Ai se a torneira fecha
Bancos gregos obtêm 2 mil milhões da linha de emergência do BCE
Três dos maiores bancos gregos recorreram à linha de emergência do BCE para mitigar o efeito da fuga de depósitos, noticiou a Reuters.
A saída de depósitos dos bancos gregos, na sequência das eleições no país, levou três das maiores instituições financeiras do país a recorrer à cedência de liquidez de emergência (ELA - Liquidity Emergency Assistance) do Banco Central Europeu.
A notícia, avançada pela Reuters, dá conta que estes três bancos (cuja identidade não é revelada) obtiveram um financiamento de 2 mil milhões de euros.
O Banco da Grécia, mesmo antes das eleições de 25 de Janeiro, tinha pedido ao BCE para que desse permissão aos bancos gregos para acederem a esta linha de emergência. O que agora terá sido concretizado, depois dos gregos terem retirado cerca de 11 mil milhões de euros de depósitos dos bancos do país em Janeiro.
Este financiamento extraordinário do BCE aos bancos gregos será um dos temas da agenda da reunião quinzenal que o BCE terá amanhã em Frankfurt, com a Reuters a adiantar que o tema deverá gerar controvérsia no conselho de governadores, esperando-se uma reunião "tensa".
A ELA é uma linha de emergência do (Eurosistema) que está à disposição dos bancos da Zona Euro quando enfrentam situações de escassez de liquidez e não dispõem de colaterais para aceder ao financiamento regular junto do banco central.
Os empréstimos concedidos ao abrigo da "Emergency Lending Assistance" são da responsabilidade dos bancos centrais nacionais (as perdas ficam nos seus balanços e, logo, no dos contribuintes), mas precisam da autorização do BCE e contam para o cálculo da liquidez injectada no sistema (um dos elementos relevantes para avaliar pressões inflacionistas). No caso de os montantes solicitados à ELA serem acima de dois mil milhões de euros o BCE passa a analisar a situação com muita proximidade.
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