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Autor Tópico: Redistribuição de rendimento  (Lida 80789 vezes)

vbm

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #260 em: 2016-11-30 15:24:26 »
Por se relacionar com o tema de redistribuir rendimento, a seguir transcrevo o que a socióloga Raquel Varela defendeu num programa de televisão - na esteira do pensamento de Thomas Pickety, bem como o comentário que me apraz acrescentar - na esteira do pensamento de John Rawls:

«Qual foi a parte da frase «nunca houve tanto dinheiro» que não perceberam?. Há 2 mil bilionários, o dobro do que havia; se se mantiver o valor de transferências de salários para concentração de capitais em rendas, títulos, etc. dentro de 5 anos haverá...3 mil bilionários. Não sou eu que o digo, é o Credit Suisse. Estes, os bilionários, são os que realmente decidem os destinos da produção mundial - são uma pequena fatia de outra pequena fatia, os 1% que detêm hoje 51% da riqueza mundial. Para se estar dentro dos 1% basta ser proprietário de um imóvel sem dívidas no centro de uma cidade europeia, ou seja, ter um património não endividado de 800 mil euros. Vivemos na barbárie. O capitalismo pós 45 tinha oferecido uma equação - desenvolvimento mais criação de emprego = bem estar. Ruiu. Tudo o que Marx sustentou está aí: pauperização geral; desemprego em massa; salários abaixo da reprodução biológica, proletarização dos sectores médios. E, crises de regime (ausência de estabilidade governativa) e, por último, mas não em último, revoluções.» (Raquel Varela)

eu: - Contudo, <criação de emprego> não pode significar mera criação de subemprego («desemprego oculto»). Os bilionários só se justificam se a pauperização decrescer, a sociedade se desenvolver. Tal não sucedendo, provado fica ser nocivo favorecer o enriquecimento que não contribui para o desenvolvimento das pessoas em cada sociedade. De modo que, a política tem de gerir desenvolvimento, contenção demográfica e preservação climática do meio ambiente.

Incognitus

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #261 em: 2016-11-30 17:41:34 »
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"udo o que Marx sustentou está aí: pauperização geral; desemprego em massa; salários abaixo da reprodução biológica, proletarização dos sectores médios."

Lixo óbvio, porque é que lês lixo óbvio? Não tens capacidade de discernir lixo óbvio, vbm?

A pobreza mundial está a reduzir-se aceleradamente, como seria de esperar com o aumento de produção em países emergentes. E nos países desenvolvidos, esmagadoramente ser-se pobre não significa nada do que significava em 1945.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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vbm

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #262 em: 2016-11-30 18:11:58 »
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"Tudo o que Marx sustentou está aí: pauperização geral; desemprego em massa; salários abaixo da reprodução biológica, proletarização dos sectores médios."

Lixo óbvio, porque é que lês lixo óbvio? Não tens capacidade de discernir lixo óbvio, vbm?

A pobreza mundial está a reduzir-se aceleradamente, como seria de esperar com o aumento de produção em países emergentes. E nos países desenvolvidos, esmagadoramente ser-se pobre não significa nada do que significava em 1945.

Percebi logo que aquele enunciado (da Raquel Varela) omitia o aspecto importante da globalização económica, que ainda que haja empobrecido a Europa, melhorou a vida na Ásia! Mas mesmo assim, é revoltante a estagnação dos últimos trinta anos europeus, choca o empobrecimento relativo da população europeia, pior qualidade de vida e desesperança para futuro. É verdade que este tipo de problema, diferenças de desenvolvimento de umas regiões versus outras, tem ou deve resolver-se pelo comércio internacional que, correcto, sem entorses, equilibrará os povos num desenvolvimento moderado, mas saudável. Só que isso não se faz, não acontece, e tudo parece desarranjar-se sem se vislumbrar como desenvolver os países atrasados sem malbaratar os menos atrasados...
« Última modificação: 2016-11-30 18:13:29 por vbm »

Incognitus

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #263 em: 2016-11-30 18:32:14 »
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"Tudo o que Marx sustentou está aí: pauperização geral; desemprego em massa; salários abaixo da reprodução biológica, proletarização dos sectores médios."

Lixo óbvio, porque é que lês lixo óbvio? Não tens capacidade de discernir lixo óbvio, vbm?

A pobreza mundial está a reduzir-se aceleradamente, como seria de esperar com o aumento de produção em países emergentes. E nos países desenvolvidos, esmagadoramente ser-se pobre não significa nada do que significava em 1945.

Percebi logo que aquele enunciado (da Raquel Varela) omitia o aspecto importante da globalização económica, que ainda que haja empobrecido a Europa, melhorou a vida na Ásia! Mas mesmo assim, é revoltante a estagnação dos últimos trinta anos europeus, choca o empobrecimento relativo da população europeia, pior qualidade de vida e desesperança para futuro. É verdade que este tipo de problema, diferenças de desenvolvimento de umas regiões versus outras, tem ou deve resolver-se pelo comércio internacional que, correcto, sem entorses, equilibrará os povos num desenvolvimento moderado, mas saudável. Só que isso não se faz, não acontece, e tudo parece desarranjar-se sem se vislumbrar como desenvolver os países atrasados sem malbaratar os menos atrasados...

Nem a Europa empobreceu. Continua lixo óbvio. Aquio não tem salvação e eu nem fazia ideia que fosse da Raquel Varela. É apenas lixo óbvio.

O comércio internacional não vai equilibrar povos. Existem povos mais aptos e menos aptos para produzir maior ou menor valor, e isso vai-se sempre reflectir nos seus níveis de vida, pelo menos até se passar à automatização geral.
« Última modificação: 2016-11-30 18:33:17 por Incognitus »
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Jsebastião

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #264 em: 2016-11-30 19:28:45 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?
« Última modificação: 2016-11-30 19:30:20 por Jsebastião »
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vbm

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #265 em: 2016-11-30 20:29:34 »
Nem a Europa empobreceu. Continua lixo óbvio. Aquio não tem salvação e eu nem fazia ideia que fosse da Raquel Varela. É apenas lixo óbvio.

O comércio internacional não vai equilibrar povos. Existem povos mais aptos e menos aptos para produzir maior ou menor valor, e isso vai-se sempre reflectir nos seus níveis de vida, pelo menos até se passar à automatização geral.


A Europa empobreceu. A classe de titulares de rendimentos médios, - o tesouro do cardeal Mazarino do financeiro Colbert :) -, virou classe pré-indigente, sem bens nem emprego. Todos os povos  são aptos para viverem as suas vidas, sem precisarem de se empenhar a explorar ou escravizar terceiros. Apenas é necessário que a medicina opere a um melhor equilíbrio de taxas de natalidade, fecundidade feminil e mortalidade das populações; a par de um comércio justo e equilibrado sem a vigarice de gadgets sem interesse nenhum e a genuína apreciação da diversidade criativa de povos distintos entre si. Quanto à automatização geral, ela que comece pela ideia luminosa de substituir monopolistas de recursos como o do petróleo (árabes; russos) e inove em energias mais abundantes e baratas!
« Última modificação: 2016-11-30 20:30:22 por vbm »

Tridion

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #266 em: 2016-11-30 21:03:07 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?
« Última modificação: 2016-11-30 21:04:55 por Tridion »
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Jsebastião

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #267 em: 2016-11-30 21:08:44 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?


1. Mas será essa a única alternativa?

2. E como foi que as coisas chegaram a este ponto?

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Tridion

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #268 em: 2016-11-30 21:33:54 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?


1. Mas será essa a única alternativa?


Ou é isso ou pressionar as multinacionais a saírem de lá e com isso condenar adultos e crianças à miséria extrema e fome. Quem somos nós europeus, gordos e anafados, para dizer a criança indonésias de 8 anos que não podem trabalhar nas plantações de palma e com isso condená-los morte?  À medida que as sociedades vão evoluindo, as economias amadurecendo, a riqueza distribuida, a situação vai melhorar.  Segunda a Fundação a Bill & Melinda Gates prevêem que em 2035 já não existam países pobres em África, ou seja, vão ser países capazes de gerar riqueza suficiente para se sustentarem. Isto não quer dizer que não existam pessoas pobres, mas as nações deixarão de ser pobres.

2. E como foi que as coisas chegaram a este ponto?


As coisas nunca estiveram tão boas no Mundo. Não só porque a pobreza está a diminuir a olhos vistos, mas mesmo em termos em guerra temos muito menos países em conflito aberto, estando a instabilidade muito circunscrita ao médio oriente. África, América do Sul e, mesmo, Europa estão muito mais calmas do que nos anos 80s e 90s.

