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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839845 vezes)

Moppie85

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7680 em: 2015-07-08 09:38:57 »
isso inclui o ELA? parece-me que pode nao ser o caso

posso estar enganado, mas tinha ideia que a ELA contribuia para a formação do TARGET2 ...

mas o ELA ja eh o dobro do que esta ali alocado no target2

mas os dados são de 31 de Março...

nesse caso pode ser a data dos dados que faz a diferenca

Chegaram aquele valor assim:

19,9 bn € + 41,5 bn € = 65, 4 bn €

65.4 bn € * 2,5% = 1,65 bn €

1,65 bn € + 1,1 bn € = 2,7 bn €

parece-me... o que está errado, uma vez que o valor da quota de Portugal desceu para 1,75% ...


EDIT: afinal os 2,5% estão certos...

o capital é dividido assim: https://en.wikipedia.org/wiki/European_Central_Bank

Assim 1,75% corresponde à quota que seria Portuguesa se todos os países da UE estivessem na Zona Euro...

acontece que apenas 70% do total está... pelo que 1,75 / 0,70 = 2,5% ...


Assim os calculos estão correctos...

e o valor é capaz de ultrapassar os 4 mM€ de exposição

se virmos de em Maio de 2015 o target2 da grécia era -100 bn€ e deve ter alargado, só no final de Maio já seriam 2,5 bn€ de exposição via target 2 mais a exposição do SMP...
« Última modificação: 2015-07-08 10:05:56 por Moppie85 »

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7681 em: 2015-07-08 10:04:11 »
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As Greeks hope for the best outcome to the crisis shaking their nation, small businesses are preparing for the worst.

Maria Iliadou, who owns a franchise for the Goody’s Burger House chain in Thessaloniki, said suppliers who used to get paid via electronic banking are asking for cash for July. With capital controls into their second week and banks shut, she said she will have to close by the end of this month if she can’t access her account.

“I, and the other people like me who have a business to run, or have job positions in the private sector, are dubious about the conclusion of an agreement and are anxious about the time being lost every single day,” said Iliadou, 37.
Tough Situation for Greek Small Businesses: Makryniotis

There are few signs of progress. Prime Minister Alexis Tsipras was given a Sunday deadline by European leaders to work out economic reform proposals that would let Greece stay in the euro. In last weekend’s referendum, 61 percent of the electorate supported his call to say “no” to austerity. Capital controls, bank closures and a daily ATM withdrawal limit of 60 euros ($66) are now scheduled to last until at least Thursday.

Greece’s biggest companies tend to have accounts abroad that aren’t affected by withdrawal limits. It’s the smaller businesses, the backbone of commerce, that are living day-to-day as the government’s confrontation with the euro region heightens.
Painful Impasse

Greece has one of Europe’s highest proportions of small enterprises and people working for themselves.

The ratio of self-employed to the labor force is about 35 percent, according to a report by the Washington-based Center for Economic and Policy Research. Among services companies, over 60 percent employ fewer than 10 people, Organization for Economic Cooperation and Development figures show.
The Struggle to Run Greece's Zombie Businesses

Many are soon to be in “irreversible deadlock,” according to Haris Makryniotis, managing director of Endeavor Greece, part of a New York-based nonprofit organization that backs entrepreneurs in the country.

“Things have gone out of control since capital controls and cross-border transaction limitations were imposed,” he said. “This situation will very soon be irreversible. We expect shortages of goods in the next couple of weeks and dramatic shortages of basic foods within one or two months.”
Critical Time

In the affluent Athens district of Kolonaki, Areti Georgilis said her bookstore, with a gallery and coffee shop, is on the brink of collapse: Sales are down 90 percent in 10 days. She had to dismiss two of her employees last week.

“This week I have to make the critical decision of whether to stay open or think of another city in Europe,” she said in front of shelves stocking titles by French philosophers and Russian novelists. “Until now I was a healthy business. Now foreign wholesalers have decreased my discount and credit.”

Efstathiou, a pharmacist in Athens who didn’t want to give her first name, said her immediate concern is supplies.

“There are many medicines we don’t have enough of,” she said, pointing to a piece of paper with about 30 drugs listed. “But I’m not worried. I think we will be OK.”
Capital Controls: a Hard Pill to Swallow

That optimism is shared by Tsipras’s supporters, according to Iliadou in Thessaloniki.

She voted “yes” to creditor proposals for more austerity in the Sunday referendum to ensure Greece stayed in the euro and banks reopened. Most of her employees, who are under 30, voted “no ” with the majority.

“People who voted ‘no’ are completely relaxed and not expecting any consequences,” said Iliadou. “The devoted followers of Tsipras absolutely honor him and believe this will end in a few days.”

Breve estão a acreditar que o tsipras fala com passarinhos.  ;D

Vinha aqui ver os detalhes do acordo que o pinóquio tsipriano prometeu em 48h, mas já vi que nenhum de vocês teve a cortesia de aqui colocar os termos para eu poder dar uma vista de olhos.  :D
Isso ou foi mais uma mentira rumo à venezualização da grecia.

vbm

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7682 em: 2015-07-08 10:21:41 »

(1) Tens de perceber que quem paga as contas é que manda. E quem paga as contas sabe ir ao leme muito melhor [ ]

(2) Ignorante é quem vai à falência, e nem contas sabe fazer. Porque é mesmo muito burro. Por isso mais vale obedecer a quem sabe. [ ]

(3) Quem é inteligente e capaz, sabe gerir, e é por isso que manda. Porque já demonstrou.  [ ]

(4) Já gerir um país de forma rigorosa com as contas em dia, é só para quem sabe. E quem sabe...manda.


Gosto de teses enunciadas. Ainda por cima válidas em si. No entanto, pensar, pode porventura não ser estar 'sete dias' à frente, mas implica limitar umas ideias com ideias contrarias e sopesar resultados!

Assim, a tese (1) nem sempre se aplica em todas as circunstâncias. Lê o livro "Com a Arma de Bogart" de Renato Solnado, e perceberás. Ou, volta a ver o Casablanca de Bogart e Ingrid Bergman. Ou imagina o falecido Champalimaud protegido numa evasão por um coronel, comandante militar de uma região de um país em convulsão, a quem passa a dever ter salvo a vida, mesmo que o dito coronel progrida depois para uma modesta pensão de militar na reserva.

(2) Há mais ignorantes, além desses. E mesmo os que, dos que não são ignorantes do que censuras aos que o são, podem ser  muito ignorantes, até na área onde supõem não ser!

(3) Nem sempre manda. Em 'democracia', 'pecado' é ser contra a 'igualdade'. O mérito é contrariado porque faz sombra ao demérito, particularmente ao alcandorado ao poder.

(4) Concordo. Embora nem tudo se reduza a contas. Mas considero que um bom ministro das finanças, até deve falar baixinho. De forma a que, quem o ouça, exclame, com a mão na orelha:- «O que é que ele disse? O que é que ele disse?» - E depois, desobedecido: demitir-se; proclamar ao país, de boca cheia, porquê se demite. Nunca por nunca, consentir em ser desobedecido. Não deve permitir ser demitido. Deve demitir-se por si próprio, pela sua ciência.

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7683 em: 2015-07-08 10:25:19 »
Quando a Grécia sair do euro meto-me a caminho para passar lá uma semana. Nessa altura o preço do champanhe já deve ter caido uns 50%. Uma pechincha.  :D
Mykonos. Um oásis de luxo no meio da crise grega

vbm

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7684 em: 2015-07-08 10:27:50 »
É preferível falar «com passarinhos»
do que com credores que ainda
não perceberam que têm de
receber de si próprios,
logo que empregarem
quem trabalhe para viver
e deixar uma bucha para eles!

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7685 em: 2015-07-08 10:40:47 »
Gosto de teses enunciadas. Ainda por cima válidas em si. No entanto, pensar, pode porventura não ser estar 'sete dias' à frente, mas implica limitar umas ideias com ideias contrarias e sopesar resultados!

Assim, a tese (1) nem sempre se aplica em todas as circunstâncias. Lê o livro "Com a Arma de Bogart" de Renato Solnado, e perceberás. Ou, volta a ver o Casablanca de Bogart e Ingrid Bergman. Ou imagina o falecido Champalimaud protegido numa evasão por um coronel, comandante militar de uma região de um país em convulsão, a quem passa a dever ter salvo a vida, mesmo que o dito coronel progrida depois para uma modesta pensão de militar na reserva.

(2) Há mais ignorantes, além desses. E mesmo os que, dos que não são ignorantes do que censuras aos que o são, podem ser  muito ignorantes, até na área onde supõem não ser!

(3) Nem sempre manda. Em 'democracia', 'pecado' é ser contra a 'igualdade'. O mérito é contrariado porque faz sombra ao demérito, particularmente ao alcandorado ao poder.

(4) Concordo. Embora nem tudo se reduza a contas. Mas considero que um bom ministro das finanças, até deve falar baixinho. De forma a que, quem o ouça, exclame, com a mão na orelha:- «O que é que ele disse? O que é que ele disse?» - E depois, desobedecido: demitir-se; proclamar ao país, de boca cheia, porquê se demite. Nunca por nunca, consentir em ser desobedecido. Não deve permitir ser demitido. Deve demitir-se por si próprio, pela sua ciência.

Caro vbm,

1) É óbvio que as coisas não são tão lineares como eu coloquei. O que escrevi foi na resposta a um individuo neste fórum, que acha que os seus escritos + os escritos do ídolo têm algum tipo  de superioridade. Chama líderes como a Merkel que vai ao leme da Alemanha há 10 anos de ignorante. 10 anos a gerir um país como a Alemanha com contas rigorosas, e através de duras crises não é para quem quer. É para quem pode. É para quem sabe.
Depois há aqueles que se acham superiores por escreverem num blog, fórum ou twitter. Há pessoas com atrasos mentais que são capazes de escrever no twitter. Não há pessoas ignorantes capazes de gerir um país como Alemanha durante 10 anos e perante duras crises. É preciso ser bom.
Já falir o país sistematicamente não é 'ser bom'...é ser ignorante e incompetente. Imprimir moeda para fugir às responsabilidades não é 'ser bom', é ser execrável, demagogo e incompetente.

2) Não se ajuda pobres e os mais fracos com palavras, escritos ou ideias revolucionárias. Ajudamos os mais pobres com contas rigorosas e a bater certo durante décadas a fio. Assim os mais fracos sabem exactamente com o que contam - mesmo que seja pouco - e não ficam ao saber do vento como na grecia.

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7686 em: 2015-07-08 10:41:41 »
É preferível falar «com passarinhos»
do que com credores que ainda
não perceberam que têm de
receber de si próprios,
logo que empregarem
quem trabalhe para viver
e deixar uma bucha para eles!

O problema não é dos credores, é dos gregos.

pedferre

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7687 em: 2015-07-08 10:58:12 »
O tripas teve um discurso inteligente e menos polemico no parlamento europeu para consumo europeu, vamos a ver qual vai ser a proposta grega. :)

Um acordo com a Europa deve conter políticas que combatam a corrupção e a evasão fiscal, uma melhor redistribuição dos esforços de ajustamento a favor da classe média, um programa de investimentos que promova o emprego e o empreendedorismo, e uma discussão séria sobre como reestruturar a dívida pública grega. Estas são as linhas centrais da proposta de acordo que será enviada aos parceiros europeus nos próximos dias, e que foram apresentadas nesta manhã de quarta-feira, 8 de Julho, por Alexis Tsipras no Parlamento Europeu. "Devemos olhar a realidade na cara e encontrar soluções para os verdadeiros problemas", defendeu o primeiro-ministro grego.
 
"Assumo a responsabilidade do que tem acontecido nos últimos cinco meses. Mas temos de reconhecer que o impasse" surge devido às escolhas que foram feitas no passado, afirmou justificando, a sua posição negocial.
 
"Vamos continuar as reformas, mas não esqueçamos que nos últimos cinco anos os gregos fizeram muitos esforços". Admitindo que o esforço não foi só na Grécia disse "respeitar os sacrifícios de outros países. Contudo, em nenhum outro país os programas foram tão duros e longos como na Grécia", argumentou, atirando: "Não é exagero dizer que nos últimos cinco anos o país for transformado num laboratório de austeridade" e que "esta experiência, temos de admitir, não teve sucesso".
 
"Hoje a maioria do povo grego sente que não tem outra opção" do que exigir uma alteração de políticas e "deste caminho que não conduz a lado nenhum", pois "há limite [ao que a população] pode aguentar".
 
A culpa não é dos "malvados dos estrangeiros"
O primeiro-ministro continuou acrescentando que o problema com os programas de ajustamento que vêm sendo implementados desde 2010 não se esgotam nos seus efeitos recessivos. Pecaram também por não reformarem o Estado, não combaterem a corrupção e o clientelismo, e por fazerem uma partilha injusta dos esforços.
 
"Devíamos ter feito reformas, mas estas não melhoraram" a cobrança de impostos, corrupção, ou o funcionamento e eficiência do Estado, porque os anteriores Governos "não quiseram atacar os interesses instalados", atirou.
 
"De acordo com um estudo do Credit Suisse, 10% dos gregos têm 56% na riqueza total e estes 10% não suportam a sua parte da pressão [de ajustamento]. Isto é uma grande injustiça e os programas não tornaram as coisas melhores, tornaram-nas piores", devido a opções deliberadas dos governos anteriores, afirmou, garantindo não estar entre os políticos que explicam os problemas gregos com "os malvados" dos estrangeiros. A culpa reside em casa, diz.
 
"Os governos anteriores criaram uma clientela de Estado, mais corrupção e ligações mais forte à elite económica", partilhou na sua conta de Twitter minutos depois de falar no Parlamento Europeu.
 
Perante os deputados, defendeu ainda que se o programa de ajustamento não foi implementado nos últimos cinco meses a responsabilidade é sua, mas afirmou que os problemas com a implementação do programa de ajustamento vinham já desde Agosto de 2014, com o governo anterior, e que isso tem uma explicação: faltou o apoio popular. "Um programa não basta ser correcto, tem de ser aceite" pela população.
 
Tsipras quer investimento e reestruturação
Perante os representantes dos eleitores europeus, o primeiro-ministro afirmou que foi esse apoio que o seu governo ganhou em Janeiro e reforçou com o referendo do passado domingo: "Pedimos aos gregos directamente para ser parte integrante das negociações. (…) Temos de ouvir o que estão a dizer", o voto "foi corajoso dos gregos. Não foi para quebrar negociações", afirmou, deixando um aviso: "É uma mensagem clara de que a Europa tem ser democrática ou terá imensas dificuldades em sobreviver".
 
O líder grego expôs depois aos deputados a sua alternativa. "As propostas que fazemos aos nossos parceiros são as que envolvem reformas credíveis com um nível aceitável de partilha de esforço sem efeitos recessivos", afirmou, definindo as linhas gerais das propostas que serão conhecidas dentro de dias como respeitando a necessidade de "assegurar o financiamento de médio prazo do nosso país" e de promover  "uma agenda de crescimento".
 
Propomos "um compromisso para discutir seriamente uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública", "um programa de investimento forte, principalmente para combater o desemprego e encorajar o empreendedorismo" sintetizou na sua conta de twitter.
 
"Vimos com um mandato forte o povo grego e não queremos chocar com a Europa, mas sim atacar de frente" o que os anteriores governos não atacaram.

Zakk

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7688 em: 2015-07-08 10:59:24 »
Eu tou tranquilo, a grecia pode demorar o tempo que quiser, desde que o BCE não abra a ELA.

Pobre tsipras, vai ter que admitir que o problema é grego e não europeu. "Entrada de valentão, saida de ..."

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7689 em: 2015-07-08 11:10:33 »
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oje tinha um ótimo tema para a minha crónica: a assessora de Ada Colau, presidente de câmara de Barcelona, que se fez fotografar a urinar no meio de uma avenida de Múrcia. A senhora – proveniente da inevitável extrema-esquerda que tem assolado as costas mediterrânicas nos últimos anos – é uma ‘ativista pós-porno’ (se o caro leitor não souber o que é, é melhor googlar porque também não faço ideia). Pretendia eu ilustrar como a nossa queriducha extrema-esquerda pós-isto-e-aquilo é afinal tão tradicionalista. Porque, como comentava no Facebook um blogger conhecido da nossa praça, a sua avó fazia o mesmo (urinar na rua) no tempo em que pastava cabras.

Mas como a extrema-esquerda tem para comigo cuidados intermináveis e nunca cessa de me dar temas para crónicas, pude cingir-me ao material pátrio.

(Extrema-esquerda, é conveniente definir, presentemente engloba boa parte do PS. Nos últimos dias tivemos o porta-voz do PS e conselheiro dileto de António Costa, Porfírio Silva, alinhando-se com a extrema-esquerda holandesa na crítica ao social-democrata Dijsselbloem. E Tiago Barbosa Ribeiro, líder da concelhia do Porto do PS, mimou ainda mais o presidente do Eurogrupo: chamou-lhe ‘direitista’ – eu tive de confirmar se estava a ler sobre as purgas maoistas ou o twitter português. E a seguir postou um comentário de Zizek – filósofo marxista com palavras brandas para o uso de violência – sobre a novela grega.)

Bom, mas a extrema-esquerda (ver definição acima) tornou-se irremediavelmente tradicionalista (como a incontinente de Múrcia). Por estes dias não fez mais do que apelar a que praticássemos a caridade com a Grécia. É certo que lhe chamaram solidariedade – a palavra marxista utilizada para substituir caridade cristã – mas não há dúvida de que era à caridade que apelavam. A saber: perdoar a dívida que a Grécia tem para com os contribuintes portugueses (4,8 mil milhões de euros, ou mais de quatro anos de sobretaxa de IRS) e doar-lhes ainda mais uns milhões. E sim, doar é a palavra, porque o Syriza facilmente encontraria forma de dizer que a nova dívida também era insustentável e impagável e que os credores – os contribuintes portugueses – são uns terroristas se insistirem no pagamento. Caridade pura e dura, como se vê.

E esta pregação da esquerda, em alguns casos ambicionando ser um sermão de Vieira em versão pechisbeque, surpreendeu-me, reconheço. Porque até aqui reservavam os maiores insultos para as pessoas que praticavam a caridade (mesmo que discretamente, como deve ser).

O manual era o seguinte. Pessoa que dedica o seu tempo a uma instituição de caridade, que faz voluntariado numa qualquer organização que ajude os mais necessitados, que tem a desfaçatez de dar parte do seu dinheiro aos carenciados – péssimo cidadão, indivíduo que odeia os pobres, explorador das classes oprimidas, que pena a guilhotina já estar em desuso. Político que não dá um cêntimo nem a um arrumador (e quando dá gorjetas simpáticas no restaurante é show off), que cobra impostos desalmadamente (e arrasa a classe média e atira os mais pobres para o desemprego) com o argumento de que pretende justiça social e aumento das prestações sociais, que aproveita os impostos cobrados para criar organismos burocráticos que se enchem de boys partidários ganhando salários chorudos, que fornece só os despojos dos boys às tais das prestações sociais – pessoa boa e de coração puro, quase santo de altar.

Como vêm, a incitação à caridade para com a Grécia implica uma grande mudança nas crenças da esquerda. O problema é que, apesar de se clamar muito com a crise humanitária da Grécia, há crises humanitárias bem piores pelo mundo. Há muitos países bem mais pobres do que a Grécia a competir pelas doações europeias. Porque não deveremos acorrer aos que precisam ainda mais do que os gregos?

E para pobres como os gregos, temo-nos a nós. Não se entende porque diaboliza a extrema-esquerda (ver definição acima) quem faz caridade em Portugal, para a seguir pregar que se faça caridade à Grécia – que depois do ajustamento tem PIB per capita semelhante ao português – e insulta todos os que se recusam a tal caridade (mas, se calhar, teimam em praticar por cá).

Lá estou eu a ser picuinhas. A esquerda está acima de necessitar de coisas redundantes como lógica e coerência.

Mas há algo com muita piada neste súbito apego da extrema-esquerda pela caridade. É que esta necessidade de caridade à Grécia só existe enquanto a Grécia está na zona euro e sob pressão dos outros países. Quando a Grécia estiver bem mais pobre pela ação do Syriza (que neste cinco meses já mostrou a extensão do seu toque de Midas ao contrário, exterminando a incipiente recuperação económica e destruindo 600 postos de trabalho por dia), dentro de um ano ou dois, já não necessitará de caridade europeia coisíssima nenhuma. Aí será um oásis de prosperidade socialista.


http://observador.pt/opiniao/a-defesa-da-caridade-pelos-extremistas-mais-insuspeitos/

Elder

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7690 em: 2015-07-08 11:13:07 »
Não estou a ver investidores fora da grécia a tomarem isto nesta altura. Devem ter sido os bancos gregos a tomarem firme com o dinheiro da ELA...

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Grécia recorre ao mercado para angariar 1,6 mil milhões

08/07/2015

A Grécia realizou um leilão de bilhetes do Tesouro (BT) esta quarta-feira, 8 de Julho, tendo colocado um total de 1,625 mil milhões de euros. Em causa estiveram títulos com maturidade em Janeiro de 2016, com o país a pagar uma taxa de juro de 2,97%.
 
A operação com dívida de curto prazo, realizada pela Agência de Gestão da Dívida Pública grega, foi dividida em duas partes. Na fase competitiva – que funciona como um leilão -, o país conseguiu colocar 1,25 mil milhões de euros. Já a fase não competitiva garantiu os restantes 400 milhões. O rácio da procura face à oferta foi de 1,3 vezes. Ou seja, a procura dos investidores por estes títulos ascendeu a cerca de 2,1 mil milhões de euros.
 
A última vez que o Tesouro helénico colocou dívida com esta maturidade foi a 12 de Junho. Nessa operação, a Grécia conseguiu angariar um total de dois mil milhões de euros, tendo aceitado pagar uma taxa de juro de 2,97%.
 
Comparando com o último leilão de BT a seis meses de Portugal, as condições obtidas pela Grécia foram muito inferiores. Isto porque, a 20 de Maio, o IGCP colocou 300 milhões de euros a uma taxa de juro média de -0,002%. No mesmo dia, realizou ainda um leilão de títulos a 12 meses, colocando 1,2 mil milhões a 0,021%.
 
Contudo, numa altura em que o Governo grego enfrenta graves problemas de liquidez, esta medida dá um pequeno alívio às finanças públicas. O objectivo será garantir o funcionamento do Estado, até que haja acordo entre o Governo e os credores oficiais.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7691 em: 2015-07-08 11:18:15 »
Há gregos que vêem as coisas como elas são....

http://www.elmundo.es/economia/2015/07/08/559c20d546163f1e728b459a.html

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7692 em: 2015-07-08 11:21:55 »
Não estou a ver investidores fora da grécia a tomarem isto nesta altura. Devem ter sido os bancos gregos a tomarem firme com o dinheiro da ELA...

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Grécia recorre ao mercado para angariar 1,6 mil milhões

08/07/2015

A Grécia realizou um leilão de bilhetes do Tesouro (BT) esta quarta-feira, 8 de Julho, tendo colocado um total de 1,625 mil milhões de euros. Em causa estiveram títulos com maturidade em Janeiro de 2016, com o país a pagar uma taxa de juro de 2,97%.
 
A operação com dívida de curto prazo, realizada pela Agência de Gestão da Dívida Pública grega, foi dividida em duas partes. Na fase competitiva – que funciona como um leilão -, o país conseguiu colocar 1,25 mil milhões de euros. Já a fase não competitiva garantiu os restantes 400 milhões. O rácio da procura face à oferta foi de 1,3 vezes. Ou seja, a procura dos investidores por estes títulos ascendeu a cerca de 2,1 mil milhões de euros.
 
A última vez que o Tesouro helénico colocou dívida com esta maturidade foi a 12 de Junho. Nessa operação, a Grécia conseguiu angariar um total de dois mil milhões de euros, tendo aceitado pagar uma taxa de juro de 2,97%.
 
Comparando com o último leilão de BT a seis meses de Portugal, as condições obtidas pela Grécia foram muito inferiores. Isto porque, a 20 de Maio, o IGCP colocou 300 milhões de euros a uma taxa de juro média de -0,002%. No mesmo dia, realizou ainda um leilão de títulos a 12 meses, colocando 1,2 mil milhões a 0,021%.
 
Contudo, numa altura em que o Governo grego enfrenta graves problemas de liquidez, esta medida dá um pequeno alívio às finanças públicas. O objectivo será garantir o funcionamento do Estado, até que haja acordo entre o Governo e os credores oficiais.

Que porcaria , ninguem se vai meter nisso , nao acredito...

tractatus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7693 em: 2015-07-08 11:29:11 »
Já diz o ditado, não cuspas para o ar que a mrd vai-te cair em cima...lembrem-se que se a grcia sair do euro...existe a possibilidade de colapso na europa...a seguir somos nós...não quero dizer com isto que eles estão ser corretos...

Zel

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7694 em: 2015-07-08 11:30:02 »
a grecia eh algo irrelevante, o interessante esta a acontecer na china

Deus Menor

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7695 em: 2015-07-08 11:32:45 »
Ainda bem que temos a volta à França para poder descontrair.

Cada vez mais acredito que aquele País , com o Syriza a controlar a informação,
se deixou alienar, e acredita que haverá solução sem austeridade. Os que pensam
de forma diferente são ostracizados , e abstêm-se de comentários, típico das
ditaduras de esquerda.

Pip-Boy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7696 em: 2015-07-08 12:44:41 »
Terceiro pedido de resgate a caminho:

The ultimate result of shielding men from the effects of folly, is to fill the world with fools.

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7697 em: 2015-07-08 12:47:25 »
Bullshit da treta. Vamos implementar medidas fiscais e nas pensões já a partir da próxima semana e entretanto precisamos de um empréstimo. É mesmo de quem quer mamar mais uns bis antes de sair do euro. Só cai neste conto do vigário quem quiser.

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7698 em: 2015-07-08 12:49:54 »
* GER FIN MIN SPOKESMAN WE REJECT NOT ONLY A CLASSIC DEBT HAIRCUT BUT MEASURES THAT REDUCE THE CURRENT VALUE OF DEBT SUCH AS DEBT REPROFILING

"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #7699 em: 2015-07-08 12:50:50 »
Foi isto que ele escreveu nas folhas de recados para o staff do hotel ??

 ;D

Que texto tao explicito , nao faltou nenhum pormenor...