Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1840077 vezes)

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5520 em: 2015-06-27 15:56:11 »
Eu sei disso, eu sei que um liberal defende essa solução.
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Mario Balotelli

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2271
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5521 em: 2015-06-27 16:10:52 »
Uma história sobre a Grécia (real).
Eu tenho um amigo grego no Luxemburgo.
Perguntei a esse meu amigo (à cerca de uma mês) se já tinha conta bancária no Luxemburgo, ao que me respondeu que não.
Perguntei-lhe do que é que estava à espera, e pelos vistos andou a marinar este tempo todo...
Nas últimas semanas viu tenso e apreensivo...ora desconcentrado, ora aéreo, bastante disperso, sempre agarrado ao telefone, e sempre à espera de notícias via net.
Ontem não aguentou mais, precisava de desabafar, ligou-me...combinamos saída para a "night" Luxemburguesa...
E então começou a desembuchar...agradeceu toda a ajuda que lhe tinha prestado para abertura de conta bancária no Luxemburgo, mas reconheceu que tinha dormido sobre o assunto, e só ontem de manhã tinha transferido fundo da Grécia para aqui...
Estava à rasca...
Explorando mais o assunto relativo ao sistema bancário grego (é a especialidade dele), contou-me como funciona o mesmo, e fiquei escandalizado, acabando a noite bastante incomodado com o que me foi contando.
Basicamente o sistema bancário no que diz respeito a mútuos não funciona, e isto porquê:
Ao contrário do que é pratica comum em países civilizados, as prestações mensais de créditos à habitação não são debitados na conta bancária, cabendo ao devedor a obrigação de liquidar a respectiva mensalidade junto da instituição de crédito onde domiciliou o mútuo.
Face ao procedimento exposto no ponto anterior, o nível de incumprimento é brutal porque as famílias pura e simplesmente não regularizam as suas prestações.
Esta prática é extensiva a outras formas de mútuo (crédito ao consumo), onde não existe débito em conta.
Perguntei-lhe então a razão pela qual as instituições de crédito não executavam os valores em dívida junto dos devedores, e ao mesmo tempo, não tomavam posse dos imóveis, ao que me respondeu, que a legislação grega beneficia as famílias que demonstrem dificuldades na regularização neste tipo de obrigações, pelo que a banca demonstra desinteresse em partir para a via litigiosa pois para além das famílias incumpridoras estarem salvaguardadas, a banca corria o risco de ficar com imóveis em sua posse sobre os quais incorrem custos mensais (condomínio e afins...), ao qual acresce o facto de que o mercado imobiliário gregas ser caracterizado pela fraca liquidez, ao qual não será alheio o facto de não haver compradores pelo facto de não conseguirem financiar imóveis (a banca deixou de financiar).

Segundo ele, só há uma instituição de crédito grega que aplica os débitos em conta...

Segundo ele, o pessoal não paga, e continuam a viver como se não houvesse amanhã...

Esplanadas, restaurantes e cafés cheios*, povo alegre e sempre em festa...

E pelo que me deu a apreciar, com clara falta de sintonia no que respeita à gravidade da situação em que o País se encontra.

A Grécia está numa situação de clara bancarrota ( já há filas nos ATM), acredito que vão já falhar o pagamento do final do mês ao FMI, e só espero que o MD não invente motivos na 2a feira para continuar a estender a ELA.

E é esta história que vos trago do mundo real grego; quem quiser acreditar que acredite, quem não quiser acreditar, que fique com a sua verdade.

*este foi aliás um dos comentários feitos ontem por uma reporter da CNBC

« Última modificação: 2015-06-27 16:12:36 por GMCV »
" A ANA é que sabe disto e o resto é conversa"
BALOTELLI

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13514
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5522 em: 2015-06-27 16:13:21 »
Eu sei disso, eu sei que um liberal defende essa solução.

actividades produtivas e lícitas estao sempre levar com arbitaridade
quando supermercados ficam vazios  o jogo acabou.
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5523 em: 2015-06-27 16:17:52 »
Suposta questão do referendo:

http://www.twitlonger.com/show/n_1smrn6g

Citar
The question:

 "The Greek people are asked with their vote whether to accept the outline of the agreement submitted by the European Commission, the ECB and the IMF on the Eurogroup of 25th June 2015 and consisting of two documents, which form the basis upon the referendum question will be asked: the first document is titled "Reforms for the completion of the Current Program and Beyond" and the second document is titled "Preliminary debt sustainability analysis".

 Whichever citizen rejects the institutions' proposal votes NO

 Whichever citizen accepts the institutions' proposal votes YES"
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5524 em: 2015-06-27 16:19:41 »
Uma história sobre a Grécia (real).
Eu tenho um amigo grego no Luxemburgo.
Perguntei a esse meu amigo (à cerca de uma mês) se já tinha conta bancária no Luxemburgo, ao que me respondeu que não.
Perguntei-lhe do que é que estava à espera, e pelos vistos andou a marinar este tempo todo...
Nas últimas semanas viu tenso e apreensivo...ora desconcentrado, ora aéreo, bastante disperso, sempre agarrado ao telefone, e sempre à espera de notícias via net.
Ontem não aguentou mais, precisava de desabafar, ligou-me...combinamos saída para a "night" Luxemburguesa...
E então começou a desembuchar...agradeceu toda a ajuda que lhe tinha prestado para abertura de conta bancária no Luxemburgo, mas reconheceu que tinha dormido sobre o assunto, e só ontem de manhã tinha transferido fundo da Grécia para aqui...
Estava à rasca...
Explorando mais o assunto relativo ao sistema bancário grego (é a especialidade dele), contou-me como funciona o mesmo, e fiquei escandalizado, acabando a noite bastante incomodado com o que me foi contando.
Basicamente o sistema bancário no que diz respeito a mútuos não funciona, e isto porquê:
Ao contrário do que é pratica comum em países civilizados, as prestações mensais de créditos à habitação não são debitados na conta bancária, cabendo ao devedor a obrigação de liquidar a respectiva mensalidade junto da instituição de crédito onde domiciliou o mútuo.
Face ao procedimento exposto no ponto anterior, o nível de incumprimento é brutal porque as famílias pura e simplesmente não regularizam as suas prestações.
Esta prática é extensiva a outras formas de mútuo (crédito ao consumo), onde não existe débito em conta.
Perguntei-lhe então a razão pela qual as instituições de crédito não executavam os valores em dívida junto dos devedores, e ao mesmo tempo, não tomavam posse dos imóveis, ao que me respondeu, que a legislação grega beneficia as famílias que demonstrem dificuldades na regularização neste tipo de obrigações, pelo que a banca demonstra desinteresse em partir para a via litigiosa pois para além das famílias incumpridoras estarem salvaguardadas, a banca corria o risco de ficar com imóveis em sua posse sobre os quais incorrem custos mensais (condomínio e afins...), ao qual acresce o facto de que o mercado imobiliário gregas ser caracterizado pela fraca liquidez, ao qual não será alheio o facto de não haver compradores pelo facto de não conseguirem financiar imóveis (a banca deixou de financiar).

Segundo ele, só há uma instituição de crédito grega que aplica os débitos em conta...

Segundo ele, o pessoal não paga, e continuam a viver como se não houvesse amanhã...

Esplanadas, restaurantes e cafés cheios*, povo alegre e sempre em festa...

E pelo que me deu a apreciar, com clara falta de sintonia no que respeita à gravidade da situação em que o País se encontra.

A Grécia está numa situação de clara bancarrota ( já há filas nos ATM), acredito que vão já falhar o pagamento do final do mês ao FMI, e só espero que o MD não invente motivos na 2a feira para continuar a estender a ELA.

E é esta história que vos trago do mundo real grego; quem quiser acreditar que acredite, quem não quiser acreditar, que fique com a sua verdade.

*este foi aliás um dos comentários feitos ontem por uma reporter da CNBC

É uma história que parece indicar que a "micro Grécia" é igual à "macro Grécia".

E que restam muitas reformas para fazer. Reformas essas que potenciariam muito o crescimento económico. Por exemplo, só fazer essa banca que descreves funcionar bem segundo regras normais dinamizaria logo a banca e o imobiliário, para começar.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13514
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5525 em: 2015-06-27 16:24:05 »
Uma história sobre a Grécia (real).
Eu tenho um amigo grego no Luxemburgo.
Perguntei a esse meu amigo (à cerca de uma mês) se já tinha conta bancária no Luxemburgo, ao que me respondeu que não.
Perguntei-lhe do que é que estava à espera, e pelos vistos andou a marinar este tempo todo...
Nas últimas semanas viu tenso e apreensivo...ora desconcentrado, ora aéreo, bastante disperso, sempre agarrado ao telefone, e sempre à espera de notícias via net.
Ontem não aguentou mais, precisava de desabafar, ligou-me...combinamos saída para a "night" Luxemburguesa...
E então começou a desembuchar...agradeceu toda a ajuda que lhe tinha prestado para abertura de conta bancária no Luxemburgo, mas reconheceu que tinha dormido sobre o assunto, e só ontem de manhã tinha transferido fundo da Grécia para aqui...
Estava à rasca...
Explorando mais o assunto relativo ao sistema bancário grego (é a especialidade dele), contou-me como funciona o mesmo, e fiquei escandalizado, acabando a noite bastante incomodado com o que me foi contando.
Basicamente o sistema bancário no que diz respeito a mútuos não funciona, e isto porquê:
Ao contrário do que é pratica comum em países civilizados, as prestações mensais de créditos à habitação não são debitados na conta bancária, cabendo ao devedor a obrigação de liquidar a respectiva mensalidade junto da instituição de crédito onde domiciliou o mútuo.
Face ao procedimento exposto no ponto anterior, o nível de incumprimento é brutal porque as famílias pura e simplesmente não regularizam as suas prestações.
Esta prática é extensiva a outras formas de mútuo (crédito ao consumo), onde não existe débito em conta.
Perguntei-lhe então a razão pela qual as instituições de crédito não executavam os valores em dívida junto dos devedores, e ao mesmo tempo, não tomavam posse dos imóveis, ao que me respondeu, que a legislação grega beneficia as famílias que demonstrem dificuldades na regularização neste tipo de obrigações, pelo que a banca demonstra desinteresse em partir para a via litigiosa pois para além das famílias incumpridoras estarem salvaguardadas, a banca corria o risco de ficar com imóveis em sua posse sobre os quais incorrem custos mensais (condomínio e afins...), ao qual acresce o facto de que o mercado imobiliário gregas ser caracterizado pela fraca liquidez, ao qual não será alheio o facto de não haver compradores pelo facto de não conseguirem financiar imóveis (a banca deixou de financiar).

Segundo ele, só há uma instituição de crédito grega que aplica os débitos em conta...

Segundo ele, o pessoal não paga, e continuam a viver como se não houvesse amanhã...

Esplanadas, restaurantes e cafés cheios*, povo alegre e sempre em festa...

E pelo que me deu a apreciar, com clara falta de sintonia no que respeita à gravidade da situação em que o País se encontra.

A Grécia está numa situação de clara bancarrota ( já há filas nos ATM), acredito que vão já falhar o pagamento do final do mês ao FMI, e só espero que o MD não invente motivos na 2a feira para continuar a estender a ELA.

E é esta história que vos trago do mundo real grego; quem quiser acreditar que acredite, quem não quiser acreditar, que fique com a sua verdade.

*este foi aliás um dos comentários feitos ontem por uma reporter da CNBC

É uma história que parece indicar que a "micro Grécia" é igual à "macro Grécia".

E que restam muitas reformas para fazer. Reformas essas que potenciariam muito o crescimento económico. Por exemplo, só fazer essa banca que descreves funcionar bem segundo regras normais dinamizaria logo a banca e o imobiliário, para começar.

isso a funcionar mal da votos, pelo visto ta tudo feliz  os gregos tem isso devem pensar

mais vale imprimir uns dracmas e congelar os precos ficam com casas na mesma
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5526 em: 2015-06-27 16:26:50 »
Para mim, se olharmos ao que temos dentro de portas (que é mau), facilmente podemos extrapolar que se eles não arrumam a sua própria casa estão condenados a não evoluir ou a terem novamente problemas.
Nós também não realizamos reformas de fundo; mais cedo ou mais tarde estaremos em maus lençóis novamente.
Mas a população muitas vezes é contra as reformas ou apoia políticos que farão tudo menos evoluir a organização da sociedade. E isso é um problema interno, ninguém pode entrar por aqui dentro e obrigar a execução das reformas.
« Última modificação: 2015-06-27 16:28:03 por Thunder »
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5527 em: 2015-06-27 16:28:29 »
Impressionante esse relato. Agora imagine-se essas leis permissivas, que vêm dos tempos do PASOK e da ND, ampliadas n vezes com a lógica do Syriza. Tem tudo para correr mal.

Inc, como já existe a suposta pergunta, não queres fazer uma pool aqui no forum para ver quem acha que ganha o SIM ou o NÃO ? Só para aferir a sensibilidade do pessoal.

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5528 em: 2015-06-27 16:29:13 »
Para mim, se olharmos ao que temos dentro de portas (que é mau), facilmente podemos extrapolar que se eles não arrumam a sua própria casa estão condenados a não evoluir ou a terem novamente problemas.
Nós também não realizamos reformas de fundo; mais cedo ou mais tarde estaremos em maus lençóis novamente.
Mas a população muitas vezes é contra as reformas ou apoia políticos que farão tudo menos evoluir a organização da sociedade. E isso é um problema interno, ninguém pode entrar por aqui dentro e obrigar a execução das reformas.
Mas dá a impressão que eles estão mesmo muito atrás de Portugal em termos de reformas.

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5529 em: 2015-06-27 16:31:37 »
diz q o artista do cachecol:D (não confundir com 'o cachecol do artista', obra emblemática tuga, mt mais interessante q todo este filme grego) é especialista em jogos, mas plos vistos atirou-se pó chão, passou a bola ao povão, balhanosdeus:D


e ameaçar com um referendo não faz parte do jogo?

L

In Greek Debt Puzzle, the Game Theorists Have It
JUNE 4, 2015

Greece’s finance minister, Yanis Varoufakis, is a game theorist. He says he feels “the weight of the Greek people resting on my shoulders.”

That Yanis Varoufakis, the rakish Greek finance minister, would meet with senior European officials wearing a leather motorcycle jacket and open-collar shirt would probably have fascinated John F. Nash Jr., the Nobel prize -winning mathematician, game theorist and Princeton professor who was thrown from a taxi and killed last month.

Is Mr. Varoufakis really a radical, or simply acting like one to increase Greece’s negotiating leverage — what game theorists mean when they say it can be rational to behave irrationally?

Mr. Varoufakis is himself a noted game theorist, co-author of the textbook “Game Theory: a Critical Introduction” and a longtime admirer of Dr. Nash. The two met in Athens in June 2000 after Dr. Nash delivered a lecture on money. After learning of Dr. Nash’s death, Mr. Varoufakis wrote on Twitter: “Reading your work was inspirational. Meeting you, and spending time together, was an unearned bonus, Farewell John Nash Jr.”

The intense and hard-fought negotiations between Greece and its creditors, which have roiled global financial markets for months and appear to be nearing a climax, are the sort of high-stakes game that fascinated Dr. Nash, who won the Nobel in economic science, and lend themselves to the analysis he pioneered. On Thursday, markets were rattled when Greece deferred a payment to the International Monetary Fund as it continued to seek a new debt deal.

“It’s exactly the kind of game that Nash had in mind,” said Sylvia Nasar, author of the definitive Nash biography “A Beautiful Mind,” which was the basis for the Academy Award-winning movie. “There are more than two players. They have common as well as opposing interests. Not making a deal leaves everybody worse off.”

Unfortunately for the financial markets and the future of the European Union, that’s no guarantee that Greece and its creditors will reach a deal that averts the doomsday scenario — a debt default by Greece that could cause it to lose its membership in Europe’s currency union and set off another crisis.

I asked Mr. Varoufakis this week how it felt to have the fate of the global economy to a large extent resting on him.

“I don’t really feel the weight of the world economy,” he said. “I feel the weight of the Greek people resting on my shoulders. If little Greece, in order to survive, brings down the financial world, it can’t be our fault. It would be as if Delaware brought down the United States economy. That would be the fault of the U.S., not Delaware.”

Virtually everyone agrees that a default by Greece is the least desirable outcome for both Greece and its creditors — among them Germany and France; the European Central Bank; and the I.M.F. Yet one of Dr. Nash’s critical insights is that there may be many possible outcomes — so-called Nash equilibriums — that produce suboptimal results. A Nash equilibrium exists when each side’s strategy is optimal given what they believe to be the others’ strategy.

For example, if Germany and other creditors don’t believe Greece’s threat to default, and underestimate the severity of such an outcome, they might see their optimal strategy as remaining firm in their demands for Greek fiscal austerity and structural reforms. If, on the other hand, Germany believes Mr. Varoufakis to be ideologically motivated to reject further austerity, it might well cave to Greek demands for leniency.


That may be part of Mr. Varoufakis’s strategy — his colorful demeanor and public statements have been so provocative that in April Greece lessened his role in the negotiations, a move that seems only to have enhanced his considerable popularity back home. He continues to be a leading player in the talks and remains a key adviser to the Greek prime minister, Alexis Tsipras.

In our conversations this week, Mr. Varoufakis came across much more the sober economist than a wild-eyed radical or motorcycle-riding daredevil. He displayed a sophisticated grasp of both game theory principles and the complicated dynamics of the current negotiations between Greece and its creditors.

Those on the other side of the negotiations are “portraying me as an irrational fool, which is doing my work for me,” Mr. Varoufakis said. “I’ve been stoic. I haven’t let myself get agitated.” Speaking like a true game theorist, he added, “I know who I am and I know they know who I am.”

The relatively simple game of chicken is often invoked to illustrate Greece’s situation, but it’s only superficially relevant. That’s because in a game of chicken — in which two cars drive toward each other on a narrow road with neither willing to turn aside — the parties don’t communicate before making a decision, yet Greece and its creditors have been talking for months. And while the worst-case outcome with Greece is unpredictable, the worst-case outcome in chicken is known — a car crash and likely death.

Greece is much closer to Nash’s complicated scenarios, said Barry Nalebuff of the Yale School of Management, a game theory expert. “Both sides agree it’s better not to push Greece over the cliff. But how far can you push? Each side knows the other side should be willing to make concessions because it’s in their interest. Neither side does because they believe the other side will. So there’s a standoff. It’s very hard when it’s in both side’s interests and there are multiple solutions or equilibria, which is the situation with Greece.”

Mr. Varoufakis agreed that in the Greece example, “the game has multiple equilibriums and, therefore, a failure to agree may trigger a chain of outcomes that no one can either predict or control.” He added, “We have many interlocutors. Some are painfully aware of the disaster that awaits Europe if Greece defaults. Others are less aware. Some are utterly unaware. They think it can be contained. There’s a great divergence of opinion on the other side regarding the potential outcome. Even in Germany, there are many divergent views.”

Uncertainty of outcome vastly complicates any game theory analysis. Citing the work of the University of Chicago professor Frank Knight, Mr. Varoufakis pointed to the difference between risk and uncertainty. Betting on the flip of a coin involves high risk, but the potential outcomes and probability are known. “Uncertainty is when you can’t know all the outcomes or the probability with which each potential outcome will occur,” he said. “This is deep uncertainty.” Complicating matters further, “these negotiations are also about hearts and minds, both of the participants and of the wider community — investors, citizens in Greece and outside of Greece. Those who think that game theory can cut through this Gordian knot are badly mistaken.”

Kenneth Rogoff, the Harvard economist and expert in financial crises, agreed the uncertainty of outcomes should Greece default has contributed to the continuing impasse. “Would a Greek default be contained? Would it trigger another global financial crisis? Greece is in a tough situation regardless,” he said. The Germans might underestimate the risk of contagion from a Greek default, as the United States government underestimated the consequences of a Lehman Brothers failure. “It’s a mess,” Mr. Rogoff concluded. “If you’re in a game where we don’t know what will happen, game theory has little predictive power.”

No one I spoke to this week thinks the situation is hopeless. Mr. Nalebuff said that one of Dr. Nash’s most important contributions is the notion of allocentrism, which requires parties to assess the others’ interests in order to understand their bargaining position. (It’s the opposite of egocentrism.) In order to know how far they can push Greece, its creditors need to “understand the interests and objectives of the Greek government. And Greece needs to come up with a solution that works for Germany,” Mr. Nalebuff said. “This could be very constructive,” although it’s no guarantee that an optimal solution will be reached.

The Greek government submitted a new set of proposals this week, and while details remained under wraps, Mr. Varoufakis told me: “Of course we tried to understand what they want. We’ve been in negotiations for over three months, so we know what they want. We’ve tried to bend over backwards and we’ve accepted conditions that were very difficult for us to swallow.” He said the latest Greek proposal accepts the need for structural reform, including the hot-button issues of pension and tax reform, in return for “a few debt swaps and less austerity.”

“What’s radical about that?” he said. “It’s something a Wall Street bankruptcy lawyer might have come up with. These days you propose something sensible and it’s considered radical.”

European leaders met Wednesday in Brussels, with some hinting at compromise. Still, no deal has emerged. “I think they will try to take us to the wire to see if we fold,” Mr. Varoufakis said. “There are elements that want to go back and tell their constituencies, ‘We humiliated the Greek government.’ There are elements that want us to fail, hoping that our government will be replaced. This isn’t constructive. Sometimes I wish they had a skilled game theorist on their side.”

Of course, Dr. Nash himself would have been the first to acknowledge that game theory can only go so far with a complex real-life situation like Greece.

“Game theory gives you wonderful analytical tools, but it can’t predict the outcome,” Mr. Nalebuff said. “On the other hand, if you don’t employ the reasoning behind game theory, I have no idea how anyone would analyze the situation.”

nyt
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5530 em: 2015-06-27 16:34:34 »
Impressionante esse relato. Agora imagine-se essas leis permissivas, que vêm dos tempos do PASOK e da ND, ampliadas n vezes com a lógica do Syriza. Tem tudo para correr mal.

Inc, como já existe a suposta pergunta, não queres fazer uma pool aqui no forum para ver quem acha que ganha o SIM ou o NÃO ? Só para aferir a sensibilidade do pessoal.

Temos antes que perguntar a Gregos, não a nós próprios.

Já agora, para todos, a suposta pergunta está na página anterior.

E entretanto ...

----------

* DIJSSELBLOEM: THE PROGRAM WILL EXPIRE ON TUESDAY NIGHT

(Já o BCE vai ser um bocado estúpido se fizer alguma coisa na Segunda ...)
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5531 em: 2015-06-27 16:38:35 »
Para mim, se olharmos ao que temos dentro de portas (que é mau), facilmente podemos extrapolar que se eles não arrumam a sua própria casa estão condenados a não evoluir ou a terem novamente problemas.
Nós também não realizamos reformas de fundo; mais cedo ou mais tarde estaremos em maus lençóis novamente.
Mas a população muitas vezes é contra as reformas ou apoia políticos que farão tudo menos evoluir a organização da sociedade. E isso é um problema interno, ninguém pode entrar por aqui dentro e obrigar a execução das reformas.
Mas dá a impressão que eles estão mesmo muito atrás de Portugal em termos de reformas.

Sim, parece-me que sim. Por isso disse "podemos extrapolar".
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5532 em: 2015-06-27 16:39:03 »
* DIJSSELBLOEM: THE PROGRAM WILL EXPIRE ON TUESDAY NIGHT

(Já o BCE vai ser um bocado estúpido se fizer alguma coisa na Segunda ...)
Espero que não se agarrem a um formalismo de que segunda e terça o programa continua válido.

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5533 em: 2015-06-27 16:45:24 »
What If Greece Defaults?
By RANDALL W. FORSYTH
June 27, 2015 12:11 a.m. ET

The saga of the Greek debt crisis seems almost as long, with nearly as many twists and turns, as that of Odysseus. And like those of us who had to plod our way through Homer’s epic in school so many years ago, the financial markets cannot seem to avoid Greece and its ongoing struggle to remain in the euro zone, while it copes with an outright economic depression.

At the beginning of last week, there was short-lived optimism that the Greek government was at least talking to its key creditors: the International Monetary Fund, the European Commission, and the European Central Bank. But by week’s end, the negotiations had broken down. German Chancellor Angela Merkel said that she and French President François Hollande had urged Greek Prime Minister Alexis Tsipras to accept an “extraordinarily generous” offer from the creditors. Tsipras’ reaction: Greece wouldn’t give in to “blackmail and ultimatums.”

With a crucial meeting set for Saturday to stave off default on a key June 30 payment due the IMF, the consensus seemed to be that yet another 11th hour and 59th minute deal would emerge. Indeed, Greece’s inflexible stance has led many to believe it’s a negotiating tactic conceived by its finance minister, Yanis Varoufakis, an economist who specializes in game theory, to wring the best deal from its creditors. And to add to the uncertainty, at week’s end Tsipras called on Greek voters to vote on July 5 on whether to accede to further austerity demands by international creditors.

These developments raise a crucial question: What if Greek officials aren’t bluffing and are preparing for a default? That could lead to capital controls, the shuttering of banks, and even an exit from the euro zone, and, in turn, a global financial crisis the likes of which hasn’t been seen since the failure of Lehman Brothers in September 2008.

As Rahm Emanuel commented when he was White House chief of staff early in the Obama administration, never let a good crisis go to waste. Greece’s Treasury could scrape together its remaining euros to buy put options on global bourses to cash in on the crisis, and then use the profits to pay down a portion of its crushing debt, now equal to 175% of gross domestic product.

It’s not as if previous Greek governments have been averse to utilizing financial derivatives to bolster their fiscal position. With the assistance of Goldman Sachs (ticker: GS), Greece entered into complex currency swaps early in the past decade to disguise its borrowing, in order to be admitted to the euro zone.

Even though it would be cheap to bet on a market decline, given the depressed level of options premiums, it’s unlikely that Athens would take this Swift action to adopt Barron’s modest proposal to raise some quick cash and pay down some debt.

But other governments have purposely utilized the equity markets as a policy tool. The Federal Reserve partially explained its past pumping of money into the financial system through massive purchases of securities as a means to lift the prices of assets, notably stocks, and, in turn, bolster investment and spending. The central bank has succeeded in its first aim, with major U.S. equity indexes near records.

In Japan, monetary expansion is a cornerstone of Abenomics, and with it, the lifting of stock prices, which still remain at just above half of their 1989 bubble peak. In China, the stunning ascent in stocks since late last year not only has drawn in millions of individuals, but also has provided a means for overly leveraged state-owned enterprises to bolster their balance sheets and replace debt with equity.

To be sure, the markets expect a benign outcome in this turn of the Greek odyssey. The Athens bourse actually rallied 16% last week, including a 2% pop on Friday, ahead of the outcome of the weekend’s negotiations. The yield on Greek two-year bonds, a key barometer of confidence in the nation’s finances, fell sharply, albeit to a crisis-level 21% from 30%.

In its midyear investment outlook, Barclays Capital suggested that a Greece-induced selloff would be a signal to buy the proverbial dip, especially in European equities. Any market mayhem would be met with an aggressive ECB response, in keeping with the pledge of nearly three years ago from the bank’s president, Mario Draghi, to do “whatever it takes” to preserve the euro, according to Barclays and a wide array of other market observers.

But a steep slide in China’s market isn’t an automatic buying opportunity, Barclays contends. With a 7.4% drop on Friday, the Shanghai Composite is close to bear-market territory, down 19% from its recent high, hit on June 12. A serious setback in China would have major repercussions, Barclays said, but it doesn’t expect that to happen.

Beijing authorities, who typically like to talk up the market when it encounters the inevitable air pockets, also appeared relatively unfazed. With the Shanghai Composite up 70% since the beginning of November and an average price/earnings ratio of 85 times (“nothing to see here,” commented Babson Capital), spurred on by margin buying by newly minted individual investors, the government seemed to treat the escape of some gas from this bubble with equanimity.

So, heading into halftime for 2015, Europe is at an impasse, with Greece saddled with debts it can’t pay and its creditors unwilling to hand over more cash without reforms. China, meanwhile, appears to be entering a bear market, despite massive monetary easing by its central bank as its economy slows. The consensus thinks these problems are contained. That, it might be recalled, is what was said about subprime mortgages in the past decade.

Back in the U.S. of A., the major market averages continue to hover around historic highs like a drone. And one of the prime factors keeping them aloft has been stock repurchases, but for how long?

Howard Silverblatt, the keeper of the statistical trove at S&P Dow Jones Indices, observes that 20% of Standard & Poor’s 500 companies have bought back stock in sufficient quantity to boost earnings per share by some 4% from the level a year earlier. That provides a tail wind going into second-quarter earnings reporting season, which begins in a few weeks. “Buybacks have now become part of the market support system,” along with low interest rates, he observes.

But buybacks are tailing off, according to BCA Research. The math is shifting as corporate bond yields creep higher, while earnings yields (the reciprocal of P/E ratios) edge downward; so, the arbitrage opportunity to borrow in the bond market to buy back stock has dwindled.

Moreover, BCA adds that corporate credit quality is deteriorating at the margin, and that buybacks tend to dry up when balance sheets swell.

The stock market’s dependence on the credit market is also noted by the perspicacious Peter Boockvar, chief market analyst at the Lindsey Group. The much-commented-upon weakness in the Dow Jones Transportation Average coincides with the backup in the benchmark 10-year Treasury note’s yield, from a low of 1.64% on Jan. 30 to 2.48% on Friday, the high for the year.

“I could be grasping at straws, but the transportation index peaked on Dec. 29, the utility sector [XLU for Utilities Select Sector SPDR fund] topped a day before the 10-year yield bottomed and is at a 10-month low, and the real estate investment trust sector [ iShares US Real Estate ETF (IYR)] did so three days before that and yesterday closed at an eight-month low,” he wrote in a note to clients on Friday. “These last two sectors are an obvious response to the rise in rates, but the Industrial Sector SPDR ETF [XLI] topped on Feb. 20 and closed yesterday at near a five-month low. The Materials Sector SPDR ETF [XLB] peaked on Feb. 24 and is at a 10-week low.”

Boockvar says he doesn’t know if this is because of global growth concerns, earnings worries, or consolidation of the gains of the past few years. “What I do know is that financial conditions continue to tighten, however modestly. It started with the end of Fed QE; it continued with the stronger U.S. dollar, which was then followed by the rise in long-term interest rates, which in turn has raised the cost of corporate capital as the Moody’s Baa yield index is at the highest level in almost a year and a half.”

What’s clear, Boockvar concludes, is that the markets will lead to the next recession, not the other way around, which historically has been the pattern. Asset-price appreciation has driven this expansion, and the previous two recessions were caused by their reversals after the dot-com and housing busts. “This is what happens when the Fed creates an asset-price-dependent economy, rather than the old days of asset prices reflecting the underlying fundamentals,” he concludes.

barrons
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Visitante

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3766
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5534 em: 2015-06-27 17:11:46 »
É necessário alguma reserva ao citar Dijsselbloem, pois a história mostra que frequentemente dá o dito por não dito. Foi assim no caso de Chipre e ainda nesta semana ou na anterior aconteceu, disse que não havia tempo para chegar a um acordo, e depois veio dizer o contrário. Tenho reservas a breaking news com afirmações dele.

Depois há outra coisa. O anúncio do referendo ontem à meia-noite foi uma pressão para a reunião de hoje do eurogrupo, não se pode dar por certo que vai existir referendo, pode sempre haver um volte-face de última hora, e o referendo ser desconvocado. Não seria inédito, na Grécia já aconteceu isso com o Pasok, foi desconvocado um referendo já marcado. Além disso, o referendo a existir será sobre as decisões de HOJE do eurogrupo, ou de outras evoluções que entretanto possam surgir.

Não sei o que vai acontecer, mas certas assunções que estão a ser tidas por certas podem não o ser. Tenho a percepção que se anda a escrever e a falar mais sobre wishfull thinking do que sobre a realidade, incluindo os líderes europeus. Os pensamentos desejosos sobrepôem-se à realidade, o que é compreensível, embora não ajudem a formar uma opinião realista.

Mario Balotelli

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2271
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5535 em: 2015-06-27 17:18:19 »
Uma história sobre a Grécia (real).
Eu tenho um amigo grego no Luxemburgo.
Perguntei a esse meu amigo (à cerca de uma mês) se já tinha conta bancária no Luxemburgo, ao que me respondeu que não.
Perguntei-lhe do que é que estava à espera, e pelos vistos andou a marinar este tempo todo...
Nas últimas semanas viu tenso e apreensivo...ora desconcentrado, ora aéreo, bastante disperso, sempre agarrado ao telefone, e sempre à espera de notícias via net.
Ontem não aguentou mais, precisava de desabafar, ligou-me...combinamos saída para a "night" Luxemburguesa...
E então começou a desembuchar...agradeceu toda a ajuda que lhe tinha prestado para abertura de conta bancária no Luxemburgo, mas reconheceu que tinha dormido sobre o assunto, e só ontem de manhã tinha transferido fundo da Grécia para aqui...
Estava à rasca...
Explorando mais o assunto relativo ao sistema bancário grego (é a especialidade dele), contou-me como funciona o mesmo, e fiquei escandalizado, acabando a noite bastante incomodado com o que me foi contando.
Basicamente o sistema bancário no que diz respeito a mútuos não funciona, e isto porquê:
Ao contrário do que é pratica comum em países civilizados, as prestações mensais de créditos à habitação não são debitados na conta bancária, cabendo ao devedor a obrigação de liquidar a respectiva mensalidade junto da instituição de crédito onde domiciliou o mútuo.
Face ao procedimento exposto no ponto anterior, o nível de incumprimento é brutal porque as famílias pura e simplesmente não regularizam as suas prestações.
Esta prática é extensiva a outras formas de mútuo (crédito ao consumo), onde não existe débito em conta.
Perguntei-lhe então a razão pela qual as instituições de crédito não executavam os valores em dívida junto dos devedores, e ao mesmo tempo, não tomavam posse dos imóveis, ao que me respondeu, que a legislação grega beneficia as famílias que demonstrem dificuldades na regularização neste tipo de obrigações, pelo que a banca demonstra desinteresse em partir para a via litigiosa pois para além das famílias incumpridoras estarem salvaguardadas, a banca corria o risco de ficar com imóveis em sua posse sobre os quais incorrem custos mensais (condomínio e afins...), ao qual acresce o facto de que o mercado imobiliário gregas ser caracterizado pela fraca liquidez, ao qual não será alheio o facto de não haver compradores pelo facto de não conseguirem financiar imóveis (a banca deixou de financiar).

Segundo ele, só há uma instituição de crédito grega que aplica os débitos em conta...

Segundo ele, o pessoal não paga, e continuam a viver como se não houvesse amanhã...

Esplanadas, restaurantes e cafés cheios*, povo alegre e sempre em festa...

E pelo que me deu a apreciar, com clara falta de sintonia no que respeita à gravidade da situação em que o País se encontra.

A Grécia está numa situação de clara bancarrota ( já há filas nos ATM), acredito que vão já falhar o pagamento do final do mês ao FMI, e só espero que o MD não invente motivos na 2a feira para continuar a estender a ELA.

E é esta história que vos trago do mundo real grego; quem quiser acreditar que acredite, quem não quiser acreditar, que fique com a sua verdade.

*este foi aliás um dos comentários feitos ontem por uma reporter da CNBC

É uma história que parece indicar que a "micro Grécia" é igual à "macro Grécia".

E que restam muitas reformas para fazer. Reformas essas que potenciariam muito o crescimento económico. Por exemplo, só fazer essa banca que descreves funcionar bem segundo regras normais dinamizaria logo a banca e o imobiliário, para começar.

Sabes Inc, a mulher deste meu amigo é que foi fina.
O Pai tirou um Phd nos EUA...viveram lá uns anos...
Quando regressaram à Grécia, ela foi dar aulas de direito para uma universidade local (entretanto publicou 2 livros), e nos últimos anos reduziram não só o corpo docente, bem como a remuneração...
Desde há 3 anos que pretendia sair da Grécia para proporcionar uma futuro melhor para ela e para os filhos.
Dito e feito, concorrei localmente a um posto na Comissão Europeia, e já cá está há 2 anos.
Os salários e as benesses pagos aos funcionários da Comissão Europeia mereciam aliás a abertura de um tópico...
Promoções atrás de promoções...antiguidades que permitem atingir remunerações mensais de carácter pornográfico, etc, etc.
No que respeita à Grécia aquele discurso do Juncker (a dizer que estava cansado, que queria dormir, e que as reuniões dos credores não podiam ser conduzidas desta maneira) é demonstrativo do estado e do nível dos políticos que nos desgovernam...por algum motivo o Juncker aqui no Luxemburgo é conhecido por ser alguém que gosta de dar na bebida.
Foi mais um momento infeliz. 
No mais, eu sempre disse que o Tsipras era um garoto, e mostrou que não esteve há altura, tento em termos comportamentais, bem como no que diz respeito à facilidade na tomada decisões que é o que distingue um homem de um menino.
Ele há uns anos criticou o Samaris por este querer fazer um referendo, e agora acabou por fazer aquilo que tanto criticou no passado.
O garoto recebeu um mandato para governar o país; com base no mesmo, cabia-lhe a obrigação e o dever de tomar decisões.
Ao enveredar pelo referendo, mostra que é um covardola, não tem coragem em assumir responsabilidades, preferindo a respectiva partilha.
Resumindo, um garoto.
Estou expectante no que respeita ao comportamento do Eurogrupo /BCE/Credores/FMI na próxima semana.
Sou da opinião que o MD já se estendeu esta semana no que respeita ao ELA (dar droga aos drogados...).
O ELA aliás mais parece uma clínica de ajuda à toxicodependência.
Espero sinceramente que a clínica tenha encerrado para férias na passada 6a feira (segundo o que fui lendo...as colaterais já são insuficientes para cobrir os fornecimentos de droga (ELA) . talvez o Inc possa ajudar no que respeita a esta matéria).

P.S. Se aquilo estoirar, e se voltarem ao DRACMA, encaro seriamente a possibilidade de ir para lá viver.
" A ANA é que sabe disto e o resto é conversa"
BALOTELLI

Mario Balotelli

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2271
    • Ver Perfil
" A ANA é que sabe disto e o resto é conversa"
BALOTELLI

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13514
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5537 em: 2015-06-27 17:35:55 »
Inc, acreditas nisto (o ZH tem bias)?

http://www.zerohedge.com/news/2015-06-22/first-time-ever-total-ecb-claims-greek-banks-surpass-total-greek-deposits



viver luxemburgo (offshore) e investir numa casa ferias  grecia e accoes tudo 50% desconto  como fazem os capitalistas!



Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Mario Balotelli

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2271
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5538 em: 2015-06-27 17:40:37 »
Inc, acreditas nisto (o ZH tem bias)?

http://www.zerohedge.com/news/2015-06-22/first-time-ever-total-ecb-claims-greek-banks-surpass-total-greek-deposits



viver luxemburgo (offshore) e investir numa casa ferias  grecia e accoes tudo 50% desconto  como fazem os capitalistas!


I'll skip this one.
" A ANA é que sabe disto e o resto é conversa"
BALOTELLI

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13514
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #5539 em: 2015-06-27 17:48:31 »
Inc, acreditas nisto (o ZH tem bias)?

http://www.zerohedge.com/news/2015-06-22/first-time-ever-total-ecb-claims-greek-banks-surpass-total-greek-deposits



viver luxemburgo (offshore) e investir numa casa ferias  grecia e accoes tudo 50% desconto  como fazem os capitalistas!


I'll skip this one.


ui  entao  vais ter usar o desenrascanço
como portugues tens fama ser bom nisto tas em vantagem!  :)
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso