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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1840022 vezes)

Incognitus

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1640 em: 2015-02-27 23:46:10 »
O problema destas discussões é que se começa a distinguir os excessos do capitalismo, e depois aparecem logo comparações com socialismo e comunismo e no fim á falta de argumentos tentam passar a mensagem que era um ataque á economia de mercado ou capitalismo sem nuances.

Normalmente a discussão dos excessos do capitalismo aparece num contexto que parece defender o fim do próprio ou o corte brutal das suas pernas à conta de uma qualquer excepção, como se existisse alguma alternativa viável.

A comparação com socialismos nesse contexto é necessária -- porque é geralmente essa a alternativa que se avança como hipótese.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1641 em: 2015-02-27 23:48:08 »
O problema destas discussões é que se começa a distinguir os excessos do capitalismo, e depois aparecem logo comparações com socialismo e comunismo e no fim á falta de argumentos tentam passar a mensagem que era um ataque á economia de mercado ou capitalismo sem nuances.

Normalmente a discussão dos excessos do capitalismo aparece num contexto que parece defender o fim do próprio ou o corte brutal das suas pernas à conta de uma qualquer excepção, como se existisse alguma alternativa viável.

A comparação com socialismos nesse contexto é necessária -- porque é geralmente essa a alternativa que se avança como hipótese.

podes apontar aqui algo ou alguém que tenha avançado o comunismo como hipótese?

H
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1642 em: 2015-02-27 23:50:32 »
O problema destas discussões é que se começa a distinguir os excessos do capitalismo, e depois aparecem logo comparações com socialismo e comunismo e no fim á falta de argumentos tentam passar a mensagem que era um ataque á economia de mercado ou capitalismo sem nuances.

Normalmente a discussão dos excessos do capitalismo aparece num contexto que parece defender o fim do próprio ou o corte brutal das suas pernas à conta de uma qualquer excepção, como se existisse alguma alternativa viável.

A comparação com socialismos nesse contexto é necessária -- porque é geralmente essa a alternativa que se avança como hipótese.

podes apontar aqui algo ou alguém que tenha avançado o comunismo como hipótese?

H

O defender de um fim do capitalismo é por inerência um defender de uma alternativa. A única alternativa que geralmente se apresenta é o socialismo/comunismo (não tem que se avançar o comunismo como hipótese, já agora. O socialismo "à letra" é virtualmente a mesma coisa).

O defender do fim do capitalismo ou algo muito próximo estava no início desta discussão.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1643 em: 2015-02-27 23:52:06 »
O problema destas discussões é que se começa a distinguir os excessos do capitalismo, e depois aparecem logo comparações com socialismo e comunismo e no fim á falta de argumentos tentam passar a mensagem que era um ataque á economia de mercado ou capitalismo sem nuances.

Normalmente a discussão dos excessos do capitalismo aparece num contexto que parece defender o fim do próprio ou o corte brutal das suas pernas à conta de uma qualquer excepção, como se existisse alguma alternativa viável.

A comparação com socialismos nesse contexto é necessária -- porque é geralmente essa a alternativa que se avança como hipótese.

podes apontar aqui algo ou alguém que tenha avançado o comunismo como hipótese?

H

O defender de um fim do capitalismo é por inerência um defender de uma alternativa. A única alternativa que geralmente se apresenta é o socialismo/comunismo (não tem que se avançar o comunismo como hipótese, já agora. O socialismo "à letra" é virtualmente a mesma coisa).

O defender do fim do capitalismo ou algo muito próximo estava no início desta discussão.

não respondeste.
alguém aqui, em qualquer momento, defendeu o comunismo?

