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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839944 vezes)

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8020 em: 2015-07-10 19:39:05 »
Zenith, também é curioso indignares-te com a comparação com a Bulgária quando tu próprio deste a comparação de perder um filho.  ;D

É preciso eu explicar tudo pelo menos duas vezes  ;D
Deu o exemplo e depois explliquei no post seguinte, que não se destinava a fazer paralelismo com a pobreza grega.
Era para dar um exemplo, de que a dor ou sofrimento que se sente tem uma relação altamente não linear com uma perda (ou ganho numérico). Usei um caso de afectos por esse ser o mais facilmente entendivel, mas aqui até nem deveria de usar esse. Para quem anda na bolsa devia ser algo facil de intuir: sofre-se mais com uma perda de 10%  do que se alega com ganho do mesmo valor.

Ainda vou ter de explicar mais uma vez?  ;D

No sofrimento temos que concordar, está razoavelmente estudado. Tal como está razoavelmente estudado que as pessoas se adaptam rapidamente às novas circunstâncias.

Pelo que não é de providenciar condições especiais a quem vem de um nível de vida superior versus quem está num nível de vida inferior, só porque o primeiro sofre temporariamente mais. O que aliás também é óbvio do ponto de vista ético, sem se considerar de onde é que cada um vem ou deixa de vir.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8021 em: 2015-07-10 19:42:01 »
Alexis Tsipras' Secret Plan for Bailing Out Greece Has Been Brilliant

A lamentable feature of the Greek crisis of the past few months is the extent to which it has restoked national antipathies, on the part of both the Greeks and the Germans....But it is not just political damage that the referendum has done to Greece’s cause. The decision to call it and the extraordinary uncertainty that generated at home as well as abroad inflicted a body blow to the economy by causing the banks to be closed now for two weeks as the ECB capped the emergency central-bank lending that was allowing cash to be withdrawn by anxious Greeks fearing a return to the drachma that would slash the value of their deposits. As a result Greece now needs more money and over a longer period — €53.5 billion ($60 billion) until 2018.

Such is the bad blood on both sides, particularly the Greeks and the Germans, that there is still scepticism about whether they can come together at this latest eleventh hour.

Hmmm. Here's a Slatepitchy suggestion. Maybe it's all going according to plan. Consider this. It's late June and Prime minister Alexis Tsipras is trying to negotiate an agreement with the Europeans. It doesn't go well, but he knows he has no choice but to swallow hard and accept their terms. As galling as it is, it's the only way to save Greece. But he knows that if he simply signs off on the agreement, his party will revolt and parliament will reject it. So he comes up with a cunning plan.

The plan is this: piss off the Germans beyond the bounds of reason.
Step 1: denounce the European proposal and call a referendum.
Step 2: Go home and campaign loudly for a No vote on the proposal.
Step 3: The Germans, now so angry they're practically shaking with rage, make sure the ECB cuts off Greek banks, causing economic chaos.
Step 4: Tsipras wins the referendum, thus getting the backing of his people.
Step 5: Tsipras cools his heels for a day or two to let the economic chaos really sink in.
Step 6: Tsipras heads to Brussels. After making everyone wait a few more days just to show that he can't be pushed around, he tables an austerity plan that essentially caves in completely to the European proposal that he knew he'd have to accept eventually.
Step 7: Tsipras returns home to Athens, where economic chaos has become so severe that no one cares anymore what's in the damn proposal he just agreed to. They just want the banks to open and the local pharmacies to have stocks of insulin.
Step 8: He signs the proposal.
Step 9: The ECB opens the spigots, life gets back to normal, and Tsipras is a hero.

Not likely, you say? Tsipras isn't that smart? Probably so. Still, it's quite likely that Tsipras isn't as stupid as some people are making out. He knew perfectly well that defaulting would lead to economic chaos and an exit from the euro, but he also knew that Greeks didn't really believe this in their guts. They needed a demonstration. So he gave them one. If his goal all along wasn't Grexit, but (a) an agreement with Europe that (b) would be accepted by the Greek population, he did a pretty good job.

Very clever, Mr. Tsipras!

mother Jones

falta aqui uma coisa importantíssima: finalmente a Alemanha foi forçada a reconhecer a necessidade da reestruturação da dívida, coisa que não tinha admitido até agora.
e para haver acordo vai ter que se comprometer publicamente com essa reestruturação  e de forma a que não possa voltar atrás.



