Lol.
Pensei que ias reagir elogiando o embaratecimento dos telemóveis, versus a carestia da água, da luz, do gaz e da gasolina. Com excepção desta última, há uma razão económica para o que sucede nestes bens: os consumos domésticos d'água, luz e gaz são inelásticos e o de telemóveis só o seria se as pessoas fossem realmente parvas. Quanto à gasolina, a inelasticidade advém-lhe somente de os poderes públicos e municipais não investirem devidamente numa rede séria de transportes metropolitanos e nos caminhos de ferro.
Esta é a razão de tributar água, luz e gaz. Não o fazer era possível, mas deixar esse poder de compra para o livre arbítrio, o gosto plural (ou de moda?) do consumidor seria estultícia por empobrecer o sector público que deve servir todos. Substituir a tributação desses bens por impostos directos progressivos sobre os salários e os lucros é uma possibilidade que não seria de excluir e sempre ficaria ao alcance dos aficcionados dedicarem-se às tacadas de golfe!
(A mim, o golfe também não o pratico, mas cheguei a ter uma meia-dúzia de lições. Deu para perceber uma coisa e experimentar uma sensação: para se conseguir jogar bem, tem de se estar mental e fisicamente descontraído, sei lá, talvez como um budista a meditar! Depois, nesse estado, uma tacada bem lançada, é um acontecimento, sem autor, é algo que ocorreu no movimento unido do corpo-braço-taco-bola-olhar-espaço, uma perfeição absoluta que acontece, e nem sempre se repete!)