Todo mundo pergunta: “E que língua se fala lá na Sérvia?“. É algo que faz titubear um pouco, e dá uma vontade tremenda de parar, dizer “senta aqui” e começar a explicar. Mas nem todo mundo está interessado, então a resposta padrão, simples e simplificadora, é:
– Sérvio, ué.
Mas não é bem assim. E aí este post equivale à tal explicação detalhada que a questão de fato merece, que não é nada simples, e que até hoje suscita ânimos nacionalistas e etnocêntricos por lá. Então “senta aqui” que lá vem História.
As línguas eslavas do sul da Europa, mais especificamente dos Bálcãs, são todas muito parecidas. Um esloveno entende um croata, que entende perfeitamente um sérvio, que entende com certo esforço um macedônio, que entende muito bem um búlgaro.
A Península Balcânica é como a Península Ibérica: as duas têm grande diversidade de línguas e etnias, mas unidas por uma semelhança geral. E, como ficam nas pontas da Europa, foram influenciadas por várias culturas externas, fossem por conquista externa de impérios islâmicos (mouros na Ibéria, turcos nos Bálcãs) ou penetrações internas (judeus e ciganos). A diferença é que lá na ponta oeste só existe Portugal e Espanha, o que dá uma impressão de só haver duas culturas. Mas a Espanha, malcomparando, é como era a Iugoslávia: sob uma capa de uniformidade guarda uma grande diversidade interna. Então lá você tem os castelhanos (que predominam), os catalães (orgulhosos de sua cultura de rincão), os asturianos (quase esquecidos e que não fazem mal a ninguém), os bascos (que não têm nada a ver com nada) e os galegos (que falam uma língua quase igual ao português).
A Iugoslávia era a mesma coisa: tinha os sérvios (que predominavam, pelo menos política e militarmente), os croatas (orgulhosos de sua cultura de rincão), os eslovenos (quase esquecidos e que não fazem mal a ninguém), os albaneses (que não têm nada a ver com nada) e os macedônios (que falam uma língua quase igual ao búlgaro).
balcas e uma espanha nunca foi conquistada por nenhuma cruzada ou jihad....dos paises vizinhos