Que linda reinterpretação da História.

O único problema é mesmo que tudo isso podia ter sido alcançado assinando simplesmente o acordo 2 semanas. Ou 2 meses. Mais cedo. Sem paragens, sem coisa nenhuma e salvando para aí 3% da economia Grega. Se isso é uma vitória ...


para já ainda vou querer ver os termos exactos do acordo da parte grécia e compará-los com as red lines. ponto a ponto.
depois quero ver o comprometimento da UE e especialmente da Alemanha, na reestruturação do stock da dívida grego.

as duas coisa juntas esclarecerão se foi (se vai ser) ou não um bom acordo para a grécia.

L


Os termos vão ser apenas pouco diferentes dos que aqui foram colocados ontem 2-3x, e não vai ser a favor do Tsipras. Mas penso que as diferenças vão ficar mais por um timing antecipado aqui ou ali.


É melhor mesmo ver os termos finais e compará-los ponto a ponto com as red lines.
E os termos de reetruturação da dívida que são ainda mais importantes.

L


os termos de reestruturação da dívida, a serem divulgados já, serão extensões de maturidade (que já são bem longos), extensão do período de carência de juros (que já é bem longo) e eventualmente uma descida das taxas de juro.

Diga-se que são esses termos, que já agora existem, que fazem com que a Grécia tenha um serviço de dívida mais leve que Portugal ou a Itália. E que é meio estranho ver Portugueses tão empenhados em ver melhores condições para a Grécia mesmo que isso significasse Portugal perder directamente dinheiro. É estranho, mas claro, compreende-se quando se leva em conta a ideologia.

Por exemplo, basta ir neste mesmo tópico para trás, e logo se repara que a defesa ferrenha da Grécia começa quando o Syriza sobe ao poder. Com esses dados, logo se compreende melhor o que está em questão e porque é que Portugal se torna tão irrelevante. Só não faço ideia se essa dinâmica é consciente ou inconsciente.
« Última modificação: 2015-07-10 19:42:48 por Incognitus »
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Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8022 em: 2015-07-10 19:43:29 »
Zenith, também é curioso indignares-te com a comparação com a Bulgária quando tu próprio deste a comparação de perder um filho.  ;D

É preciso eu explicar tudo pelo menos duas vezes  ;D
Deu o exemplo e depois explliquei no post seguinte, que não se destinava a fazer paralelismo com a pobreza grega.
Era para dar um exemplo, de que a dor ou sofrimento que se sente tem uma relação altamente não linear com uma perda (ou ganho numérico). Usei um caso de afectos por esse ser o mais facilmente entendivel, mas aqui até nem deveria de usar esse. Para quem anda na bolsa devia ser algo facil de intuir: sofre-se mais com uma perda de 10%  do que se alega com ganho do mesmo valor.

Ainda vou ter de explicar mais uma vez?  ;D
Sim, e daí ? O nível de sofrimento é qualificador para os apoios ?
Então alguém que passe de uma moradia para um T3, porque teve uma chatice na vida, deve ser mais apoiado do que alguém que já vivia num T0 e de repente deixou de poder ter carro de 10 anos e passou a andar de autocarro. O sofrimento deste último é menor porque nunca esteve habituado a nada.

No fundo é dizer que, epá um pobre nunca conheceu a prosperidade por isso não sofre, mas um rico, coitado, se ficar menos rico temos de o ajudar porque isso é um grande sofrimento.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8023 em: 2015-07-10 19:50:20 »
Citar
GREECE
Would You Lend Greece $60 Billion?
7 JUL 10, 2015 1:03 PM EDT
By Leonid Bershidsky
Keeping Greece within the euro zone and the European Union is a political question. Yet it's also about money, and it may be worthwhile to consider how Europe would act if it were a bank confronted with a big delinquent debtor.

Greece's Fiscal Odyssey

This would be an easy question to answer if the choice were merely between a Greek default on all of its debt and a write-off of some portion. Something is better than nothing. Yet the situation is more complicated: Greece wants 53.5 billion euros (almost $60 billion) over the next three years. Would a banker lend that sum to retain a chance of hanging on to some of the money already invested?

