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Autor Tópico: Agricultura - Tópico principal  (Lida 169574 vezes)

Mystery

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #320 em: 2014-11-19 20:07:57 »
a agricultura é um GRANDE negócio... para esta malta que vende projectos
A fool with a tool is still a fool.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #321 em: 2014-11-19 20:13:40 »
a agricultura é um GRANDE negócio... para esta malta que vende projectos


.....exactamente......eh.eh...

Vanilla-Swap

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #322 em: 2014-11-21 12:45:39 »
Este ano o azeite vai subir muito. Eu nunca vi um clima em Portugal como este ano.


http://www.aceitedelcampo.com/aceite-de-oliva-virgen-extra-precio-campana-2014-2015/

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #323 em: 2014-11-23 14:33:40 »
....mas os horto-frutícolas já estão em queda acentuada, apesar do bom ano agrícola...... :-[


http://www.publico.pt/economia/noticia/embargo-russo-provocou-queda-drastica-de-precos-agricolas-em-portugal-1677129
« Última modificação: 2014-11-23 14:34:17 por Batman »

bezanas

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #324 em: 2014-11-23 22:06:29 »
o clima ta optimo pro gado  ;D

 desculpem lá mas eu sou velho ( do Restelo) e na gosto de ver poupanças da middle class burned into the ifap furnace  :D 

se fosse agora com o capital q tinha , (jovem agricultor da colheita de 2000 ) tinha ido prá França...  >:( 
pqp esta m.  ;)

/end rant

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #325 em: 2014-11-29 01:06:41 »
Citar
Inquérito à estrutura das explorações agrícolas 2013: um retrato com duas realidades

Em 2013 as explorações agrícolas ocupavam metade da superfície do território nacional, representando a população agrícola familiar 6,5% da população residente, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) .

Nos últimos anos, verificou-se um aumento da dimensão das explorações agrícolas e uma melhoria dos indicadores laborais. Também a Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU) diminuiu cerca de 20% relativamente a 2009, apresentando o valor mais baixo (pouco mais de 100 mil hectares) desde que há registos estatísticos.

A empresarialização da agricultura, expressa pelo crescimento do número de sociedades agrícolas, tem contribuído para o aumento da eficiência do sector, devido à adopção de processos de gestão mais profissionais e economias de escala. As cerca de 10 mil sociedades agrícolas, embora representem apenas 3,8% do total das explorações agrícolas, gerem quase 1/3 da SAU e praticamente metade do efectivo pecuário.

Contudo, a comparação com os países da União Europeia revela ainda uma agricultura baseada em explorações de pequena dimensão económica (17,1 mil euros de Valor de Produção Padrão Total por exploração, face aos 25 mil euros da UE 28), geridas por produtores envelhecidos (os mais idosos da UE 28) e que em larga maioria têm apenas formação prática. Poucos produtores vivem exclusivamente da agricultura (6,2%), sendo que a maioria complementa o seu rendimento com pensões e reformas (65,3%).

Ainda assim, a grande maioria dos produtores (95,1%) tenciona continuar com a actividade agrícola nos próximos anos, indicando o valor afetivo (48,3%) como o principal motivo para esta decisão.

Para ler o texto integral do Destaque clique no anexo

Fonte:   INE
« Última modificação: 2014-11-29 01:07:08 por Batman »

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #326 em: 2014-12-14 15:53:58 »
A praga do dióspiro.

Este ano passa -se por quintais e vêm -se montes de dióspiros,

Não sei se o cultivo em espaço aberto seria como nos quintais, mas a produção é grande.

vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #327 em: 2014-12-14 16:23:23 »
Nunca provei um dióspiro.

Repugna-me o  aspecto,
de laranja desenrugada!

Fará bem à saúde? A quê?
A que sabe?

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #328 em: 2014-12-14 16:30:52 »
Não sei bvm deram - me um saco deles mas ainda estão  verdes.
   

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« Última modificação: 2014-12-14 16:36:22 por Vanilla-Swap »

alce

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #330 em: 2014-12-14 21:11:38 »
Nunca provei um dióspiro.

Repugna-me o  aspecto,
de laranja desenrugada!

Fará bem à saúde? A quê?
A que sabe?

... gostos...
... adoro e nesta altura não há dia que não coma um..
... dos de roer claro... compram-se, deixam-se amadurecer em casa e depois é comer...
... dos moles não gosto..

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #331 em: 2014-12-29 09:53:45 »
Citar
Um número, uma história  - Júlia, que semeia curiosidades, está no barco dos 674 mil
 
Existem 674 mil pessoas que vivem da agricultura familiar - ou seja, 6,5% da população residente em Portugal, de acordo com os dados mais recentes do INE. Há agricultores, como Júlia, que lutam todos os dias pela sobrevivência: "O que ganhamos com o que vendemos não compensa o que gastamos". E depois há o caso da MyFarm, uma Farmville da vida real. Durante os próximos dias, o Expresso conta a história de um número - hoje é 674.000.

Às 6 ou 7 horas da manhã, Júlia já está de pé. Tem um longo dia de trabalho pela frente. Acorda, sai de casa e a sua primeira missão é "tratar da bicharada": primeiro dá de comer aos touros; depois seguem-se os coelhos e galinhas. Não há muitos animais na quinta dos Pedregais, onde Júlia assume as rédeas como caseira. Antes, havia muitos mais, agora restam-lhe touros, coelhos e galinhas. Sem esquecer as lides domésticas e o trabalho no campo, onde semeia "curiosidades", como gosta de lhes chamar: milho, feijão, cebola, batatas, penca, couve-galega, entre outras.
 
Durante o ano, a quinta onde Júlia vive, na pequena freguesia de Regilde, em Felgueiras, não é habitada por ninguém, exceto por si. Vive aí há mais de 30 anos, no início com o marido e os três filhos. Mas estes cresceram, resolveram a sua vida e saíram de casa, apesar de a visitarem frequentemente e de ainda viverem no concelho. O marido, Ramiro, faleceu subitamente no verão passado.
 
Este está a ser um inverno rigoroso, não só pela ausência de Ramiro na casa modesta em que viviam, mas porque o trabalho da terra passou a ser apenas assegurado por si. Aos 61 anos, e sem saber utilizar o trator (essa era tarefa do marido), vai fazendo o que pode e tentando sustentar-se, equilibrando as contas entre o que cultiva para consumo próprio, o que vende a conhecidos ali da zona (e não no mercado, que é longe e não tem carro) e o subsídio de viuvez. "É muito difícil viver da agricultura em Portugal", conta ao Expresso a agricultora. "O que ganhamos com o que vendemos não compensa os gastos que temos".
 
Júlia Pedroso não é a única que sente as dificuldades de ter de viver a partir da agricultura familiar. Está, aliás, no mesmo barco que 674 mil pessoas em Portugal. Este é o número que, de acordo com dados de 2013 do INE, constitui a mão-de-obra deste tipo de agricultura no nosso país - ou seja, 6,5% da população residente em Portugal. Destes, apenas 6,2% vivem exclusivamente da agricultura. A maioria (81,1%) tem que complementar o seu rendimento com outros meios, nomeadamente pensões e reformas (65,3%).
 
O problema de Júlia, no entanto, não é tanto o facto de viver da agricultura familiar, mas essencialmente o facto de esta ser de subsistência. As duas não são iguais, esclarece João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). "Confunde-se frequentemente agricultura familiar com agricultura de subsistência - que consiste numa realidade completamente diferente, destinada ao consumo próprio e não a fins comerciais", explica ao Expresso. E, embora seja verdade que a agricultura de subsistência seja familiar, o inverso não é necessariamente verdade. A agricultura familiar vai "desde as explorações mais simples e pequenas até às grandes empresas agrícolas".
 
Da produção ao escoamento dos produtos

2014 foi declarado pelas Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional da Agricultura Familiar, constituindo "um meio importante para se ter uma produção alimentar viável e capaz de assegurar a segurança alimentar", pode ler-se na resolução da ONU. É esta que, "em primeiro lugar, pode e deve abastecer as populações com produtos de qualidade, frescos, de variedades autóctones, em mercados de proximidade", esclarece ao Expresso Alfredo Campos, membro da direção da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Mas este tipo de agricultura vai ainda mais longe: assenta na produção de "bens e serviços à comunidade", na "ocupação do território, evitando a desertificação de muitas regiões" e na capacidade de evitar "as monoculturas extensivas, como a do eucalipto".
 
Os entraves à agricultura familiar de pequena e média dimensão são muitos, esclarece Alfredo Campos. "Explorações de pequena ou muito pequena dimensão sentem dificuldades, não propriamente por serem pequenas, mas por não haver medidas políticas agrícolas e financeiras adequadas", afirma. Para a CNA, as políticas da PAC (Política Agrícola Comum) da União Europeia, os acordos bilaterais entre a UE e outros países e as medidas dos vários governos portugueses "sacrificam os produtores e consumidores", com o objetivo de "maximização de lucro ao menor custo possível". Veja-se, por exemplo, os números revelados pelo Ministério da Agricultura em 2012, "segundo os quais o produtor [que tem que suportar custos de produção e sustentar a sua família] recebe somente 10% do que o consumidor paga", enquanto "o setor do comércio e distribuição se apropria de cerca de 80%". Assim, e como explica, "a principal reclamação da agricultura familiar resume-se numa simples frase: Escoamento da produção a preços justos".
 
O desafio passa pela inovação, realça João Machado, da CAP. "A agricultura portuguesa tem vindo a modernizar-se, sendo hoje substancialmente mais mecanizada e produtiva do que há algumas décadas", conta, exemplificando com a introdução de tecnologias de ponta: "Tratores com GPS ou sistemas de rega computadorizados e monitorização informática do crescimento das plantas e da evolução das explorações agrícolas são hoje comuns em muitas empresas do setor e, naturalmente, nas empresas familiares".
 
As novas tecnologias e a internet são ferramenta inevitável no trabalho no campo. Foi com esta consciência, e procurando uma forma de ajudar as explorações familiares de menor dimensão, que surgiu a MyFarm. "O objetivo da empresa é apoiar a agricultura familiar, garantindo aos pequenos agricultores o escoamento dos seus produtos através de uma ligação direta aos consumidores, usando as novas tecnologias." Através da internet, é possível criar uma proximidade entre o agricultor e o consumidor.
 
O Farmville da vida real

Gerir uma horta, à distância e a partir da internet, passou a ser possível com a criação da MyFarm. A ideia surgiu a partir de um projeto de empreendedorismo do Politécnico de Beja, com início em março de 2011. Um brainstorming entre alunos e professores foi o ponto de partida para a criação de uma aplicação informática que permitisse que qualquer pessoa (ou família) pudesse ter uma horta real controlada pela internet.
 
Como? Através de agricultores que emprestam espaço das suas explorações agrícolas àqueles que acabam por se tornar seus consumidores. Esse espaço, ou horta, pode ser acompanhado e gerido pelos consumidores através da internet, que decidem "o que plantar ou semear e as respetivas quantidades", explica Luis Luz, gestor de projeto e coordenador. É a lógica do Farmville, transposta para a vida real.
 
Para já, a MyFarm conta com três agricultores e um total de 735 m2 - ou seja, 15 hortas - exploradas por consumidores. Um valor pequeno, tendo em conta que metade do território nacional é ocupada por explorações agrícolas. Mas a MyFarm quer aumentar este número: "Estamos finalmente a iniciar a nossa fase de expansão, após os primeiros anos que serviram para testar e melhorar o nosso modelo de negócio", esclarece Luis Luz. "Queremos mostrar-lhes [aos agricultores] que a nossa proposta tem um valor acrescido, pois pretende criar ligações diretas com o consumidor; comprometendo ambas as partes nessa ligação, queremos que o consumidor 'adote' o agricultor e que o agricultor se adapte ao consumidor, indo além da relação comercial." Mas nem tudo se passa em frente ao ecrã de computador. Para estreitar essa relação, a empresa propõe que as famílias visitem a horta real, participando nas plantações e nas colheitas.
 
O foco tem sido sempre a exploração intensiva da agricultura familiar, esclarece o gestor de projeto. "Mas começa a haver uma mudança tendo em conta o papel que esta desempenha no meio rural e na sua economia. Não só as novas tecnologias têm estado afastadas da agricultura familiar, como existe também a possibilidade de fazer inovação social, disponibilizando aos agricultores mais do que produtos da terra".
 
A empresa, no entanto, esbarra com algumas dificuldades. No mundo rural, muitos estão longe do universo das novas tecnologias e da internet. "Este é apenas mais um dos desafios que temos encontrado no nosso caminho", conta Luis Luz. Júlia Pedroso, por exemplo, não conseguiria utilizar esta ferramenta para melhorar o escoamento dos seus produtos. A MyFarm reconhece isso, embora acrescente que está disponível para dar apoio aos clientes nesse sentido. Mas, com apoio ou sem ele, uma coisa é certa: os agricultores têm que ter acesso à internet. "O nosso agricultor familiar ideal seria uma relação tipo avô / neto. O avô tem a experiência e o conhecimento, o neto a apetência para as novas tecnologias."


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/julia-que-semeia-curiosidades-esta-no-barco-dos-674-mil=f903744#ixzz3NHLhvZUR

vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #332 em: 2014-12-29 11:53:18 »
Não leio este tema,  d'Agricultura, Novos Caminhos.

Mas faço votos, que eles se abram e os produtores acorram
e se organizem mais bravamente, alcançando cooperativamente,
e sem vígaros-ladrões, o controlo da distribuição alimentar às populações
urbanas. Se Vasco da Gama foi à Índia por mar para abater a margem
de quinhentos por cento na venda das especiarias, como é que
os agricultores não conseguem abater metade do lucro
do campo à cidade dos repolhos e legumes!?

É para mim um mistério de inépcia e divisionismo toda essa impotência.

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #333 em: 2014-12-29 13:58:32 »
Não leio este tema,  d'Agricultura, Novos Caminhos.

Mas faço votos, que eles se abram e os produtores acorram
e se organizem mais bravamente, alcançando cooperativamente,
e sem vígaros-ladrões, o controlo da distribuição alimentar às populações
urbanas. Se Vasco da Gama foi à Índia por mar para abater a margem
de quinhentos por cento na venda das especiarias, como é que
os agricultores não conseguem abater metade do lucro
do campo à cidade dos repolhos e legumes!?

É para mim um mistério de inépcia e divisionismo toda essa impotência.


O sector de distribuição incluindo a alimentar, com todas essas margens gigantescas, acaba com uma margem EBIT global de aproximadamente 5% (JMT em 2013, 4.6%). Isto significa que existem custos algures que justificam as margens que obtêm e os preços que pagam. O facto de os agricultores não tentarem competir a distribuir eles próprios tem muito provavelmente a ver com isso - com não existirem lucros fantasticamente óbvios para se obterem.

O facto de não compreenderes o mistério tem apenas a ver com o conhecimento que tens do sector em causa (o qual eu também não conheço suficientemente bem). Nestes casos não se podem ter opiniões muito vincadas, e é de desconfiar de artigos que falam de margens fantásticas comparando somente o preço ao produtor com o preço pago no hiper. Também não conhecendo o que é comprado ao preço ao produtor, torna-se logo difícil formar opinião - por exemplo, será que as quantidades pagas a esse preço, ao produtor, equivalem grosso modo às quantidades que são depois apresentadas na distribuição? Será que uma parte grande dessa produção comprada ao produtor não acaba noutros usos industriais onde o preço é muito inferior devido a alguma qualidade impedir a venda ao grande público?

É necessário conhecer as especificidades dos sectores antes de se ter opiniões muito vincadas.
« Última modificação: 2014-12-29 13:59:54 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #334 em: 2014-12-29 16:17:03 »
Para mim, o mistério permanece.

Se algo ocorre na distribuição
que forma um pico de custos,
esse, então, é o segredo
a desvendar.

Não me parece que seja
algo fácil de esconder
e assim continuar
desconhecido;

pelo que arrisco imaginar
há vultuosas margens
de intermediação
provavelmente
embolsadas,
em termos finais
pela grande distribuição.

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #335 em: 2014-12-29 16:46:53 »
Tens portanto uma opinião forte sem qualquer base factual, e sabendo que a grande distribuição, onde o alimentar tem grande peso, tem margens mínimas.

Compreendes, espero, que é uma situação muito desfavorável para a tua opinião. Que no mínimo te deveria fazer passar a neutro até saberes mais. Senão arriscas juntar a tua voz a um grande número de idiotas que diz o mesmo sem realmente saber do que está a falar. Como por exemplo o grande número de idiotas que se queixa do preço da gasolina não cair tanto como o petróleo e atribui isso aos monopolistas da distribuição.

(nada disto invalida que existam grandes margens - mas elas são pouco prováveis porque qualquer um poderia ir ao produtor com preços apenas ligeiramente maiores, comprar a produção e vendê-la a metade do preço dessa grande distribuição e ainda assim com grandes lucros. Ora, esta possibilidade é INCOMPATÍVEL com existirem realmente essas margens gigantescas, pelo que tem que existir outra explicação qualquer. Eu já avancei pelo menos uma hipótese. A realidade é que não sei - o preço de venda ao público é mesmo muito superior ao pago ao produtor, mas facilmente existem n razões para isso para lá da que indiquei, como quebras, desperdícios de produto estragado, etc)
« Última modificação: 2014-12-29 16:47:35 por Incognitus »
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #336 em: 2014-12-29 17:28:39 »
A opinião 'forte' é a de um mistério por esclarecer,
e os suspeitos do costume até deviam ('deviam',
entenda-se, segundo os procedimentos que
aplicam aos 'outros') ir presos até que se
formule uma acusação de cima abaixo!

Se por exemplo, o pico de custos da intermediação
ocorressem por quebras inevitáveis dada a perecibilidade
dos produtos, os coeficientes de desperdício inevitáveis,
ou outros fenómenos de custo objectivos, porquê
essas causas não estão identificadas e quantificadas
nos estudos do sector!? Eu, se fosse patrão
de supermercados e essa fosse a causa a) da minha
margem pequena de lucro; b) da reputação
pública dos 'meus' grandes ganhos, - pela diferença
observável entre o preço  do produtor e o da venda
ao consumidor - eu, repito, publicitaria esses estudos
para que a verdade fosse conhecida. Como não vejo
tal acontecimento, imagino, os grandes merceeiros
da actualidade embolsam essa margem, e se ela
não se forma na fase final do supermercado,
forma-se na  intermediação e posto que não é
denunciada pelos 'grandes merceeiros' é por eles
a capturarem para si próprios algures no processo.

Simples lógica!

jeab

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #337 em: 2014-12-29 17:49:31 »
O imiscuir do Estado na economia agravou-se enormemente com a transposição de legislação e normas europeias cá para o burgo e ao contrário dos pressupostos objectivos de melhorar os produtos alimentícios e salvaguardar o consumidor, tem sido o contrário.
Antes comprava dois porcos pretos, alimentados a bolota, matava-os no Alentejo, deixava parte para os enchidos e trazia porco e meio. Agora isso é proibido ( máximo transporte permitido 30Kg e com respectiva/fatura/recibo). Se quiser porco preto, vá ao Continente.

Este ano, com medo da gafa da azeitona, começaram a apanhá-la verdíssima em Outubro para fazer azeite, sem nenhumas propriedades organoléticas e claro de variedades comerciais de grande produção e serôdeas.

Lá consegui hoje uns 20 litritos do Norte, da nossa azeitona galega, apanhada madura e claro transformada num lagar clandestino e transportada por um chefe da bófia  :D

O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #338 em: 2014-12-29 18:02:13 »
A opinião 'forte' é a de um mistério por esclarecer,
e os suspeitos do costume até deviam ('deviam',
entenda-se, segundo os procedimentos que
aplicam aos 'outros') ir presos até que se
formule uma acusação de cima abaixo!

Se por exemplo, o pico de custos da intermediação
ocorressem por quebras inevitáveis dada a perecibilidade
dos produtos, os coeficientes de desperdício inevitáveis,
ou outros fenómenos de custo objectivos, porquê
essas causas não estão identificadas e quantificadas
nos estudos do sector!? Eu, se fosse patrão
de supermercados e essa fosse a causa a) da minha
margem pequena de lucro; b) da reputação
pública dos 'meus' grandes ganhos, - pela diferença
observável entre o preço  do produtor e o da venda
ao consumidor - eu, repito, publicitaria esses estudos
para que a verdade fosse conhecida. Como não vejo
tal acontecimento, imagino, os grandes merceeiros
da actualidade embolsam essa margem, e se ela
não se forma na fase final do supermercado,
forma-se na  intermediação e posto que não é
denunciada pelos 'grandes merceeiros' é por eles
a capturarem para si próprios algures no processo.

Simples lógica!


Na intermediação antes da grande distribuição é impossível que se forme, porque a grande distribuição não é estúpida nas suas compras, pelo contrário.

E eu já indiquei uma fonte que desde logo deverias considerar - o produto que vês à venda para o grande público é apenas uma parte do produto produzido e vendido pelo produtor - muito do produto será destinado a usos industriais, e aí os preços provavelmente são desde logo muito mais baixos (mais próximos dos preços pagos ao produtor).

Quanto a quebras, nos EUA parecem existir estatísticas e 40% da produção nem chega a ser comida - de notar que 40% desde logo implicaria no mínimo um preço de venda ao público certamente 100% superior, sem grande margem e sem levar em conta outros factores.

http://www.nrdc.org/food/files/wasted-food-ip.pdf
« Última modificação: 2014-12-29 18:02:35 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #339 em: 2014-12-29 19:38:37 »
Talvez tenhas razão: o desperdício e a indústria, talvez respondam pelo grosso da margem entre o produtor e o consumidor urbano. No entanto, os supermercados não falam disso! Em todo o caso, devia haver mais feiras e mercados dentro das cidades, e ao lado dos supermercados.

post-scriptum: - Mas mesmo assim, não vejo o esquema: os compradores aos lavradores compram barato e vendem barato à indústria; já à às mercearias dos híper-urbanos devem vender caríssimo para que a margem de venda final seja só de 5%. Imagino, então, que a diferença é repartida mais tarde entre os dois, no estrangeiro: metade da diferença entre o preço de compra do híper ao intermediário para o deste ao lavrador é  para o o comerciante e a outra para o híper-merceeiro. (Dir-me-ás, é quantidade pequena... duvido! cinco a seis milhões de bocas a comer, não é tão pouco quanto isso.) Bem, há ainda a importação. Mas aí ainda devem ganhar mais!
« Última modificação: 2014-12-29 19:49:38 por vbm »