem-estar dos chineses

As duas áreas nas quais a nova riqueza dos chineses se manifestou explicitamente foram essas: telefones celulares e automóveis.  Esses dois mercados estão atualmente em contração.

O mercado chinês de telefones celulares é o maior do mundo.  No segundo trimestre deste ano, pela primeira vez na história, as vendas de celulares na China diminuíram.  Isso é um alerta de que os números oficiais do governo, que indicam um crescimento de 7% do PIB, são fictícios.

Virou moda falar que a China está vivenciando uma "saturação".  Essa "saturação" está se tornando uma nova realidade econômica na China.  Durante anos, empresas globais se acostumaram — aliás, o termo mais correto seria "foram mimadas" — com um crescimento econômico artificial.  Essa era acabou.

O problema é que vendas em queda são um fenômeno muito pior do que era de se esperar de um mercado meramente "saturado".  Um mercado "saturado" implica um crescimento de vendas pequeno ou, no máximo, nulo.  Quando as vendas entram em queda, é difícil culpar a "saturação".  Algo bem mais complexo está acontecendo, algo que os números oficiais se recusam a reconhecer.

Smartphones não são o único bem de consumo que está vivenciando essa débâcle de vendas em queda após anos de crescimento espetacular.  Vários outros produtos estão hoje vivenciando essa mesma contração.  Por exemplo, a venda de veículos na China — que é o maior mercado de automóveis do mundo, tanto em termos de produção quanto de vendas — declinou em junho e julho em relação ao mesmo período do ano passado.  Mas os incrédulos fabricantes seguem construindo plantas e ampliando as instalações.

Consequentemente, a Volkswagen, cujas vendas na China — seu maior mercado consumidor — vêm caindo há três meses seguidos, está hoje empenhada ao máximo em negar que esteja reduzindo sua produção para lidar com um problema de capacidade ociosa.  Sim, a VW está cortando a produção, "mas por outros motivos", segundo a empresa.  Capacidade ociosa é algo muito terrível no ramo automotivo.  Tal fenômeno simplesmente não pode ser admitido publicamente.

O que esperar

A maior ameaça para todo e qualquer regime político é esta: a frustração de expectativas otimistas.

Quando as massas começam a acreditar que as coisas só irão melhorar, e passam a acreditar que a atual ordem política fará com que as coisas só melhorem, então, caso essas expectativas se concretizem no curto prazo, o regime político irá se tornar obrigado a gerar uma contínua expansão da riqueza.  Mas se essa expansão desacelerar, e as massas não anteciparem essa desaceleração, o regime político passará a enfrentar um potencial risco de revolução.

Na China, as massas foram ensinadas a acreditar que o sistema sempre irá fornecer os bens.  E, ao longo das últimas três décadas, o sistema de fato forneceu os bens.  Os investidores que investiram no país acreditaram que poderiam enriquecer quase que automaticamente.  Hoje, eles estão descobrindo que as coisas mudaram.

A classe média chinesa que acreditou que o futuro traria dias cada vez melhores, e que saiu às compras por celulares e carros, está agora enfrentando uma nova realidade: as políticas keynesianas baseadas em expansão do crédito sempre geram uma contração.  A China ainda não havia vivenciado um ciclo econômico ao estilo ocidental.  Agora irá vivenciar.

A China é uma economia majoritariamente industrial.  Ao contrário dos países ricos, sua economia urbana não está baseada no setor de serviços; ela se baseia na exportação de bens de consumo.  Foi neste setor que todo o crescimento econômico se concentrou nos últimos 35 anos.  E é esse setor que agora está em recessão. [N. do E.: o IMB já havia anunciado a iminência de uma recessão industrial na China ainda no segundo semestre de 2012]. 

O mercado de consumo dos bens chineses, localizado no Ocidente, está secando.

É possível argumentar que a contração chinesa seria inerente ao ciclo interno da economia chinesa, até então baseada em crescimento contínuo sem recessão.  Em outras palavras, seria possível dizer que a contração é decorrente das políticas do Banco Central da China.  Os estímulos gerados pela expansão do crédito teriam se exaurido.  Isso significa que a recessão seria estritamente de geração interna.  Entretanto, em um país macicamente industrial que exporta para todo o resto do mundo, as causas da contração são duplas: de um lado, a demanda ocidental está em queda; de outro, as políticas de estímulo do Banco Central chinês não mais estão aditivando a economia.

O Banco Central chinês está explicitamente em pânico.  Ora eles anunciam que irão enrijecer; ora eles anunciam que irão adotar novas medidas de expansão.

Já o governo chinês nunca diz nada.  Ele não se pronuncia.  Os políticos chineses são comunistas da velha guarda e, como tal, não devem satisfação a ninguém no eleitorado.  Consequentemente, eles ficam de boca fechada.  Mas não há dúvidas de que o governo central exige que o Banco Central faça de tudo para manter a economia aquecida.  O problema é que, desta vez, o Banco Central não está conseguindo cumprir a exigência.

A dramática queda que vem ocorrendo nos últimos dois meses na bolsa de valores de Xangai é um indicativo da encrenca em que se encontra o governo central chinês.  O governo estimulou uma insana especulação na bolsa, o que faz com que seu índice mais do que dobrasse em apenas um ano. 

Agora, o mercado está indo na direção oposta.

O governo está desesperado para impedir que a bolsa continue caindo, mas, até agora, o índice segue afundando feito uma pedra.  Tudo indica que já está havendo um pânico para sair desse mercado.  Isso é o que se deve esperar.  Tudo foi uma bolha, e a bolha está agora em processo de estouro.  Isso é o que sempre acontece com bolhas.

Investidores chineses não têm experiência com precificações feitas pelo livre mercado.  Eles partiram do princípio de que o mundo foi arranjado de modo a enriquecê-los.  Eles esperaram anos para entrar na bolsa de valores, e então, há um ano, eles começaram a entrar em revoadas.  Esse foi um caso clássico de estouro de uma bolha de ações gerada por uma economia que vivenciou uma expansão artificial.

Era comum ouvir esse mito a respeito do keynesianismo asiático: ele seria diferente do keynesianismo ocidental.  Os economistas keynesianos da Ásia, que não se auto-intitulam keynesianos, recorrentemente argumentavam que um planejamento econômico centralizado pelo governo, por meio do Banco Central, poderia sobrepujar os ciclos econômicos típicos das democracias ocidentais.  Eles estão prestes a descobrir que as leis econômicas são imutáveis em qualquer hemisfério.


tommy

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Re: China - Tópico principal
« Responder #439 em: 2015-08-24 15:36:01 »
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Please make it stop. Photographer: Thomas Lohnes/Getty Images
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Just How Sick Is the Stock Market?
Aug 24, 2015 10:28 AM EDT
By Barry Ritholtz

China’s markets set the tone for the day (and perhaps the week) with an 8.5 percent blood-letting. Global stocks followed suit, which came after last week’s 5 percent tumble.

Rather than tell you that markets are oversold -- you already know that anyway, and oversold markets can become even more oversold -- I want to bring a few interesting data points to your attention.

Let’s begin with China’s markets. That is where much of the turmoil seems to be originating. A little context will go a long way.

One year ago, the Shanghai Stock Exchange Composite Index stood at 2209.46; i'ts now 3209.91. It closed last year at 3234.67, and peaked this year at 5166.35. To put those returns into percentages:

One year:  +45.28 percent

Year to date: -0.77 percent

Year to date peak: +60.95 percent

Peak to trough: -37.87 percent

http://www.bloombergview.com/articles/2015-08-24/how-serious-is-the-stock-market-s-decline-