H
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1644 em: 2015-02-27 23:56:06 »
No mundo actual não defender o capitalismo é defender o socialismo. Já expliquei. Não há uma terceira via, actualmente.E repara que "comunismo" nem faz grande sentido falar dele, porque não existiram nem existirão países comunistas. Nem sequer a Coreia do Norte é comunista (e digo isto por uma boa razão)...
« Última modificação: 2015-02-27 23:56:57 por Incognitus »
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1645 em: 2015-02-28 00:01:30 »
No mundo actual não defender o capitalismo é defender o socialismo. Já expliquei. Não há uma terceira via, actualmente.

pronto, é que eu queria saber.
tal como o zenith já tinha apontado só vês a preto e branco: capitalista ou comunista.
estamos conversados. se fosse a ti não falava mais nisso. isto demonstra uma incapacidade tão grande para debater que é de bradar aos céus.

já agora uma busca por ' incognitus comunismo' no site thinkfn.com : busca

apesar de nunca, ninguém, aqui ter defendido o ideal comunista, a tua obsessão com o mesmo é assinalável.
há melhor exemplo de cassete?
perdes a credibilidade toda assim.

H
« Última modificação: 2015-02-28 00:02:28 por Haroun Al Poussah »
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1646 em: 2015-02-28 00:03:35 »
O problema destas discussões é que se começa a distinguir os excessos do capitalismo, e depois aparecem logo comparações com socialismo e comunismo e no fim á falta de argumentos tentam passar a mensagem que era um ataque á economia de mercado ou capitalismo sem nuances.

Quando se refere os excessos do capitalismo podemos estar a falar de coisas muito diferentes:
-monopólios;
-empresas que "influenciam" decisões políticas;
-falta de oportunidades;
-grandes desigualdades de rendimento;
-pobreza.
Quem refere esses problemas advoga medidas correctivas. Algumas são relativamente consensuais: combate aos monopólios e à corrupção, melhoria da qualidade do ensino e universalidade do acesso.
Outras mais polémicas:  o combate à desigualdade significa também tirar a quem produz muito, para dar a quem nada ou pouco produziu para os outros. Quanto maior for a equalização, menor o estímulo para produzir e maiores as semelhanças com uma sociedade socialista.

“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

Incognitus

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1647 em: 2015-02-28 00:09:02 »
No mundo actual não defender o capitalismo é defender o socialismo. Já expliquei. Não há uma terceira via, actualmente.

pronto, é que eu queria saber.
tal como o zenith já tinha apontado só vês a preto e branco: capitalista ou comunista.
estamos conversados. se fosse a ti não falava mais nisso. isto demonstra uma incapacidade tão grande para debater que é de bradar aos céus.

já agora uma busca por ' incognitus comunismo' no site thinkfn.com : busca

apesar de nunca, ninguém, aqui ter defendido o ideal comunista, a tua obsessão com o mesmo é assinalável.
há melhor exemplo de cassete?
perdes a credibilidade toda assim.

H


Repara:
1) Eu disse antes que mais ou menos capitalismo é indiferente. Tem sempre que ser capitalismo porque senão o resultado é desastroso. Isto admite muitos cinzentos;
2) Disse também que falar de comunismo é irrelevante. Não existe nem nunca existirá uma sociedade conforme à ideologia comunista. O que ainda se arranja é uma conforme à ideologia socialista;
3) Disse n vezes noutros locais que termos comunismo, apesar de tudo, TAMBÉM não é problema nenhum! Desde que os comunistas aceitem praticá-lo apenas entre quem concorde com ele;
4) Se se defende de alguma forma terminar o capitalismo ou cortar-lhe as pernas até não funcionar, isso automaticamente implica socialismo;
5) Com o atrás dito torna-se óbvio que não há obsessão nenhuma com comunismo, pois aceito-o (desde que não obrigatório) e acho-o simplesmente impossível ao nível de um país inteiro (porque defende a igualdade para todos - e a principal motivação de uma elite para dominar um país é incompatível com esse conceito).

Agora, não há dúvida que se alguém acha que o capitalismo é tão incrivelmente mau que tem que se lhe por fim, enterrá-lo ou sabe-se lá o quê, então essa pessoa estará a defender um qualquer socialismo em troca, pois não há outras alternativas disponíveis (a menos que a pessoa descreva uma). E claro, o socialismo em si revelar-se-ia inviável pois não é compatível com o paradigma actual da sociedade (de troca de produções).

(falar de cassete é também obviamente absurdo perante a abertura a vários graus de capitalismo -- mais ou menos regulado; a abertura a comunismo -- desde que voluntário; etc, etc. A hipótese "cassete" só se coloca a quem não admita que os outros possam optar pelo que querem, o que não é mesmo o meu caso)

(aliás, até acho estranho que alguém defenda socialismo para os outros como sendo uma coisa boa e não comece já a praticá-lo para si, os seus e quem acredite na mesma coisa -- pois isso é inteiramente possível na nossa sociedade)
« Última modificação: 2015-02-28 00:11:50 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1648 em: 2015-02-28 01:04:03 »
Inc:
Também daí resulta que quem consome, via o aumento de produtividade, consome cada vez uma % menor do seu rendimento nos produtos essenciais -- daí sobram-lhe recursos para consumir produtos e serviços diferentes. E o ver algo como supérfluo é pensar que a própria opinião supera a de quem não vê esse algo como supérfluo. Há muita coisa que cada um de nós consome, por definição tudo para lá do essencial, que não é objectivamente supérflua. Só que o que é "supérfluo" para uns não o é necessariamente para outros. E claro, só o facto de os outros trocarem parte do seu rendimento/produção por esses bens/serviços já significa que os valorizam e portanto que eles não podem ser "supérfluos". A menos que aches que a tua noção de valor se deve sobrepor à dos outros.

E que tal pensares nos drogados, que se estão a destruir a si e a outros que influenciam. Também não acham a droga supérflua, e pagam por ela. Então dirias que ao haver uma venda de droga a um drogado, foi criado valor acrescentado, simplesmente porque alguém quis pagar por esse bem/serviço. E ainda outro exemplo. Em certos bairros brasileiros pode-se encomendar, pagando, um assassinato de alguém. Como o mandante também paga, isso também se deve considerar valor acrescentado? O PIB subiu, quando um tal contrato foi feito? E nós todos, que não aprovamos a droga e o assassinato, não temos mais razão do que os consumidores desses produtos?

A droga é materialmente diferente do assassinato na medida em que na droga a vítima é potencialmente o próprio (mas pode fazer sentido existir apoio para dependentes inocentes). E pode parecer um caso extremo mas ainda poderia ser defensável que a pessoa é responsável pelos seus actos. Além do mais, interferir com esse acto tem o potencial de criar problemas para pessoas inocentes. Ou seja, defender uma liberalização da droga é uma posição potencialmente defensável.

O assassinato é simplesmente um crime porque interfere com uma vida alheia. Pelo que existe todo o direito de interferir com ele. A forma como o crime é praticado é razoavelmente irrelevante (se envolve contrato, se é praticado directamente, etc).

O meu ponto é que no caso da droga, quem se deseja drogar tem menos razão do que as pessoas que os aconselham a não se drogarem, como os médicos. Apesar disso, mesmo não tendo razão, e estando a fazer algo nocivo para si próprios, eles fazem-no. Aqui vemos um exemplo em que podemos, nós os que estamos bem informados, considerar o consumo de droga supérfluo (e até contra-producente), mesmo que os próprios consumidores o achem não supérfluo. E a nossa opinião é notoriamente superior à deles, porque estamos melhor informados. Portanto não se pode refutar a ideia do Visitante, de que pode haver muitas coisas supérfluas e até nocivas, apesar de os agentes económicos pagarem por elas, e não as acharem supérfluas. Agora, substituam droga por carros de luxo a mais, grande consumo de combustíveis, CO2 na atmosfera, etc, etc.


