S&P corta “rating” da Portugal Telecom para dois níveis abaixo do “lixo"
A agência de notação financeira anunciou um corte de “rating” para a Portugal Telecom. A descida foi de um nível e coloca a notação da operadora dois níveis abaixo do patamar de “lixo”.
A S&P reflecte no “rating” as preocupações com o EBITDA da actividade doméstica da cotada.
O "rating" foi cortado de "BB+" para "BB", ficando assim ao mesmo nível da República. O “outlook” foi mantido em “negativo”, o que significa que a notação de crédito da empresa liderada por Zeinal Bava poderá sofrer novo corte.
A agência justifica o corte com “a preocupação em torno da queda severa do EBITDA doméstico que esperamos que continue este ano.”
“Acreditamos que isto pode travar a desalavancagem ao nível doméstico nos próximos anos. Ao mesmo tempo, os dividendos provenientes da participação na subsidiária brasileira [a Oi] não devem aumentar substancialmente e as filiais africanas são menos previsíveis e estão sujeitos a taxas de câmbio”, acrescenta a agência numa nota emitida esta segunda-feira.
“Acreditamos que a qualidade de crédito da Portugal Telecom vai continuar a ser afectada pelas duras condições económicas, pelo desemprego elevado, pelos rendimentos das famílias limitados e pela concorrência severa, que deverá continuar a pesar nas receitas de comunicações móveis e nas vendas ao segmento empresarial”, acrescenta a mesma fonte.
“O ‘outlook’ negativo da Portugal Telecom reflecte o risco de uma revisão em baixa nos próximos um ou dois anos caso seja revisto significativamente as nossas estimativas, que pode afectar a nossa perspectiva de perfil de risco do negócio do grupo ou traduzir-se numa alavancagem de dívida mais agressiva do que antecipamos”, acrescenta a mesma fonte.
A agência salienta que um potencial novo corte de notação da República não implica de forma imediata um corte no “rating” da operadora, mas se esse corte estiver relacionado com pressões macroeconómicas poderá exercer alguma influência na notação da PT. A S&P alerta ainda para o facto de o regresso aos mercados, caso seja feito com custos mais elevados, também poder afectar a notação.
As acções da Portugal Telecom seguem a cair 0,98% para 4,131 euros.
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