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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839879 vezes)

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8760 em: 2015-07-16 15:27:41 »
oha e eu não passei da parte em dizes 'a seriedade do bicho'. É que nem li mais nada.
não era uma frase do autor do artigo, mas sim do autor que o está a citar agora.
é melhor leres no original e depois logo te pronuncias: http://www.zerohedge.com/news/2015-07-15/shocking-2008-aig-report-laying-out-motives-behind-europes-perpetual-crisis-and-deat

chiça, se até tu  te comportas assim, não há mesmo esperança para qualquer debate minimamente racional.


Devias ter lido, podias ter aprendido alguma coisa. Uma vez que seja.

pedferre

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8761 em: 2015-07-16 15:32:17 »
E de que serve fornecer um aumento de 900 milhoes no ELA? Não é isso que vai permitir abrir os bancos, parece só um pequeno rebuçado pela aprovação ontem no parlamento das medidas de austeridade. :)

meu-godo

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8762 em: 2015-07-16 15:33:43 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8763 em: 2015-07-16 15:41:06 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

a moeda própria é a única possibilidade de salvação para os periféricos.
a chantagem não foi essa, está documentada pelo tsipras e foi arrasar totalmente o sistema bancário grego.

L
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Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8764 em: 2015-07-16 15:45:04 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

a moeda própria é a única possibilidade de salvação para os periféricos.
a chantagem não foi essa, está documentada pelo tsipras e foi arrasar totalmente o sistema bancário grego.

L

Isso não é chantagem -- é o FUNCIONAR do sistema. Se o mesmo tivesse sido feito com os critérios de Maastricht nunca aqui se teria chegado, de resto. E também não seria chantagem.

Acreditar no contrário é achar que o BCE teria que substituir a totalidade dos depósitos Gregos ou alogo do género (substituiu quase metade, o que já foi um exagero, e agora na prática é o maior depositante da Grécia). Esta absurdidade para ti parece-te insuficiente, curiosamente.

O Tsipras diz essas bacoradas porque sabe que as cabeças fracas acreditam nelas. Chama-se "propaganda".
« Última modificação: 2015-07-16 15:45:31 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8765 em: 2015-07-16 15:47:18 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

Problema é que ninguém de esquerda assume os seus erros: é ver o caso do krugman que tem falhado de forma recorrente e abismal.
Quando começarem a aparecer as consequências, já sabemos o que irão dizer:
"A culpa é do grande capital"
"Isto é tudo uma cabala da alemanha, o povo tem de continuar a revolução"
etc...

A moeda própria, sem as reformas que nem grecia nem portugal querem fazer, serão a desgraça dos periféricos. Sem o petróleo, ainda acabarão pior que a venezuela.

Zakk

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8766 em: 2015-07-16 15:47:38 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

a moeda própria é a única possibilidade de salvação para os periféricos.
a chantagem não foi essa, está documentada pelo tsipras e foi arrasar totalmente o sistema bancário grego.

L

Quem é que arrasou o sistema bancario?
Acho que foi quem levantou o dinheiro, não?

A culpa foi do tripas, se queria sair fechava os bancos de um dia para o outro (mal foi eleito), não demorava 5 meses para o fazer.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8767 em: 2015-07-16 15:49:18 »
As discussões sobre a Grécia estão a acabar-se, o foco das opiniões públicas e dos mercados vai sair da Grécia. Também já cansa. FMI e Mario Draghi estão a exigir o alívio da dívida. Dois terços da tróica está do lado dos gregos, quem diria...

O desenvolvimento dos acontecimentos está a tirar a razão aos apoiantes da ala germânica. A Europa não vai por aí. A Alemanha perdeu as duas grandes guerras e também vai perder este braço de ferro. Pode parecer paradoxal, mas esta crise vai fazer a Europa crescer e dar um grande pulo em frente, e não vai ser no sentido que a Alemanha queria.




Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8768 em: 2015-07-16 15:49:54 »
ok desisto....
uma análise pormenorizada e quantificada a sete anos de distância; não vale nada.
realmente vemos tudo o que há no mundo de formas diferentes.

tu fixas-te naquilo que ali está que contradiz a tua tese,
eu fixo-me na extraordinária capacidade de previsão macroeconómica do autor.

ele nem faz sequer considerações políticas.
simplesmente apresenta os factos.

realmente não percebo o que é querias mais.
que para além de acertar no centro de alvo a sete anos de distância também dissesse o que tu gostavas de ouvir?

ah e no que se refre ao artigo não há nada de absurdo. absolutament nada.
não sei a que espantalho  te estás a referir, mas não há ali nada de absurdo. pelo contrário.

absurda é a forma como abordas o tema. ideologicamente e não focando-te em algo quase inacreditável: uma capacidade de previsão macroeconómica absolutamente excepcional.