Zel

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1649 em: 2015-02-28 01:04:17 »
o que nos temos aqui eh um rebanho de perigosos socialistas da internet... uma doenca que so ataca em frente do monitor e ainda precisa de ligacao internet
« Última modificação: 2015-02-28 01:05:55 por Neo-Liberal »

Iznogoud

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1650 em: 2015-02-28 01:12:20 »
o visitante não tinha aqui deixado um texto de um blog sobre 'a cassete libertária'?

este aqui:

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Terça-feira, 06.11.12
A "cassete" dos liberais

Antigamente, logo depois do 25 de Abril, os comunistas diziam sempre a mesma coisa, ao ponto de alguém ter inventado a expressão "cassete comunista". Logo que eles começavam a falar, lá vinham "os direitos dos trabalhadores", a "exploração do capitalismo", a "ocupação dos latifúndios", o "direito à greve", "as nacionalizações do tecido produtivo", e coisas assim. Bastava ouvir um comunista a falar, e logo se iniciava uma repetitiva lengalenga de frases amontadas, coladas umas às outras, sempre a dizerem o mesmo. Era cansativo e pouco original, e a expressão cassete assentava bem.
Quase quarenta anos depois, há uma nova cassete no firmamento político nacional, que é a "cassete liberal". É impressionante, mas tal como os comunistas de ontem, os liberais de hoje repetem, à exaustão, os mesmos conceitos. Lá vem "a diminuição da despesa do Estado", lá vem "a flexibilização da lei laboral", lá vem o célebre "vivemos acima das nossas possibilidades", lá vem o "não podemos gastar o que não temos", lá vem o "monstro que é o Estado", lá vem o ataque às "gorduras". É impressionante como a cassete liberal se repete e repete, como se a sua própria repetição tornasse a realidade diferente.
Tal como os comunistas de outrora, também os liberais de hoje acreditam piamente que, se repetirem as suas crenças todos os dias, desde manhã quando se levantam, até à noite quando se deitam, isso vai resolver todos os problemas do país e do mundo. Infelizmente, não vai. A utopia liberal, é disso que se trata, é igual a todas as outras utopias ideológicas do passado, é como todas as outras cassetes, foram muito ouvidas mas não resolveram nada. As outras utopias - a cassete fascista, a cassete nacionalista, a cassete socialista e a cassete comunista - falharam sempre pelas mesmas razões: a realidade é muito mais complexa do que a ideologia, e nenhuma cassete a consegue explicar.
Era bom que fosse fácil resolver os problemas do país e do mundo com "menos Estado e melhor Estado", com "menos déficit" e com "mercados de trabalho mais flexíveis". Era bom, mas infelizmente isso só não chega. O mundo não se resolve com crenças e fezadas, sejam elas comunistas, fascistas, socialistas ou liberais. A cassete liberal terá o mesmo destino que as outras cassetes políticas do passado, o caixote do lixo. É uma moda que temos de aturar, mas não vai contribuir quase nada para a melhoria da nossa vida.


o que aconteceu? arrependeste-te visitante?

I
« Última modificação: 2015-02-28 01:13:38 por Iznogoud »
Quero ser Califa no lugar do Califa

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1651 em: 2015-02-28 01:25:19 »
o que aconteceu Inc? baniste o visitante?

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Quero ser Califa no lugar do Califa

D. Antunes

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1652 em: 2015-02-28 02:10:56 »
o visitante não tinha aqui deixado um texto de um blog sobre 'a cassete libertária'?

este aqui:

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Terça-feira, 06.11.12
A "cassete" dos liberais

