Varoufakis demitiu-se
bom, ao justificar que ha alguns na Europa que não o querem lá, levanta-me certas dúvidas:
1) Já não o queriam lá antes do referendo. Qual a diferença entre antes e depois?
a) houve contactos gregos com pessoal do euro que foram completamente ignorados
b) houve contactos gregos e todos se recusaram a receber as chamadas do Varoufakis (afinal de contas porque haviam de receber chamadas de um tipo que os chama de terroristas?)
c) foi pedida a cabeça do Varoufakis como pressuposto para abrir qualquer tipo de negociação
2) Sendo o tão poderoso que "ia estar amanhã em Bruxelas" para negociar, o que aconteceu para sair quando a sua posição "estava reforçada pela legitimidade do povo grego"?
a) realmente quis facilitar as conversas (pouco credivel, visto "culpar" os outros pela sua demissão)
b) é cobarde (tb não me parece)
c) já levaram o "não há negociações" através de contactos telefónicos (vide respostas em 1)
Assim de repente parece-me isto.
O trabalho inicial está feito.
A grécia bateu o pé à burocracia europeia com êxito, e grande parte desse êxito deve-se à atitude combativa do varoufakis.
Os burocratas já não podem ver o homem à frente.
o holandês que precisa de um haircut dá-lhe um fanico cada vez que o vê e fica incapaz de dizer qualquer coisa durante uma hora.
o velho ranzinza alemão, desata a praguejar e a tensão sobe-lhe de tal maneira que temem pela vida dele.
o luxemburguês, desata a sacar de uma garrafinha que tem na parte de trás, no bolso das calças e a beber frenéticamente por ela até ficar a balbuciar coisas sem sentido.
como estes três estarolas não podem ser demitidos e têm que estar minimamente operacionais para se fazer alguma coisa nas reuniões, o varoufakis demitiu-se.
já não o podem usar como bode expiatório para justificar porque é que não chegam a lado nenhum nas negociações.
estou no entanto convencido que vai continuar a dirigir as operações gregas, apenas não no lugar de ministro das finanças.
tudo isto foi obra dele. 11 milhões baterem o pé a 300 milhões e pô-los em sentido é obra de mestre.
como isto tudo vai acabar em default e saída do euro, e para isso vai ser necessária nova consulta ao eleitorado, desta vez am legislativas de modo ao syriza correr com ao ANEL e o Kammenos, obter uma maioria absoluta e quem sabe mesmo uma de dois terços, o varoufakis vai descansar um bocado porque tem um trabalho muito mais difícil à frente dele: ministro das finanças do governo grego, pós euro.
Lark