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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1845118 vezes)

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7720 em: 2015-07-08 16:30:52 »
porque consegue manter os bancos a funcionar com ELA e arrastar isto mais uns meses.
as reformas com que há-de concordar só têm efeito a meses de vista e quando o pessoal vir que nada aconteceu já eles mamaram mais umas tranches e mais uns bis de ELA.

itg00022289

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7721 em: 2015-07-08 16:41:27 »
O impacto nos mais desfavorecidos da loucura que foi a governação grega ao longo dos anos.

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O país que está à beira do abismo já não funciona há muito tempo

MARIA JOÃO GUIMARÃES (em Atenas) 08/07/2015 - 07:17
O problema não é de agora, é de há cinco anos. Não faltam só remédios nas farmácias — faltam medicamentos e coisas básicas nos hospitais. Há quem seja operado e saia da cirurgia com fita-cola porque não há compressas.

 
“A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar" ARIS MESSINIS/AFP
 20

 
 Grécia pede apoio imediato e entrega propostas até quinta-feira
 O BCE tem o poder de “desligar a ficha”, mas irá fazê-lo?
 É nos países pobres que na rua se pede mais firmeza com a Grécia
 Comentário: A mais difícil decisão da chanceler
Antes de haver filas no multibanco havia filas para comida. Antes de haver falta de medicamentos nas farmácias havia falta de medicamentos nos hospitais. Havia doentes a sair com fita adesiva de operações porque não havia pensos. Havia organismos públicos sem telefone porque a conta não tinha sido paga.

Eugenie Moustis, farmacêutica na zona de Petralona, acabou de receber alguns medicamentos para o dia. Não são muitos, mas antes também já não eram, explica. Irrita-se com os relatos de que há falta de alguns remédios nas farmácias. “Para já, para já, não temos muitos problemas. Podemos vir a ter, até ainda esta semana, mas para já não temos. Os problemas estão sobretudo nos hospitais – aí é que não há medicamentos nem outras coisas”, diz. “Os nossos maiores problemas não são dos últimos dias”, sublinha. “Os nossos problemas são dos memorandos.”

Konstantina, jovem estudante de literatura inglesa de 22 anos, confirma: “O meu tio foi operado no ano passado e era preciso levar uma série de coisas, porque não havia. Não havia compressas nem pensos. Não sabíamos dos pensos, por isso ele saiu de lá com fita adesiva, daquela maior, a colar a cicatriz”, conta, no restaurante do centro de Atenas em que trabalha em part-time enquanto acaba o curso.

A universidade em que estuda, conta, tem outro problema: não há limpeza. As empregadas foram despedidas, por isso nada é limpo. “Eu vivo longe, demoro a chegar. Não tenho maneira de evitar ir à casa de banho”, diz.

Isso repete-se de organismo público em organismo público. No centro de saúde infantil de Kaisariani falta demasiadas vezes o básico. Por exemplo: não houve telefone durante três semanas. “A pediatra telefonava às famílias do seu telemóvel”, conta Electra Batha, antropóloga social do centro. “A conta não era paga desde 2011, por isso cortaram. Depois de três meses, lá voltámos a ter.”

Não são só os telefones que não funcionam. “Como uma das imposições do memorando era que por cada dez reformados da função pública pode entrar um, tínhamos 70 pessoas a trabalhar e agora temos 40. E como há muito mais problemas, precisávamos era de ser mais.”

"Temos de ajudar"
Com a crise a continuar, os casos “estão cada vez mais complicados”, diz a assistente social Katerina Zolota. Ela faz o que pode, mas sente-se “sem ajuda”. Há um caso em especial que está a deixá-la com os nervos em franja. “Temos quatro irmãos cujos pais não conseguem tratar deles. Estamos a tentar encontrar um sítio para eles, mas está tudo cheio. Só se os separássemos – um ia para Salónica, outro para outro sítio…” Uma separação que a assistente social do centro preferia evitar.

“A Katerina anda a fazer tudo por eles”, conta Electra. “Já limpou a casa toda, já foi cozinhar para eles…”  Katerina encolhe os ombros. “Não consigo fazer mais nada. Às vezes penso: Ok, dêem-me um tiro!”, diz. “Mas depois temos de ajudar, ou deixá-los morrer. Como não podemos deixá-los morrer, temos de ajudar”, diz.

Tanto Electra como Katerina sublinham que “o problema não é de ontem, é de todos estes anos.” Bancos fechados, ao pé disto, não é o mais importante. “Tanta gente que não pode levantar nem cinco euros. E estamos nisto há cinco anos”, sublinha Electra.

Noutra zona da cidade, em Keramikos, há uma fila para comida ao lado de um grafitti que podia aparecer em qualquer roteiro de Street Art. Há muitos idosos com roupas já gastas, há mães com filhos adolescentes, há imigrantes, há uma grande mistura – peles escuras, olhos claros, lenço na cabeça, crucifixo ao peito.

E há um misto de tristeza, pontuada por erupções de indignação e pequenas escaramuças por causa do lugar na fila, mas também alguma alegria, enquanto são dados os 2700 snacks do dia.

Nesta última semana em que os bancos estiveram fechados e os transportes foram gratuitos, houve um aumento de 25% das pessoas a aparecer neste centro, chamado “food from the heart” para levar comida, diz a fundação Stelios, que gere o centro. O projecto é de Stelios Haji-Ioannou,o fundador da Easy Jet.

Jerry, 42 anos, é das poucas pessoas que aceita falar, e em inglês, graças aos anos que passou em Toronto. Voltou para a Grécia em 2002, e está a pensar ir de novo. “Trabalho na construção, canalização, mas não tenho nada aqui – há quatro anos que não tenho trabalho”, diz. “Por sorte tenho um amigo que me deixa viver na casa dele. Mas não é vida. Tenho de recomeçar a minha vida e acho que não vai ser aqui.”

Pelo que vai vendo nas notícias, talvez seja mesmo esta a altura para tomar uma decisão: “A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar. Francamente, tanto me faz. Não vejo uma solução para mim, aconteça o que aconteçer.”

Quase ao dobrar a esquina, está a Igreja de São Jorge, que serve todos os dias refeições quentes a 350 pessoas em vários turnos, diz-nos o responsável.

O México "está melhor"
A refeição já acabou, mas encontramos a sair Julia Abrego, 52 anos, que arrasta a filha e um carro de compras antes de ir ao mercado. Cabelo arranjado, unhas pintadas, não parece a típica pessoa que precisa de comer aqui. Mexicana, veio viver para a Grécia “há já muuuitos anos”, depois de casar com um grego. “Quero ir-me embora o mais depressa possível. Esta terra é muito bonita mas é para os gregos”, diz. Julia suspeita que o seu filho mais velho foi morto por extremistas do Aurora Dourada, o partido xenófobo que tem vários membros acusados por vários crimes. “Dizem que foi um acidente mas eu não acredito. Nunca me deram o relatório da autópsia.”

Não é só por isso que quer ir para o México. “O meu marido morreu em 2009. Recebia uma pensão dele, de 1200 euros. Agora recebo 600. Tenho três filhos para sustentar. Percebe agora porque é que o Tsipras não podia cortar nas pensões?”, pergunta, referindo-se ao primeiro-ministro grego. “Já chega!”

Se tiver de escolher entre euro ou dracma, ela prefere a moeda europeia. “Desde que não cortem as pensões!”, sublinha. Mas ela acha que a Grécia está perdida, qualquer que seja a moeda. “No México também há corrupção, também há problemas, mas a minha família diz-me que está melhor do que aqui”, comenta. “O problema é que não consigo juntar dinheiro para a viagem”, lamenta.

Numa das várias clínicas sociais e comunitárias de Atenas, Stavros veio buscar os medicamentos para a sua mãe, que tem diabetes e tensão alta. Já veio no sábado, e não havia. A farmácia depende de doações, e assim nunca se sabe o que há. Mas quando chega a sua vez, ele consegue as quatro caixas de medicamentos. “Se não tivesse, ia ser complicado. A minha mãe não tem reforma, e eu sou electricista, mas só de vez em quando tenho trabalho”. Como muitos gregos, Stavros, de 54 anos, voltou a viver na casa que era dos pais, agora com a mãe, de 82. “Não temos a certeza de nada do que vai ser o dia seguinte”, conclui.

Se é euro ou dracma? “Ainda é cedo para dracma. Agora não é a altura, e as pessoas ainda não estão preparadas. Mas se o que nos pedirem for muito mais, vai chegar a uma altura em que poderá ser o dracma”, considera.

Stella, 48 anos, com uma filha de dez e nenhuma esperança, está à espera que abra um centro de distribuição de comida. É o retrato do mais fundo da crise: está sentada ao colo do namorado, ambos em cima de um cartão no chão, marcas de dependência de droga, uma nódoa negra escondida por um cabelo mal pintado.

A fila para a comida é o retrato do que Stella chama o gueto de Omonia: muitos corpos magros de heroína e muitos imigrantes que parecem não ter quase nada. pergunta. “Fumas? Era para pedir um cigarro. Era fixe se fumasses. Não é muito saudável apanhar do chão.”

Levanta-se na expectativa de que já seja a hora da distribuição, e comenta. “Isto está péssimo. Não há trabalho, quando há trabalho não pagam, a educação para a minha filha é muito má…” Mas Stella, uma grega-americana com sotaque a condizer, não está completamente alheada. “Era bom um acordo, mas não acredito. Acho que isto só vai piorar. Como no Mad Max, viste esse filme?”

http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-pais-que-esta-a-beira-do-abismo-ja-nao-funciona-ha-muito-tempo-1701328?page=-1

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7722 em: 2015-07-08 16:42:02 »
* ECB SAID TO LEAVE CAP ON GREEK EMERGENCY BANK AID UNCHANGED
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7723 em: 2015-07-08 16:43:42 »
O impacto nos mais desfavorecidos da loucura que foi a governação grega ao longo dos anos.

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O país que está à beira do abismo já não funciona há muito tempo

MARIA JOÃO GUIMARÃES (em Atenas) 08/07/2015 - 07:17
O problema não é de agora, é de há cinco anos. Não faltam só remédios nas farmácias — faltam medicamentos e coisas básicas nos hospitais. Há quem seja operado e saia da cirurgia com fita-cola porque não há compressas.

 
“A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar" ARIS MESSINIS/AFP
 20

 
 Grécia pede apoio imediato e entrega propostas até quinta-feira
 O BCE tem o poder de “desligar a ficha”, mas irá fazê-lo?
 É nos países pobres que na rua se pede mais firmeza com a Grécia
 Comentário: A mais difícil decisão da chanceler
Antes de haver filas no multibanco havia filas para comida. Antes de haver falta de medicamentos nas farmácias havia falta de medicamentos nos hospitais. Havia doentes a sair com fita adesiva de operações porque não havia pensos. Havia organismos públicos sem telefone porque a conta não tinha sido paga.

Eugenie Moustis, farmacêutica na zona de Petralona, acabou de receber alguns medicamentos para o dia. Não são muitos, mas antes também já não eram, explica. Irrita-se com os relatos de que há falta de alguns remédios nas farmácias. “Para já, para já, não temos muitos problemas. Podemos vir a ter, até ainda esta semana, mas para já não temos. Os problemas estão sobretudo nos hospitais – aí é que não há medicamentos nem outras coisas”, diz. “Os nossos maiores problemas não são dos últimos dias”, sublinha. “Os nossos problemas são dos memorandos.”

Konstantina, jovem estudante de literatura inglesa de 22 anos, confirma: “O meu tio foi operado no ano passado e era preciso levar uma série de coisas, porque não havia. Não havia compressas nem pensos. Não sabíamos dos pensos, por isso ele saiu de lá com fita adesiva, daquela maior, a colar a cicatriz”, conta, no restaurante do centro de Atenas em que trabalha em part-time enquanto acaba o curso.

A universidade em que estuda, conta, tem outro problema: não há limpeza. As empregadas foram despedidas, por isso nada é limpo. “Eu vivo longe, demoro a chegar. Não tenho maneira de evitar ir à casa de banho”, diz.

Isso repete-se de organismo público em organismo público. No centro de saúde infantil de Kaisariani falta demasiadas vezes o básico. Por exemplo: não houve telefone durante três semanas. “A pediatra telefonava às famílias do seu telemóvel”, conta Electra Batha, antropóloga social do centro. “A conta não era paga desde 2011, por isso cortaram. Depois de três meses, lá voltámos a ter.”

Não são só os telefones que não funcionam. “Como uma das imposições do memorando era que por cada dez reformados da função pública pode entrar um, tínhamos 70 pessoas a trabalhar e agora temos 40. E como há muito mais problemas, precisávamos era de ser mais.”

"Temos de ajudar"
Com a crise a continuar, os casos “estão cada vez mais complicados”, diz a assistente social Katerina Zolota. Ela faz o que pode, mas sente-se “sem ajuda”. Há um caso em especial que está a deixá-la com os nervos em franja. “Temos quatro irmãos cujos pais não conseguem tratar deles. Estamos a tentar encontrar um sítio para eles, mas está tudo cheio. Só se os separássemos – um ia para Salónica, outro para outro sítio…” Uma separação que a assistente social do centro preferia evitar.

“A Katerina anda a fazer tudo por eles”, conta Electra. “Já limpou a casa toda, já foi cozinhar para eles…”  Katerina encolhe os ombros. “Não consigo fazer mais nada. Às vezes penso: Ok, dêem-me um tiro!”, diz. “Mas depois temos de ajudar, ou deixá-los morrer. Como não podemos deixá-los morrer, temos de ajudar”, diz.

Tanto Electra como Katerina sublinham que “o problema não é de ontem, é de todos estes anos.” Bancos fechados, ao pé disto, não é o mais importante. “Tanta gente que não pode levantar nem cinco euros. E estamos nisto há cinco anos”, sublinha Electra.

Noutra zona da cidade, em Keramikos, há uma fila para comida ao lado de um grafitti que podia aparecer em qualquer roteiro de Street Art. Há muitos idosos com roupas já gastas, há mães com filhos adolescentes, há imigrantes, há uma grande mistura – peles escuras, olhos claros, lenço na cabeça, crucifixo ao peito.

E há um misto de tristeza, pontuada por erupções de indignação e pequenas escaramuças por causa do lugar na fila, mas também alguma alegria, enquanto são dados os 2700 snacks do dia.

Nesta última semana em que os bancos estiveram fechados e os transportes foram gratuitos, houve um aumento de 25% das pessoas a aparecer neste centro, chamado “food from the heart” para levar comida, diz a fundação Stelios, que gere o centro. O projecto é de Stelios Haji-Ioannou,o fundador da Easy Jet.

Jerry, 42 anos, é das poucas pessoas que aceita falar, e em inglês, graças aos anos que passou em Toronto. Voltou para a Grécia em 2002, e está a pensar ir de novo. “Trabalho na construção, canalização, mas não tenho nada aqui – há quatro anos que não tenho trabalho”, diz. “Por sorte tenho um amigo que me deixa viver na casa dele. Mas não é vida. Tenho de recomeçar a minha vida e acho que não vai ser aqui.”

Pelo que vai vendo nas notícias, talvez seja mesmo esta a altura para tomar uma decisão: “A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar. Francamente, tanto me faz. Não vejo uma solução para mim, aconteça o que aconteçer.”

Quase ao dobrar a esquina, está a Igreja de São Jorge, que serve todos os dias refeições quentes a 350 pessoas em vários turnos, diz-nos o responsável.

O México "está melhor"
A refeição já acabou, mas encontramos a sair Julia Abrego, 52 anos, que arrasta a filha e um carro de compras antes de ir ao mercado. Cabelo arranjado, unhas pintadas, não parece a típica pessoa que precisa de comer aqui. Mexicana, veio viver para a Grécia “há já muuuitos anos”, depois de casar com um grego. “Quero ir-me embora o mais depressa possível. Esta terra é muito bonita mas é para os gregos”, diz. Julia suspeita que o seu filho mais velho foi morto por extremistas do Aurora Dourada, o partido xenófobo que tem vários membros acusados por vários crimes. “Dizem que foi um acidente mas eu não acredito. Nunca me deram o relatório da autópsia.”

Não é só por isso que quer ir para o México. “O meu marido morreu em 2009. Recebia uma pensão dele, de 1200 euros. Agora recebo 600. Tenho três filhos para sustentar. Percebe agora porque é que o Tsipras não podia cortar nas pensões?”, pergunta, referindo-se ao primeiro-ministro grego. “Já chega!”

Se tiver de escolher entre euro ou dracma, ela prefere a moeda europeia. “Desde que não cortem as pensões!”, sublinha. Mas ela acha que a Grécia está perdida, qualquer que seja a moeda. “No México também há corrupção, também há problemas, mas a minha família diz-me que está melhor do que aqui”, comenta. “O problema é que não consigo juntar dinheiro para a viagem”, lamenta.

Numa das várias clínicas sociais e comunitárias de Atenas, Stavros veio buscar os medicamentos para a sua mãe, que tem diabetes e tensão alta. Já veio no sábado, e não havia. A farmácia depende de doações, e assim nunca se sabe o que há. Mas quando chega a sua vez, ele consegue as quatro caixas de medicamentos. “Se não tivesse, ia ser complicado. A minha mãe não tem reforma, e eu sou electricista, mas só de vez em quando tenho trabalho”. Como muitos gregos, Stavros, de 54 anos, voltou a viver na casa que era dos pais, agora com a mãe, de 82. “Não temos a certeza de nada do que vai ser o dia seguinte”, conclui.

Se é euro ou dracma? “Ainda é cedo para dracma. Agora não é a altura, e as pessoas ainda não estão preparadas. Mas se o que nos pedirem for muito mais, vai chegar a uma altura em que poderá ser o dracma”, considera.

Stella, 48 anos, com uma filha de dez e nenhuma esperança, está à espera que abra um centro de distribuição de comida. É o retrato do mais fundo da crise: está sentada ao colo do namorado, ambos em cima de um cartão no chão, marcas de dependência de droga, uma nódoa negra escondida por um cabelo mal pintado.

A fila para a comida é o retrato do que Stella chama o gueto de Omonia: muitos corpos magros de heroína e muitos imigrantes que parecem não ter quase nada. pergunta. “Fumas? Era para pedir um cigarro. Era fixe se fumasses. Não é muito saudável apanhar do chão.”

Levanta-se na expectativa de que já seja a hora da distribuição, e comenta. “Isto está péssimo. Não há trabalho, quando há trabalho não pagam, a educação para a minha filha é muito má…” Mas Stella, uma grega-americana com sotaque a condizer, não está completamente alheada. “Era bom um acordo, mas não acredito. Acho que isto só vai piorar. Como no Mad Max, viste esse filme?”

http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-pais-que-esta-a-beira-do-abismo-ja-nao-funciona-ha-muito-tempo-1701328?page=-1



Uma coisa que esse texto também parece mostrar, é que na Grécia os gastos estão AINDA mais concentrados em salários e pensões do que em Portugal. Com o Estado a gastar quase 60% do PIB e tendo um PIB superior ao de Portugal, não se compreendem essas situações. A menos, claro, que os salários e pensões estejam a sugar tudo.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7724 em: 2015-07-08 16:47:22 »
O impacto nos mais desfavorecidos da loucura que foi a governação grega ao longo dos anos.

Citar
O país que está à beira do abismo já não funciona há muito tempo

MARIA JOÃO GUIMARÃES (em Atenas) 08/07/2015 - 07:17
O problema não é de agora, é de há cinco anos. Não faltam só remédios nas farmácias — faltam medicamentos e coisas básicas nos hospitais. Há quem seja operado e saia da cirurgia com fita-cola porque não há compressas.

 
“A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar" ARIS MESSINIS/AFP
 20

 
 Grécia pede apoio imediato e entrega propostas até quinta-feira
 O BCE tem o poder de “desligar a ficha”, mas irá fazê-lo?
 É nos países pobres que na rua se pede mais firmeza com a Grécia
 Comentário: A mais difícil decisão da chanceler
Antes de haver filas no multibanco havia filas para comida. Antes de haver falta de medicamentos nas farmácias havia falta de medicamentos nos hospitais. Havia doentes a sair com fita adesiva de operações porque não havia pensos. Havia organismos públicos sem telefone porque a conta não tinha sido paga.

Eugenie Moustis, farmacêutica na zona de Petralona, acabou de receber alguns medicamentos para o dia. Não são muitos, mas antes também já não eram, explica. Irrita-se com os relatos de que há falta de alguns remédios nas farmácias. “Para já, para já, não temos muitos problemas. Podemos vir a ter, até ainda esta semana, mas para já não temos. Os problemas estão sobretudo nos hospitais – aí é que não há medicamentos nem outras coisas”, diz. “Os nossos maiores problemas não são dos últimos dias”, sublinha. “Os nossos problemas são dos memorandos.”

Konstantina, jovem estudante de literatura inglesa de 22 anos, confirma: “O meu tio foi operado no ano passado e era preciso levar uma série de coisas, porque não havia. Não havia compressas nem pensos. Não sabíamos dos pensos, por isso ele saiu de lá com fita adesiva, daquela maior, a colar a cicatriz”, conta, no restaurante do centro de Atenas em que trabalha em part-time enquanto acaba o curso.

A universidade em que estuda, conta, tem outro problema: não há limpeza. As empregadas foram despedidas, por isso nada é limpo. “Eu vivo longe, demoro a chegar. Não tenho maneira de evitar ir à casa de banho”, diz.

Isso repete-se de organismo público em organismo público. No centro de saúde infantil de Kaisariani falta demasiadas vezes o básico. Por exemplo: não houve telefone durante três semanas. “A pediatra telefonava às famílias do seu telemóvel”, conta Electra Batha, antropóloga social do centro. “A conta não era paga desde 2011, por isso cortaram. Depois de três meses, lá voltámos a ter.”

Não são só os telefones que não funcionam. “Como uma das imposições do memorando era que por cada dez reformados da função pública pode entrar um, tínhamos 70 pessoas a trabalhar e agora temos 40. E como há muito mais problemas, precisávamos era de ser mais.”

"Temos de ajudar"
Com a crise a continuar, os casos “estão cada vez mais complicados”, diz a assistente social Katerina Zolota. Ela faz o que pode, mas sente-se “sem ajuda”. Há um caso em especial que está a deixá-la com os nervos em franja. “Temos quatro irmãos cujos pais não conseguem tratar deles. Estamos a tentar encontrar um sítio para eles, mas está tudo cheio. Só se os separássemos – um ia para Salónica, outro para outro sítio…” Uma separação que a assistente social do centro preferia evitar.

“A Katerina anda a fazer tudo por eles”, conta Electra. “Já limpou a casa toda, já foi cozinhar para eles…”  Katerina encolhe os ombros. “Não consigo fazer mais nada. Às vezes penso: Ok, dêem-me um tiro!”, diz. “Mas depois temos de ajudar, ou deixá-los morrer. Como não podemos deixá-los morrer, temos de ajudar”, diz.

Tanto Electra como Katerina sublinham que “o problema não é de ontem, é de todos estes anos.” Bancos fechados, ao pé disto, não é o mais importante. “Tanta gente que não pode levantar nem cinco euros. E estamos nisto há cinco anos”, sublinha Electra.

Noutra zona da cidade, em Keramikos, há uma fila para comida ao lado de um grafitti que podia aparecer em qualquer roteiro de Street Art. Há muitos idosos com roupas já gastas, há mães com filhos adolescentes, há imigrantes, há uma grande mistura – peles escuras, olhos claros, lenço na cabeça, crucifixo ao peito.

E há um misto de tristeza, pontuada por erupções de indignação e pequenas escaramuças por causa do lugar na fila, mas também alguma alegria, enquanto são dados os 2700 snacks do dia.

Nesta última semana em que os bancos estiveram fechados e os transportes foram gratuitos, houve um aumento de 25% das pessoas a aparecer neste centro, chamado “food from the heart” para levar comida, diz a fundação Stelios, que gere o centro. O projecto é de Stelios Haji-Ioannou,o fundador da Easy Jet.

Jerry, 42 anos, é das poucas pessoas que aceita falar, e em inglês, graças aos anos que passou em Toronto. Voltou para a Grécia em 2002, e está a pensar ir de novo. “Trabalho na construção, canalização, mas não tenho nada aqui – há quatro anos que não tenho trabalho”, diz. “Por sorte tenho um amigo que me deixa viver na casa dele. Mas não é vida. Tenho de recomeçar a minha vida e acho que não vai ser aqui.”

Pelo que vai vendo nas notícias, talvez seja mesmo esta a altura para tomar uma decisão: “A crise vai durar. Euro ou não euro, vai durar. Francamente, tanto me faz. Não vejo uma solução para mim, aconteça o que aconteçer.”

Quase ao dobrar a esquina, está a Igreja de São Jorge, que serve todos os dias refeições quentes a 350 pessoas em vários turnos, diz-nos o responsável.

O México "está melhor"
A refeição já acabou, mas encontramos a sair Julia Abrego, 52 anos, que arrasta a filha e um carro de compras antes de ir ao mercado. Cabelo arranjado, unhas pintadas, não parece a típica pessoa que precisa de comer aqui. Mexicana, veio viver para a Grécia “há já muuuitos anos”, depois de casar com um grego. “Quero ir-me embora o mais depressa possível. Esta terra é muito bonita mas é para os gregos”, diz. Julia suspeita que o seu filho mais velho foi morto por extremistas do Aurora Dourada, o partido xenófobo que tem vários membros acusados por vários crimes. “Dizem que foi um acidente mas eu não acredito. Nunca me deram o relatório da autópsia.”

Não é só por isso que quer ir para o México. “O meu marido morreu em 2009. Recebia uma pensão dele, de 1200 euros. Agora recebo 600. Tenho três filhos para sustentar. Percebe agora porque é que o Tsipras não podia cortar nas pensões?”, pergunta, referindo-se ao primeiro-ministro grego. “Já chega!”

Se tiver de escolher entre euro ou dracma, ela prefere a moeda europeia. “Desde que não cortem as pensões!”, sublinha. Mas ela acha que a Grécia está perdida, qualquer que seja a moeda. “No México também há corrupção, também há problemas, mas a minha família diz-me que está melhor do que aqui”, comenta. “O problema é que não consigo juntar dinheiro para a viagem”, lamenta.

Numa das várias clínicas sociais e comunitárias de Atenas, Stavros veio buscar os medicamentos para a sua mãe, que tem diabetes e tensão alta. Já veio no sábado, e não havia. A farmácia depende de doações, e assim nunca se sabe o que há. Mas quando chega a sua vez, ele consegue as quatro caixas de medicamentos. “Se não tivesse, ia ser complicado. A minha mãe não tem reforma, e eu sou electricista, mas só de vez em quando tenho trabalho”. Como muitos gregos, Stavros, de 54 anos, voltou a viver na casa que era dos pais, agora com a mãe, de 82. “Não temos a certeza de nada do que vai ser o dia seguinte”, conclui.

Se é euro ou dracma? “Ainda é cedo para dracma. Agora não é a altura, e as pessoas ainda não estão preparadas. Mas se o que nos pedirem for muito mais, vai chegar a uma altura em que poderá ser o dracma”, considera.

Stella, 48 anos, com uma filha de dez e nenhuma esperança, está à espera que abra um centro de distribuição de comida. É o retrato do mais fundo da crise: está sentada ao colo do namorado, ambos em cima de um cartão no chão, marcas de dependência de droga, uma nódoa negra escondida por um cabelo mal pintado.

A fila para a comida é o retrato do que Stella chama o gueto de Omonia: muitos corpos magros de heroína e muitos imigrantes que parecem não ter quase nada. pergunta. “Fumas? Era para pedir um cigarro. Era fixe se fumasses. Não é muito saudável apanhar do chão.”

Levanta-se na expectativa de que já seja a hora da distribuição, e comenta. “Isto está péssimo. Não há trabalho, quando há trabalho não pagam, a educação para a minha filha é muito má…” Mas Stella, uma grega-americana com sotaque a condizer, não está completamente alheada. “Era bom um acordo, mas não acredito. Acho que isto só vai piorar. Como no Mad Max, viste esse filme?”

http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-pais-que-esta-a-beira-do-abismo-ja-nao-funciona-ha-muito-tempo-1701328?page=-1



Uma coisa que esse texto também parece mostrar, é que na Grécia os gastos estão AINDA mais concentrados em salários e pensões do que em Portugal. Com o Estado a gastar quase 60% do PIB e tendo um PIB superior ao de Portugal, não se compreendem essas situações. A menos, claro, que os salários e pensões estejam a sugar tudo.

sao as sanguesusas
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7725 em: 2015-07-08 17:02:52 »
Uma coisa que esse texto também parece mostrar, é que na Grécia os gastos estão AINDA mais concentrados em salários e pensões do que em Portugal. Com o Estado a gastar quase 60% do PIB e tendo um PIB superior ao de Portugal, não se compreendem essas situações. A menos, claro, que os salários e pensões estejam a sugar tudo.
Também pode haver bastante ineficiência a nível de processos, custos de materiais e medicamentos, laxismo do pessoal, pessoal a mais para as tarefas, etc.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7726 em: 2015-07-08 17:20:58 »
já se esperava, claro
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Bancos não abrem esta semana

Os bancos gregos vão permanecer encerrados até sexta-feira, mantendo-se o limite de levantamento diário de 60 euros, refere a agência de informação financeira Bloomberg, citando um porta-voz do Ministério das Finanças da Grécia.

De acordo com um decreto sobre o controlo de capitais publicado a 29 de junho, em Atenas, os bancos da Grécia iriam permanecer encerrados até segunda-feira, no dia seguinte ao referendo, estando o levantamento de dinheiro limitado a 60 euros diários.

No entanto, nesse dia, Atenas decidiu manter os bancos encerrados até hoje.

O documento, assinado pelo Presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, e pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, refere “a extremamente urgente necessidade de proteger o sistema financeiro e a economia grega devido à falta de liquidez provocada pela decisão tomada pelo Eurogrupo”.
http://observador.pt/2015/07/08/ainda-e-possivel-evitar-grexit-estamos-a-lutar-diz-moscovici/

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7727 em: 2015-07-08 17:23:19 »
nunca aos cortes nas pensões
acordo em 48h
bancos vão abrir quinta

é só promessas pela sanita abaixo.

itg00022289

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7728 em: 2015-07-08 17:25:16 »
O Orçamento de estado deve ser um funil para alguns (além dos muitos funcionários públicos e pensionistas)

Uma das coisas que o discurso do ex primeiro ministro belga referiu foi o Syriza fazer exactamente como os anteceçores, dos 13 novos directores para a educação 12 são filiados do Syriza

Aquilo não parece ter salvação a não ser que sejam um protectorado governado por uns tecnocratas da UE (que nunca percebi porque são tão enxovalhados)
« Última modificação: 2015-07-08 17:27:37 por itg00022289 »

itg00022289

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7729 em: 2015-07-08 17:26:28 »

Counter Retail Trader

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7730 em: 2015-07-08 17:28:37 »
Bem ao menos que façam um orçamento de estado de raiz e nao fraudulento baseado em contas malfeitas do passado...

Castelbranco

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7731 em: 2015-07-08 17:32:46 »
atenção a saída não está posta de parte, acho até a melhor maneira de resolver o assunto de uma vez por todas, e a seguir entravamos nós logo para a fila que é para despachar esta porra mais depressa

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7732 em: 2015-07-08 17:57:33 »
O problema da Grécia, neste momento, também é um de credibilidade:

12:56:21 PM RTRS - ECB'S RIMSEVICS SAYS GREECE WILL HAVE DIFFICULTY GAINING CREDIBILITY WITH ANY NEW PROPOSAL

Especialmente se pensarmos que querem sempre não pagar, que os outros é que são os maus apesar da Grécia ter o serviço de dívida mais baixo dos últimos 29 anos, etc.
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Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7733 em: 2015-07-08 18:14:20 »
* EURO AREA SAID TO CONSIDER GUARANTEE PLAN FOR ECB AID TO GREECE

* EURO AREA, ECB SAID TO DISCUSS GUARANTEE AS HUMANITARIAN ACTION

Bem, resta saber em que consistiria.
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Deus Menor

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7734 em: 2015-07-08 18:16:51 »
* EURO AREA SAID TO CONSIDER GUARANTEE PLAN FOR ECB AID TO GREECE

* EURO AREA, ECB SAID TO DISCUSS GUARANTEE AS HUMANITARIAN ACTION

Bem, resta saber em que consistiria.

Com sacos de arroz com a bandeira da UE, como os states fazem em África.

hermes

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7735 em: 2015-07-08 18:22:57 »
Encontrei este texto interessante acerca de impostos sobre propriedade:
Citar
If you’re a homeowner, you probably don’t like paying property taxes. But economists like property taxes for the same reason taxpayers hate them: They’re hard to avoid.

A 2008 study by researchers at the Organization for Economic Cooperation and Development looked at a number of countries and found that taxes on real property caused the least drag on gross domestic product per dollar of revenue raised. Next came sales taxes, personal income taxes and corporate income taxes. In other words, property taxes were the best way to collect revenue without hurting the economy too much.

As the economist Greg Mankiw wrote in this space three years ago, “A good rule of thumb is that when you tax something, you get less of it.” That idea helps explain why property taxes do relatively little economic damage.
Economic View
A column that explores life through an economic lens with leading economists and writers.


The main way taxes harm the economy is by causing people to change their behavior. Raising the income tax can cause people to work less; a higher sales tax can make people spend less. But the only way to avoid a property tax increase is to sell your property, and even then, you have to find a buyer who’s willing to take on the tax burden you’re giving up.

Real property is an excellent tax base because it can’t be moved and it lasts a long time. In the case of land, it usually lasts forever. We, as economic actors, cannot respond to a higher tax on land by reducing the amount of land that exists. We may change what buildings to construct and where, but once a building exists, it’s not likely to move in response to tax changes.

In rare cases, property taxes can get so high that they encourage people to abandon their property (see Detroit). But in general, property taxes simply lead to an efficient transfer of wealth from property owners to the government. That’s not necessarily lovely for property owners, but we need to finance government somehow, and it’s best for the economy that the manner be an efficient one.

So from an economist’s perspective, it’s a bit of a problem that Americans have fought so strongly against property taxes for the last 40 years. Since the 1970s, most states have significantly restricted how high local property taxes can go. The main effect has been not to restrict the growth of government but to push government to rely on less economically efficient taxes.

Property taxes declined to 24 percent in 2007 from 31 percent of local government revenues in 1977. Even as property taxes were restricted, local government grew as a share of the economy, driven by a combination of higher sales and income taxes and greater aid from state governments.

Increased reliance on these taxes has brought problems, and not just because they cause people to change how much they work or where they spend:

•Sales tax, which falls disproportionately on the poor, is what economists call regressive. Property tax is often perceived as regressive, but because wealthy people own much more property than poor people do, it is more progressive than sales tax, though not as progressive as income tax.

•Sales tax receipts are suppressed by several trends. Online sales have cut into the sales tax base, and the economy has shifted over time away from goods toward services, which most states don’t subject to sales tax. States have responded to this base erosion by raising sales tax rates over time, increasing the extent to which the sales tax damages the economy.
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Recent Comments
Frank Walker 1 hour ago

In other western countries federal taxes go to education, healthcare and infrastructure. Overseas friends can't believe that our federal...
Richardthe Engineer 7 hours ago

Whatever form taxes take without taxes recirculating wealth to the consumer capitalism will die.
T.M. Zinnen 7 hours ago

Ah, the cartoon. It shows the government only as a taker, not as a maker--of roads & schools, of wells and sewers, of health and safety, of...

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•The shift toward sales and income tax has led to an erosion of local control. Sales and income taxes are often levied across a large geographic area (lest people simply shop across municipal borders to get a better sales tax rate). The shift away from property tax has meant that local governments have had to depend on state governments to collect taxes and send them aid. This structure is fairer to poor cities and towns with weak property tax bases, but it also leaves local officials responsible for providing services without control over the revenue sources to fund them.

•Sales and income taxes are volatile. It’s their biggest problem. State and local income tax receipts fell 12 percent from 2007 to 2009, igniting budget crises around the country. In past recessions, sales tax held up much better than income tax, but not this time: Sales tax receipts fell nearly as much, 9 percent, over the same period.

The federal government deals with revenue volatility by borrowing money. But states and cities are supposed to balance their budget every year. Governments were caught off guard as the recession hit. Half of states missed their revenue projections by more than 10 percent in 2009, forcing large midyear budget cuts.

Property tax was the only major state and local government tax that held up well in the Great Recession. In most states, property tax collections are devised to grow in a stable, steady manner, with the tax rate falling when property values spike and rising when they fall.

Indeed, property tax has grown as a share of total state and local government receipts since 2007. In 2012 it was 27 percent, up from 24 percent in 2007, not because governments have re-evaluated their choice to de-emphasize property tax, but because sales and income taxes have been so extraordinarily weak in the recession and its aftermath that property tax has grown by comparison.

That growth serves as a reminder of the virtue of property tax: In good times or bad, it provides a stable, efficient source of revenue.

Aqui tb afeta a atividade económica de duas maneiras:

1) As pessoas para fugirem aos impostos não constroem segundas habitações.
2) As pessoas para fugirem aos impostos vendem as segundas habitações.

Com consequência na coleta de impostos:

3) Diminuição da coleta de impostos da construção civil e setores a montante.
4) Diminuição da coleta de impostos associada ao valor patrimonial das casas decorrente da menor procura e maior oferta.

As consequências 3) e 4) são é mais lentas e pode-se sempre subir mais os impostos sobre a habitação para compensar a perda de receitas de 3) e 4).

"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7736 em: 2015-07-08 18:24:24 »
1:22:47 PM RTRS - ECB'S RIMSEVICS SAYS LET'S WAIT ANOTHER WEEK BEFORE DISCUSSING GREECE LEAVING THE EURO ZONE

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7737 em: 2015-07-08 19:11:25 »
* MERKEL SAYS GREECE'S POSITION SHOWS PROBLEMS OF EXCESSIVE DEBT
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Automek

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Mystery

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7739 em: 2015-07-08 20:40:27 »
Guy Verhofstadt plenary speech on Greece with Alexis Tsipras 8-7-2015

https://www.youtube.com/watch?v=P84tN0z4jqM&feature=youtu.be&t=1m17s

A fool with a tool is still a fool.