Antigamente, logo depois do 25 de Abril, os comunistas diziam sempre a mesma coisa, ao ponto de alguém ter inventado a expressão "cassete comunista". Logo que eles começavam a falar, lá vinham "os direitos dos trabalhadores", a "exploração do capitalismo", a "ocupação dos latifúndios", o "direito à greve", "as nacionalizações do tecido produtivo", e coisas assim. Bastava ouvir um comunista a falar, e logo se iniciava uma repetitiva lengalenga de frases amontadas, coladas umas às outras, sempre a dizerem o mesmo. Era cansativo e pouco original, e a expressão cassete assentava bem.
Quase quarenta anos depois, há uma nova cassete no firmamento político nacional, que é a "cassete liberal". É impressionante, mas tal como os comunistas de ontem, os liberais de hoje repetem, à exaustão, os mesmos conceitos. Lá vem "a diminuição da despesa do Estado", lá vem "a flexibilização da lei laboral", lá vem o célebre "vivemos acima das nossas possibilidades", lá vem o "não podemos gastar o que não temos", lá vem o "monstro que é o Estado", lá vem o ataque às "gorduras". É impressionante como a cassete liberal se repete e repete, como se a sua própria repetição tornasse a realidade diferente.
Tal como os comunistas de outrora, também os liberais de hoje acreditam piamente que, se repetirem as suas crenças todos os dias, desde manhã quando se levantam, até à noite quando se deitam, isso vai resolver todos os problemas do país e do mundo. Infelizmente, não vai. A utopia liberal, é disso que se trata, é igual a todas as outras utopias ideológicas do passado, é como todas as outras cassetes, foram muito ouvidas mas não resolveram nada. As outras utopias - a cassete fascista, a cassete nacionalista, a cassete socialista e a cassete comunista - falharam sempre pelas mesmas razões: a realidade é muito mais complexa do que a ideologia, e nenhuma cassete a consegue explicar.
Era bom que fosse fácil resolver os problemas do país e do mundo com "menos Estado e melhor Estado", com "menos déficit" e com "mercados de trabalho mais flexíveis". Era bom, mas infelizmente isso só não chega. O mundo não se resolve com crenças e fezadas, sejam elas comunistas, fascistas, socialistas ou liberais. A cassete liberal terá o mesmo destino que as outras cassetes políticas do passado, o caixote do lixo. É uma moda que temos de aturar, mas não vai contribuir quase nada para a melhoria da nossa vida.


o que aconteceu? arrependeste-te visitante?

I


Essa do vivemos acima das nossas possibilidades é interessante. Ter contas equilibradas não é um conceito de esquerda ou de direita. Tem mais a ver com pensar no futuro. Curiosamente, apesar de existiram pessoas de direita a favor e contra a correção rápida dos défices, é difícil encontrar defensores da austeridade à esquerda.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1653 em: 2015-02-28 02:46:12 »
o que aconteceu Inc? baniste o visitante?

I

Não, porque o faria? O Visitante é inteligente, educado e, em princípio, aberto a argumentos.

As únicas pessoas que já bani foram o JAM e a Luísa, que não eram abertos a argumento de tipo nenhum, eram burros como pedras, colocavam lixo atrás de lixo mesmo que factualmente se argumentasse que aquilo não fazia sentido (coisas do género dos suicídios na France Telecom, ou mais recentemente das mortes nas urgências -- onde não existiam dados concretos mas dava aquilo como sendo garantido representar um aumento da mortalidade nas mesmas, e outras coisas do género), e não eram de todo abertos a nenhum tipo de argumento.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1654 em: 2015-02-28 02:50:10 »
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Também daí resulta que quem consome, via o aumento de produtividade, consome cada vez uma % menor do seu rendimento nos produtos essenciais -- daí sobram-lhe recursos para consumir produtos e serviços diferentes. E o ver algo como supérfluo é pensar que a própria opinião supera a de quem não vê esse algo como supérfluo. Há muita coisa que cada um de nós consome, por definição tudo para lá do essencial, que não é objectivamente supérflua. Só que o que é "supérfluo" para uns não o é necessariamente para outros. E claro, só o facto de os outros trocarem parte do seu rendimento/produção por esses bens/serviços já significa que os valorizam e portanto que eles não podem ser "supérfluos". A menos que aches que a tua noção de valor se deve sobrepor à dos outros.

E que tal pensares nos drogados, que se estão a destruir a si e a outros que influenciam. Também não acham a droga supérflua, e pagam por ela. Então dirias que ao haver uma venda de droga a um drogado, foi criado valor acrescentado, simplesmente porque alguém quis pagar por esse bem/serviço. E ainda outro exemplo. Em certos bairros brasileiros pode-se encomendar, pagando, um assassinato de alguém. Como o mandante também paga, isso também se deve considerar valor acrescentado? O PIB subiu, quando um tal contrato foi feito? E nós todos, que não aprovamos a droga e o assassinato, não temos mais razão do que os consumidores desses produtos?

A droga é materialmente diferente do assassinato na medida em que na droga a vítima é potencialmente o próprio (mas pode fazer sentido existir apoio para dependentes inocentes). E pode parecer um caso extremo mas ainda poderia ser defensável que a pessoa é responsável pelos seus actos. Além do mais, interferir com esse acto tem o potencial de criar problemas para pessoas inocentes. Ou seja, defender uma liberalização da droga é uma posição potencialmente defensável.

O assassinato é simplesmente um crime porque interfere com uma vida alheia. Pelo que existe todo o direito de interferir com ele. A forma como o crime é praticado é razoavelmente irrelevante (se envolve contrato, se é praticado directamente, etc).

O meu ponto é que no caso da droga, quem se deseja drogar tem menos razão do que as pessoas que os aconselham a não se drogarem, como os médicos. Apesar disso, mesmo não tendo razão, e estando a fazer algo nocivo para si próprios, eles fazem-no. Aqui vemos um exemplo em que podemos, nós os que estamos bem informados, considerar o consumo de droga supérfluo (e até contra-producente), mesmo que os próprios consumidores o achem não supérfluo. E a nossa opinião é notoriamente superior à deles, porque estamos melhor informados. Portanto não se pode refutar a ideia do Visitante, de que pode haver muitas coisas supérfluas e até nocivas, apesar de os agentes económicos pagarem por elas, e não as acharem supérfluas. Agora, substituam droga por carros de luxo a mais, grande consumo de combustíveis, CO2 na atmosfera, etc, etc.

Terias que viver a vida deles para saberes se a tua opinião realmente é melhor para eles. E terias depois que pensar se saltar de um penhasco com um fato-asa é uma coisa razoável de se fazer. Para ti não será, para quem o faz pode ser.

CO2 na atmosfera não é uma coisa garantidamente má. Carros de luxo "a mais" é uma opinião sem sentido. Se achasses que poderia existir tal coisa como "a mais", terias que os banir de todo para seres justo. Melhor será aplicar-lhes impostos elevados, se assim se desejar. Consumo basta penalizar os que consomem mais (o Estado TEM que ir buscar impostos a algum lado, já agora que o faça tentando não só financiar-se como atingir esses tais objectivos sociais simultaneamente).

Coisas nocivas (para os outros) podem merecer regulamentação. Coisas nocivas para os próprios é mais discutível. Até porque muitas actividades que não vês como nocivas têm consequências potencialmente nocivas (para os próprios).
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1655 em: 2015-02-28 02:52:24 »
o visitante não tinha aqui deixado um texto de um blog sobre 'a cassete libertária'?

este aqui:

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Terça-feira, 06.11.12
A "cassete" dos liberais

Antigamente, logo depois do 25 de Abril, os comunistas diziam sempre a mesma coisa, ao ponto de alguém ter inventado a expressão "cassete comunista". Logo que eles começavam a falar, lá vinham "os direitos dos trabalhadores", a "exploração do capitalismo", a "ocupação dos latifúndios", o "direito à greve", "as nacionalizações do tecido produtivo", e coisas assim. Bastava ouvir um comunista a falar, e logo se iniciava uma repetitiva lengalenga de frases amontadas, coladas umas às outras, sempre a dizerem o mesmo. Era cansativo e pouco original, e a expressão cassete assentava bem.
Quase quarenta anos depois, há uma nova cassete no firmamento político nacional, que é a "cassete liberal". É impressionante, mas tal como os comunistas de ontem, os liberais de hoje repetem, à exaustão, os mesmos conceitos. Lá vem "a diminuição da despesa do Estado", lá vem "a flexibilização da lei laboral", lá vem o célebre "vivemos acima das nossas possibilidades", lá vem o "não podemos gastar o que não temos", lá vem o "monstro que é o Estado", lá vem o ataque às "gorduras". É impressionante como a cassete liberal se repete e repete, como se a sua própria repetição tornasse a realidade diferente.
Tal como os comunistas de outrora, também os liberais de hoje acreditam piamente que, se repetirem as suas crenças todos os dias, desde manhã quando se levantam, até à noite quando se deitam, isso vai resolver todos os problemas do país e do mundo. Infelizmente, não vai. A utopia liberal, é disso que se trata, é igual a todas as outras utopias ideológicas do passado, é como todas as outras cassetes, foram muito ouvidas mas não resolveram nada. As outras utopias - a cassete fascista, a cassete nacionalista, a cassete socialista e a cassete comunista - falharam sempre pelas mesmas razões: a realidade é muito mais complexa do que a ideologia, e nenhuma cassete a consegue explicar.
Era bom que fosse fácil resolver os problemas do país e do mundo com "menos Estado e melhor Estado", com "menos déficit" e com "mercados de trabalho mais flexíveis". Era bom, mas infelizmente isso só não chega. O mundo não se resolve com crenças e fezadas, sejam elas comunistas, fascistas, socialistas ou liberais. A cassete liberal terá o mesmo destino que as outras cassetes políticas do passado, o caixote do lixo. É uma moda que temos de aturar, mas não vai contribuir quase nada para a melhoria da nossa vida.


o que aconteceu? arrependeste-te visitante?

I


Nisto das cassetes não faz sentido acusar de existir uma cassete libertária, pois se os libertários tivessem "o que queriam" os outros também teriam - a cassete libertária não exclui os outros -- apenas limita os outros a implementarem o que querem entre quem pensa o mesmo. Esse pormenor exclui a hipótese de existir uma "cassete libertária" porque o libertário não está a tentar impor algo aos outros. Está apenas a tentar compatibilizar o máximo de opções de vida diferentes.

Por exemplo:
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"a diminuição da despesa do Estado", lá vem "a flexibilização da lei laboral"


A cassete libertária NÃO impõe isto. Basicamente seria possível ter um Estado-base menor e depois quem quisesse poderia no topo desse construir entidades adicionais com serviços e garantias adicionais -- para quem subscrevesse iguais ideias.

De igual forma, não imporia flexibilização laboral a quem quisesse (empregadores e trabalhadores) entender-se de forma mais rígida.
« Última modificação: 2015-02-28 02:54:19 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1656 em: 2015-02-28 10:48:30 »
o visitante não tinha aqui deixado um texto de um blog sobre 'a cassete libertária'?

este aqui:

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Terça-feira, 06.11.12
A "cassete" dos liberais

Antigamente, logo depois do 25 de Abril, os comunistas diziam sempre a mesma coisa, ao ponto de alguém ter inventado a expressão "cassete comunista". Logo que eles começavam a falar, lá vinham "os direitos dos trabalhadores", a "exploração do capitalismo", a "ocupação dos latifúndios", o "direito à greve", "as nacionalizações do tecido produtivo", e coisas assim. Bastava ouvir um comunista a falar, e logo se iniciava uma repetitiva lengalenga de frases amontadas, coladas umas às outras, sempre a dizerem o mesmo. Era cansativo e pouco original, e a expressão cassete assentava bem.
Quase quarenta anos depois, há uma nova cassete no firmamento político nacional, que é a "cassete liberal". É impressionante, mas tal como os comunistas de ontem, os liberais de hoje repetem, à exaustão, os mesmos conceitos. Lá vem "a diminuição da despesa do Estado", lá vem "a flexibilização da lei laboral", lá vem o célebre "vivemos acima das nossas possibilidades", lá vem o "não podemos gastar o que não temos", lá vem o "monstro que é o Estado", lá vem o ataque às "gorduras". É impressionante como a cassete liberal se repete e repete, como se a sua própria repetição tornasse a realidade diferente.
Tal como os comunistas de outrora, também os liberais de hoje acreditam piamente que, se repetirem as suas crenças todos os dias, desde manhã quando se levantam, até à noite quando se deitam, isso vai resolver todos os problemas do país e do mundo. Infelizmente, não vai. A utopia liberal, é disso que se trata, é igual a todas as outras utopias ideológicas do passado, é como todas as outras cassetes, foram muito ouvidas mas não resolveram nada. As outras utopias - a cassete fascista, a cassete nacionalista, a cassete socialista e a cassete comunista - falharam sempre pelas mesmas razões: a realidade é muito mais complexa do que a ideologia, e nenhuma cassete a consegue explicar.
Era bom que fosse fácil resolver os problemas do país e do mundo com "menos Estado e melhor Estado", com "menos déficit" e com "mercados de trabalho mais flexíveis". Era bom, mas infelizmente isso só não chega. O mundo não se resolve com crenças e fezadas, sejam elas comunistas, fascistas, socialistas ou liberais. A cassete liberal terá o mesmo destino que as outras cassetes políticas do passado, o caixote do lixo. É uma moda que temos de aturar, mas não vai contribuir quase nada para a melhoria da nossa vida.


o que aconteceu? arrependeste-te visitante?

I


Sim, fui eu que apaguei. Por duas razões: primeiro porque aqui com o decorrer da discussão esse discurso da cassete liberal desvaneceu-se, e segundo porque algumas das expressões que o autor do texto apelidada de cassete eu não as considero. Ele foi mais feliz com os exemplos que deu das frases comunistas do que das liberais. Depois avaliando melhor a qualidade global do blog entendi não ter a qualidade mínima para ser aqui citado.

vbm

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1657 em: 2015-02-28 15:38:26 »
Isso é irónico, mas na realidade não existe uma única alternativa viável. Podemos ter capitalismo mais ou menos regulado, mas seria impensável (e desastroso) não termos capitalismo.

Também, chamar capitalismo a tudo é uma grande miopia.

Sempre houve comércio, agricultura e indústria artesanal.
Exercida por civis, não por funcionários régios.

E isso nunca se chamou capitalismo,
embora sempre tivesse sido
iniciativa privada
em acção.

Capitalismo é realmente um modo de produção
baseado no livre recrutamento de trabalho, o qual
é remunerado não pela repartição proporcional
do produto do trabalho segundo o contributo
de cada um, mas conforme o ganho
necessário a viver e procriar.

Deste modo, as relações de produção
tendem a incrementar a produtividade
do trabalho, o lucro e a concorrência
entre os produtores a gerar formas
inovatórias e progressivas
de produção.

As formas históricas de iniciativa privada,
no comércio e na indústria não são capitalismo
na sua expressão de maturidade, por as relações
laborais não terem o desenvolvimento de mercado
que ocorreu já em pleno século 19 até ao presente.

Automek

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1658 em: 2015-02-28 16:47:00 »
Bom, voltando ao assunto Grécia, parece que o Syriza já está a fazer amigos. É só deixar passar mais uns tempos até serem considerados um partido burguês de direita.

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Confrontos marcaram a primeira manifestação anti-Governo em Atenas
0:14 Sexta feira, 27 de fevereiro de 2015

Centenas de pessoas saíram à rua da capital grega para se manifestarem contra o acordo em vias de ser aprovado pela Europa. A marcha terminou com agressões e vários desacatos.

Cerca de 50 pessoas provocaram desacatos, destruindo montras, atirando pedras aos agentes da polícia e incendiando carros

Organizada por grupos de esquerda, a marcha levou à rua perto de 500 pessoas, que assim quiseram expressar o seu desagrado em relação ao acordo com a Europa. A ser aprovado, o entendimento dará ao país mais quatro meses de extensão do empréstimo, a troco de reformas.

Os manifestantes acusam o Syriza de esta a voltar atrás nas promessas eleitorais, abrindo mão dos compromissos que o levaram ao poder.

A marcha decorreu de forma pacífica, mas no final, conta a "BBC", cerca de 50 pessoas provocaram desacatos, destruindo montras, atirando pedras aos agentes da polícia e incendiando carros.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/confrontos-marcaram-a-primeira-manifestacao-anti-governo-em-atenas=f912662#ixzz3T3iksfwb

Automek

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1659 em: 2015-02-28 16:56:04 »
O primeiro passo rumo à Venezuelização da Grécia já foi dado. Começa sempre com este tipo de disparates.

Tsipras acusa Portugal e Espanha de liderarem eixo para derrubar o Governo do Syriza