Tridion, mesmo assim deves ser um caso raro --- tipo, nas proximidades de um case-study nos manuais das cadeiras de política (ou sociologia). Não conheço ninguém, em nenhum quadrante político, que alguma vez tenha "alterado a maneira de pensar o voto" devido à geração de descendência.
Achas!?
Não conheces o ditado "Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça (ou razão)"?
A frase é atribuída a muita gente como o Adam Smith, o Winston Churchill ou Georges Clemenceau, o que indica que muitos partilharam as minhas dores.
Tridion, não estás a pensar em apresentar como argumento, ou "meio de prova", um "ditado popular" que "muitos" proferiram em sabe-se lá que contextos históricos - não tendo, ainda para mais, nada a ver com a hipotética (e diria que residual) influência de ter filhos sobre a mentalidade política.
O ser pai é mais uma época, uma idade de passagem, que com outros acontecimentos associados fizeram-me repensar que o ser humano em geral, e o português em particular não tem emenda.
Quando tornaste pai, passas de cuidado a cuidador. E, aí, ficas sem tempo e paciência para bullshit. E nisso os nossos políticos são mestres.
Aqui concordo contigo, mas temos um problema inultrapassável. A maioria dos nossos políticos são realmente mestres em bullshit---sem distinção de quadrantes---e as poucas excepções que encontro não têm poder para mudar o estado das coisas. Logo, sobra-nos aceitar que essa bullshit faz parte do jogo e tentar antecipar o que significa na prática em cada um dos casos.
Em todo o caso, quanto ao "incentivo à paternidade", o Reg foi bastante mais pragmático e eficaz.
Que pena que não há incentivos assim cá em Portugal.
Mas ainda acredito no estado e no estado social, por outro lado, também sei que a maioria das decisões dos políticos/organismos do estado ou são inócuas ou tendencialmente prejudiciais ou muito prejudiciais. E que preferem, em vez de fazer o óbvio, tirar um coelho da cartola e serem considerados magnânimos e idolatrados pelos seus pares, e é claro que com isto em mente a probabilidade de falhar é muito grande. E já nem falo em corrupção...
Por isso, com menos políticos/organismos, teria-mos muito mais dinheiro para o estado social e para todos em geral. Eu sou o verdadeiro homem de esquerda...
Não concordo com o "menos" porque considero que a quantidade não é determinante neste caso. Concordaria mais com "outra classe de políticos/organismos".