Tudo isso é verdade. O valor flutua segundo a procura e a necessidade. Contudo, há formas de valor
mais estabilizado, menos flutuante do que as que ocorrem na procura instável
deste ou daquele bem. A lei económica mais interessante que
me ensinaram logo ao princípio das lições de Economia,
foi a lei dos rendimentos decrescentes:
- postulada uma utilidade e a quantidade requerida para a satisfazer numa dada população, os recursos finitos
a que recorrer para a obter, ou os custos crescentes da produção da quantidade requerida,
o valor de cada porção de tais utilidades será determinado pelo custo mais elevado suportado pelo produtor
marginal que completa e satisfaz o consumo solvente dessas utilidades, pelo que tal custo
igualará o preço vigente no mercado, que fixará o valor do respectivo bem útil.
Ora, o que é a moeda? Algo que facilita a troca de bens. Perfeito! Mas se só servir para trocar bens,
nunca merecerá uma confiança suficiente enquanto guarda e conservação de valor!
Salvo se ancorada em algo mais fiável ou confiável. Historicamente, o caso de papel-moeda,
convertível em ouro nos pagamentos internacionais, ou a moeda e as promessas de pagamento
emitidas por estados ou empresas multinacionais altamente rentáveis.
Como é que se garante a alta rentabilidade? Belo!
primo, pelo poder soberano (militar, policial, bélico) de cobrar impostos a quem trabalha;
secundo, pelo direito monopolista de aceder a sobre-lucros na produção intramarginal de bens
cuja quantidade necessária à procura solvente requer custos crescentes de produção ou extracção
suportados pelos produtores marginais do respectivo sector.
Assim, moeda mesmo é instrumento de troca e reserva de valor,
ou seja moeda garantida pela credibilidade de cumprir compromissos,
papel-moeda de bancos emissores de grandes potências; promissórias
de pagamento de grandes empresas multinacionais ou monopolistas.