Sebastião, tens que ter mais esperança. Nunca foi tão bom ser humano no planeta Terra. Talvez falte alguns desenvolvimentos em termos ambientais, mas mais uma vez só o investimento na inovação tecnológica é que nos vai lá levar. E para isso é preciso poupança, investimento e lucro, porque se não ninguém vai mexer uma palha. Temos que apostar numa maior liberdade comercial.  :D
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Automek

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #269 em: 2016-11-30 21:47:10 »
Nós, ocidentais, queremos que os outros passem AUTOMATICAMENTE a ter o mesmo nível que nós, que erradiquem as doenças, o trabalho infantil, a mortalidade, etc.
Isso são utopias. Deve-se combater, claro, na medida do possível, mas esperar que isto ocorra de um dia para o outro é esperar um milagre.

Há 30/40 anos também havia trabalho infantil em Portugal. Era um mal necessário para a sobrevivência das famílias e a mudança não se deu de repente. Foi uma coisa gradual tal como vai ser nestes países. Querer que seja de repente é condenar as pessoas a morrerem à fome, com diz o Tridion.

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #270 em: 2016-11-30 22:31:51 »
É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?

1. Mas será essa a única alternativa?

Ou é isso ou pressionar as multinacionais a saírem de lá e com isso condenar adultos e crianças à miséria extrema e fome. Quem somos nós europeus, gordos e anafados, para dizer a criança indonésias de 8 anos que não podem trabalhar nas plantações de palma e com isso condená-los morte?  À medida que as sociedades vão evoluindo, as economias amadurecendo, a riqueza distribuida, a situação vai melhorar.  Segunda a Fundação a Bill & Melinda Gates prevêem que em 2035 já não existam países pobres em África, ou seja, vão ser países capazes de gerar riqueza suficiente para se sustentarem. Isto não quer dizer que não existam pessoas pobres, mas as nações deixarão de ser pobres.

Mas não há um meio termo minimamente aceitável que valha a pena sugerir (exigir?)? As multinacionais continuarem "lá", e fazerem o necessário para erradicar estas formas de exploração.  Eu percebo que isto não se pode "exigir" a ninguém, e que toda e qualquer tentativa que interfira na criação de lucro nestas multinacionais vai ser recebida com "maus modos", mas será então que nada deva ser feito? Nem denunciar, nem condenar, nem sugerir (nem boicotar, já agora). Como a sociedade mundial está no bom caminho, fechemos os olhos aos abusos, que lá para 2035 ainda serão mais raros. É essa a tua proposta?


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2. E como foi que as coisas chegaram a este ponto?

As coisas nunca estiveram tão boas no Mundo. Não só porque a pobreza está a diminuir a olhos vistos, mas mesmo em termos em guerra temos muito menos países em conflito aberto, estando a instabilidade muito circunscrita ao médio oriente. África, América do Sul e, mesmo, Europa estão muito mais calmas do que nos anos 80s e 90s.

Sebastião, tens que ter mais esperança. Nunca foi tão bom ser humano no planeta Terra. Talvez falte alguns desenvolvimentos em termos ambientais, mas mais uma vez só o investimento na inovação tecnológica é que nos vai lá levar. E para isso é preciso poupança, investimento e lucro, porque se não ninguém vai mexer uma palha. Temos que apostar numa maior liberdade comercial.  :D


Eu aprecio bastante a tua atitude positiva e optimismo em relação aos aspectos definidores do ser humano enquanto agente social e socializador, e até me identifico muito com tal postura, apesar do meu pessimismo corrosivo crónico (honest!), mas eu não me referia ao estado das coisas no mundo em geral, referia-me à situação concreta dos atropelos aos direitos humanos e à semi-escravtura que se regista nestes casos agora denunciados. Como é que tais multinacionais, que exibem cara lavada e milhões de lucro em terras prósperas, orientam as suas políticas para chegarem a este tipo de exploração humana em terra não prósperas? Isto não são obviamente ações ingénuas e desinformadas de gestores que não fazem ponta de ideia daquilo que se passa no fundo da pirâmide produtiva das empresas que administram.

Sinto-me como o vulgar cidadão anónimo no filme Soilent Green: a comer alegremente a ração social sem me aperceber de onde vem...
« Última modificação: 2016-11-30 23:03:38 por Jsebastião »
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Jsebastião

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #271 em: 2016-11-30 22:35:34 »
Nós, ocidentais, queremos que os outros passem AUTOMATICAMENTE a ter o mesmo nível que nós, que erradiquem as doenças, o trabalho infantil, a mortalidade, etc.
Isso são utopias. Deve-se combater, claro, na medida do possível, mas esperar que isto ocorra de um dia para o outro é esperar um milagre.

