E proximamente, será este, que me ofereceram,
e não deve ficar atrás da espantosa narrativa,
memória política, dos cinco meses
de negociação com a União
Europeia em 2015.
Descreve o sistema económico desde agosto 1971,
quando o dólar se desligou do ouro, o que acabou
por abrir caminho à crise de petróleo de 1973,
em que o mundo nunca mais voltou a ser
o que era. Acabados os anos gloriosos
da reconstrução no pós-guerra
e destituídos os acordos
de Bretton Woods,
a Europa encetou
uma pseudo caminhada no sentido da união,
económica e monetária, mas assente numa falsa,
fictícia prosperidade partilhada, que não passou
de um esquema piramidal de dívida dos países
pobres (os PIGS) face aos grandes exportadores
dos países ricos, cujos empresários sempre
venderam tudo com ou sem utilidade
nenhuma, através de seguros
e garantias de Estado
à exportação, ainda
que a insolventes!
Na base desta assimetria desequilibrada
de comércio e pagamentos, «Os mais fortes
fazem o que podem, enquanto os mais fracos
fazem o que devem» - como já dizia Tucídides
há dois mil e quinhentos anos! Ou. como dizia
Salazar em axioma mais lapidar, «Manda quem
pode, obedece quem deve.» Chega-se a algum lado
neste confronto? Obviamente, não. Ridiculamente,
emprestam mais e mais dinheiro aos devedores
para que não deixem de pagar nos devidos
vencimentos. Uma mascarada, própria
do «Rei Vai Nu» como salta aos olhos
com as taxas de juro negativas.
É o que dá cunhar moeda sem amarra de reserva de valor.
O adeus ao ouro, é o adeus ao euro, e nem o dólar
adoptado por Nixon em 1971,
vale meio pataco furado!
[De qualquer modo, é o que me suscita
a capa e a contracapa do livro, cuja
leitura só encetarei a sério,
depois da 'habit(u)ação'
em que estou na
casa de
Faustode Goethe -:)]