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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1840086 vezes)

Zakk

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2980 em: 2015-04-29 10:44:30 »
O syriza foi mandatado pelo eleitorado para fazer exactamente isto que está a fazer.
Para ser mais meiguinho, como os outros escravos germanófilos e exorbitar esse mandato, vai ter de o referendar.
o mariconço do dijsselbloem já veio dizer que nem pensar, que não pode ser.
um burocrata a dizer a uma nação soberana se pode ou não consultar o povo.
mas é assim que vai ser. e pode ser que o dijsselbloem se prejudique com F grande. Provavelmente ele até apreciava.

L

O que lhe disseram foi que não havera dinheiro enquanto não houver um resultado favoravel a esse referendo.

Claro que o syriza pode demorar o tempo que quiser, não pode é querer que os outros lhe dêm dinheiro com base na promessa de fazer um referendo.
Basta o resultado desse referendo ser negativo para não haver mais dinheiro.

tommy

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2981 em: 2015-04-29 10:51:35 »
Não ser escravo da alemanha, é pedir-lhes dinheiro de mão estendida ao mesmo tempo que dizem: Não pagamos o que está para trás, ok? Que mente profundamente parasitária.  :D

Espero como já disse anteriormente, que a Merkel perca as eleições se der mais 1 cêntimo à Grécia. Na Finlândia já se estão a mexer e bem.

vbm

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2982 em: 2015-04-29 11:02:25 »
Se a Finlândia continuar a mexer-se
como os fascistas, terá de sair da União!

É evidente.


Zel

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2983 em: 2015-04-29 11:04:09 »
Se a Finlândia continuar a mexer-se
como os fascistas, terá de sair da União!

É evidente.

e a grecia o mesmo com os comunistas?

vbm

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2984 em: 2015-04-29 11:25:17 »
A Grécia nunca será comunista!
Imagino eu, claro. Acho isso
tão impossível quanto
nós o sermos.

Zel

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2985 em: 2015-04-29 11:26:19 »
A Grécia nunca será comunista!
Imagino eu, claro. Acho isso
tão impossível quanto
nós o sermos.

nem a finlandia fascista, ora essa

nao fazes logica pois o syriza esta cheio de comunistas assumidos mas ai ja nao fazes apelos para sairem da uniao
« Última modificação: 2015-04-29 11:27:53 por Neo-Liberal »

tommy

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2986 em: 2015-04-29 11:35:20 »
nem a finlandia fascista, ora essa
nao fazes logica pois o syriza esta cheio de comunistas assumidos mas ai ja nao fazes apelos para sairem da uniao


http://www.bloombergview.com/articles/2015-04-29/exit-from-euro-is-wrong-choice-for-greece

Citar
Sometimes a country becomes so overridden by debt that it actually makes sense for it to default, abandon its currency and start over. Greece is not one of those countries.

That hasn't stopped a number of economists from arguing otherwise, however, and Prime Minister Alexis Tsipras's statement that he may call a referendum on any deal with creditors suggests Greeks might soon be asked to make a choice. If they are, they should trust their instincts (insofar as they can be measured by opinion polls) and stick with the euro.

It isn't that default or leaving a currency union is unthinkable. Far from it: The Hellenic peninsula was home to the first recorded default in the fourth century B.C., and modern Greece has reneged on its debts four times since gaining independence in 1829. Worldwide, more than 70 countries have exited currency unions and pegs since 1945, not all of them painfully.

The argument for Greece to go it alone has always been superficially attractive. For one thing, it should never have joined the euro in the first place, because it couldn't meet the European Union's debt-limit requirements. And the standard way for overextended countries to reboot their economies is to devalue their currencies, increase their exports and start growing again. So long as it's in the euro zone, Greece can't do this.

The likely outcome of a return to the drachma would be more misery for Greece. While some defaults lead to recovery, often after a short period of pain, others haven't been successful or quick. In Greece, the combination of poor governance and a falling currency has tended to produce inflation rather than sustainable growth. There's little reason to believe this has changed.

Greece still has a relatively small tradable sector to create export-led growth -- mainly tourism, shipping and agriculture. So the potential benefits of a devalued currency are limited. Greece needs a new business model.

Another hurdle to a successful devaluation is that the country has already undergone so much economic depression. One projection says that a default and return to the drachma would lead to only a 10 percent loss of gross domestic product. That sounds manageable -- until you realize that Greece has already lost more than a quarter of its economy since the start of the current crisis. Another 10 percent could bring about a political and economic meltdown.

Which leads directly to a further handicap: the Greek government. Changing currencies is no small matter. It requires organization on a military scale, from both elected officials and civil servants. Neither group, to put it kindly, has shown that degree of competence. A lasting recovery would require precisely the kind of fiscal discipline and structural reforms that Tsipras is resisting.

Leaving the euro could also have unpredictable consequences for Greeks' place in the European Union, especially if it results in other defaults and departures. Greece, Europe's southeastern outpost, needs the security of the EU more than the EU needs Greece.

With another government, at a calmer time, it might make sense for Greece to leave the euro. Right now, however, it's more likely to lead to even deeper misery.


E ainda há quem defenda estes "serial-caloteiros" que estão menos organizados que a tasca ali da esquina.  :D

vbm

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2987 em: 2015-04-29 11:40:08 »
Eu lembro - não sei se há mais, julgo que não... -
que há dois países que na Constituição,
têm o fascismo proibido e sobre
ele permitem se exerça
a censura.

Dois: a França e Portugal.

Por exemplo, cá não se  pode editar o Mein Kempf de Hitler.
Cá, qualquer partido extremista da direita pode ser ilegalizado.
Em França, também.

Mas honra se preste aos alemães,
todos os governos desde Adenauer
ao presente, educaram e condicionaram
o povo a lançar suspeição sobre cada potencial
caudilho, contra todo e qualquer pretensão
de protagonismo dirigente
que não tacteie a máxima
expressão plural de razões
e pontos de vista, a busca
paciente do maior consenso
e entendimento possível e,
praticam tão severamente
esta forma de proceder,
que chegam a ser ridículos
na eventual, aparente,
hesitação, do caminho
evidente e intuitivo
a ser seguido, se
não precedido,
de opinião
deste,
daquele
e daqueloutro,
para, por fim,
decidirem
o que era óbvio,
à partida, lol.

Mas são assim os alemães.
Aprenderam isso, depois da besta do Hitler.
E graças a Adenauer e aos governos que lhe sucederam.
E mesmo na Alemanha de Leste, presumo, terão sido
vacinados contra os hitlerzinhos deste mundo.


Automek

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2988 em: 2015-04-29 11:41:28 »
E ainda há quem defenda estes "serial-caloteiros" que estão menos organizados que a tasca ali da esquina.  :D
Eles até são altamente organizados mas é a esfolar credores. Muitos anos a virar frangos.  :D

Automek

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2989 em: 2015-04-29 11:43:34 »
O Tsipras diz que não pode ir além do mandato que lhe foi confiado. Aposto que quando tiver de pagar os salários e pensões há-de arranjar uma aldrabice qualquer, mais ou menos igual à que já se viu quando disse que a troika desapareceu (e passou a chamar-se outra coisa qualquer).

marreco

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2990 em: 2015-04-29 11:46:57 »
Quem tem que sair da união é quem quer continuar a viver de roubar a união. Não chegaram 30 anos de roubo?

Os que estão a mais são os que nada acrescentam. Os parasitas.

Incognitus

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2991 em: 2015-04-29 12:02:20 »
O syriza foi mandatado pelo eleitorado para fazer exactamente isto que está a fazer.
Para ser mais meiguinho, como os outros escravos germanófilos e exorbitar esse mandato, vai ter de o referendar.
o mariconço do dijsselbloem já veio dizer que nem pensar, que não pode ser.
um burocrata a dizer a uma nação soberana se pode ou não consultar o povo.
mas é assim que vai ser. e pode ser que o dijsselbloem se prejudique com F grande. Provavelmente ele até apreciava.

L

Se alguém é escravo de alguém, neste caso seriam os Alemães que seriam os escravos -- pelo menos até obterem de volta o dinheiro que emprestaram.

Isto porque a coisa funciona assim:
* Alemanha (fornecedores alemães) vende produtos em excesso dos produtos que obtém em troca;
* Alemanha (entidades alemãs) fica assim a deter, em termos líquidos, um crédito sobre os clientes;
* Se esse crédito não for pago, isso significa que os produtos vendidos em excesso foram feitos de borla (também conhecido como "escravatura").

No sentido oposto não é possível deduzir tal coisa.
« Última modificação: 2015-04-29 12:12:32 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2992 em: 2015-04-29 12:07:43 »
Não é irrelevante face ao que os outros possam pensar disso. Eu também o disse.

Mas É irrelevante para a performance.

Igualmente, é irrelevante qualquer um deles, mas não são necessariamente irrelevantes técnicas usadas por todos eles. Também o disse.

A lógica é perfeitamente válida.

A penúltima asserção não a percebi muito bem, ou melhor não estou a ver os casos denotativos a que se aplique, mas não vou tentar ver isso.

A segunda asserção pode ser eventualmente verdade, mas essa possibilidade não colide com a também possível de não ser irrelevante para a performance o agente ser pessoa culta. 

A primeira asserção é verdadeira sim senhor, sou testemunha, arrepia-me um presidente de uma república de cidadões portugueses. Que pobreza! Léxica e intelectual!

No entanto, eu fiquei, - isso moveu-me particularmente a voltar a este item -, muito curioso de vir conhecer a análise do Lark. Impressionou-me ele ter proclamado o seu espanto, a surpresa e incompreensibilidade do teu arrazoado e a ideia metódica que logo sentiu a pertinente, de ler e reler a tua 'tese' no estrito rigor do texto em que a proclamaste. Porque é isso mesmo que deve fazer-se.

Não foi o que fiz. E não vou fazer mais do que já fiz. Mas estava curioso de ver a análise do Lark do teu tese-texto. Por mim, ou para mim, é uma questão de preguiça ou mesmo de limitação intelectual não o fazer; porque 'despachei' o teu enunciado e a sua lógica sobre o labéu da impertinência, impropriedade aos termos e à natureza do debate.

Embora, como disse acima, concebo que ser culto, - ou não -, possa ser irrelevante para algumas decisões que se requeiram. (Por exemplo, um chefe militar, por bronco que seja, pode revelar um magnífico e beneficente  desempenho em salvar vidas numa situação de guerra ou batalha altamente melindrosa. E, sendo tal feito algo do seu currículo profissional pretérito, merece ser honrado pela sociedade em condecoração e estima visível, desde que o seu presente não negue e não destitua o seu passado.)

Porém, a reacção de Lark é bem intelectual e toda a filosofia se inicia no espanto. E reflectir, não é simplesmente andar à cata de razões psicológicas de isto ou daquilo, mas também e sobretudo, apreender a lógica consistente de umas coisas com outras e a verdade desse corpo de ideias. Eu estou curioso,

Existem muitas dimensões em que uma pessoa pode ser culta, e a língua específica de um país específico é das menores (porque existem dezenas de línguas diferentes, e quase todas são irrelevantes "per se"). O Cavaco, mesmo que seja um tronco cultural em coisas que julgas importantes, será significativamente mais culto noutras que TU não julgas importantes.

Portanto só será "inculto" na tua noção muito restrita de "cultura".

Por exemplo, uma coisa que eu noto frequentemente é que muitas pessoas que partilham essa noção restrita são depois incrivelmente incultas na sua capacidade de entender como o mundo funciona nas mais diversas áreas. Isto porque procuram em certa medida essa noção de cultura "fácil" que requer apenas gostar de coisas pouco apreciadas no geral, para evitarem terem que obter conhecimento em áreas muito mais trabalhosas. Não estou a dizer que é o teu caso, mas acontece muito no pessoal mais "humanista" que evita activamente matemáticas, ciências, conhecimentos técnicos, etc.
« Última modificação: 2015-04-29 12:08:30 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Deus Menor

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2993 em: 2015-04-29 12:44:22 »
Isto porque procuram em certa medida essa noção de cultura "fácil" que requer apenas gostar de coisas pouco apreciadas no geral, para evitarem terem que obter conhecimento em áreas muito mais trabalhosas. Não estou a dizer que é o teu caso, mas acontece muito no pessoal mais "humanista" que evita activamente matemáticas, ciências, conhecimentos técnicos, etc.

Touché !!

É bem mais fácil usar óculos de massa pretos e lenços encarnados e "filosofar"
acerca de arte do que "queimar" as pestanas com estudo intensivo.

A Arte deveria ser uma atividade não subsidiada e deveria ter uma Ordem para
os seus associados pagarem quotas e estarem sujeitos a regras, que aceitariam ou não,
para poder exercer a atividade.

Automek

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2994 em: 2015-04-29 13:00:39 »
Os intelectuais dominam a opinião pública sobre o que se convenciona ser cultura.

Daqueles que se escandalizam quando alguém não sabe quantos cantos têm os Lusíadas ou quem foi o Manuel de Arriaga, gostava de saber quantos são capazes de mudar um pneu, retirar o IVA de um preço ou fazer uma simples sopa (sendo que estas últimas até são capazes de vir a ter mais utilidade na sua vida do que as primeiras).

A não ser que seja relevante em termos profissionais, a importância das coisas está apenas dentro da cabeça das pessoas. Muitas não conseguem conceber que cada ser é único, com prioridades muito diferentes. É o mesmo que a malta do TF dizer que quem não sabe o que é um contrato de futuro é um bronco.

vbm

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2995 em: 2015-04-29 13:11:55 »
Existem muitas dimensões em que uma pessoa pode ser culta, e a língua específica de um país específico é das menores (porque existem dezenas de línguas diferentes, e quase todas são irrelevantes "per se"). O Cavaco, mesmo que seja um tronco cultural em coisas que julgas importantes, será significativamente mais culto noutras que TU não julgas importantes.

Portanto só será "inculto" na tua noção muito restrita de "cultura".

Por exemplo, uma coisa que eu noto frequentemente é que muitas pessoas que partilham essa noção restrita são depois incrivelmente incultas na sua capacidade de entender como o mundo funciona nas mais diversas áreas. Isto porque procuram em certa medida essa noção de cultura "fácil" que requer apenas gostar de coisas pouco apreciadas no geral, para evitarem terem que obter conhecimento em áreas muito mais trabalhosas. Não estou a dizer que é o teu caso, mas acontece muito no pessoal mais "humanista" que evita activamente matemáticas, ciências, conhecimentos técnicos, etc.


Claro que essas observações e reservas podem
evidenciar casos possíveis ou até frequentes.
Mas só têm valor de descrição avulsa.

É evidente que eu posso aceitar,
em lógica estrita que um desempenho
positivo de certas obrigações podem
alcançar-se tão bem sendo culto,
como não sendo, pelo que, do facto,
se infere a irrelevância de ser culto
para esse tal desempenho.

Está bem. E daí? Não é preferível ser culto de per se?

Em parte, discordo da afirmação de a língua não ser relevante
por haver muitas! É certo que a lógica é mais universalizante,
mas a língua (materna, mesmo se bilingue) faz a ponte
entre o instinto e a razão e tem valor formativo
de cada pessoa. Diz-se, inclusive, que um
bom tradutor é aquele melhor conhece
a língua própria do aquela que traduz!

De modo que, acho que te divertes a fazer levitar
a relevância da cultura, na base da respectiva
eventual irrelevância ao bom desempenho
de funções específicas.


Mas um gajo com personalidade,
é um gajo que tem mais valor
do que a obra que deixa,
e que tem a liberdade
de fazer o que faz
e a de deixar
de o fazer.

Sem isso, nada tem interesse.
E, p.e., vale mais 'saber fazer contas'
do que 'fazer contas' - o que até
um algorítmico maquínico faz!


vbm

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2996 em: 2015-04-29 13:18:32 »
Os intelectuais dominam a opinião pública sobre o que se convenciona ser cultura.

Daqueles que se escandalizam quando alguém não sabe quantos cantos têm os Lusíadas ou quem foi o Manuel de Arriaga, gostava de saber quantos são capazes de mudar um pneu, retirar o IVA de um preço ou fazer uma simples sopa (sendo que estas últimas até são capazes de vir a ter mais utilidade na sua vida do que as primeiras).

A não ser que seja relevante em termos profissionais, a importância das coisas está apenas dentro da cabeça das pessoas. Muitas não conseguem conceber que cada ser é único, com prioridades muito diferentes. É o mesmo que a malta do TF dizer que quem não sabe o que é um contrato de futuro é um bronco.


Meditei por alto. Mas tens de convir que há má vontade
contra os intelectuais e as pessoas cultas. Olha, nós lá, no Porto,
apreciamos muito os práticos e os que trabalham porque, realmente,
resolvem imensos problemas práticos e facilitam a vida a toda a gente.

São  muito apreciados, os trabalhadores, no Porto.

Mesmo que no  geral, se prefira, também,
não fazer nada, estar de papo pró ar,
e enfim outros entreténs
que sempre convêm.

Incognitus

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2997 em: 2015-04-29 13:57:09 »
Existem muitas dimensões em que uma pessoa pode ser culta, e a língua específica de um país específico é das menores (porque existem dezenas de línguas diferentes, e quase todas são irrelevantes "per se"). O Cavaco, mesmo que seja um tronco cultural em coisas que julgas importantes, será significativamente mais culto noutras que TU não julgas importantes.

Portanto só será "inculto" na tua noção muito restrita de "cultura".

Por exemplo, uma coisa que eu noto frequentemente é que muitas pessoas que partilham essa noção restrita são depois incrivelmente incultas na sua capacidade de entender como o mundo funciona nas mais diversas áreas. Isto porque procuram em certa medida essa noção de cultura "fácil" que requer apenas gostar de coisas pouco apreciadas no geral, para evitarem terem que obter conhecimento em áreas muito mais trabalhosas. Não estou a dizer que é o teu caso, mas acontece muito no pessoal mais "humanista" que evita activamente matemáticas, ciências, conhecimentos técnicos, etc.


Claro que essas observações e reservas podem
evidenciar casos possíveis ou até frequentes.
Mas só têm valor de descrição avulsa.

É evidente que eu posso aceitar,
em lógica estrita que um desempenho
positivo de certas obrigações podem
alcançar-se tão bem sendo culto,
como não sendo, pelo que, do facto,
se infere a irrelevância de ser culto
para esse tal desempenho.


Está bem. E daí? Não é preferível ser culto de per se?

Em parte, discordo da afirmação de a língua não ser relevante
por haver muitas! É certo que a lógica é mais universalizante,
mas a língua (materna, mesmo se bilingue) faz a ponte
entre o instinto e a razão e tem valor formativo
de cada pessoa. Diz-se, inclusive, que um
bom tradutor é aquele melhor conhece
a língua própria do aquela que traduz!

De modo que, acho que te divertes a fazer levitar
a relevância da cultura, na base da respectiva
eventual irrelevância ao bom desempenho
de funções específicas.


Mas um gajo com personalidade,
é um gajo que tem mais valor
do que a obra que deixa,
e que tem a liberdade
de fazer o que faz
e a de deixar
de o fazer.

Sem isso, nada tem interesse.
E, p.e., vale mais 'saber fazer contas'
do que 'fazer contas' - o que até
um algorítmico maquínico faz!


O problema é mais profundo. O problema é que não pareces compreender que a tua noção de "culto" não é universal. Não passa da TUA noção e daqueles que pensam como tu. Uma pessoa que saiba muito de matemática, ou de uma ciência muito específica, ou de história, ou de programação de computadores, é extremamente culta nessas coisas mesmo que não seja nas que tu valorizas. Será nas que ele e aqueles como ele, valorizam.

Já para líder, é razoavelmente objectivo dizer que a noção de culto em que acreditas é irrelevante para boa ou má governação (excepto na medida em que só sendo "culto" à tua maneira, é que tenderá a desviar recursos que deveriam ser destinados para as opções de todos, em favor de opções de pessoas que partilham os teus valores).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2998 em: 2015-04-29 13:58:36 »
Os intelectuais dominam a opinião pública sobre o que se convenciona ser cultura.

Daqueles que se escandalizam quando alguém não sabe quantos cantos têm os Lusíadas ou quem foi o Manuel de Arriaga, gostava de saber quantos são capazes de mudar um pneu, retirar o IVA de um preço ou fazer uma simples sopa (sendo que estas últimas até são capazes de vir a ter mais utilidade na sua vida do que as primeiras).

A não ser que seja relevante em termos profissionais, a importância das coisas está apenas dentro da cabeça das pessoas. Muitas não conseguem conceber que cada ser é único, com prioridades muito diferentes. É o mesmo que a malta do TF dizer que quem não sabe o que é um contrato de futuro é um bronco.


Meditei por alto. Mas tens de convir que há má vontade
contra os intelectuais e as pessoas cultas. Olha, nós lá, no Porto,
apreciamos muito os práticos e os que trabalham porque, realmente,
resolvem imensos problemas práticos e facilitam a vida a toda a gente.

São  muito apreciados, os trabalhadores, no Porto.

Mesmo que no  geral, se prefira, também,
não fazer nada, estar de papo pró ar,
e enfim outros entreténs
que sempre convêm.

Os problemas práticos, a capacidade de os entender e resolver, são tão "cultura" como aquilo que tu pensas que é cultura ...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Investir na Grécia
« Responder #2999 em: 2015-04-29 14:23:43 »