ola a todos,pode nao ter nada a ver com o assunto mas vou deixar aqui este texto escrito em 17-03-2005,pelo scubawarrior.....obrigado pela atençao. "Pedir emprestado no curto prazo e emprestar a longo prazo deve nesta altura ser o 2º negócio mais lucrativo da indústria americana..." Partilhar
Pedir emprestado no curto prazo e emprestar a longo prazo deve nesta altura ser o 2º negócio mais lucrativo da indústria americana, logo a seguir à impressão de dólares. Um banqueiro pede emprestado no curto prazo quando emite um certificado de depósito a 30 dias, ele empresta a longo prazo quando autoriza um empréstimo auto por 5 anos por exemplo. Todas as principais instituições financeiras americanas privadas e públicas andam no "carry trade"(nome deste jogo pedir agora e emprestar depois). E só podem estar a jogar no "carry trade" pois os juros de curto prazo estão bem abaixo das taxas de longo prazo.
Mas o gap entre as taxas de curto e longo prazo está a encurtar, e aí é que estão os problemas. Há um ano as taxas estavam a 1%, hoje estão a 2,5%. Há um ano o rendimento de um título de dívida pública a 5 anos era de 3,12%, hoje é de 3,78%. Por outras palavras existia um diferencial de 2,12 pontos percentuais entre o custo do empréstimo "overnight" e a taxa de rendimento de um investimento a 5 anos. Hoje em dia esse diferencial é de apenas 1,28%.
Quanto menor for este diferencial menor será o lucro deste jogo das instituições financeiras(e mais grave outras que o fazem e que não são financeiras). A seguir vem outro jogo....o da especulção do que está em risco e o porquê?
"Curva de rendimento" é o termo aplicado para o alinhamento das taxas de curto ao longo do tempo. O que a maioria das pessoas gosta é que as taxas de curto prazo estejam bem abaixo das taxas de longo prazo (slope positivo). O que as pessoas menos gostam é do inverso(curva invertida). Uma curva invertida é como gelo nas asas da economia.
Só para se dar uma vista de olhos na curva hoje, vocês acham que está tudo bem ?... Mas não está! E o que é mais preocupante é a direcção da curva. O FED está a subir as taxas de curto prazo, enquanto o mercado está a atirar para baixo as taxas de investimentos de longo prazo, como depósitos de taxa fixa, títulos de dívida pública e hipotecas.
As hipotecas apresentam um problema particular, é que quando as taxas baixam muito, os proprietários refinanciam-se: eles pagam o empréstimo a 100 cents por dólar, quem emprestou diz 105 para ficar com as hipotecas, imediatamente há uma perda de 5 cents por dólar e pior vai ter aplicar o seu capital a novas taxas mais baixas que as anteriores.
Irá a curva de rendimento continuar a cair? O FED parece determinado a continuar a subir as taxas até pelo menos os 3,5/4%. E se eu estiver certo quanto ao mercado de obrigações, as taxas de rendimento de longo prazo terão de subir mais cedo ou mais tarde, levando as obrigações a cair violentamente. Inflação e crédito mal parado vão fazer subir o yield das obrigações. E se isto acontecer antes cedo que tarde, a curva pode retomar o seu "slope positivo". O SE aqui é a palavra certa, estamos aqui a falar de probabilidades e riscos. Pois numa economia tão alavancada como a americana , o risco de virmos a ter uma curva de rendimento "flat" ou invertida é uma forte possibilidade .
Os mais aventureiros podem começar a shortar algumas instituições financeiras , que com uma "curva invertida" não poderão dar os mesmo dividendos aos accionistas, e que serão fortemente afectadas pela alteração do desequilíbrio de taxas. Fanny mae, fredy mac?
Á vasta maioria menos aventureira tenho dois conselhos: um deles é um bem que sempre combateu bem períodos inflacionistas(tudo perde valor...ou quase): ouro , por outro lado, e se as subidas dos preços não constituírem grande problema mas sim o inverso devido à paralização da economia e diminuição da procura derivada do choque de taxas muitos altas no médio prazo, iremos assistir a um período de recessão deflacionária: exemplo Japão. E nesse ambiente recomendo um título que dá um rendimento baixo ...mas crescente e tem um ticker com oito letras muito sexys: DINHEIRO