Calculating how much European countries would lose if Greece were cut off is not straightforward. They are seriously exposed to Greece in four ways: through straight bilateral loans issued as part of the first bailout in 2010, through guarantees on loans issued by the European Financial Stability Facility and the EU bailout fund, through the European Central Bank's holdings of Greek bonds and through Target2, the ECB's settlement system in which all euro members have outstanding claims on Greece.


DBexp
DEUTSCHE BANK
It's doubtful that the Target2 claims, a total of 100.3 billion euros, should even be part of the equation. Four non-euro countries, Bulgaria, Denmark, Poland and Romania, are part of the system, and even if it drops the currency, Greece will still do a lot of trading in euros. Besides, part of that exposure is collateralized. A banker would only worry about the rest of the debts, 211 billion euros at face value.

A Greek default on the bilateral loans would mean a straight loss to the creditor nations, but it would fall under the classic definition of sunk cost: The countries wouldn't have to plug a hole in any balance sheet by borrowing more, they'd just never get back their 52.9 billion euros. That would be painful, but the payments are spread over 22 years, starting in 2020, and the interest rate is just 50 basis points more than the 3-month Euribor rate, which is in negative territory right now. The loans are basically interest-free. At a 2 percent discount rate, the present value of the repayments would be about 40 billion euros.

The EFSF loans also are practically interest-free, with repayments spread over 32 years, starting in 2023. The fund would probably call in its members' guarantees if Greece defaulted -- though that wouldn't happen until the first payments were due. Most countries would need to issue new debt to cover the guarantees, a whopping 130.9 billion euro exposure, but in present value terms, it amounts to less than 100 billion. Besides, the guarantees are already accounted for in the European countries' debt levels.

The only payments Europeans should worry about now are the ones due on bonds owned by the ECB. The total amount Greece owes is 27.2 billion euros, with 4.4 billion coming due in July and August 2015, and most of the rest scheduled to be repaid in 2017 and 2019. If Greece defaults, however, the ECB probably won't even need to make any capital calls on euro countries' central banks. RBC Capital Markets said recently that the ECB's own loss absorption capacity was 36.3 billion euros at the end of last year, and the euro system's is at about 500 billion now, dwarfing the Greek debt.

In total, the potential losses from a massive Greek default appear to outweigh the pain of investing another 53.5 billion euros over the next three years. Not counting the ECB and Target2 exposures, Europe would be looking at a present-value loss of 140 billion euros. If it behaved like a bank, Europe would be tempted to lend more money to help Greece get back on its feet and repay the huge debt.

The problem, however, is that Greece also wants debt restructuring, ideally a write-off, and it has plenty of backers, including the International Monetary Fund, which considers the current burden unsustainable. It's anybody's guess how the forgiveness might be structured, but if half of the existing debt's present value is snipped off, the decision for EU-as-bank becomes trickier. What if Greece is still unable to start paying off the old loans after a few years and the third bailout is just added to the mountain of debt that can never be honored? It would become a matter of trust between lender and borrower.

The banker would be tempted to offer partial debt relief, but no further loans. Why throw good money after bad? For the bank's shareholders -- in this case, EU countries -- it would also be easier to accept a sunk cost than to justify fresh spending with uncertain results. It's difficult to say, however, how much such a solution might help Greece, given that most of the debt in question is backloaded and isn't a burden for the Greek government today. If it were just a debtor, not a sovereign, it would be tempted simply to default on all its debts and start from scratch.

So it's conceivable that a bank would just kick the can down the road and approve the new loan just to avoid immediate write-offs. Given all the political implications of a Greek euro exit and European politicians' crisis fatigue -- no one has been able to go on vacation this year because of the Greek talks! -- such an outcome is the likeliest, too.

As with a loss-averse bank, however, the day of reckoning will eventually come. It's hard to believe that the government of Prime Minister Alexis Tsipras, which has accepted the creditors' austerity demands to secure more money, will be good at implementing a program so far removed from the one with which it came to power, and that Greeks will have much patience for its experiments. It may be possible to avoid disaster for a year or two, but the economist Paul Krugman shows that there is  a better case for Grexit than the one Tsipras makes for an extension of  the country's self-torture.

This column does not necessarily reflect the opinion of the editorial board or Bloomberg LP and its owners.

