Zenith, em relação às telecomunicações eu não discuto que o estado tenha de se substituir aos privados em determinadas áreas em que estes não tenham interesse económico (dai eu não ser um libertário nem sequer um liberal puro).
O conceito de externalidades positivas é amplamente reconhecido na literatura económica, sendo aceitável sacrificar quem delas não beneficie directamente, em prol de um bem mais geral. A infraestrutura de telecomunicações é, porventura, uma dessas áreas, tal como será um porto, uma ferrovia, etc. Ou seja, em casos pontuais é aceitável pedir a um tipo que tem um café em Odemira que parte dos seus impostos sejam canalizados para a ampliação de um porto em Leixões do qual ele, provavelmente, não irá colher qualquer benefício nem mesmo indirecto.
Em relação á questão da saúde e ao facto dos privados não se 'terem chegado à frente' estás a tentar descobrir se apareceu primeiro o ovo ou a galinha. Se não havia uma comparticipação por parte do estado como é que queriaw que houvesse um serviço privado de saúde global ? Com o dinheiro de quem ?
Agora fizeste lembrar aqueles que dizem indignados que os privados quando são cancros mandam para o público, uma vez esgotado o plafond. Como se o cancro tratado no público não tivesse custos. O que se defende aqui é, se um paciente com cancro nos pulmões custa X ao estado, permitir aferir se algum privado quer concorrer por esse X para tratar esse mesmo doente. Claro que se o estado não paga o tratamento querem que os privados façam solidariedade ?
Em relação ao sector da gasolina, retire-se o valor dos impostos e verifiquem-se as diferenças brutais (em %) que existem entre postos e entre marcas. É dos sectores mais concorrenciais em Portugal.