7 anos 7! de distância temporal.

L


O Ulisses também acertou o inicio do bull market...


e? não se espera de ti observações vazias como essa moppie.
este não acertou no início de uma coisa.
acertou nas consequências de uma coisa a sete anos de distância.
também a ti te parece pouca coisa?
leste ao menos com atenção o texto?

L


li o artigo com alguma atenção (honestamente no intervalo entre as minhas pesquisas).

o que escrevi é que o ele ter "acertado" há 7 anos o que ia acontecer não lhe dá mais credibilidade.
desde há muitissimo tempo que se sabia que a Grécia (e Portugal) estavam no caminho do abismo - que iria acontecer se as politicas não mudassem. O que acelerou a chegada desta crise de Portugal e Grécia foi o ter existido uma crise mundial que precipitou os acontecimentos.
Para chegar a essa conclusão não era preciso ser um Zandinga - basta ir seguindo as estatisticas oficiais (e as da Grécia todos sabiam que eram duvidosas para fazer a coisa parecer menos mal) relativos aos principais indicadores da UE15 - Portugal e Grécia eram invariavelmente os dois últimos países da lista.

Os primeiros seis parágrafos é constatar o óbvio:
- Num Estado em que se tem de fazer correcções de déficites de 15% em 2010, algo vai acontecer à economia e não é crescimento...
- Que o povo grego vive pior hoje que em 2007 - grande novidade... os Portugueses também vivem pior. Se o Estado cobra mais e gasta menos, alguém "vai sofrer no pêlo" - chama-se viver com aquilo que se ganha/produz em vez de viver com o dinheiro emprestado.
- Que seria mais "rápido" uma desvalorização com moeda própria - parece esquecer que essa desvalorização levaria invariavelmente a uma austeridade maior, menores ordenados, menores pensões e menor poder de compra
- Que o dinheiro do bailout foi maioritariamente para pagar dividas gregas e que uma percentagem menor (que creio terem sido mais do que 11%) chegou aos gregos - o que se estava à espera? que fosse emprestado o Estado continuasse a gastar mais e mais? O empréstimo foi de certa forma um roll-over da dívida (incluindo a restruturada) e um apoio para que o ajustamento não fosse brusco. Note-se que os autores ignoram os 100 bn€ de perdão à Grécia que é BASTANTE importante - trata-se de oferecer à Grécia 100 bn € que pertencia a outras pessoas em favor do contribuinte grego (que deixou de ter de financiar e pagar juros sobre essa divida).

Depois vê-se a seriedade do bicho (e foi qd deixei de o ler com qualquer convicção) quando escreve isto: " even if an entire nation of 11 million people is suffering more than ever in history as a result of what is, at best, a failed experiment" por 2 motivos:

a) dizer que "is suffering more than ever in history" a um país que foi dividido e ocupado por 3 diferentes países durante a WW2 e em que morreram milhares e milhares é mostrar que não se está a ser minimamente sério
b) falhar em "failed experiment" quando os objectivos estavam a ser alcançados (pode-se dizer que teria sido melhor se os gregos tivessem alterado leis e regulamentações que se esquivaram a alterar para manter o status quo), é estupidez , especialmente quando os gregos são os primeiros a boicotar os objectivos das reformas e o seu cumprimento (basta ver que apenas 2,5% das receitas com privatizações foi alcançada, vs o dobro do previsto em Portugal).

Relativamente ao artigo de 2008, não me parece nada "especial" - basicamente refere que tem de haver um acerto da economia dos periférios e que tem de haver um acerto da balança externa (os mecanismos descritos tratam-se basicamente de mecanismos de desvalorização interna e de perdão de divida que foi feita no caso da grécia quer por haircut quer por prazos e juros fofinhos). Claramente, essas economias ou saiam do euro, emitiam moeda e desvalorizavam através da moeda, ou mantinham-se no euro e tinham de cortar gastos. Não vejo nada profético e de grande visão no artigo de 2008.

Depois fala em 2011, basicamente defendendo que a Alemanha (e os outros com surplus) paguem a divida dos outros - ou seja, que uns sejam cigarra e os outros formigas e depois a formiga entregue o fruto do seu trabalho à cigarra - ora isso não é nem justo, nem viável, nem politicamente vendivel, especialmente quando refere que a Alemanha contribuiria com 16% (provavelmente mais) da despesa do governo do seu país e cobrado aos seus cidadãos, para a Grécia - ou seja quase 1/5 do que cobram aos contribuintes alemães dado à Grécia e cia.

Por fim a conclusão é ridicula por dizer que :

Citar
And there it is: in four simple bullet points laid out in a 7 year old presentation, a prediction which is about to be proven right. Because once Greece folds, next will be Italy, Spain, Portugal, and so on, until the European Economic Government, also known as the "European Empire", controlled by a handful of "northern" European players and the bankers financially backing them, shifts from mere vision to reality.


isto é pura teoria da conspiração - "os do norte e os banqueiros querem controlar os países" lol

Citar
environmental issues: increase control over member countries; advance idea of global governance


e isso não era o objectivo?

Citar
terrorism: use excuse for greater control over police and judicial issues; increase extent of surveillance


e isto não acontece em outros países fora da UE?

Citar
global financial crisis: kill two birds (free market; Anglo-Saxon economies) with one stone (Europe-wide regulator; attempts at global financial governance)


então, mas a criação de um bloco económico não tem como objectivo a regulação desse mercado com regras semelhantes?

Citar
EMU: create a crisis to force introduction of “European economic government”


uma treta - qualquer país, incluindo a Grécia, é livre de deixar a EMU - só não sai, pq sabe bem que seria pior (pelo menos no curto prazo) do que mantendo e ainda chulando mais um pouco a outros países (incluindo alguns mais pobres como Portugal).


olha e eu não passei da parte em dizes 'a seriedade do bicho'. É que nem li mais nada.
não era uma frase do autor do artigo, mas sim do autor que o está a citar agora.
é melhor leres no original e depois logo te pronuncias: http://www.zerohedge.com/news/2015-07-15/shocking-2008-aig-report-laying-out-motives-behind-europes-perpetual-crisis-and-deat

chiça, se até tu  te comportas assim, não há mesmo esperança para qualquer debate minimamente racional.

L


Impressionante a quantidade de argumentos a que tu não respondes. Eu desisto, não vou tentar argumentar mais nenhuma coisa contigo porque esse comportamento incomoda-me e já sabemos como acaba.


eh pá eu só posso começar a responder quando estivermos a falar da mesma coisa.

os comentáreios são do tyler durden e não interessam.
o que interessa é o documento. o relatório da AIG. é uma apresentação.
está em no final do post (ZH), intacto sem comentários de ninguém.

é esse que deve ser comentado.
isto é uma coisa.
a outra é que o que eu estava a realçar era o bulls eye  a sete anos de distância.

não posso rebater argumentos que não estão em causa. que estão a ser apontados a algo que eu não disse nem deixei implícito.

o que disse claramente sobre o documento, foi a capacidade de previsão inacreditável do autor, a sete anos de distância. em 2008.
se isso é uma coisa banal para ti, seja.
para mim não é. e duvido que o seja para muita gente para além de ti.

L

« Última modificação: 2015-07-16 15:57:09 por Lark »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8769 em: 2015-07-16 15:56:10 »
Toda a gente contra a Alemanha em Portugal e talvez na Grécia. Noutros países não é tanto assim. Mas de facto, é dificil perceber os argumentos dos que estão contra porque quando lhes é oferecida alternativa que é sair e imprimirem moeda própria dizem que são chantageados. É só uma proposta. Ou aceitam ou recusam assumindo as consequências das decisões que tomarem...

a moeda própria é a única possibilidade de salvação para os periféricos.
a chantagem não foi essa, está documentada pelo tsipras e foi arrasar totalmente o sistema bancário grego.

L

Isso não é chantagem -- é o FUNCIONAR do sistema. Se o mesmo tivesse sido feito com os critérios de Maastricht nunca aqui se teria chegado, de resto. E também não seria chantagem.

Acreditar no contrário é achar que o BCE teria que substituir a totalidade dos depósitos Gregos ou alogo do género (substituiu quase metade, o que já foi um exagero, e agora na prática é o maior depositante da Grécia). Esta absurdidade para ti parece-te insuficiente, curiosamente.

O Tsipras diz essas bacoradas porque sabe que as cabeças fracas acreditam nelas. Chama-se "propaganda".

O tsipras disse claramente que a merkel lhe disse frente a frente olhos nos olhos, que o sistema bancário grego seria completamente arrasado se ele não assinasse o acordo.
e eu tendo a acreditar nele. não me parece balelas nem propaganda.

para além de o ECB não prover fundos para manter os bancos simplesmente a dispensarem 60 € por dia, também mais alguma coisa estaria implicada.

o gajo devia ter virado costas logo ali, ter-se metido num avião para atenas, convocar o parlamento e passar imediatamente legislação para nacionalizar os bancos, preparar a passagem para o dracma e começar a produzir IOUs. que era o que o varoufakis defendia.
acagaçou-se, o resto é história.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8770 em: 2015-07-16 15:57:43 »
As discussões sobre a Grécia estão a acabar-se, o foco das opiniões públicas e dos mercados vai sair da Grécia. Também já cansa. FMI e Mario Draghi estão a exigir o alívio da dívida. Dois terços da tróica está do lado dos gregos, quem diria...

O desenvolvimento dos acontecimentos está a tirar a razão aos apoiantes da ala germânica. A Europa não vai por aí. A Alemanha perdeu as duas grandes guerras e também vai perder este braço de ferro. Pode parecer paradoxal, mas esta crise vai fazer a Europa crescer e dar um grande pulo em frente, e não vai ser no sentido que a Alemanha queria.

Não tenho tanta certeza assim. Aceitar perdas na Grécia inclui ter de aceitar perdas com outros países. Não me parece que os europeus estejam preparados para isso. Começa a haver claramente 2 lados, uns que querem o perdão da dívida e outros que nem querem ouvir falar disso.

Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8771 em: 2015-07-16 16:06:20 »
As discussões sobre a Grécia estão a acabar-se, o foco das opiniões públicas e dos mercados vai sair da Grécia. Também já cansa. FMI e Mario Draghi estão a exigir o alívio da dívida. Dois terços da tróica está do lado dos gregos, quem diria...

O desenvolvimento dos acontecimentos está a tirar a razão aos apoiantes da ala germânica. A Europa não vai por aí. A Alemanha perdeu as duas grandes guerras e também vai perder este braço de ferro. Pode parecer paradoxal, mas esta crise vai fazer a Europa crescer e dar um grande pulo em frente, e não vai ser no sentido que a Alemanha queria.

Não tenho tanta certeza assim. Aceitar perdas na Grécia inclui ter de aceitar perdas com outros países. Não me parece que os europeus estejam preparados para isso. Começa a haver claramente 2 lados, uns que querem o perdão da dívida e outros que nem querem ouvir falar disso.

eu partilho da mesma opinião. não vai ser fácil.
parece-me que a merkel vai ter que ser tão 'persuasiva' com alguns estados europeu, como foi com o tsipras. mas não sei se vai chegar.

realmente oque estamos a testemunhar é histórico e é um exemplo de como por um lado as coisas mudam e por outro se mantêm iguais.

isto seria tipicamente o clima de início de uma guerra no sex xix / princípios do sec xx.
a 'persuasão' seria militar, não económica.

no sec xxi, a 'persuasão' é económica - o que é um avanço; evita os morticínios insensatos - mas não deixa de ser efectiva. e beligerante.

o pacote de ajuda à grécia mais parece um pacote de sanções a um país em confronto político-económico com o snacionador.
pacote de sanções que se não resultasse implicaria uma invasão.

hoje implica a destruição total do sistema económico sem disparar um tiro.

L
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8772 em: 2015-07-16 16:10:08 »
BCE e FMI de acordo com o alívio da dívida mas chutam esse alívio para os parceiros europeus, se bem entendi. Ou algum (FMI e BCE) se propôs a integrar esse haircut ?

pedferre

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8773 em: 2015-07-16 16:13:23 »
As discussões sobre a Grécia estão a acabar-se, o foco das opiniões públicas e dos mercados vai sair da Grécia. Também já cansa. FMI e Mario Draghi estão a exigir o alívio da dívida. Dois terços da tróica está do lado dos gregos, quem diria...

O desenvolvimento dos acontecimentos está a tirar a razão aos apoiantes da ala germânica. A Europa não vai por aí. A Alemanha perdeu as duas grandes guerras e também vai perder este braço de ferro. Pode parecer paradoxal, mas esta crise vai fazer a Europa crescer e dar um grande pulo em frente, e não vai ser no sentido que a Alemanha queria.

Não tenho tanta certeza assim. Aceitar perdas na Grécia inclui ter de aceitar perdas com outros países. Não me parece que os europeus estejam preparados para isso. Começa a haver claramente 2 lados, uns que querem o perdão da dívida e outros que nem querem ouvir falar disso.

eu partilho da mesma opinião. não vai ser fácil.
parece-me que a merkel vai ter que ser tão 'persuasiva' com alguns estados europeu, como foi com o tsipras. mas não sei se vai chegar.

realmente oque estamos a testemunhar é histórico e é um exemplo de como por um lado as coisas mudam e por outro se mantêm iguais.

isto seria tipicamente o clima de início de uma guerra no sex xix / princípios do sec xx.
a 'persuasão' seria militar, não económica.

no sec xxi, a 'persuasão' é económica - o que é um avanço; evita os morticínios insensatos - mas não deixa de ser efectiva. e beligerante.

o pacote de ajuda à grécia mais parece um pacote de sanções a um país em confronto político-económico com o snacionador.
pacote de sanções que se não resultasse implicaria uma invasão.

hoje implica a destruição total do sistema económico sem disparar um tiro.

L
Se a Grécia tiver um perido de carência de 30 anos para pagar a divida, se a inflação anual for em média de 2%, ao final de 30 anos o pib da Grécia já poderá ser maior (60%), e o valor relativo da divida menor, no fundo isto já é um perdão de divida porque os outros paises emprestam o dinheiro à Grécia a pagarem um juro de 2% ou algo semelhante, e a Grécia recebe o dinheiro sem pagar juros, e apenas dai a uns 30 anos começa a amortizar a divida, para mim isto é um perdão de divida (mas encapotado)... :)

Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8774 em: 2015-07-16 16:18:40 »
Se a Grécia tiver um perido de carência de 30 anos para pagar a divida, se a inflação anual for em média de 2%, ao final de 30 anos o pib da Grécia já poderá ser maior (60%), e o valor relativo da divida menor, no fundo isto já é um perdão de divida porque os outros paises emprestam o dinheiro à Grécia a pagarem um juro de 2% ou algo semelhante, e a Grécia recebe o dinheiro sem pagar juros, e apenas dai a uns 30 anos começa a amortizar a divida, para mim isto é um perdão de divida (mas encapotado)... :)

o problema é que não é nem vai ser na próxima década. é uma das razões porque a grécia está condenada. a cada ano que passa com a inflação zero ou  mesmo negativa o contrário acontece: a dívida cresce.

curiosamente era a previsão no relatório da AIG. deflação brutal na periferia / inflação no core.
a parte da inflação no core ainda não aconteceu (que eu saiba).
mas se acontecer e o BCE responder com aumento de taxas....
babai.. vê-mo-nos todos no inferno.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8775 em: 2015-07-16 16:22:55 »
Se a Grécia tiver um perido de carência de 30 anos para pagar a divida, se a inflação anual for em média de 2%, ao final de 30 anos o pib da Grécia já poderá ser maior (60%), e o valor relativo da divida menor, no fundo isto já é um perdão de divida porque os outros paises emprestam o dinheiro à Grécia a pagarem um juro de 2% ou algo semelhante, e a Grécia recebe o dinheiro sem pagar juros, e apenas dai a uns 30 anos começa a amortizar a divida, para mim isto é um perdão de divida (mas encapotado)... :)

o problema é que não é nem vai ser na próxima década. é uma das razões porque a grécia está condenada. a cada ano que passa com a inflação zero ou  mesmo negativa o contrário acontece: a dívida cresce.

curiosamente era a previsão no relatório da AIG. deflação brutal na periferia / inflação no core.
a parte da inflação no core ainda não aconteceu (que eu saiba).
mas se acontecer e o BCE responder com aumento de taxas....
babai.. vê-mo-nos todos no inferno.

L
Quanto mais QE existirem mais inflação aparece, para já a zona Euro ainda não ligou as impressoras com muita força mas pode sempre vir a faze-lo.
Para já o petróleo está a evitar que a inflação suba, mas pode sempre surgir mais uma bolha imobiliaria no futuro.

Pedro.J50

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8776 em: 2015-07-16 16:24:05 »
Yesterday, Nomura's Richard Koo presented one of the better assessments of the situation in Greece, when he said that the "IMF is slowly beginning to understand the Greek economy", which explains its strategic U-turn, one which now demands far greater debt cuts than what Europe, and Germany in particular, is willing to concede.

Koo further notes that "the reason is that Greece’s GDP has plunged because fiscal consolidation was carried out during a balance sheet recession, resulting in a destructive deflationary spiral that has devastated the lives of ordinary Greeks. While the nation may appear to be making progress when we view the data as a percentage of GDP, the raw data show an economy in collapse. This difference in perspectives widened the gap separating European creditors who thought everything is going well, and the Greek public who has been suffering serious declines in their standard of living. And this rift in perceptions was perhaps nowhere as evident as in the results of the national referendum on 5 July."

The observation of the Greek economic devastation is absolutely accurate, and is no surprise to our readers: it has been our base case that not only Greece, but the rest of Europe's peripheral countries would suffer an ongoing deterioration in living standards due to lack of an external rebalancing (thanks to the common currency) leaving internal devaluation (plunging wages, deflation, economic devastation) as the possibility to remain competitive in the Euro Area; however where our opinion differs from that of Koo is the "motives" behind the creditors' unwillingness to honestly interpret the situation on the ground in Greece.

Yes, it is true that it is the same creditors who were the next beneficiaries of some 90% of incremental debt-funded proceeds entering Greece (only 11% of the €220+ billion in Greek bailouts ever reached the general population), and as a result they may have had the impression that ordinary Greeks are also enjoying the spoils of their bailout.

They were not, as the events of July 5 showed.

But while the former Fed economist will surely attribute this "oversight" to mere carelessness or at best, stupidity, even if an entire nation of 11 million people is suffering more than ever in history as a result of what is, at best, a failed experiment, there may be a more ulterior truth to events in Greece in the past 5 years especially considering Germany's stern insistence on not writing off Greek debts despite what is now an accepted fact that without a major debt haircut Greece simply is unviable.

Meet Bernard Connolly.

Barnard is a British economist whose rise to prominence started when he worked for many years at the European Commission in Brussels, where he was head of the unit responsible for the European Monetary System and monetary policies. In other words, if any one was familiar with what the ascent of the Euro would lead to, it would be him.

We say "eventual" because he was terminated by the Commission in 1995. The catalyst may well have been his book "The Rotten Heart of Europe: The Dirty War for Europe's Money, a negative treatment of the European Exchange Rate Mechanism" which Eurocrats did not take too very lightly.

However, Bernard is more notable not his books, or his employment in Brussels, but where he went next and what he did there.

After ending his relationship with Europe, Bernaned worked at Banque AIG, the Paris-based financial arm of the infamous AIG whose collapse together with that of Lehman, was the primary catalyst for the great financial crisis. Bernard however was not in the front office and did not trade CDS, but was the global strategist. Here is euro skepticism flourished and culminated in a report on May 30, 2008, months before the GSEs and Lehman failed, and AIG was bailed out.

The report was titled "Europe - Drive or Driven", and it should have been a must read for all Greek (and Europeans) some 7 years ago as it not only lays out precisely why Greece is now on the verge of not only sovereign capitulation but total collapse, but presents what may be the true motives behind Europe's perpetual crisis and why it almost appears as if the core European countries demand that the sick men of Europe, because Greece is just the first of many, remain and keep Europe in a state of perpetual turmoil.

And since this report is as relevant now as it was 7 years ago, we lay out some of its key highlights again.

From May 30, 2008

The Global Economic Crisis and the EMU Crisis
The global crisis is the result of intertemporal misallocation (Greenspan; EMU).
In effect, there has been a global Ponzi game.
In Europe, this was intensified by the myth that “current accounts don’t matter in a monetary union”: EMU is the biggest credit bubble of them all.
The treaty says that government should have the same credit status as private sector borrowers.
Monetary union means greater economic instability.
These two factors should mean a worsened credit standing in EMU, yet government bond spreads actually diminished in EMU and ratings agencies actually upgraded governments
When the bubble bursts…
A collapsing credit bubble in the world means collapsing domestic demand in deficit countries (e.g. US, Britain, Balkans, Baltics – and several euro-area countries)
In the US, and to some extent Britain, domestic demand is being supported by rate cuts and, in the US, by a fiscal stimulus
In the affected euro-area countries, it isn’t
In the absence of support for domestic demand, affected countries will be forced into an improvement in net exports via improved competitiveness
In the US and Britain, this is happening through currency depreciation; in the euro area it isn’t.
[ZH: it is now, but for Greece it is far too late, plus any incremental "support" merely makes the European debt bubble even greater as we have shown recently]

And the implied real exchange rate movements are enormous…
Obstfeld and Rogoff saw a need for perhaps a 65% real effective exchange rate move for the US if current account adjustment were sudden (e.g., after a housing collapse).
The effect is linear in the size of the current account deficit relative to the size of the traded goods sector, so for the four
large euro-area deficit countries we get the required real exchange rate movements as:
Greece: 94%
Spain: 55%
Portugal 36%
Italy: 9%
France 15%
…meaning huge required inflation differentials between blocs within the euro area
If the ECB tries to avoid depression in the deficit bloc (i.e., keeps its inflation rate at, say, 3%) and the deficit countries as a bloc (equivalent to about 2/3 of euro-area GDP) have to improve competitiveness by, say, 30%, over a five-year period, then that would involve euro depreciation of 50% and (with1/3 passthrough into German Bloc CPI) a rise of 17% (almost 3½% a year) German Bloc price level, taking German Bloc inflation to around 6½% for five years.
The ECB did not. Instead it chose the following, which is also why youth unemployment in the periphery is about 50%:

If instead the ECB tried to keep euro-area inflation at 2% (and no change in the euro), all the competitiveness change would have to come from Latin Bloc deflation; that would almost certainly involve a horrible depression, financial chaos, widespread default, social distress and possibly political instability.
But this would mean substantial euro-area deflation, too, so hitting the euro-area target must involve substantial euro depreciation and a substantial increase in German Bloc inflation.
These are all first-round calculations – they do not take account of wage-price spirals in the German Bloc as economies overheat.
And this is where it all comes home for Greece:

Things are even worse for individual countries
If the ECB decides to avoid depression, deflation and default in the weakest country (Greece), the required depreciation of the euro would be enormous and German Bloc inflation would be well into double digits for several years.
If weak countries have, individually, little political influence, it will be hard for them to get the ECB to bail them out via low interest rates and a weak euro.
But if there is no ECB bailout, vulnerable economies face catastrophe.
That's not only how it all played out, but it has also led - as we have seen - to Greece which clearly had "little political influence" to lose it all, and is now on the verge of abdicating its sovereignty to an oligarchy of unelected political bureaucrats and German industrial interests (remember: German exports account for 40% of GDP and a weak EUR is far, far more valuable than a strong DEM).

In further retrospect, the above assessment and the current events also explain Wolfgang Schauble's cryptic statement to Welt am Sontag in this 2011 interview:

Schauble: "We decided to arrive at a political union via an economic and currency union. We had the hope - and we still have it today - that the Euro will gradually bring about political union. But we're not there yet, and that's one of the reasons why the markets are distrustful.
 
Welt am Sontag: "So will the markets now force us into a political union?"
 
Schauble: "Most member states are not yet fully prepared to accept the necessary constraints on national sovereignty. But trust me the problem can be solved."
And, thanks to Greece, we are about to see precisely how.

So is there an other way out? The answer is yes - and it is precisely the basis for Varoufakis huge "game theory" gamble over the past 6 months, a gamble which was all about "who has more leverage" as we explained in January. However, thanks to the arrival of QE just in time, it allowed the ECB to set and control market prices (markets which no longer had to discount adverse outcomes and merely frontrun a central bank) of equities and bonds, in the process crushing all Greek leverage.

Current account deficits can be closed without a corresponding reduction in the trade deficit if current transfers are big enough.
The treaty prohibits a takeover of a country’s public debt, but does not prohibit additional transfers to support private spending.
The ECB is in effect already helping some banking systems by accepting increasingly risky collateral (but note that this may be helping German, Dutch/Belgian banks as well as, say, Spanish banks – note public disagreement between Mersch and Weber).
But the numbers involved in a complete fiscal bailout would be staggering: eliminating current-account deficits within the euro area by fiscal bailouts would require the surplus countries (the German Bloc) to make payments equivalent to 16% of their total government revenues (7% of their GDP).
Yes, Varoufakis was right, and will be right in the end: the cost of a Grexit would have been too great in the future. However he did not anticipate that Europe has a just as powerful counterweapon: locking up Greek deposits indefinitely right now.

Greece folded.

Which brings us to the final question: What Europe Wants?

Here is Connolly's answer:

To use global issues as excuses to extend its power:

environmental issues: increase control over member countries; advance idea of global governance
terrorism: use excuse for greater control over police and judicial issues; increase extent of surveillance
global financial crisis: kill two birds (free market; Anglo-Saxon economies) with one stone (Europe-wide regulator; attempts at global financial governance)
EMU: create a crisis to force introduction of “European economic government”
And there it is: in four simple bullet points laid out in a 7 year old presentation, a prediction which is about to be proven right. Because once Greece folds, next will be Italy, Spain, Portugal, and so on, until the European Economic Government, also known as the "European Empire", controlled by a handful of "northern" European players and the bankers financially backing them, shifts from mere vision to reality.

ZH


Este texto é interessante.

Mas para um não economista é muito duro de roer.

O que percebi.

Como apos a união monetária se considerou que  todos os paises tinham o mesmo risco houve maciças deslocações de capital para paises da periferia.

Isso criou esquemas de ponzi  e endividamento.
Quando essa bolha rebentou diminuiu a procura interna nesses paises,
provocando desemprego.
Para se conseguir um equilibrio entre importações e exportações seria necessário que a moeda da grecia se desvalorizasse 94% ,espanha 55% , portugal 36%.


Se o banco central europeu tentar manter a inflação em 2% o aumento da competitividade deverá ser suportado pelo bloco latino ; mas isso implicará terrivel depressão , instabilidade social, falencias.

Outras partes não percebi :

Como se eliminan current account deficits com bailouts ?

( eliminating current-account deficits within the euro area by fiscal bailouts would require the surplus countries (the German Bloc) to make payments equivalent to 16% of their total government revenues (7% of their GDP). )

 ::)

Reg

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8777 em: 2015-07-16 16:28:08 »
na alemanha ja começou a bolha no imobliario.

ate rebentar deve faltar bastante mas ja ha sinal

ate nos USA ja temos sinais bolhas em alguns estados

euro fraco vai dar e chatices ao norte

o sul esta habituado a moeda fraca com banco central tirar poder compra do eleiturado....
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Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8778 em: 2015-07-16 16:33:52 »
Se a Grécia tiver um perido de carência de 30 anos para pagar a divida, se a inflação anual for em média de 2%, ao final de 30 anos o pib da Grécia já poderá ser maior (60%), e o valor relativo da divida menor, no fundo isto já é um perdão de divida porque os outros paises emprestam o dinheiro à Grécia a pagarem um juro de 2% ou algo semelhante, e a Grécia recebe o dinheiro sem pagar juros, e apenas dai a uns 30 anos começa a amortizar a divida, para mim isto é um perdão de divida (mas encapotado)... :)

o problema é que não é nem vai ser na próxima década. é uma das razões porque a grécia está condenada. a cada ano que passa com a inflação zero ou  mesmo negativa o contrário acontece: a dívida cresce.

curiosamente era a previsão no relatório da AIG. deflação brutal na periferia / inflação no core.
a parte da inflação no core ainda não aconteceu (que eu saiba).
mas se acontecer e o BCE responder com aumento de taxas....
babai.. vê-mo-nos todos no inferno.

L
Quanto mais QE existirem mais inflação aparece, para já a zona Euro ainda não ligou as impressoras com muita força mas pode sempre vir a faze-lo.
Para já o petróleo está a evitar que a inflação suba, mas pode sempre surgir mais uma bolha imobiliaria no futuro.

não se está a conseguir levantar a inflação e esse é o problema. não se consegue, ponto.
é isso que está a deixar o draghi angustiado. Se o QE não conseguir, o que é que consegue?
O QE fechou portas nos US, porque foi até onde pôde ir. Já tinha deixado de ter tracção na economia. já não trazia quaisquer resultados inflacionários.
e praticamente a inflação nos US não mexeu muito. ainda deve estar abaixo de 1%.

O QE na europa nem tirar da deflação alguns países conseguiu, quanto mais provocar inflação.

O problema é que a maior parte das pessoas com algum conhecimento económico só reconhecem como perigo a inflação. e acham que ela está sempre ao virar da esquina.
não está. antes estivesse.
podemos estar perante um período alargado de estagflação onde o estag significa estagnação como nos anos setenta mas o flação significa deflação.
se for assim, não há perspectivas de crescimento ou de sair do buraco. e isto para as economias mais fortes coma a alemã, a francesa ou a inglesa.
para os periféricos é a depressão. e a crescente impossibilidade de pagar as dívidas.

L
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
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If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Castelbranco

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8779 em: 2015-07-16 16:39:43 »
Se a Grécia tiver um perido de carência de 30 anos para pagar a divida, se a inflação anual for em média de 2%, ao final de 30 anos o pib da Grécia já poderá ser maior (60%), e o valor relativo da divida menor, no fundo isto já é um perdão de divida porque os outros paises emprestam o dinheiro à Grécia a pagarem um juro de 2% ou algo semelhante, e a Grécia recebe o dinheiro sem pagar juros, e apenas dai a uns 30 anos começa a amortizar a divida, para mim isto é um perdão de divida (mas encapotado)... :)

o problema é que não é nem vai ser na próxima década. é uma das razões porque a grécia está condenada. a cada ano que passa com a inflação zero ou  mesmo negativa o contrário acontece: a dívida cresce.

curiosamente era a previsão no relatório da AIG. deflação brutal na periferia / inflação no core.
a parte da inflação no core ainda não aconteceu (que eu saiba).
mas se acontecer e o BCE responder com aumento de taxas....
babai.. vê-mo-nos todos no inferno.

L
Quanto mais QE existirem mais inflação aparece, para já a zona Euro ainda não ligou as impressoras com muita força mas pode sempre vir a faze-lo.
Para já o petróleo está a evitar que a inflação suba, mas pode sempre surgir mais uma bolha imobiliaria no futuro.

não se está a conseguir levantar a inflação e esse é o problema. não se consegue, ponto.
é isso que está a deixar o draghi angustiado. Se o QE não conseguir, o que é que consegue?
O QE fechou portas nos US, porque foi até onde pôde ir. Já tinha deixado de ter tracção na economia. já não trazia quaisquer resultados inflacionários.
e praticamente a inflação nos US não mexeu muito. ainda deve estar abaixo de 1%.

O QE na europa nem tirar da deflação alguns países conseguiu, quanto mais provocar inflação.

O problema é que a maior parte das pessoas com algum conhecimento económico só reconhecem como perigo a inflação. e acham que ela está sempre ao virar da esquina.
não está. antes estivesse.
podemos estar perante um período alargado de estagflação onde o estag significa estagnação como nos anos setenta mas o flação significa deflação.
se for assim, não há perspectivas de crescimento ou de sair do buraco. e isto para as economias mais fortes coma a alemã, a francesa ou a inglesa.
para os periféricos é a depressão. e a crescente impossibilidade de pagar as dívidas.

L


concordo plenamente, aliás tenho vindo a falar nisso desde há muito tempo, em como não se iria conseguir elevar a inflação, devido a excesso de oferta e procura estagnada