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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839812 vezes)

Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6560 em: 2015-07-02 21:18:31 »
Lendo este artigo dá para ter uma ideia sobre os CDS da Grécia.

http://dealbook.nytimes.com/2012/03/09/greek-credit-default-swaps-are-activated/?_r=0


é um excelente artigo e vou transcrevê-lo.
endereça duas coisas que se debateram aqui. a questão dos CDS sobre a dívida grega e capacidade de um mediador ganhar a confiança suficiente dos particpantes do mercado, para tomar decisões efectivas que não são sujeitas a recurso noutras intâncias e não precisam de nenhum cobertura judicil específica. e é um mercado de biliões.


Debt Insurance in Greece Must Pay Out, Ruling Says


Greece’s debt restructuring will prompt payouts on credit-default swaps tied to the country’s government bonds.

The decision by the International Swaps and Derivatives Association ends months of speculation that a Greek default might not set off the swaps, a result that could have undermined their role as insurance against debt defaults.

“We saw today that the credit-default swap market worked,” said the association’s chief executive, Robert Pickel. “Market participants expected it to work.”

Still, doubts about the instruments’ effectiveness may linger. European officials initially shaped the Greek debt restructuring to avoid activating them. The concern is that future restructurings could be arranged to stop swaps from paying out.

“This is the right result, through a very circuitous path,” said John Sprow, chief risk officer at Smith Breeden Associates, a fund management firm.

While Greece’s debt exchange has been in the works for weeks, the restructuring activated the swaps only after the country made a legal move on Friday.

The Greek government chose to apply so-called collective action clauses, which it had earlier inserted into its bonds registered under Greek law. The deal maximized total debt relief for the country, but it also forced losses on bondholders — a credit event, and therefore a trigger, for the swaps.

The decision to invoke the clauses showed that European policy makers no longer feared that setting off the swaps could put stress on the financial system. Certain parts of the credit-default swap market helped destabilize the financial system during the 2008 financial crisis. Since then, banks and regulators have taken steps to strengthen the market, mostly by making sure that investors can pay out the money they owe on swaps.

Nearly $70 billion of swaps are currently outstanding on Greek debt. But after both sides settle their accounts, the amount that will need to be paid out should be no more than $3.2 billion.

The Greek default swap story has not quite ended, though. Next, an auction has to be held of the defaulted bonds to set a price at which the swaps will pay out. One question is what bonds will be used because most of the old Greek bonds will be replaced on Monday with new Greek bonds.

The swaps and derivatives association said Friday that there might still be old bonds available for the auction, and it added that the new bonds “might satisfy the requirements.” The organization has set the auction for March 19.

It is not the first time the organization has ruled that swaps tied to sovereign debt should pay out. In 2001, Argentina defaulted on its bonds, activating the swaps. Ecuador followed in 2008.

Some investors entered swaps on Greece as a way of effectively insuring themselves against losses on their Greek bonds, while others used them as a way to bet on a default happening.

Before investors doubted Greece’s solvency, the swaps offered insurance at what turned out to be an extremely cheap price. At the start of 2008, an investor buying protection on Greek debt had to pay only $22,000 annually to insure against default on $10 million of Greek bonds over five years, according to Markit, a data provider. Now, the protection would cost about $7.6 million.


Investors will most likely continue to want default swaps to protect against losses on Greece’s new bonds. These bonds, to be issued Monday, are expected to have yields of well over 15 percent, according to advance pricing. This suggests investors have strong doubts about Greece’s creditworthiness even after its restructuring. Fitch Ratings said on Friday that it would probably give Greece’s new bonds a low, junk-bond rating.

But some analysts say they believe the uncertainty related to Greek swaps could have a lasting effect on the market.

Last year, European policy makers proposed a voluntary debt exchange for Greece, an approach that would not have set off the swaps and would have left bondholders with big losses. The swaps and derivatives association defended the instruments, saying the swaps’ contracts always made it clear that a voluntary restructuring would not prompt payouts.

“It comes back to the contract,” Mr. Pickel, of the association, said Friday. “Market participants understand that.”
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6561 em: 2015-07-02 21:24:39 »
Os credores originários já se safaram. As dívidas estão essencialmente no BCE e fundos de estabilização europeus, é só fazer um DELETE. Há sempre um dilema entre o risco moral e o risco sistémico, e o segundo é dominante.
Deixou de ser dívida dos credores originais mas passou a ser dos contribuintes europeus (convém não pensar nas instituições em abstracto mas sim nas pessoas que para elas contribuíram). E visto por esse prisma ainda o perdão ainda é pior porque o desgraçado que trabalha 40 horas por semana e ganha 700 ou 800 euros, tem dinheiro seu enterrado na Grécia, via instituições.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6562 em: 2015-07-02 21:26:30 »
Os credores originários já se safaram. As dívidas estão essencialmente no BCE e fundos de estabilização europeus, é só fazer um DELETE. Há sempre um dilema entre o risco moral e o risco sistémico, e o segundo é dominante.
Deixou de ser dívida dos credores originais mas passou a ser dos contribuintes europeus (convém não pensar nas instituições em abstracto mas sim nas pessoas que para elas contribuíram). E visto por esse prisma ainda o perdão ainda é pior porque o desgraçado que trabalha 40 horas por semana e ganha 700 ou 800 euros, tem dinheiro seu enterrado na Grécia, via instituições.

e pior para quem nao teve emprestimos bancarios na grecia

tipo filandeses e estonios
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6563 em: 2015-07-02 21:30:17 »
Os credores originários já se safaram. As dívidas estão essencialmente no BCE e fundos de estabilização europeus, é só fazer um DELETE. Há sempre um dilema entre o risco moral e o risco sistémico, e o segundo é dominante.

Além disso mais tarde ou mais cedo o perdão vai acontecer sem se dizer explicitamente que houve perdão. E podíamos ter sido todos poupados a este espectáculo anedótico a que estamos a assistir na União Europeia.

PS- De qualquer modo não sei se o Pedro está a ironizar...

A Grécia não impõe qualquer risco sistémico... mas é que nenhum mesmo.

Portanto só resta o risco moral. E logo com um país que se sabe que fez uma fraude contabilística e já foi mais beneficiado que todos os outros com incumprimentos. E que tem 1/4 da população reformada, com reformas muito superiores às de outros países como Portugal.

Como é que se pode eticamente dizer que é a Grécia que tem que ser ajudada aqui? É um absurdo. Ainda teriam que cortar as pensões uns 30-40% antes de tal coisa fazer sequer sentido.

O risco sistémico já ocorreu, foi o efeito dominó. Caiu a Grécia, a Irlanda, Portugal, Espanha, e se não tivéssemos um dos melhores banqueiros centrais à frente do BCE teriam ido também a Itália e França. O perdão one-off de que falo é para todos, incluindo Portugal. Não é toda a dívida, basta que o BCE assuma o excesso de dívida acima dos 60% do PIB, e depois a cancele. Repito, isto é um evento one-off, não é para ser usado como regra. A partir daí concordo com a austeridade.

Porque é que dirias o excesso de dívida acima de 60%? Não seria mais justo cancelar 60%/GDP de dívida a todos os Estados, one-off?

Acho a ideia de favorecer só alguns incrivelmente pouco justa. Principalmente quando se favorece especificamente quem pior geriu as finanças públicas.

Julgo que o euro aguentaria um alívio de dívida para todos, sim. Parte das dívidas de todos os estados membros seriam mutualizadas e assumidas pelo BCE. Os números em concreto é para os técnicos discutir. Fez isso a Inglaterra, os EUA, faz o Japão, a UE também tem de fazer, senão definha.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6564 em: 2015-07-02 21:38:31 »
Os credores originários já se safaram. As dívidas estão essencialmente no BCE e fundos de estabilização europeus, é só fazer um DELETE. Há sempre um dilema entre o risco moral e o risco sistémico, e o segundo é dominante.

Além disso mais tarde ou mais cedo o perdão vai acontecer sem se dizer explicitamente que houve perdão. E podíamos ter sido todos poupados a este espectáculo anedótico a que estamos a assistir na União Europeia.

PS- De qualquer modo não sei se o Pedro está a ironizar...

A Grécia não impõe qualquer risco sistémico... mas é que nenhum mesmo.

Portanto só resta o risco moral. E logo com um país que se sabe que fez uma fraude contabilística e já foi mais beneficiado que todos os outros com incumprimentos. E que tem 1/4 da população reformada, com reformas muito superiores às de outros países como Portugal.

Como é que se pode eticamente dizer que é a Grécia que tem que ser ajudada aqui? É um absurdo. Ainda teriam que cortar as pensões uns 30-40% antes de tal coisa fazer sequer sentido.

O risco sistémico já ocorreu, foi o efeito dominó. Caiu a Grécia, a Irlanda, Portugal, Espanha, e se não tivéssemos um dos melhores banqueiros centrais à frente do BCE teriam ido também a Itália e França. O perdão one-off de que falo é para todos, incluindo Portugal. Não é toda a dívida, basta que o BCE assuma o excesso de dívida acima dos 60% do PIB, e depois a cancele. Repito, isto é um evento one-off, não é para ser usado como regra. A partir daí concordo com a austeridade.

Porque é que dirias o excesso de dívida acima de 60%? Não seria mais justo cancelar 60%/GDP de dívida a todos os Estados, one-off?

Acho a ideia de favorecer só alguns incrivelmente pouco justa. Principalmente quando se favorece especificamente quem pior geriu as finanças públicas.

Julgo que o euro aguentaria um alívio de dívida para todos, sim. Parte das dívidas de todos os estados membros seriam mutualizadas e assumidas pelo BCE. Os números em concreto é para os técnicos discutir. Fez isso a Inglaterra, os EUA, faz o Japão, a UE também tem de fazer, senão definha.

o euro tem muito mais risco

sao paises independentes fazem o que querem.   nao tem nada ver com estados americanos
« Última modificação: 2015-07-02 21:46:44 por Reg »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6565 em: 2015-07-02 21:38:40 »
Citar
500 milhões de euros. Este é o valor que resta aos bancos gregos, segundo o jornalista do Telegraph, Ambrose Evans-Pritchard. Ambrose diz que recebeu a informação de Constantine Michalos, chefe da Câmara do Comércio da Grécia, quando afirmou que “qualquer pessoa que ache que os bancos vão abrir na terça-feira é um sonhador”. “O dinheiro não vai durar uma hora”, explicou Michalos a Ambrose.
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Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6566 em: 2015-07-02 21:41:39 »
O Tsipras (via twitter) a enviar mimos aos parceiros
Citar
We will not accept Mr. Schäuble's view that the euro stands for poverty, austerity & social catastrophe.

Citar
For 5 months now, #Greece has dealt w/unprecedented blackmail to accept recessionary measures. Our people will decide freely.

E finalmente um primeiro ministro a dizer o que deve ser dito:
Citar
O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, disse esta quinta-feira num evento em Valeta, capital do país, que o destino da Grécia está agora “nas mãos do seu povo”. Ele espera que o Conselho Europeu volte a reunir-se na próxima semana após o resultado do referendo e questiona: “Se é legítimo que o primeiro-ministro da Grécia convoque um referendo, não seria também oportuno que os cidadãos da zona euro façam um referendo para decidir como credores?”

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6567 em: 2015-07-02 21:43:35 »
O Tsipras (via twitter) a enviar mimos aos parceiros
Citar
We will not accept Mr. Schäuble's view that the euro stands for poverty, austerity & social catastrophe.

Citar
For 5 months now, #Greece has dealt w/unprecedented blackmail to accept recessionary measures. Our people will decide freely.

E finalmente um primeiro ministro a dizer o que deve ser dito:
Citar
O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, disse esta quinta-feira num evento em Valeta, capital do país, que o destino da Grécia está agora “nas mãos do seu povo”. Ele espera que o Conselho Europeu volte a reunir-se na próxima semana após o resultado do referendo e questiona: “Se é legítimo que o primeiro-ministro da Grécia convoque um referendo, não seria também oportuno que os cidadãos da zona euro façam um referendo para decidir como credores?”

Malta nao é uma ilha linda mas de encostados ?

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6568 em: 2015-07-02 21:51:49 »
Excelente ideia do PM de Malta.

Zenith

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6569 em: 2015-07-02 21:52:52 »
Já tinha referido várias  essa ideia que a Europa deveria ter encarado as coisas de maneira integrada, e como todos tinha tido falhas no passado, o melhor era fazer um reset. Se se mutualiza acima de uma limiar ou se se mutualiza uma % é uma questão técnica que deveria ter sido estudada para decidir qual a melhor opção. Mas o importante era dar um sinal claro que o laxismo que tinha existido no passado ia ser enterrado, que se ia fazer um reset e que se iniciava uma nova era onde excepções ou furos ás regras não iam ser toleradas quer fossem da Alemanha, França, Portugal ou Grécia.
Isso devia ter sido feito em 2009. Não foie agora situação é outra. Grécia está agora numa situação em que toda a gente sabe que a dívida impagável. Os credores sabiam que isso ia acontecer que até prometeram que quando Grecia tivesse um pequeno superavit primario iam renegociar a dívida. Isso aconteceu no final do ano passado e resposta foi que ficaria para mais tarde. Não se percebe o que a UE quer: acha que dívida é impagavel mas não aceita renegociar nem dizer que chegamos ao fim da linha e que acabou tudo. Pelos vistos devem achar divertido ser actores de uma telenovela sem desenlace.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6570 em: 2015-07-02 21:53:13 »
Gostei deste artigo , um pouco ressabiado é certo....toques de acidez , mas desconhecia o Utah WebBank que financia startups atraves do Peer to Peer funding

http://qz.com/444188/paypal-no-longer-works-in-greece-and-why-that-matters/

PayPal no longer works in Greece—and why that matters

Adding to their list of woes, Greeks can no longer use their PayPal accounts.
Limits on how much money Greeks can take out of banks put in place by their debt-stricken government as it negotiates with lenders have effectively crippled the online payment service, which relies on traditional banks and credit cards to transfer money.
According to a PayPal spokesman:
Due to the recent decisions of the Greek authorities on capital controls, funding of PayPal wallet from Greek bank accounts, as well as cross-border transactions, funded by any cards or bank accounts are currently not available. We aim to continue serving our valued customers in Greece in full, as we have for over a decade.
The economic crisis in Greece is obviously not emblematic of the greater global financial system. But the fact that PayPal’s business has ground to a halt there underscores how much it and other financial technology companies are reliant on the traditional institutions they were created to disrupt.

The truth is, there’s an old-fashioned bank at the heart of nearly every financial startup meant to put the old guard out of business.
Take online peer-to-peer lenders Lending Club and Prosper—neither of those companies actually holds loans on their balance sheets. Instead, it’s a Salt Lake City, Utah, bank called WebBank that issues most of those loans.
Likewise, Coinbase, the hot bitcoin wallet startup that lets people buy and store bitcoin, relies on Silicon Valley Bank in Santa Clara, California, to transfer bitcoin into US dollars and other fiat currencies. (Coinbase did opportunistically offer to waive transaction fees for all people buying bitcoin with Euros this week in an attempt to convince people of what they said were the benefits “of using a global currency that is not controlled by any particular country or company.”)
So while many of these startups present much-needed competition to the traditional financial system, PayPal’s shutdown in Greece reminds us how difficult it is to disintermediate banks from the flow of money

Reg

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6571 em: 2015-07-02 21:57:39 »
Já tinha referido várias  essa ideia que a Europa deveria ter encarado as coisas de maneira integrada, e como todos tinha tido falhas no passado, o melhor era fazer um reset. Se se mutualiza acima de uma limiar ou se se mutualiza uma % é uma questão técnica que deveria ter sido estudada para decidir qual a melhor opção. Mas o importante era dar um sinal claro que o laxismo que tinha existido no passado ia ser enterrado, que se ia fazer um reset e que se iniciava uma nova era onde excepções ou furos ás regras não iam ser toleradas quer fossem da Alemanha, França, Portugal ou Grécia.
Isso devia ter sido feito em 2009. Não foie agora situação é outra. Grécia está agora numa situação em que toda a gente sabe que a dívida impagável. Os credores sabiam que isso ia acontecer que até prometeram que quando Grecia tivesse um pequeno superavit primario iam renegociar a dívida. Isso aconteceu no final do ano passado e resposta foi que ficaria para mais tarde. Não se percebe o que a UE quer: acha que dívida é impagavel mas não aceita renegociar nem dizer que chegamos ao fim da linha e que acabou tudo. Pelos vistos devem achar divertido ser actores de uma telenovela sem desenlace.

quem ve grecia so ve sistema de "laxismo"
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6572 em: 2015-07-02 22:02:03 »
Eu também acho que qualquer possível acordo com a Grécia que envolva endividamento adicional da Grécia (e portanto maior risco para os contribuintes Europeus) deveria ser colocado a referendo na Europa.

E a pergunta deveria quantificar a perda que a Grécia quer impôr, bem como o montante adicional que procura.

Seria extremanente negativo se vierem a cometer fundos adicionais a uma situação que já está a pedir cortes nos fundos anteriormente emprestados. Nenhum credor aceita isso, pelo que é de assumir que nenhum povo o aceitará, também. Assim sendo, só um referendo deveria ultrapassar essa presunção.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6573 em: 2015-07-02 22:02:39 »
Did The IMF Just Open Pandora's Box?
 
By now it should be clear to all that the only reason why Germany has been so steadfast in its negotiating stance with Greece is because it knows very well that if it concedes to a public debt reduction (as opposed to haircut on debt held mostly by private entities such as hedge funds which already happened in 2012), then the rest of the PIIGS will come pouring in: first Italy, then Spain, then Portugal, then Ireland.

The problem is that while it took Europe some 5 years to transfer a little over €200 billion in Greek private debt exposure to the public balance sheet (by way of the ECB, EFSF, ESM and countless other ad hoc acronyms) at a cost of countless summits and endless negotiations, which may or may not result with the first casualty of the common currency which may prove to be reversible as soon as next week, nobody in Europe harbors any doubt that the same exercise can be repeated with Italy, or Spain, or even Portugal. They are just too big (and their nonperforming loans are in the hundreds of billions).

And yet, today, in a stunning display of the schism within the Troika, it was the IMF itself which explicitly stated that Greece is no longer viable unless there is both additional funding provided to the country, which can only happen if there is another massive debt haircut.

This is what the IMF said:

Even with concessional financing through 2018, debt would remain very high for decades and highly vulnerable to shocks. Assuming official (concessional) financing through end–2018, the debt-to-GDP ratio is projected at about 150 percent in 2020, and close to 140 percent in 2022 (see Figure 4ii). Using the thresholds agreed in November 2012, a haircut that yields a reduction in debt of over 30 percent of GDP would be required to meet the November 2012 debt targets. With debt remaining very high, any further deterioration in growth rates or in the mediumterm primary surplus relative to the revised baseline scenario discussed here would result in significant increases in debt and gross financing needs (see robustness tests in the next section below). This points to the high vulnerability of the debt dynamics.


And the kicker:

"these new financing needs render the debt dynamics unsustainable."

Bingo, because that is, in a nutshell, precisely what Tsipras and Varoufakis have been claiming since day one. As expected, a Greek government spokesman promptly said that the IMF report is in line with the Greek government's view on debt.

What makes the IMF report even more odd, is not so much its content and position which have been largely known for quite some time now, but its timing: just three days before the Sunday referendum, Tsipras now has prima facie evidence to wave in front of the Greek people and say "see, we were right all along."

It is exactly the case that only a "No" vote at this point would allow Greece to continue a negotiation which has already seen one of the three Troika members side with the Greek position. Should Greece vote "Yes", it will make any future negotiation with the Troika impossible, and while the country will get a few months respite the resultant bank run after the bank reopen with the ECB's blessing will mean that all Greece will do is buy itself a few months time. Only this time all the debt will still be due.

And, should hey vote "Yes", this time the Greeks will only have themselves to blame for all the future pain, pain which will continue well after the mid-point of this century.

But ignoring Greece for a minute, what the IMF's "debt sustainability analysis" has just done is open the door for every single other comparably insolvent peripheral European nation to knock on Christine Lagarde's door and politely ask: "Mme Lagarde, if Greece is unsustainable, then why aren't we?"

Because as the chart below shows, the debt situations of all the other peripheral European nations is just as "unsustainable."



 

In this way, while the outcome of the Greek situation is currently unknown, it has also become moot, because at this very moment, politicians from Spain's Podemos to Italy's Five Star movement are drafting memos demanding that the IMF evaluate their own debt sustainability. Or rather unsustainability.

Perhaps more importantly, these same politicians will now dangle the prospect of an IMF admission that they, too, deserve a haircut as the catalyst to be elected into power. After all who can refuse that their life would be made so much better if only the country was permitted to selectively "default" on €50, €100, €200 billion or more in debt? Just elect this politician, or that, and watch your living standard soar...

And since the IMF has no choice but to agree that just like Greece all these nations are accordingly drowning in debt, Syriza's sacrifice (assuming Tsipras fails to outnegotiate Merkel) will not have been in vain. In fact, it may very well end up that today the IMF opened up the Pandora's box, one which, more than a Grexit, will destroy Merkel's "united Europe" legacy.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6574 em: 2015-07-02 22:05:55 »
a confirmação por parte do FMI que a dívida dos periféricos é insustentável (pdf em anexo)

quem estiver realmente interessado nesta questão, que leia. é um documento relativamente pequeno.

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« Última modificação: 2015-07-02 22:06:12 por Lark »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6575 em: 2015-07-02 22:08:10 »
Dado o que o FMI disse, é importante sujeitar qualquer aumento da exposição a este devedor (Grécia) a um referendo em todos os países que possam ser expostos a tal risco de crédito.

Os contribuintes que estão a ser chamados a colocar o fruto do seu esforço neste buraco sem fundo deveriam ser consultados. A consulta deveria informar os contribuintes:
* De quanto é que o seu país pode perder se a Grécia incumprir na sua dívida;
* E quanta dívida adicional é que a Grécia quer, mesmo sabendo-se que planeia incumprir na dívida que o seu país já lhe atribuiu.

Sem este referendo é uma espécie de travesti financiar a Grécia. Esperemos que a UE note isso e que proponha um referendo nos diversos países, para só contribuirem aqueles que realmente o querem fazer.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6576 em: 2015-07-02 22:17:12 »
Dado o que o FMI disse, é importante sujeitar qualquer aumento da exposição a este devedor (Grécia) a um referendo em todos os países que possam ser expostos a tal risco de crédito.

Os contribuintes que estão a ser chamados a colocar o fruto do seu esforço neste buraco sem fundo deveriam ser consultados. A consulta deveria informar os contribuintes:
* De quanto é que o seu país pode perder se a Grécia incumprir na sua dívida;
* E quanta dívida adicional é que a Grécia quer, mesmo sabendo-se que planeia incumprir na dívida que o seu país já lhe atribuiu.

Sem este referendo é uma espécie de travesti financiar a Grécia. Esperemos que a UE note isso e que proponha um referendo nos diversos países, para só contribuirem aqueles que realmente o querem fazer.

Concordo , o pior é que a maioria deve ser sim ...... basta ver o facebook......tens la varias amostras do sim face ao nao

Lark

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6577 em: 2015-07-02 22:18:43 »
Dado o que o FMI disse, é importante sujeitar qualquer aumento da exposição a este devedor (Grécia) a um referendo em todos os países que possam ser expostos a tal risco de crédito.

Os contribuintes que estão a ser chamados a colocar o fruto do seu esforço neste buraco sem fundo deveriam ser consultados. A consulta deveria informar os contribuintes:
* De quanto é que o seu país pode perder se a Grécia incumprir na sua dívida;
* E quanta dívida adicional é que a Grécia quer, mesmo sabendo-se que planeia incumprir na dívida que o seu país já lhe atribuiu.

Sem este referendo é uma espécie de travesti financiar a Grécia. Esperemos que a UE note isso e que proponha um referendo nos diversos países, para só contribuirem aqueles que realmente o querem fazer.

outro red herring Inc?

este é um problema de fundo.
o esquema mental, os raciocínios, as razões que nos trouxeram até aqui não nos levaram a lado nenhum.

e não podem continuar evidentemente.
tem que se pensar de maneira diferente encarando o problema de frente.

as dívidas periféricas são insustentáveis.

só há duas hipóteses: default ou sustentabilidade.

é isto que merece debate. qualquer outra coisa como o referendo europeu sobre a dívida periférica é um red herring.

e parece toda a gente muito certa que os referendos nos países na zona euro iriam reflectir um 'não ' maioritário à reestruturação da dívida.

todos os referendos anteriores mostraram opiniões do eleitorado, exactamente opostas às da burocracia europeia.
be carefull of what you wish for.

o que é importante é: as dívidas periféricas são insustentáveis.

partindo daqui, para onde vamos? e como?


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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6578 em: 2015-07-02 22:19:24 »
Dado o que o FMI disse, é importante sujeitar qualquer aumento da exposição a este devedor (Grécia) a um referendo em todos os países que possam ser expostos a tal risco de crédito.

Os contribuintes que estão a ser chamados a colocar o fruto do seu esforço neste buraco sem fundo deveriam ser consultados. A consulta deveria informar os contribuintes:
* De quanto é que o seu país pode perder se a Grécia incumprir na sua dívida;
* E quanta dívida adicional é que a Grécia quer, mesmo sabendo-se que planeia incumprir na dívida que o seu país já lhe atribuiu.

Sem este referendo é uma espécie de travesti financiar a Grécia. Esperemos que a UE note isso e que proponha um referendo nos diversos países, para só contribuirem aqueles que realmente o querem fazer.

Concordo , o pior é que a maioria deve ser sim ...... basta ver o facebook......tens la varias amostras do sim face ao nao

Duvido, as pessoas "conceptualmente" dizem sim. Mas postas perante a realidade das perdas, se possível quantificadas ao seu nível, já pensarão uma coisa totalmente diferente.

Agora o referendo é perfeitamente necessário. Esperemos que os políticos Europeus o compreendam e não cometam recursos adicionais ao buraco sem fundo sem uma consulta democrática.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6579 em: 2015-07-02 22:21:16 »
Dado o que o FMI disse, é importante sujeitar qualquer aumento da exposição a este devedor (Grécia) a um referendo em todos os países que possam ser expostos a tal risco de crédito.

Os contribuintes que estão a ser chamados a colocar o fruto do seu esforço neste buraco sem fundo deveriam ser consultados. A consulta deveria informar os contribuintes:
* De quanto é que o seu país pode perder se a Grécia incumprir na sua dívida;
* E quanta dívida adicional é que a Grécia quer, mesmo sabendo-se que planeia incumprir na dívida que o seu país já lhe atribuiu.

Sem este referendo é uma espécie de travesti financiar a Grécia. Esperemos que a UE note isso e que proponha um referendo nos diversos países, para só contribuirem aqueles que realmente o querem fazer.

Concordo , o pior é que a maioria deve ser sim ...... basta ver o facebook......tens la varias amostras do sim face ao nao

pois...
o eleitorado não é estúpido como o querem fazer.

se é evidente que a dívida é insustentável, então não vai ser paga de certeza.
portanto vão querer soluções para isto.
não vão querer mais extend and pretend.

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