Há 30/40 anos também havia trabalho infantil em Portugal. Era um mal necessário para a sobrevivência das famílias e a mudança não se deu de repente. Foi uma coisa gradual tal como vai ser nestes países. Querer que seja de repente é condenar as pessoas a morrerem à fome, com diz o Tridion.

Não é resolver de um dia para o outro, nem esperar milagres, é começar, de facto, a combater e a resolver. Um primeiro passo será expor, denunciar, e sugerir alternativas que não causem cenários ainda mais catastróficos.
« Última modificação: 2016-11-30 22:36:58 por Jsebastião »
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Reg

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #272 em: 2016-11-30 22:56:13 »
ha paises sao estados falhados aquilo  e mesmo mau nao ha grande coisa fazer...


depois tens  paises normais pobres que com tempo  ficam melhores   tipo china   desde  multinacionais la estao  salarios sobem.

e tudo o resto mais proteçao etc 
« Última modificação: 2016-11-30 22:58:10 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #273 em: 2016-12-01 00:56:24 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É a ética de melhorar qualquer coisa, ainda que mais lentamente do que o desejável.

Porque se ninguém é obrigado a essa exploração, então ela representa uma melhoria face à alternativa.
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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #274 em: 2016-12-01 00:57:31 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?


1. Mas será essa a única alternativa?

2. E como foi que as coisas chegaram a este ponto?


Existem alternativas piores.

Chegaram a este ponto a partir de pontos piores.

------

A solução para melhorarem ainda mais, é mais entidades irem para lá explorar. E os locais também decidirem explorar em concorrência com essas entidades exploratórias.
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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #275 em: 2016-12-01 01:00:26 »
É realmente uma vergonha. Agora imagina que a Nestlé e a Unilever deixavam de comprar a esses produtores de países em vias de desenvolvimento, como é que achas que ficavam as populações locais, melhor ou pior?

1. Mas será essa a única alternativa?

Ou é isso ou pressionar as multinacionais a saírem de lá e com isso condenar adultos e crianças à miséria extrema e fome. Quem somos nós europeus, gordos e anafados, para dizer a criança indonésias de 8 anos que não podem trabalhar nas plantações de palma e com isso condená-los morte?  À medida que as sociedades vão evoluindo, as economias amadurecendo, a riqueza distribuida, a situação vai melhorar.  Segunda a Fundação a Bill & Melinda Gates prevêem que em 2035 já não existam países pobres em África, ou seja, vão ser países capazes de gerar riqueza suficiente para se sustentarem. Isto não quer dizer que não existam pessoas pobres, mas as nações deixarão de ser pobres.

Mas não há um meio termo minimamente aceitável que valha a pena sugerir (exigir?)? As multinacionais continuarem "lá", e fazerem o necessário para erradicar estas formas de exploração.  Eu percebo que isto não se pode "exigir" a ninguém, e que toda e qualquer tentativa que interfira na criação de lucro nestas multinacionais vai ser recebida com "maus modos", mas será então que nada deva ser feito? Nem denunciar, nem condenar, nem sugerir (nem boicotar, já agora). Como a sociedade mundial está no bom caminho, fechemos os olhos aos abusos, que lá para 2035 ainda serão mais raros. É essa a tua proposta?


Citar
2. E como foi que as coisas chegaram a este ponto?

As coisas nunca estiveram tão boas no Mundo. Não só porque a pobreza está a diminuir a olhos vistos, mas mesmo em termos em guerra temos muito menos países em conflito aberto, estando a instabilidade muito circunscrita ao médio oriente. África, América do Sul e, mesmo, Europa estão muito mais calmas do que nos anos 80s e 90s.

Sebastião, tens que ter mais esperança. Nunca foi tão bom ser humano no planeta Terra. Talvez falte alguns desenvolvimentos em termos ambientais, mas mais uma vez só o investimento na inovação tecnológica é que nos vai lá levar. E para isso é preciso poupança, investimento e lucro, porque se não ninguém vai mexer uma palha. Temos que apostar numa maior liberdade comercial.  :D


Eu aprecio bastante a tua atitude positiva e optimismo em relação aos aspectos definidores do ser humano enquanto agente social e socializador, e até me identifico muito com tal postura, apesar do meu pessimismo corrosivo crónico (honest!), mas eu não me referia ao estado das coisas no mundo em geral, referia-me à situação concreta dos atropelos aos direitos humanos e à semi-escravtura que se regista nestes casos agora denunciados. Como é que tais multinacionais, que exibem cara lavada e milhões de lucro em terras prósperas, orientam as suas políticas para chegarem a este tipo de exploração humana em terra não prósperas? Isto não são obviamente ações ingénuas e desinformadas de gestores que não fazem ponta de ideia daquilo que se passa no fundo da pirâmide produtiva das empresas que administram.