To contact the author on this story:
Leonid Bershidsky at lbershidsky@bloomberg.net

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Max Berley at mberley@bloomberg.net

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8024 em: 2015-07-10 19:54:57 »
Zenith, também é curioso indignares-te com a comparação com a Bulgária quando tu próprio deste a comparação de perder um filho.  ;D

É preciso eu explicar tudo pelo menos duas vezes  ;D
Deu o exemplo e depois explliquei no post seguinte, que não se destinava a fazer paralelismo com a pobreza grega.
Era para dar um exemplo, de que a dor ou sofrimento que se sente tem uma relação altamente não linear com uma perda (ou ganho numérico). Usei um caso de afectos por esse ser o mais facilmente entendivel, mas aqui até nem deveria de usar esse. Para quem anda na bolsa devia ser algo facil de intuir: sofre-se mais com uma perda de 10%  do que se alega com ganho do mesmo valor.

Ainda vou ter de explicar mais uma vez?  ;D
Sim, e daí ? O nível de sofrimento é qualificador para os apoios ?
Então alguém que passe de uma moradia para um T3, porque teve uma chatice na vida, deve ser mais apoiado do que alguém que já vivia num T0 e de repente deixou de poder ter carro de 10 anos e passou a andar de autocarro. O sofrimento deste último é menor porque nunca esteve habituado a nada.

No fundo é dizer que, epá um pobre nunca conheceu a prosperidade por isso não sofre, mas um rico, coitado, se ficar menos rico temos de o ajudar porque isso é um grande sofrimento.

A resposta é algo do género "se for dos nossos, sim". Se não for, que se f...

De resto, algo praticado na CML. Não te lembras do Baptista-Bastos?
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8025 em: 2015-07-10 19:58:56 »
os termos de reestruturação da dívida, a serem divulgados já, serão extensões de maturidade (que já são bem longos), extensão do período de carência de juros (que já é bem longo) e eventualmente uma descida das taxas de juro.

e um haircut, venha ele da UE ou do FMI.

1. extensões dos prazos
2. redução dos juros
3. extensão do período de carência dos juros
4. redução do principal

nada disto. repito! nada disto estava em cima na mesa no acordo que foi referendado.
esta é a contrapartida para as eventuais cedências que estão a ser tão faladas.

depois vamos ver ponto por ponto, as cedências versus os red lines que já são bem mais antigos.
depois vamos fazer um juízo global de toda a negociação.

espero não estar a botar muita água fria do delírio orgástico do pessoal.
por isso, para não estragar o momento, é melhor mesmo guardar a avaliação para depois dos acordos assinados, pelas duas partes.

L
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8026 em: 2015-07-10 20:00:32 »
os termos de reestruturação da dívida, a serem divulgados já, serão extensões de maturidade (que já são bem longos), extensão do período de carência de juros (que já é bem longo) e eventualmente uma descida das taxas de juro.

e um haircut, venha ele da UE ou do FMI.

1. extensões dos prazos
2. redução dos juros
3. extensão do período de carência dos juros
4. redução do principal

nada disto. repito! nada disto estava em cima na mesa no acordo que foi referendado.
esta é a contrapartida para as eventuais cedências que estão a ser tão faladas.

depois vamos ver ponto por ponto, as cedências versus os red lines que já são bem mais antigos.
depois vamos fazer um juízo global de toda a negociação.

espero não estar a botar muita água fria do delírio orgástico do pessoal.
por isso, para não estragar o momento, é melhor mesmo guardar a avaliação para depois dos acordos assinados, pelas duas partes.

L

Não, não vai existir haircut.

Nem da UE nem do FMI e certamente não do FMI sem existir na UE. Aliás, desconfio que para o FMI primeiro a UE tinha que perder o dinheiro todo.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8027 em: 2015-07-10 20:02:19 »

falta aqui uma coisa importantíssima: finalmente a Alemanha foi forçada a reconhecer a necessidade da reestruturação da dívida, coisa que não tinha admitido até agora.
e para haver acordo vai ter que se comprometer publicamente com essa reestruturação  e de forma a que não possa voltar atrás.


Lark,

Quem precisa desesperadamente de um acordo é a Grécia e não a Alemanha...

É como se um jogo de futebol estivesse 5 a 0 e depois do minuto 90 a equipa perdedora dissesse: Agora é que vocês vão ver!  :D

Tsipras e o seu governo não souberam avaliar a situação e a sua incompetência está a levar o povo Grego à miséria e ao desespero tal qual Nicolas Maduro, Dilma Russef ou Cristina Kirschner...

Se houver acordo fico surpreendido e venho aqui retratar-me!

Cpms,

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8028 em: 2015-07-10 20:11:41 »
Eu acho que vai haver acordo. Mas não quero que exista acordo.
É a única maneira do povo, que já dá mais de 50% ao ps pcp e syriza tuga, abrir os olhos e ver a miséria em que um povo fica com a esquerda a gerir as coisas.

Outra coisa que não estava em cima da mesa eram 5 kM€. Antes era 8, agora são 13 kM€.

7 passos à frente;
feliz e descontraido;
siga o guião perfeito.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8029 em: 2015-07-10 20:12:55 »
Por exemplo, basta ir neste mesmo tópico para trás, e logo se repara que a defesa ferrenha da Grécia começa quando o Syriza sobe ao poder. Com esses dados, logo se compreende melhor o que está em questão e porque é que Portugal se torna tão irrelevante. Só não faço ideia se essa dinâmica é consciente ou inconsciente.

Sim, não tenhas dúvidas. Radicalizei-me muito com este processo da Grécia.
E Portugal não é de forma nenhuma irrelevante. Graças aos gregos vai beneficiar da mesma reestruturação de dívida que a grécia beneficiou.
suponho que os benefícios desta reestruturação serão largamente compensadores. e repara, sempre com um discurso anti-grécia.
é um win-win-win para Portugal.
beneficiará das mesmas condições que a grécia, não verá ser posto em risco o empréstimo bilateral e tudo isto condenando a grécia e tudo fazendo para que não houvesse acordo e portanto salvaguardando a imagem de menino bem comportado.
queres melhor?
só tens a agradecer à grécia.

L
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8030 em: 2015-07-10 20:16:56 »
Por exemplo, basta ir neste mesmo tópico para trás, e logo se repara que a defesa ferrenha da Grécia começa quando o Syriza sobe ao poder. Com esses dados, logo se compreende melhor o que está em questão e porque é que Portugal se torna tão irrelevante. Só não faço ideia se essa dinâmica é consciente ou inconsciente.

Sim, não tenhas dúvidas. Radicalizei-me muito com este processo da Grécia.
E Portugal não é de forma nenhuma irrelevante. Graças aos gregos vai beneficiar da mesma reestruturação de dívida que a grécia beneficiou.
suponho que os benefícios desta reestruturação serão largamente compensadores. e repara, sempre com um discurso anti-grécia.
é um win-win-win para Portugal.
beneficiará das mesmas condições que a grécia, não verá ser posto em risco o empréstimo bilateral e tudo isto condenando a grécia e tudo fazendo para que não houvesse acordo e portanto salvaguardando a imagem de menino bem comportado.
queres melhor?
só tens a agradecer à grécia.

L

No curto prazo não beneficia embora devesse. No longo só beneficia se isto estoirar novamente ... o que por várias razões, incluindo a demográfica, não é impossível.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8031 em: 2015-07-10 20:20:24 »

falta aqui uma coisa importantíssima: finalmente a Alemanha foi forçada a reconhecer a necessidade da reestruturação da dívida, coisa que não tinha admitido até agora.
e para haver acordo vai ter que se comprometer publicamente com essa reestruturação  e de forma a que não possa voltar atrás.


Lark,

Quem precisa desesperadamente de um acordo é a Grécia e não a Alemanha...

É como se um jogo de futebol estivesse 5 a 0 e depois do minuto 90 a equipa perdedora dissesse: Agora é que vocês vão ver!  :D

Tsipras e o seu governo não souberam avaliar a situação e a sua incompetência está a levar o povo Grego à miséria e ao desespero tal qual Nicolas Maduro, Dilma Russef ou Cristina Kirschner...

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Cpms,

  AS

talvez não me tenha explicado bem.
Os gregos já fizeram a sua parte do acordo.
falta a parte da UE - a reestruturação da dívida; que os franceses, os americanos, o donald tusk, o junker deram como garantida. até o velhote caquético resmungou qualquer coisa nesse sentido.

sem essa parte, não há acordo.
aliás, só houve algum movimento em direcção a um acordo depois do relatório do FMI a declarar a dívida insustentável.
O que forçou a UE a ceder num ponto onde até hoje nunca cedeu: a reestruturação da dívida (no contexto deste último acordo, claro).

L

PS: de qualquer forma ainda estou céptico em relação a haver acordo no domingo. não sei se os alemães não vão dar o dito por não dito e chutar a reestruturação toda para o FMI. Não me parece que este aceite. Principalmente depois de ter declarado alto e bom som que a dívida era insustentável e teria que haver uma reestruturação.
Estaria implícto que todos os credores participassem nessa reestruturação.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8032 em: 2015-07-10 20:23:23 »
No curto prazo não beneficia embora devesse.

Não beneficia como?
todos os países destinatários do crédito da UE e do FMI, beneficiarão das mesma condições: prazo, juros e principal.
porque não haviam de beneficiar?

L
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8033 em: 2015-07-10 20:29:51 »
No curto prazo não beneficia embora devesse.

Não beneficia como?
todos os países destinatários do crédito da UE e do FMI, beneficiarão das mesma condições: prazo, juros e principal.
porque não haviam de beneficiar?

L

Não, há condições diferentes para todos. Como já te disseram, a Grécia já tem as melhores DE LONGE, pelo que mesmo tendo muito mais dívida, paga menos por ela do que Portugal ou a Itália. Tem mais dívida em % do PIB e paga menos, em termos absolutos, em % do PIB ... são condições já extraordinariamente favoráveis.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8034 em: 2015-07-10 20:32:02 »

falta aqui uma coisa importantíssima: finalmente a Alemanha foi forçada a reconhecer a necessidade da reestruturação da dívida, coisa que não tinha admitido até agora.
e para haver acordo vai ter que se comprometer publicamente com essa reestruturação  e de forma a que não possa voltar atrás.


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É como se um jogo de futebol estivesse 5 a 0 e depois do minuto 90 a equipa perdedora dissesse: Agora é que vocês vão ver!  :D

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  AS

talvez não me tenha explicado bem.
Os gregos já fizeram a sua parte do acordo.
falta a parte da UE - a reestruturação da dívida; que os franceses, os americanos, o donald tusk, o junker deram como garantida. até o velhote caquético resmungou qualquer coisa nesse sentido.

sem essa parte, não há acordo.
aliás, só houve algum movimento em direcção a um acordo depois do relatório do FMI a declarar a dívida insustentável.
O que forçou a UE a ceder num ponto onde até hoje nunca cedeu: a reestruturação da dívida (no contexto deste último acordo, claro).

L

PS: de qualquer forma ainda estou céptico em relação a haver acordo no domingo. não sei se os alemães não vão dar o dito por não dito e chutar a reestruturação toda para o FMI. Não me parece que este aceite. Principalmente depois de ter declarado alto e bom som que a dívida era insustentável e teria que haver uma reestruturação.
Estaria implícto que todos os credores participassem nessa reestruturação.

Não há dito por não dito -- a posição alemã é que NÃO vai existir haircut. E o FMI nunca disse que existiria haircut da SUA parte.

A única coisa que sobra é mesmo o renegociar dos termos sem mexer no capital (haircut).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8035 em: 2015-07-10 20:46:41 »

falta aqui uma coisa importantíssima: finalmente a Alemanha foi forçada a reconhecer a necessidade da reestruturação da dívida, coisa que não tinha admitido até agora.
e para haver acordo vai ter que se comprometer publicamente com essa reestruturação  e de forma a que não possa voltar atrás.


Lark,

Quem precisa desesperadamente de um acordo é a Grécia e não a Alemanha...

É como se um jogo de futebol estivesse 5 a 0 e depois do minuto 90 a equipa perdedora dissesse: Agora é que vocês vão ver!  :D

Tsipras e o seu governo não souberam avaliar a situação e a sua incompetência está a levar o povo Grego à miséria e ao desespero tal qual Nicolas Maduro, Dilma Russef ou Cristina Kirschner...

Se houver acordo fico surpreendido e venho aqui retratar-me!

Cpms,

  AS

talvez não me tenha explicado bem.
Os gregos já fizeram a sua parte do acordo.
falta a parte da UE - a reestruturação da dívida; que os franceses, os americanos, o donald tusk, o junker deram como garantida. até o velhote caquético resmungou qualquer coisa nesse sentido.

sem essa parte, não há acordo.
aliás, só houve algum movimento em direcção a um acordo depois do relatório do FMI a declarar a dívida insustentável.
O que forçou a UE a ceder num ponto onde até hoje nunca cedeu: a reestruturação da dívida (no contexto deste último acordo, claro).

L

PS: de qualquer forma ainda estou céptico em relação a haver acordo no domingo. não sei se os alemães não vão dar o dito por não dito e chutar a reestruturação toda para o FMI. Não me parece que este aceite. Principalmente depois de ter declarado alto e bom som que a dívida era insustentável e teria que haver uma reestruturação.
Estaria implícto que todos os credores participassem nessa reestruturação.

Não há dito por não dito -- a posição alemã é que NÃO vai existir haircut. E o FMI nunca disse que existiria haircut da SUA parte.

A única coisa que sobra é mesmo o renegociar dos termos sem mexer no capital (haircut).

então possivelmente não vai haver acordo.
a ideia era a UE comprometer-se com o haircut (e o resto) com o cumprimento do acordo. portanto haver um comprometimento de haircut num futuro próximo dependente do cumprimento das promessas dos gregos.
neste acordo terá que haver renegociação de prazos, taxa e períodos de carência. Já.
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8036 em: 2015-07-10 20:48:20 »
Não, o Syriza não pediu sequer haircut ou renegociação de dívida como condição.

Vai haver acordo a menos que a UE o rejeite por ter perdido a confiança. Pode existir "renegociação de prazos, taxa e períodos de carência", isso pode, já há afirmações nesse sentido. O que não haverá será haircut.
« Última modificação: 2015-07-10 20:49:12 por Incognitus »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8037 em: 2015-07-10 20:52:23 »
Não, o Syriza não pediu sequer haircut ou renegociação de dívida como condição.

Vai haver acordo a menos que a UE o rejeite por ter perdido a confiança. Pode existir "renegociação de prazos, taxa e períodos de carência", isso pode, já há afirmações nesse sentido. O que não haverá será haircut.

estranho que vá haver renegociação sem a própria grécia o exigir.
vem da bondade pura da UE?
acreditas mesmo nisso?

sem reestruturação agora (prazos e taxas) não há acordo.
sem comprometimento de haircut no futuro, dependente do cumprimento dos compromissos gregos, não há acordo.

L
« Última modificação: 2015-07-10 20:52:39 por Lark »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8038 em: 2015-07-10 20:54:22 »
Vejo demasiados obstáculos para haver acordo:
 1. Negociar com 18 países e não com 1;
 2. Falta de oxigénio (dinheiro) na Grécia;
 3. Grécia em incumprimento perante o FMI (o FMI não só não está disponível para renegociar como já não está disponível para emprestar ou participar num 3º resgate!)
 4. Quem fala em acordo são Eurocratas que não têm de responder perante populações (Junker, Tusk e afins);
 5. Alemanha sem entusiasmo;
 6. França e Itália a dizer que sim?? Cá para mim já perceberam o desfecho final e querem ficar de bem com os Gregos...
 7. Tsipras e Syriza completamente desacreditado perante os pares;
 8. Falta de empatia dos Europeus pela Grécia e com o arrastar da situação pelo projecto Europeu
 9. A Grecia já teve duas restruturações (um Haircut e uma de alteração de taxa e maturidades)

Cpms,

  AS

A minha assinatura até Domingo: Se houver acordo fico surpreendido e venho aqui retratar-me!

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #8039 em: 2015-07-10 20:55:26 »
Não, o Syriza não pediu sequer haircut ou renegociação de dívida como condição.

Vai haver acordo a menos que a UE o rejeite por ter perdido a confiança. Pode existir "renegociação de prazos, taxa e períodos de carência", isso pode, já há afirmações nesse sentido. O que não haverá será haircut.

estranho que vá haver renegociação sem a própria grécia o exigir.
vem da bondade pura da UE?
acreditas mesmo nisso?

sem reestruturação agora (prazos e taxas) não há acordo.
sem comprometimento de haircut no futuro, dependente do cumprimento dos compromissos gregos, não há acordo.

L

O haircut está simplesmente fora das regras da UE. Um empréstimo seguido de um haircut = uma transferência.
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