Sinto-me como o vulgar cidadão anónimo no filme Soilent Green: a comer alegremente a ração social sem me aperceber de onde vem...

As multinacionais PODEM ser pressionadas pela opinião pública. Porém também se corre o risco, para essas populações, que sem as condições muito más outras populações sejam mais competitivas. O custo não é a única variável, e essas populações "exploradas" estarão longe de serem as mais produtivas.

A principal alternativa é ir lá e contratar em melhores condições. Os locais não estão estúpidos, e rapidamente mudam para quem oferecer melhor.
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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #276 em: 2016-12-01 01:02:57 »
Nós, ocidentais, queremos que os outros passem AUTOMATICAMENTE a ter o mesmo nível que nós, que erradiquem as doenças, o trabalho infantil, a mortalidade, etc.
Isso são utopias. Deve-se combater, claro, na medida do possível, mas esperar que isto ocorra de um dia para o outro é esperar um milagre.

Há 30/40 anos também havia trabalho infantil em Portugal. Era um mal necessário para a sobrevivência das famílias e a mudança não se deu de repente. Foi uma coisa gradual tal como vai ser nestes países. Querer que seja de repente é condenar as pessoas a morrerem à fome, com diz o Tridion.

Não é resolver de um dia para o outro, nem esperar milagres, é começar, de facto, a combater e a resolver. Um primeiro passo será expor, denunciar, e sugerir alternativas que não causem cenários ainda mais catastróficos.

Não, essa é a alternativa imaginária que pode nem produzir resultados ou produzir resultados negativos.

A alternativa real é investir lá, contratar lá, oferecer melhor do que os que já oferecem alguma coisa. Os cenários mais catastróficos são essencialmente aqueles em que essa exploração não ocorre.

Adivinha nos seguintes países, quais é que não estão sujeitos a tais explorações manhosas das multinacionais. E quais é que estão ou estiveram sujeitos a essas explorações crescentes.

« Última modificação: 2016-12-01 01:09:47 por Incognitus »
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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #277 em: 2016-12-01 11:12:06 »


Mas não há um meio termo minimamente aceitável que valha a pena sugerir (exigir?)? As multinacionais continuarem "lá", e fazerem o necessário para erradicar estas formas de exploração.  Eu percebo que isto não se pode "exigir" a ninguém, e que toda e qualquer tentativa que interfira na criação de lucro nestas multinacionais vai ser recebida com "maus modos", mas será então que nada deva ser feito? Nem denunciar, nem condenar, nem sugerir (nem boicotar, já agora). Como a sociedade mundial está no bom caminho, fechemos os olhos aos abusos, que lá para 2035 ainda serão mais raros. É essa a tua proposta?

Eu aprecio bastante a tua atitude positiva e optimismo em relação aos aspectos definidores do ser humano enquanto agente social e socializador, e até me identifico muito com tal postura, apesar do meu pessimismo corrosivo crónico (honest!), mas eu não me referia ao estado das coisas no mundo em geral, referia-me à situação concreta dos atropelos aos direitos humanos e à semi-escravtura que se regista nestes casos agora denunciados. Como é que tais multinacionais, que exibem cara lavada e milhões de lucro em terras prósperas, orientam as suas políticas para chegarem a este tipo de exploração humana em terra não prósperas? Isto não são obviamente ações ingénuas e desinformadas de gestores que não fazem ponta de ideia daquilo que se passa no fundo da pirâmide produtiva das empresas que administram.

Sinto-me como o vulgar cidadão anónimo no filme Soilent Green: a comer alegremente a ração social sem me aperceber de onde vem...

E não olhes para as multinacionais como trituradores de pessoas só para atingir os lucros exorbitantes. Os lucros exorbitantes das multinacionais são parte importante dos fundos de protecção social que pagam as pensões/reformas/saúde dos ocidentais. Se esses lucros descerem muito, as seguranças sociais/fundo de pensões deste mundo ficarão com problemas de rentabilidade e as multinacionais com falta de investidores. Desemprego massivo nas multinacionais e insolubilidade dos fundos de protecção poderão ser a máxima consequência.

Estamos todos no mesmo barco, mas em patamares diferentes.

A tendência de futuro é que os abusos no países em vias de desenvolvimento diminua. No futuro, a escravatura será decidida entre devedores e credores e nesse aspecto Portugal, ou seja, nós estamos f@d....  :'(
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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #278 em: 2016-12-01 15:25:38 »
E não olhes para as multinacionais como trituradores de pessoas só para atingir os lucros exorbitantes. Os lucros exorbitantes das multinacionais são parte importante dos fundos de protecção social que pagam as pensões/reformas/saúde dos ocidentais. Se esses lucros descerem muito, as seguranças sociais/fundo de pensões deste mundo ficarão com problemas de rentabilidade e as multinacionais com falta de investidores. Desemprego massivo nas multinacionais e insolubilidade dos fundos de protecção poderão ser a máxima consequência. [ ]

Não são poucos os que nenhuma consciência têm de que os juros e dividendos distribuídos pelas grandes multinacionais, monopólios e trusts da grande indústria e comércio são-no de títulos detidos por grandes fundos de pensões, de cujo rendimento e cotação bolsista depende o próprio pagamento de pensões às populações envelhecidas do Ocidente desenvolvido. No entanto, o que eu acho particularmente relevante de destacar é ninguém se revoltar com taxas de crescimento demográfico que tendem a totalizar uma população humana de dez mil milhões de pessoas, quando a de três mil e quinhentos milhões de 1950 era já um belo número redondo sustentável para habitarmos num planeta feliz. E ninguém diz nada sobre isto, como se não pudéssemos ter enriquecido todos da mesmíssima maneira pela qual cresceu a produção e o comércio mundial do mundo, nos últimos setenta anos, sem precisar para nada de mais seis mil e quinhentos milhões de viventes a habitar a Terra! Porquê só 'eu' penso isto, e desde pelo menos 1955? Sou eu o único discípulo de Thomas Malthus!? Não acredito. Tanto mais que a farmacologia anticonceptiva já existe pelo menos há sessenta anos! Coisas que eu não percebo... e vou atirando as culpas à américa católica, aos árabes e negros muçulmanos, aos hindus anormais, aos farmacêuticos dos antibióticos, fomentadores do tsunami bantu que aí vem a caminho pelo rombo que provocam na estabilidade demográfica d'áfrica, acabando com a mortalidade infantil que assegura ou assegurava o crescimento à idade adulta de três ou quatro filhos saudáveis por casal, sem nenhumas condições para equilibrar outros resultados! Será que, simples e naturalmente, teremos de depender da adaptação dos vírus à totalidade dos antibióticos produzidos pela indústria!? Triste miséria evitável...

Jsebastião

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Re: Redistribuição de rendimento
« Responder #279 em: 2016-12-03 13:03:15 »
Mas nem tudo é "lixo", e nem tudo pode ser silenciado:

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-11-30-Unilever-e-Nestle-entre-as-nove-marcas-globais-que-contribuem-para-a-exploracao-no-trabalho

Independentemente dos povos serem menos ou mais "aptos a produzir", onde está a ética que orienta estas escolhas?


É a ética de melhorar qualquer coisa, ainda que mais lentamente do que o desejável.

Porque se ninguém é obrigado a essa exploração, então ela representa uma melhoria face à alternativa.


Voltamos sempre à velha discussão sobre os fins e sobre os meios --- transversal todas as discussões que se vão mantendo por aqui.

Parece-me que estamos a debater coisas diferentes, ou então que me estão a dar respostas a uma questão que não levantei, evitando falar daquela que realmente expus.

Para clarificar: eu não critico a presença ou a entrada de multinacionais em países do terceiro mundo (algo que considero benéfico). O que critico é a forma como algumas destas multinacionais se aproveitam da extrema pobreza nessas comunidade para criarem condições de semi-escravatura e de exploração do trabalho infantil - tal como a expostas no relatório da AI.

As crianças em questão não têm qualquer hipótese de escolha: os pais certamente as obrigam a ir trabalhar para melhorarem o sustento da família. Em vez de as colocarem na escola ou as deixarem brincar. Porque as multinacionais permitem (e se calhar incentivam) esta possibilidade.

A mesma coisa com os salários miseráveis, mas para essa discussão não dou por agora mais esmola --- foi tudo debatido há poucos dias e as posições são conhecidas.

«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad